Homem preso por transfobia nega agressão em restaurante
Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá foi preso nessa quinta (28)
Em seu depoimento à Polícia Civil, nessa quinta (23), o homem acusado de agredir uma mulher no restaurante Guaiamum Gigante, no Parnamirim, na Zona Norte do Recife, negou ter dado um soco na vítima. Ele foi preso na noite de ontem após se apresentar na Delegacia de Casa Amarela, na mesma região.
Antônio Fellipe Rodrigues Salmento Sá, de 35 anos, foi preso preventivamente e aguarda audiência de custódia para ingressar no sistema prisional ainda nesta sexta (29).
Em entrevista coletiva, o delegado da Delegacia de Casa Amarela, Diogo Bem, informou que o acusado negou a autoria da agressão. Após o ocorrido na última quinta (23), a vítima de 34 apresentou ferimentos no rosto e o caso viralizou nas redes sociais.
Em sua versão, Antônio alegou que reagiu com empurrões a uma suposta importunação da mulher a sua esposa. “Ele negou que tenha dado um murro nela. Disse que só empurrou por que foi tomar satisfação com ela por que ela tava no banheiro feminino. Segundo ele, ela injuriou a esposa dele dentro do banheiro e tentou tocá-la”, disse o delegado.
Ele teria confundido a vítima com uma trans e questionado o motivo dela ter usado o banheiro feminino junto com sua companheira. Dez pessoas foram ouvidas pela polícia na terça (26) e Antônio foi intimado. Sem comparecer à delegacia, o mandado de prisão preventiva foi expedido.
O acusado vai responder pelos crimes de racismo transfóbico e lesão corporal leve qualificada qualificada pela violência contra a mulher sem o contexto de violência doméstica. Caso seja condenado, ele pode receber uma pena superior a cinco anos de prisão.
A investigação confirmou, pelo menos, seis processos contra o agressor nas delegacias de Arcoverde, Vitória de Santo Antão e no Recife. Entre os crimes estão porte ilegal de arma de fogo, crime de trânsito, receptação, exercício arbitrário e violência doméstica. Alguns foram arquivados e outros estão em andamento, destacou Diogo Bem.
Em relação à atitude dos funcionários do restaurante, que retiraram Antônio do local antes da chegada da polícia, o delegado avaliou que foi a conduta adequada a tomar já que havia suspeitas de que ele estivesse armado.
“O bar não tinha outra conduta. Bar lotado com muita criança, com muita gente. Várias ouvidas indicaram que ele estava armado, mas ele negou”, acrescentou.
Com a prisão preventiva, o inquérito tem 10 dias para ser concluído pela Polícia Civil.