O atual prefeito do Recife, João da Costa (PT), que teve sua reeleição preterida pela executiva nacional de seu partido que indicou Humberto Costa (PT) como candidato, deu entrevista à uma rádio local nesta terça-feira. Na ocasião, ele fez uma avaliação sobre a campanha municipal reforçando suas criticas sobre o posicionamento defendido por lideranças. 

A respeito do pedido de expulsão feito por alguns correligionários, o prefeito não quis polemizar. “Isso é uma questão política, não é algo administrativo como pegar a carteira de trabalho e demitir. Isso não tem futuro, começam a procurar algumas coisas e colocam em segundo plano os erros cometidos”, declarou João da Costa.

Com a derrota de seus companheiros na capital pernambucana, João da Costa disse estar vivendo um momento de descompressão e, quando deixar o governo municipal, irá criar um blog. “Vou criar um blog para divulgar informações minhas, pois não serei mais prefeito. Divulgarei informações para as pessoas que nos acompanharam e estiveram conosco durante esse tempo de gestão”, informou o gestor, que também pretende abrir uma empresa de consultoria política.

Na avaliação de João da Costa, o PT cometeu erros demais e não reunir um conjunto de forças políticas foi um dos principais (erros) de sua gestão e da campanha deste ano. Sobre a derrota de seu partido no Recife, ele declarou não ter raiva, nem guardar rancor. “É preciso baixar a bola e colocar as vaidades pessoais de lado. Não tenho muita raiva, tenho raiva de menos, não concordei com a forma como Humberto foi escolhido candidato, mas votei nele”, revelou o prefeito.

Questionado sobre se sua postura e atitude quebraram um regimento interno do partido, João da Costa se defendeu: “Não quebrei nenhuma regra e não expus o PT, o processo de escolha do candidato foi uma imposição e uma violência, afrontou a democracia interna e a cidade não aceitou. Ninguém é dono do voto, muitos simpatizantes votaram contra e o partido vem perdendo eleitores da classe média urbana e da juventude.”   

Segundo o prefeito, o PT nacional deverá mudar o regimento interno garantindo a governadores, prefeitos e presidentes que não cometeram desvios éticos que tenham o pleno direito de concorrer à reeleição. “Os partidos não conseguem dialogar com a sociedade, são interesses que não estão representados na plataforma política, é preciso uma reforma em todo o Brasil. Nesse momento há feridas para cicatrizar e se faz necessário recompor o partido”, concluiu João da Costa.