Caso Aldeia: testemunhas de acusação começam a ser ouvidas
Uma das testemunhas indicadas pela acusação é a antiga empregada da família, Josefa Conceição
A sessão do julgamento, nesta terça-feira (24), de Danilo Paes, acusado de ter matado o próprio pai, Denirson Paes, em maio de 2018, começou a ouvir a primeira testemunha apontada pela acusação, uma das dez que deverão ser ouvidas ainda neste dia.
Entre as testemunhas indicadas pela acusação estão uma das irmãs de Denirson, Cleonice Paes da Silva, e a antiga empregada da família, Josefa Conceição dos Santos.
Josefa trabalhou na casa da família por cerca de oito anos, em um condomínio de luxo em Aldeia, bairro de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, tendo sido cinco anos antes do assassinato de Denirson, e permaneceu por mais três anos, prestando serviço como diarista, contratada pelo filho mais novo, Daniel. Ela conta que demorou para começar a estranhar algo em relação ao paradeiro do patriarca da família. “Eu sentia o que ele [Danilo] tava falando, o pai viajou, e eu não percebi nada. A única coisa que eu percebi foi quando a polícia chegou. Aí eu senti que tinha algo estranho lá”, comentou.
Josefa relembra que no dia da morte de Denirson, ela havia sido dispensada do serviço por Jussara, sem o conhecimento do esposo. “[eu disse] ‘quinta é minha folga também, né’, ele disse ‘não Zefinha, você não tem folga quinta-feira não. Eu vou trabalhar, que é o último plantão, e sexta eu vou viajar’. Deixei ele vivo, conversando normalmente”, contou.
Ela ainda comentou como encontrou a casa quando voltou no dia seguinte, após Denirson já ter sido morto, apesar de ninguém saber ainda. “A casa limpa, ela [Jussara] com muitas dores nas costas, na coluna, se queixando, a casinha, que a polícia tanto fala, ela derrubou tudo, eu pensei ‘nossa, ela derrubou tudo, e quando seu Denirson chegar?’”, relembrou.
Linha da acusação
O advogado assistente de acusação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Carlos André Dantas, comentou o que a família espera como resultado. “A expectativa de acusação é que se faça justiça. Esse é o sentimento da família, e esse é o sentimento que eu trago aqui hoje”, afirmou.
Advogado Carlos André Dantas, assistente de acusação. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá
Segundo o promotor de Justiça de Camaragibe, Leandro Guedes, a acusação deverá se manter nas provas técnicas. “A gente vai se ater às provas técnicas, bem técnicas mesmo, porque todo o momento Danilo negou participação, até hoje tá assim, então o que vai resolver são as perícias que foram realizadas nesse processo. Teve perícia de revisão simulada, constatação de sangue, etc”, declarou.
Promotor de Justiça de Camaragibe, Leandro Guedes. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá
Danilo Paes é acusado de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, tendo ajudado a mãe, Jussara Rodrigues, no crime. Jussara foi condenada em 2019 e segue em regime fechado cumprindo uma pena de 19 anos, 8 meses e 46 dias.