PM agride mulheres em curso tático da polícia no Ceará
Instrutor utilizou ripa de madeira para punir participantes por causa de um pedaço de pizza
Um curso tático oferecido pela Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp) para treinamento de mulheres militares de Pernambuco, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí foi espaço de agressão, segundo denúncia de uma das participantes. Uma policial civil do Maranhão, que esteve presente no curso tático feminino, publicou imagens de sérios hematomas nas nádegas.
Ao G1, a vítima afirma que um dos instrutores declarou o sumiço de um pedaço de pizza e, por esta razão, agrediu as policiais nas nádegas com uma ripa de madeira como forma de punição.
"Sim! Essa agora sou eu, vítima de um macho escroto que se diz instrutor de curso! Um cabo da polícia militar do Tocantins, que mesmo depois do ocorrido está sendo ovacionado pela instituição e por todos que participaram do curso. Curso tático policial feminino, sim, ser direcionado apenas para mulheres", declarou a vítima, em postagem nas suas redes sociais.
Após o caso, a policial decidiu sair do curso. A agressão aconteceu no mês de maio mas só foi divulgada recentemente. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS-CE) alega que, desde que tomou conhecimento sobre a violência no curso tático, colocou todas as instituições disponíveis para tratar o caso com seriedade.
Ao LeiaJá, a Secretaria declarou que foi instaurado um inquérito policial para apurar o caso na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) onde a vítima recebeu todo o acolhimento e foi encaminhada para realização do exame de corpo de delito.
“É importante destacar ainda que, assim que o pedido de desligamento do curso foi solicitado pela policial feminina, foi designada uma equipe para acompanhar a vítima ao seu Estado de origem. O suspeito das agressões, um instrutor da Polícia Militar do Tocantins, foi imediatamente afastado do curso”, afirma a SSPDS-CE em nota ao LeiaJá.
A Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública também determinou o início do procedimento disciplinar para apuração na seara administrativa disciplinar para investigar e avaliar a conduta tomada pelo instrutor do Tocantins.