Chacina em Camaragibe: operação da Civil prende cinco PMs

Alvos são investigados desde setembro pelos crimes de associação criminosa e homicídio, após uma família inteira ser morta na comunidade do Córrego do Jacaré

por Vitória Silva qui, 14/12/2023 - 10:00
Divulgação/Polícia Civil Organização da operação Sobejo, da Polícia Civil Divulgação/Polícia Civil

Em uma operação denominada "Sobejo", deflagrada nesta quinta-feira (14), a Polícia Civil prendeu cinco policiais militares suspeitos de envolvimento na "chacina de Camaragibe", ocorrida em 15 de setembro deste ano. Os alvos são investigados pelos crimes de associação criminosa e homicídio, após uma família inteira ser morta na comunidade do Córrego do Jacaré, em Tabatinga, no Grande Recife. 

Além dos cinco mandados de prisão, foram emitidos 20 mandados de busca e apreensão domiciliar, expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Camaragibe. A operação desta quinta-feira (14) é presidida pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) e conta com apoio da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e da assessoria da Diretoria de Inteligência (Dintel). 

Os policiais tiveram os celulares apreendidos e periciados em uma outra operação, realizada em outubro, e que desencadeou nas prisões da nova deflagração. A chacina de Camaragibe, forma como o caso ficou conhecido nacionalmente, se trata da execução de seis pessoas da mesma família, em um possível crime de vingança pela morte de dois policiais. Os crimes aconteceram entre 14 e 15 de setembro, e deixaram oito mortos no total, entre PMs e civis. 

A cronologia do caso 

As mortes começaram no dia 14 de setembro, quando o soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e o cabo Rodolfo José da Silva, de 38 anos, foram baleados na cabeça e mortos por Alex Silva, o "Samurai", de 33 anos. As vítimas serviam ao 20º Batalhão da Polícia Militar e estavam atendendo a um acionamento que denunciou presença de um homem armado na região do Córrego do Jacaré, em Tabatinga, bairro de Camaragibe. 

Nesse mesmo tiroteio, além dos PMs, uma grávida de 19 anos e um primo dela, de 14 anos, também foram baleados. Ana Letícia deu à luz uma menina e morreu mais de um mês depois após o crime, se tornando a nona vítima do caso. 

Durante a madrugada de 15 de setembro, a chacina aconteceu. Foram mortos três irmãos de Alex Samurai - as vítimas foram executadas na frente de casa e o crime foi filmado em uma transmissão ao vivo -, e também a mãe e a esposa do atirador. As últimas, mortas em um canavial em Paudalho, na Zona da Mata de Pernambuco. Pela manhã, Alex foi morto durante confronto com a polícia. 

 

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