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A Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados publicou nota técnica em que avalia que um dos dois vetos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à lei do novo arcabouço fiscal fragiliza a nova regra fiscal. Os técnicos questionam o veto ao artigo que proibia o governo de propor quaisquer novas exceções à meta de resultado primário a cada lei anual de diretrizes orçamentárias (LDO).

Segundo o documento, o veto não se mostra compatível com os fundamentos do novo arcabouço fiscal. "Permitir que as LDOs possam abater determinadas despesas da apuração da meta fragiliza o espírito da regra fiscal, reduz a transparência da gestão e cria precedente que tende a ser ampliado ao longo dos anos, como ocorreu em período passado", alertam os técnicos.

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A nota lista as diversas vezes em que governos utilizaram o expediente para burlar as metas de primário. Por exemplo, a LDO de 2006 excluiu da meta R$ 3 bilhões em favor dos projetos do Plano Piloto de Investimento (PPI), chegando a uma redução de R$ 15,57 bilhões em 2009. Em 2010 a LDO excluiu da meta gastos de R$ 28,9 bilhões referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), respectivos restos a pagar e excesso de meta do ano anterior. Em 2014 o montante abatido com PAC e desonerações chegou a R$ 67 bilhões.

"A possibilidade de excluir despesas para aferimento do cumprimento da meta primária reduz a previsibilidade dos objetivos econômicos a serem perseguidos. A meta primária é um sinalizador da política fiscal e só será efetiva como tal se o compromisso expresso for crível", completam os técnicos. Em caso de necessidade ou conveniência de gasto excepcional superior, seria mais transparente e realista a fixação, de partida, de meta menos ambiciosa, ou a alteração legislativa para a redução da meta primária, evidenciando-se os custos e impactos da política pretendida", completa a nota da Consultoria de Orçamento.

Precatórios

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já argumentou que o veto apontado pelos consultores da Câmara teria como único objetivo manter o encontro de contas em precatórios, que atualmente fica à margem das metas de resultado primário. Segundo o ministro, o pedido para o veto veio da área técnica do governo, e não da Fazenda.

"Na LDO tem um dispositivo, que já vem desde 2023, e permite o encontro de contas de precatórios. Não se quer tirar isso da LDO por causa da flexibilidade. Não foi decisão política, veio da área técnica o pedido para não engessar esse dispositivo. O alerta técnico é de que isso dificultaria transações", alertou o ministro, na coletiva de apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024.

Na ocasião, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também reiterou que o encontro de contas de precatórios pode ser a favor da receita ou contribuinte e que não seria bom engessar isso de forma perene. "Nada impede que o Congresso estabeleça que o encontro de contas só vale para precatórios", disse.

Até sexta-feira (7), micro, pequenas empresas e os profissionais formalizados como Microempreendedor Individual (MEI) podem se inscrever no Varejo Inteligente, um projeto de consultoria gratuita que busca ajudar empresários no diagnóstico de suas dificuldades, além de apontar soluções para melhorar os negócios. A iniciativa é uma parceria do Sebrae nacional e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte. Em Pernambuco, o projeto conta com o apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL Recife), que dará assistência no estado. 

Ao todo, serão disponibilizadas 30 vagas por estado para empresas do segmento varejista e de serviços, no país. Para se inscrever, é necessário ter CNPJ ativo na Receita Federal, faturamento anual de até R$4,8 milhões e disponibilidade de tempo para interagir.

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O Varejo Inteligente tem duração de dez meses, e a programação envolve palestras, workshops, oficinas práticas e consultorias individuais. No final, será realizado um evento que vai unir as empresas e startups para sugerir soluções, com base nas demandas levantadas durante a execução do projeto.   

Os interessados podem se inscrever no site do Varejo Inteligente e preencher o formulário. Outras informações sobre o Varejo Inteligente pelo telefone (81) 3418.1101 ou pelo e-mail: institucional@cdlrecife.com.br.

O deputado federal e secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, Paulo Teixeira, anunciou que irá dialogar na Câmara dos Deputados para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a atuação do ex-juiz Sergio Moro na empresa Alvarez & Marsal, onde prestou consultoria.

Recentemente, o parlamentar e Moro trocaram farpas nas redes sociais, onde o petista mencionou a abertura de CPI, no último sábado (22). Agora, Teixeira precisa de 171 assinaturas para a abertura da comissão.

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No último dia 19, durante a repercussão da live do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo mencionou o interesse  em usar o relatório de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre possíveis irregularidades de Moro.

“Você destruiu muitas empresas brasileiras e depois foi trabalhar na recuperação judicial. Um exemplo típico da raposa que foi tomar conta do galinheiro. O Tribunal de Contas da União está investigando possível cometimento de crime”, escreveu.

Em dezembro, o ministro do TCU, Bruno Dantas, determinou que a Alvarez & Marsal apresentasse em detalhes os valores repassados ao ex-juiz na rescisão de contrato com a companhia. O escritório da empresa atuou na recuperação judicial da Odebrecht, um dos alvos da Lava Jato, na qual Moro foi juiz.

Dados informados pela Alvarez & Marsal ao TCU mostram que o escritório recebeu cerca de R$ 65 milhões de honorários de empresas envolvidas na operação; o equivalente a 77,6% dos seus recebimentos. Esses pagamentos foram feitos pelas empresas Odebrecht, OAS, banco BVA, Galvão Engenharia e grupo Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial) ao contratarem o escritório para atuação em processos de recuperação judicial ou falência.

Desde que o caso ganhou o conhecimento da mídia e a investigação foi iniciada, Moro nega afiliação contratual com a empresa responsável por recuperações judiciais e afirma, ainda, que nos dados do seu contrato constam outro CNPJ e fontes de receita. O ex-juiz encerrou seu contrato com a Alvarez & Marsal no último dia 31 de outubro. Ao TCU, a Alvarez & Marsal garantiu que não houve conflito de interesse e negou irregularidades na atuação de Moro.

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, determinou que a consultoria americana Alvarez & Marsal apresente os documentos ligados à saída do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) da empresa em outubro, quando o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública se lançou na política. O ministro quer informações sobre os valores pagos ao presidenciável, incluindo as datas das transações.

O despacho foi assinado no último dia 17, e ainda pede que a empresa, "a título colaborativo" informe o número de processos de recuperação em que atuou como administradora judicial desde 2013, detalhando quais empresas estavam em processo de recuperação, perante a quais varas da Justiça, além dos valores de honorários arbitrados pelos respectivos juízos.

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Dantas acolheu pedido do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que quer apurar possíveis "prejuízos aos cofres públicos pelas operações supostamente ilegais dos membros da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz Sérgio Moro, afetando a empresa Odebrecht mediante práticas ilegítimas de revolving door" - movimentação em que políticos ou servidores se tornam lobistas ou consultores na área em que atuavam -, e lawfare, "conduzido contra pessoas investigadas nas operações" da força-tarefa.

Em ofício encaminhado ao gabinete do ministro do TCU no último dia 10, Furtado diz que "se avaliam questões relativas a possíveis conflitos de interesse, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas".

Moro foi contratado pela Alvarez & Marsal após pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) acusando o presidente da República, Jair Bolsonaro, de suposta tentativa de interferência política na Polícia Federal - tema de inquérito que tramita junto ao Supremo Tribunal Federal.

O ex-aliado do chefe do Executivo, que deixou a magistratura para comandar o MJSP, se mudou para os Estados Unidos para área de 'Disputas e Investigações' da consultoria americana.

A A&M fornece serviços de consultoria, aprimoramento de desempenho de negócios e gestão de recuperação e atua, por exemplo, no processo de recuperação da Odebrecht - empreiteira que celebrou acordo de leniência com a Lava Jato e viu 77 de seus executivos fecharem delações premiadas, inclusive o patriarca Emílio Odebrecht e seu filho Marcelo Odebrecht, que foi condenado por Moro em diferentes ações penais.

Em seu perfil no Twitter, o ex-juiz da Lava Jato afirmou que "deixou o serviço público e trabalhou honestamente no setor privado para sustentar minha família". "Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões", escreveu. "Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflito de interesses. Repudio as insinuações levianas do Procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma", completou ainda o ex-juiz.

Da forma como foi aprovado pelo Congresso, o fundo eleitoral vai tirar um total R$ 4,93 bilhões de obras e serviços de interesse dos próprios parlamentares no ano que vem, de acordo com nota técnica da Consultoria do Senado ao qual o Broadcast Político teve acesso. O valor corresponde aos recursos que sairão das emendas de bancada estadual, calculadas em R$ 7,06 bilhões em 2022.

Bolsonaro anunciou que vetará o aumento, mas já admitiu um fundo eleitoral de R$ 4 bilhões, valor mínimo exigido pelo Centrão, o dobro do gasto com as campanhas nas eleições de 2020. Mesmo com o veto, o chamado fundão terá a garantia de no mínimo R$ 791 milhões no próximo ano, de acordo com a análise técnica assinada pelo consultor Augusto Bello de Souza Neto após consulta solicitada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

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Ao votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no último dia 26, o Congresso aprovou um dispositivo que muda o cálculo do fundo eleitoral em 2022, triplicando o valor gasto nas últimas eleições, para R$ 5,7 bilhões. Bolsonaro anunciou que vetará esse artigo, o que na prática deixará o valor final em aberto.

O montante será definido em outro projeto, o da Lei Orçamentária Anual (LOA), que será enviado pelo governo em agosto e precisa ser aprovado pelo Legislativo. Para Vieira, é um absurdo que o valor de R$ 5,7 bilhões possa ser sancionado pelo presidente, "ainda mais em plena crise econômica e com o drama da pandemia".

De acordo com a legislação, o valor do fundo eleitoral é estipulado com base na arrecadação de impostos oriunda do fim da propaganda partidária mais um porcentual não definido das emendas de bancada. Somente a primeira parte, porém, é obrigatória pela legislação em vigor, de acordo com o consultor. O cálculo apresentado é o seguinte: com o projeto aprovado pelo Congresso, o fundo teria R$ 791 milhões da arrecadação de impostos mais R$ 4,93 bilhões que saíram das emendas de bancada, montante equivalente a 25% das despesas da Justiça Eleitoral. Todos os anos, as bancadas do Congresso, formadas pelo conjunto de deputados e senadores de cada Estado, podem indicar recursos no Orçamento para obras do governo federal. Em ano eleitoral, porém, elas abrem mão de parte dos recursos para bancar as eleições.

"Os R$ 4,93 bilhões das emendas de bancada estadual de execução obrigatória deixarão de ser utilizados em serviços, obras e entregas diretas à sociedade para financiar as campanhas", diz a nota ao considerar o cenário de sanção do projeto aprovado pelo Congresso. Com isso, o chamado "fundão" tiraria 70% do total de recursos reservados para projetos indicados pelas bancadas no Orçamento. Além disso, se o artigo for sancionado por Bolsonaro, o Legislativo "não poderá recompor o montante original das emendas impositivas de bancada estadual", de acordo com o especialista.

A nota técnica será usada para pressionar o Executivo a vetar o aumento do gasto com as campanhas eleitorais, que somou R$ 2 bilhões no ano passado. Vieira e um grupo de deputados entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a votação da LDO e proibir o aumento do fundo para as campanhas no ano que vem. De acordo com a consultoria, é possível defender a tese de que o fundo eleitoral é inconstitucional porque fere a norma que tornou as emendas de bancada impositivas. O técnico pontuou, porém, que a lei atual garante o financiamento e que não há decisão do STF contra o chamado "fundão".

Mínimo

Se Bolsonaro vetar o dispositivo que turbinou o fundo eleitoral em 2022, o chefe do Planalto terá que encaminhar o Orçamento do ano que vem com um patamar mínimo de R$ 791 milhões, de acordo com a nota técnica. É o valor projetado pelo consultor para a arrecadação oriunda da extinta propaganda partidária. Técnicos da Câmara apresentaram um cálculo de R$ 803 milhões. De qualquer forma, a legislação garante esse patamar como obrigatório, mais um porcentual não definido das emendas de bancada. Para o consultor do Senado, "o Congresso Nacional não poderia ser obrigado a remanejar recursos das emendas impositivas de bancada estadual para o Fundo."

De acordo com Alessandro Vieira, a garantia de R$ 791 milhões apontada pela consultoria "é mais uma prova técnica de que o presidente Jair Bolsonaro só não veta o fundão porque não quer". "É absurdo esse recurso ser usado assim em qualquer momento, mais ainda durante a pandemia.". A nota da consultoria rebate a possibilidade de o chefe do Planalto sancionar apenas uma parte do artigo que garantiu um fundo de R$ 5,7 bilhões. Nesse caso, Bolsonaro é obrigado a sancionar ou vetar integralmente o dispositivo. Mesmo com o veto, o fundo eleitoral não é extinto, porque outro artigo na própria LDO garante a previsão da despesa para 2020.

A entidade estudantil da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (USP), FEA Social, divulgou a abertura de vagas para uma consultoria que visa auxiliar empreendedores em estágios iniciais com impacto socioambiental. Os participantes devem ser pessoas jurídicas com CNPJ ativo, experiência de dois anos no mercado empreendedor, possuir acesso à internet e disponibilidade para encontros on-line. Interessados devem realizar o cadastro por aqui: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfLOVgLyvL3K_xTwfU_3PqaCXqY0rlW0OeMt_hsdoqW-Y1uGw/viewform

O processo de seleção será dividido em três etapas e os resultados serão divulgados em 2, 5 e 23 de julho, respectivamente. Segundo a FEA Social, os selecionados receberão o resultado até a última semana de julho. O programa acontecerá no formato remoto, o que possibilita participantes de todos os estados do Brasil.

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De acordo com a FEA Social, a consultoria ocorrerá nos períodos de agosto a dezembro e será ministrada por estudantes da USP, que auxiliarão na otimização do empreendimento. Durante o programa, serão realizados diversos treinamentos e atividades que visam otimizar o crescimento profissional dos empreendedores e de suas equipes.

A FEA Social informou que demais dúvidas podem ser enviadas pelas redes sociais da entidade e também pelo e-mail:  feasocialusp@gmail.com 

Nesta segunda-feira (29), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançam uma nova etapa do programa 'Adapta Comércio'. A ação ofertará consultorias gratuitas e personalizadas a fim de auxiliar na gestão e inovação dos negócios e na implementação de protocolos de biossegurança para microempreendedores individuais (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte.

São 295 oportunidades, no total. Empreendimentos de todo o Estado dos setores de comércio, serviços e turismo podem participar. Os empreendedores que tenham interesse em receber as qualificações devem preencher um formulário.

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 Os gestores do Sebrae entrarão em contato para confirmar a candidatura, iniciando a ação. O trabalho será feito em quatro etapas: diagnóstico, elaboração do plano de ação, implantação e monitoramento; as consultorias serão realizadas remotamente, durante 60 dias, e serão integradas por uma equipe multidisciplinar de consultores e especialistas da FacSenacPE.

A metodologia utilizada consiste em quizzes, reuniões, aplicação de vídeos e fluxogramas e checklists para as ações. Em meio aos objetivos, estão apoiar o desenvolvimento e continuação das atividades no cenário do novo normal, ajustar práticas na busca por eficiência, estabelecer uma gestão mais competitiva e sugerir melhorias em atendimento, pessoas, logística, finanças, marketing e adaptações ao digital.

“Neste momento de estreitamento das restrições, o Senac entende o seu papel formador e apoia os empreendedores com as melhores práticas de gestão para garantir a sobrevivência dos negócios”, destaca o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, Bernardo Peixoto, segundo a assessoria.

O Brasil só alcançará a imunidade de rebanho com a vacina contra a Covid-19 em abril de 2022, segundo dados da consultoria Airfinity divulgados pelo colunista do Uol Jamil Chade. A projeção aponta que o país deve esperar mais de um ano para alcançar 75% da população imunizada.

Os dados da Airfinity são usados pelo setor farmacêutico no mundo como principal fonte de informações e inteligência sobre a vacinação e acordos na indústria.

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Para chegar na data, a consultoria levou em consideração os acordos fechados pelo governo brasileiro com empresas farmacêuticas e a capacidade nacional de produção.

O Brasil deverá vacinar todas as pessoas de maior risco e os trabalhadores de saúde até o início de agosto. De acordo com o governo federal, 5,4% dos brasileiros receberam ao menos uma dose. 

O levantamento da Airfinity indica que países conseguirão alcançar a imunização meses antes do Brasil. Nos Estados Unidos, a população de maior risco deve estar completamente vacinada até o final de abril. Até o final de agosto, 75% dos estadunidenses estarão imunizados.

No Reino Unido, o grupo de maior risco deverá estar vacinado em maio. A imunidade de rebanho será atingida na última semana de agosto. No Japão, sede das Olimpíadas, a vacinação da população de risco se dará até junho. Em outubro, o país alcançará os 75% de vacinados. 

A expectativa é que a China consiga imunizar 20% até maio. A marca de 75% de imunização, entretanto, poderá ser alcançada só em junho de 2022.

A chegada de um novo ano traz a expectativa de novas possibilidades. No entanto, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), a incerteza quanto ao futuro também ganha espaço, porém, ainda assim, há expectativa de crescimento em alguns setores, motivando pessoas que almejam uma colocação no mercado de trabalho.

A consultoria de seleção e recrutamento Robert Half listou, para a reportagem do LeiaJá, quais serão as profissões que estarão em alta e os setores com maior expectativa de crescimento em 2021. O diretor geral da consultoria, Fernando Mantovani, explica que, segundo dados do Guia Salarial 2021, pesquisa realizada anualmente pela empresa, entre os segmentos com maior expectativa de crescimento, estão os de tecnologia, saúde e infraestrutura.

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“De acordo com dados do Guia Salarial 2021, o estudo anual da Robert Half que analisa, entre outros fatores, as principais tendências de recrutamento, os setores com maior expectativa de crescimento, no que tange o volume de contratações, são: Tecnologia, Saúde, Agronegócio, Infraestrutura e Logística”, conta. Sobre os cargos que estarão em alta em 2021, Mantovani informa que há posições em destaque em diferentes segmentos de atuação.

“É possível observar cargos em destaque dentro das mais diversas áreas de atuação existentes. O Guia Salarial da Robert Half mapeia as posições permanentes e por projetos em alta nas áreas de Finanças e Contabilidade, Engenharia, Jurídico, Mercado Financeiro, Seguros, Recursos Humanos, Vendas e Marketing e Tecnologia", explica o diretor. Confira as áreas:

Finanças e contabilidade

Tesouraria – coordenador (R$ 7.600 a R$ 16.850) e gerente (R$ 11 mil a R$ 35 mil)

Contabilidade/Fiscal – analista (R$ 5 mil a R$ 11 mil) e coordenador (R$ 8 mil a R$ 17 mil)

Fusão e aquisição – gerente (R$ 14.250 a R$ 45 mil)

Controles internos – coordenador (R$ 8.200 a R$ 18 mil)

Planejamento financeiro/Controladoria – analista (R$ 6 mil a R$ 12 mil) e coordenador (R$ 8.200 a R$ 18 mil)

Engenharia

Comprador (R$ 3.500 a R$ 15.650)

Engenheiro de aplicação (R$ 3.900 a R$ 17.6 mil)

Gerente de operações (R$ 17.050 a 68.5 mil)

Gerente de supply chain (R$ 15.500 a 48.5 mil)

Gerente de projetos (R$ 13.150 a 43.050)

Jurídica

Generalista de empresa (R$ 11.950 a R$ 32.8 mil)

Advogado contencioso cível (R$ 9.050 a R$ 21.850)

Advogado trabalhista (R$ 9.050 a R$ 21.400)

Advogado tributário (R$ 9.750 a R$ 22.750)

Advogado contratual (R$ 7.750 a R$ 15.950)

Vendas e marketing

Head of growth (R$ 13 mil a R$ 42 mil)

CX (customer experience) (R$ 2.200 a R$ 8.9 mil)

Executivo de vendas (R$ 5.550 a R$ 25.2 mil)

Gerente comercial regional (R$ 6.950 a R$ 25.2 mil) e nacional (R$ 10.350 a R$ 42.050)

Gerente de e-commerce (R$ 8.300 a R$ 30.250)

Mercado financeiro

Fusões e aquisições – analistas (R$ 11.700 a R$21 mil ) e associados (R$ 17.300 a R$31 mil)

Crédito/reestruturação de dívidas – analistas (R$ 11.050 a R$ 19.750)

Finanças – analistas (R$ de 8.100 a R$ 14.550), gerentes (R$ 17.650 a R$ 31.6 mil) e CFO (R$ 44.300 a R$ 74.5 mil)

Riscos/compliance/auditoria – gerentes (R$ 19.100 A R$ 34.2 mil) e diretores (R$ 23 mil a R$ 41.150)

Analista de back office (R$ 7.900 a R$ 14.2 mil)

Recursos Humanos

Especialistas (R$ 8.950 a R$ 16.1 mil) e gerentes seniores (R$ 14.050 a R$ 26.8 mil) Business Partner – coordenadores (R$ 7.650 a R$ 15.4 mil) e gerentes seniores (R$ 17.900 a R$ 28.2 mil)

Departamento pessoal – gerente (R$ 10.650 a R$ 22.150), coordenador (R$ 6.400 a R$ 12.7 mil) e analista (R$ 4.650 a R$ 9.350)

Gerentes de RH generalistas (R$ 13.200 R$ 29.5 mil)

Head de RH (R$ 22.600 a R$ 49 mil)

Seguros

Produtos – analistas (R$ 6.850 a R$ 14 mil) e especialistas (R$ 9.950 a R$ 19.450)

Atuarial – analistas (R$ 8.900 a R$ 14 mil), especialistas (R$10 mil a R$ 19 mil) e gerentes (R$ 12.700 a R$ 25.850)

Precificação – analistas (R$ 6.400 a R$ 13.050) e especialistas (R$ 9.800 a 19.950)

Finanças – analistas (R$ 6.550 a R$ 13.3 mil), gerentes (R$ 16.650 a R$ 33.850) e CFO (R$ 33.700 a R$ 68.5 mil)

Tecnologia

Segurança da informação – coordenador (R$ 13.200 a R$ 21 mil)

Cientistas/engenheiros de dados (R$ 13.100 a R$ 26.7 mil)

Desenvolvedores/engenheiros de software (R$ 9.250 a R$ 18.9 mil)

Infraestrutura/Cloud – coordenador (R$ 9.250 a R$ 18.850)

Business Intelligence - gerente (R$ 15.350 a R$ 31.4 mil)

Busque qualificação para garantir o seu espaço

Para quem deseja se preparar para entrar no mercado de trabalho em 2021, a coordenadora de recursos humanos administrativa do Grupo Ser Educacional, Amanda Monteiro, citou que as pessoas que não têm muita habilidade com as ferramentas tecnológicas devem se capacitar na área. “Quem não tem, por exemplo, habilidade com ferramentas de tecnologia, essa é a hora de se capacitar nesse sentido, de estudar, de ler, de buscar os cursos. Hoje, muitas coisas mudaram e vão cada vez mais imigrar para uma era digital. Então, conhecer ferramentas de reunião on-line, de planilhas, de compartilhamento de dados. Isso aí vai ser fundamental para as pessoas, além de uma boa capacidade de disciplina para controlar sua agenda e poder conseguir fazer as entregas mesmo se estiver trabalhando home office”, pontua.

Já o diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH BRASIL), Paulo Sardinha, citou três pontos para quem deseja se preparar para ingressar no mercado de trabalho no próximo ano. “A preparação passa por aspectos mais ou menos conhecidos: educação, networking, conhecimento de mercado em que ele deseja atuar. Esses são os três itens fundamentais para dar partida”, afirma.

Sobre os requisitos básicos que todo candidato deve ter, independente da área de atuação, a segurança é um dos pontos destacados por Amanda. “Segurança naquilo que se fala, naquilo que se propõe, na sua visão de futuro. Precisa ter também uma grande capacidade de adaptação, isso aí mais do que nunca a gente está buscando nas pessoas. Resiliência, capacidade de adaptação, de flexibilidade, disponibilidade e, principalmente, vontade, o brilho nos olhos, aquele desejo, aquela vontade de se engajar no propósito da empresa e construir uma história”, ressalta.

Nesse mesmo sentido, Paulo indicou dois requisitos básicos, sendo a compreensão do inglês um deles. “Um é a familiaridade com o idioma inglês, não precisa necessariamente falar fluentemente, a não ser que a vaga peça, claro, mas pelo menos ter um grau de leitura. Conhecer o segmento, procurar ter informações sobre a atuação da empresa na medida que ele conhece, sempre se manter em uma postura alerta, proativo, sem exagerar. É sempre importante se estar familiarizado com o que está acontecendo na parte de tecnologia, algumas ferramentas ligadas a sua área conhecendo bem e outras, de uma maneira geral, pelo menos conhecer, saber falar”, indica o diretor.

“Procurar sempre fazer cursos, participar de eventos que levem ele a uma atualização e que ele possa se mostrar como uma pessoa antenada com o que está acontecendo e participando dos acontecimentos mais recentes”, acrescenta Paulo.

O psicólogo clínico, headhunter e professor universitário da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau nos cursos de psicologia, gestão comercial e gestão de recursos humanos, Cleyson Monteiro, conta que o diferencial que o candidato a uma vaga no mercado de trabalho deve ter para se destacar, em meio aos concorrentes, é a empatia. “O mercado de trabalho, hoje, tem sofrido muitas mudanças e dentre essas mudanças, o mercado tem buscado profissionais que sejam extremamente flexíveis, preparados e com inteligência emocional. A inteligência emocional é a habilidade de lidar com as situações adversas, como pressão, empatia, que fazem com que o profissional precise administrar conflitos, gerenciar objetivos e alcançar as metas, trabalhar em cima daquilo que o mercado busca, que são as metas", destaca o psicólogo.

O diferencial é um profissional empático, que saiba se colocar no lugar do outro, e que tenha a flexibilidade de poder trabalhar em horários distintos, de poder se mudar e viajar frequentemente, já que as empresas exigem e cada vez mais elas estão ampliando suas possibilidades, como também um indivíduo que cuide de si para que possa cuidar do outro. Então esses diferenciais são muito bem objetivados e observados pelos recrutadores no mercado de trabalho”, acrescenta.

Quanto às competências e habilidades técnicas e comportamentais necessárias aos candidatos, Buarque afirma que é preciso ter os conhecimentos técnicos nas ferramentas tecnológicas a serem usadas por esses profissionais. “Para essas posições, precisa ter sólidos os conhecimentos técnicos nas ferramentas de tecnologia que eles vão utilizar, seja para aplicação, para desenvolvimento ou para análise, então eles precisam ter uma forte habilidade técnica na questão das tecnologias que serão utilizadas. Também uma boa capacidade de análise, de entrega nos prazos, porque isso aí é uma situação muito importante para quem trabalha nessa área de TI (tecnologia da informação); é importante trabalhar com prazo e ser disciplinado”, pontua Amanda Monteiro.

O psicólogo Cleyson Monteiro ainda alerta para os cuidados com o próprio corpo e mente que os profissionais precisam preservar. "Não adianta você ser muito bom profissional, não adianta você ter todas essas habilidades e competências e você não estar dormindo, você não estar se alimentando bem, você não estar cuidando do corpo, você não estar cuidando da sua mente, não estar cuidando da família, não estar cuidando daquilo que lhe faz bem. Então, o grande desafio das competências e habilidades, sejam elas técnicas ou organizacionais, é o fato de que as pessoas precisam cuidar de si", orienta.

Passados pouco mais de sete meses de seu conturbado desembarque do governo Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro começou, nessa terça-feira (1º), um novo capítulo de sua carreira. Agora, pela primeira vez, na iniciativa privada. O ex-juiz federal que ganhou expressão internacional pela atuação na Operação Lava Jato é o novo sócio-diretor da consultoria de gestão de empresas Alvarez & Marsal.

Gigante americana com atuação global, a empresa conta com mais de 500 funcionários no Brasil e, além da sede em São Paulo, tem escritórios no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

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O Estadão conversou com o executivo Marcos Ganut, líder do setor que vai alocar o ex-ministro, e com o próprio Sérgio Moro para entender o novo trabalho.

As negociações, conta Ganut, levaram cerca de cinco semanas e envolveram rodadas de conversas com equipes no Brasil e no exterior. Com a contratação, Moro se junta a outros nomes egressos do setor público que já trabalham na consultoria - incluindo ex-procuradores e servidores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

"Essa já é uma prática bastante robusta globalmente na empresa. Nós temos, por exemplo, pessoas que vieram do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, com um background também de ter vivido de um ângulo diferente do processo de investigação", explica Ganut. "Não é uma novidade para a empresa. Claro que a gente está falando de uma figura que tem uma expressão ainda maior para o nosso mercado", completa.

Na A&M, Moro vai atuar na área de 'Disputas e Investigações'. O foco do trabalho será ajudar empresas clientes no desenvolvimento de políticas antifraude e corrupção, governanças de integridade e conformidade e políticas de compliance.

"A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Tem que trabalhar dos dois lados", diz o novo sócio-diretor da consultoria.

Segundo o ex-ministro, a migração ao setor privado não afasta sua atuação na defesa de uma agenda anticorrupção. Mas o objetivo agora é 'ajudar as empresas a fazer a coisa certa'.

"As empresas não precisam esperar o Congresso ou o governo para dizer o que precisa ser feito", afirma. "No fundo, a minha ida a uma empresa como a Alvarez & Marsal segue a mesma linha do que eu sempre defendi: que é importante nós adotarmos políticas de integridade e anticorrupção. O caminho do setor privado é um caminho absolutamente louvável também, não há nenhum demérito em relação a se trabalhar por esses objetivos no setor público", disse.

O anúncio de sua contratação, no último domingo (29), levantou a discussão sobre um possível conflito de interesses. Isso porque o rol de clientes atendidos pela consultoria inclui empresas investigadas na Operação Lava Jato. A Alvarez & Marsal foi designada, por exemplo, como agente de recuperação judicial da Odebrecht - empreiteira que firmou acordo de leniência com a força-tarefa de Curitiba e viu 77 de seus executivos fecharem delação premiada, inclusive o patriarca Emílio Odebrecht e seu filho Marcelo Odebrecht, que foi condenado por Moro em diferentes ações penais. Também trabalha na reestruturação da Queiroz Galvão e atende ainda a OAS e a Sete Brasil.

Moro e Ganut afirmam que a questão foi pensada antes da assinatura do contrato e, para evitar questionamentos, incluída uma cláusula que proíbe expressamente a atuação do novo sócio em qualquer caso que inclua empresas envolvidas em processos que já passaram por suas mãos nos tempos de magistratura.

"Tanto eu quanto a Alvarez & Marsal concordamos expressamente com essa cláusula para evitar qualquer tipo de questionamento", afirma Moro. "Nós estamos aqui para fazer a coisa correta e não o contrário".

Além disso, segundo os executivos, a empresa funciona através de um modelo de unidades de negócios setorizadas e com equipes independentes.

"O setor que atende essas empresas da Lava Jato é outro setor que não aquele que eu vou trabalhar", adianta o ex-ministro, que avalia que houve uma 'confusão desnecessária' em torno da contratação.

Na mesma linha, Ganut afirma que o objetivo com a contratação de Moro foi atender a uma demanda das próprias empresas em busca de consultorias especializadas para adequação aos padrões de integridade e compliance globais.

"Em nenhum momento a gente fez nenhum desenho pensando em qualquer discussão decorrente ou remanescente de Lava Jato. A agenda é muito pró-privado, dentro de um ambiente de negócios onde a gente já atua, já tem presença global. A chegada dele só faz fortalecer esse movimento. A figura dele de combate à corrupção trazida para o setor privado tem um valor enorme e acho que esse é o contexto da contratação dele", diz.

Na nova rotina, quando estiver superada a pandemia e com ela o home office, o ex-juiz e ex-ministro deve enfrentar a ponte aérea internacional pelo menos uma vez por mês. Apesar da atuação global, por ora, segundo Moro, o plano é continuar em Curitiba. "Vou colocar uma plaquinha aqui: filial da Alvarez & Marsal", brinca.

Perguntado sobre os planos políticos e eventuais pretensões eleitorais para a disputa presencial em 2022, Moro desconversa e diz que 'não é o momento de pensar nisso'.

"O foco hoje, a agenda, é trabalhar no setor privado, assistindo as empresas para fazer a coisa certa na condução dos seus negócios. Sobre projetos políticos, esse não é foco", diz. "Como cidadão a gente permanece discutindo e defendendo as pautas nas quais nós acreditamos. Acho que qualquer projeto que se discute precisa levar em consideração essa agenda anticorrupção também", observa.

Leia abaixo a entrevista completa:

ESTADÃO: Há dois anos, o Sr. ainda era juiz federal, depois passou pelo cargo de ministro de Estado e agora está assumindo como sócio-diretor de uma consultoria global. Para quem vem da magistratura, que é uma carreira relativamente estável, como foram todas essas mudanças?

SÉRGIO MORO: Eu fui juiz criminal por mais de 20 anos, depois fui Ministro da Justiça e Segurança Pública e, especialmente nos últimos anos, a dedicação foi muito intensa ao enfrentamento da corrupção, como juiz da Lava Jato e depois como ministro da Justiça, buscando no segundo caso implementar políticas anticorrupção. Indo agora para o setor privado, a minha intenção basicamente é continuar fazendo um papel similar, mas no âmbito do setor privado. Minha crença em particular é que o setor privado brasileiro tem muito a contribuir em relação a esta temática de adoção de políticas de integridade e a Alvarez & Marsal é uma empresa internacionalmente renomada, com um grande time. Recebi com muita satisfação este convite para trabalhar em conjunto. Ou seja, é ajudar as empresas a fazer a coisa certa. Isso pode fazer a diferença independentemente do governo, do Congresso. As empresas não precisam esperar o Congresso ou o governo para dizer o que precisa ser feito. Precisa fazer a coisa certa, precisa ter sistemas de compliance efetivos, precisa ter investigações corporativas quando necessário.

ESTADÃO: E o que muda agora com a ida ao setor privado?

SÉRGIO MORO: O Brasil foi uma referência, durante a Lava Jato, com uma onda anticorrupção aqui na América Latina e que de certa maneira também chegou no mundo todo por conta das operações de cooperação internacional com a Suíça, com a Dinamarca, com a Noruega, com os Estados Unidos. As empresas brasileiras que querem ter negócio lá fora estão percebendo cada vez mais a necessidade de buscar as melhores práticas com inspiração dos standarts norte americanos, europeus. A Lava Jato representou um despertar muito forte no Brasil em relação a esta preocupação das empresas com a integridade, também do setor público. Hoje estamos vendo alguns eventuais reveses no setor público, mas o setor privado pode caminhar com as próprias pernas. E até a minha percepção é a de que as empresas querem ir muito além das exigências que estão sendo feitas pelo setor público. Isso a gente tem visto de uma maneira muito clara, por exemplo, no setor ambiental: as empresas querendo adotar políticas de conformidade mesmo diante de posturas eventualmente questionáveis no âmbito do setor público. A mesma coisa para essas políticas de integridade: as empresas querem se antecipar a problemas e para isso precisam ter sistemas de compliance, sistemas de prevenção a corrupção dentro do seu meio ou na interação do setor público com o privado que podem fazer a diferença, podem fazer com que o País avance muito no setor privado e isso já pode fazer uma grande diferença no que se refere à diminuição da corrupção.

No fundo, a minha ida a uma empresa como a Alvarez & Marsal segue na mesma linha do que eu sempre defendi: de que é importante nós adotarmos políticas de integridade e anticorrupção. O caminho do setor privado é um caminho absolutamente louvável também, não há nenhum demérito em relação a se trabalhar por esses objetivos no setor público. A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Tem que trabalhar dos dois lados. Prevenir certamente é a melhor política. Isso, na minha percepção, também é bom para os negócios. Além de garantir que a empresa não se envolva em riscos reputacionais ou riscos de danos, porque muitas destas empresas que se envolveram de alguma forma em problemas criminais tiveram até risco de desaparecimento, sofreram grandes baques financeiros, no meu entendimento, no médio e no longo termo, é bom também para os negócios, atrai investimentos. Não é só uma questão de fazer a coisa certa, mas é bom também para os lucros.

ESTADÃO: E o escritório de advocacia em Curitiba, como fica?

SÉRGIO MORO: Eu estou no escritório inclusive. Vou colocar uma plaquinha aqui: filial da Alvarez & Marsal. Na verdade essa escritório é da minha esposa, tem que pedir para ela.

ESTADÃO: Quando e como foram as negociações para assumir esse cargo?

MARCOS GANUT: Como firma global, dentro das várias iniciativas que a área de Disputas e Investigações atua globalmente, surgem naturalmente oportunidades e discussões de negócios em que a gente tem que trazer talentos para dentro de casa - talentos estes que vão atuar em uma plataforma global. Dentro deste pensamento a gente tomou conhecimento de que o Moro estaria procurando um caminho na iniciativa privada e assim foi a chegada dele aqui.

Nós soubemos no mercado, somos mais de cinco mil pessoas pelo mundo, estamos conectados com esses departamentos, com o mundo de investigação, com o mundo de tecnologia, etc., soubemos que existiria a oportunidade, porque o Moro estava olhando para o setor privado. E aí foi uma investida da Alvarez & Marsal para acessar o Moro e apresentar as possibilidade sde negócio. Percebemos que havia uma conciliação do interesse dele com aquilo que a gente já faz e as conversas foram avançando. Levou umas cinco semanas, entre acessá-lo e a gente conseguir fechar o acerto dele, levou-se uns 35 a 45 dias. Houveram várias rodadas com o time daqui e com o time internacional.

A gente já tinha feito algumas contratações relativamente recentes pessoas com experiências de procurador de estado, de Departamento de Justiça pelo mundo. Isso não é uma novidade para a empresa. Claro que a gente está falando de uma figura que tem uma expressão ainda maior para o nosso mercado e, estrategicamente pensando, estamos olhando para um negócio que cresce a passos largos.

ESTADÃO: Qual será exatamente a sua função na área de 'Disputas e Investigações' da consultoria?

SÉRGIO MORO: A perspectiva é atuar globalmente. Isso não significa que não vai ser atendido o mercado brasileiro, vai sim. Mas a ideia principal é atuar globalmente, porque é uma empresa global. A própria equipe aqui no Brasil, embora também focada nos projetos para atender as empresas brasileiras, corriqueiramente está envolvida em projetos internacionais. Até porque nessa área de integridade e de compliance existe uma progressiva uniformização de standarts buscando os níveis mais altos. Isso dá vantagem a uma empresa global como a Alvarez & Marsal.

MARCOS GANUT: Na parte de disputas, a gente atua em disputas de infraestrutura, disputas de contratos de concessão, disputas societárias, econômicas, contábeis, de transações. A parte de investigação eu separaria em dois blocos, mas isso pode derivar em uma série de serviços: o bloco de práticas, políticas e prevenção e, quando algumas vezes isso não é efetivo, exige alguma intervenção sobre o incidente. Aí nós estamos falando em de fato fazer uma investigação corporativa, uma resposta a um ciberataque, por exemplo.

ESTADÃO: Quais são hoje as principais demandas das empresas clientes nesta área de 'Disputas e Investigações' da consultoria?

MARCOS GANUT: A gente tem demandas diversas. Empresas que querem as suas boas práticas de integridade, não só na gestão do dia a dia de negócios, mas gestão ambiental, gestão da forma de lidar com reguladores e agentes, gestão na forma de pagamentos.

ESTADÃO: Como será composta a remuneração?

MARCOS GANUT: Ele tem dedicação exclusiva para a Alvarez & Marsal. Ele é remunerado pelo trabalho que ele participa. Ele não tem nenhum benefício financeiro, direto ou indireto, de qualquer trabalho de outros setores. A remuneração dele está vinculada aos projetos nas unidades de Disputa e Investigação.

ESTADÃO: Ontem o Sr. se manifestou pela primeira vez sobre a admissão como sócio-diretor da Alvarez & Marsal e logo disse que não vai atuar em casos de potencial conflito de interesses. Dá para explicar melhor o que poderia configurar um caso do tipo? Como pretende, se é que pretende, contornar esse tipo de situação envolvendo empresas cujos executivos o Sr. colocou no banco dos réus?

SÉRGIO MORO: Tem havido uma confusão desnecessária. A Alvarez & Marsal não é uma empresa de advocacia, não é uma empresa dedicada a realizar defesa dessas empresas perante a Justiça, é uma empresa de reestruturação, de transformação dessas empresas. No fundo, é uma consultoria que está ali a orientar as empresas a fazer a coisa certa, inclusive se antecipar a este tipo de problema. Ajudar as empresas a implementarem sistemas efetivos de compliance, promover investigação corporativa quando a própria empresa identifica malfeitos… Não tem nada a ver esta crítica que foi feita na linha de que, por exemplo, eu estaria me juntando a Alvarez & Marsal para defender a Odebrecht. Primeiro, meu próprio contrato prevê que eu não atue em casos que possam envolver eventual conflito de interesses. Segundo, o setor que atende essas empresas da Lava Jato é outro setor que não aquele que eu vou trabalhar. E também a perspectiva é uma atuação global. Eu vou ficar aqui em Curitiba, mas estão previstas idas a São Paulo, aos Estados Unidos, idas a outros países. Existe uma clientela mundial. Não tem qualquer relação com essas empresas da Lava Jato. E, como eu disse, o trabalho não é de defender as empresas, é de fazer com que elas atuem da maneira correta. Qualquer situação de potencial conflito será afastada. Essa cláusula é expressa no contrato e tanto eu quanto a Alvarez & Marsal concordamos expressamente com ela para evitar qualquer tipo de questionamento. Evidentemente que nem eu, nem a Alvarez & Marsal, ninguém ia fazer nada ilegal. É uma empresa que tem reputação. Eu tenho a minha reputação, eu tenho a minha credibilidade, assim como a empresa. Nós estamos aqui para fazer a coisa correta e não o contrário.

MARCOS GANUT: Esses serviços prestados a empresas investigadas na Lava Jato são feitos por outras unidades de negócio da Alvarez & Marsal, as áreas de administração judicial e de reestruturação de empresas, que têm o seu time, que têm os seus sócios que tomam conta do negócio. Apesar de fazerem parte da Alvarez & Marsal, nós estamos falando de estruturas distintas, com objetivos distintos. Independente da chegada do Moro na Alvarez & Marsal, isso já é uma prática de muito tempo dentro da companhia. A gente vive em um mundo corporativo com um layer muito robusto de conflitos e, quando identificados determinados conflitos, permitem a gente aceitar ou não trabalhos ou fazer a segregação adequada. Aqui a gente tem um elemento complementar, no caso do ministro, porque além de estar separado em uma outra business unit, não vai atuar, conforme todas as condições contratuais.

A gente tem uma coordenação global bastante forte no nosso time de Disputa e Investigação e a gente obviamente debateu essa questão quando surgiu a oportunidade de conversar com o Moro. Em nenhum momento a gente fez nenhum desenho pensando em qualquer discussão decorrente ou remanescente de Lava Jato. A agenda é muito pró-privado, dentro de um ambiente de negócios onde a gente já atua, já tem presença global. A chegada dele só faz fortalecer esse movimento. A figura dele de combate à corrupção trazida para o setor privado tem um valor enorme e acho que esse é o contexto da contratação dele.

ESTADÃO: Já conheceu a equipe? Já foi alocado em um primeiro projeto?

SÉRGIO MORO: Estão sendo construídas agendas para atendimento aos clientes e para conhecimento das equipes. Como é uma empresa robusta, com várias unidades e mais de 500 funcionários só no Brasil, é algo que evidentemente leva o seu tempo.

MARCOS GANUT: A gente acaba compondo as equipes. Tem um time de tecnologia, disputas econômicas, infraestrutura, ambiental. O Moro vai ser também um executivo que tem a possibilidade de buscar nesses vários recursos as competências necessárias dependendo de cada tipo de serviço, de cada indústria que a gente atende. O nosso desafio agora é agenda. A gente tem um número importante de reuniões internas com os times, incluindo o internacional, e projetos que já estão acontecendo e os que estão chegando. Esta é a dinâmica bastante intensa que a gente vem acertando desde segunda-feira.

ESTADÃO: Sua nova missão afasta planos políticos ou não há cláusula de impedimento do contrato com a consultoria? O que o Sr. programa para 2022 no plano político?

SÉRGIO MORO: O foco hoje, a agenda, é trabalhar no setor privado, assistindo as empresas para fazer a coisa certa na condução dos seus negócios. Sobre projetos políticos, esse não é foco. Não é o momento de pensar nisso. Como cidadão a gente permanece discutindo e defendendo as pautas nas quais nós acreditamos. Acho que qualquer projeto que se discute precisa levar em consideração essa agenda anticorrupção também.

ESTADÃO: Embora negue pretensões eleitorais, o Sr. diz que deseja continuar contribuindo ao debate público. Como?

SÉRGIO MORO: Você não precisa ser juiz, procurador, policial, ministro, presidente, para fazer a coisa certa. As empresas, os seus dirigentes, os seus líderes têm condições de andar por sua própria conta. No Brasil, hoje, a principal expectativa é esta. A confiança maior de que o setor privado avance nessa área com maior velocidade e atendo a estes parâmetros internacionais.

ESTADÃO: Apesar dessa nova fase na iniciativa privada, o Sr. ainda é protagonista de inquéritos e processos importantes envolvendo figuras públicas. Um dos mais relevantes é o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. Recentemente ele abriu mão de prestar depoimento e, com isso, o inquérito está chegando ao fim. Já se avalia que o estrago para o presidente foi mais político do que jurídico. Quando o Aras pediu a abertura do inquérito ao Supremo, ele apontou também possível denunciação caluniosa e crime contra a honra. Teme que esse inquérito possa se virar contra o Sr.?

SÉRGIO MORO: Tenho muito orgulho e tenho muito conforto em relação às decisões que tomei na Lava Jato, foi a maior operação contra a corrupção da história do Brasil. E também em relação às minhas decisões e ações no Ministério da Justiça, inclusive quanto a minha saída. Expus ali as minhas razões. É uma investigação que corre nas mãos de outras pessoas, não tenho responsabilidade sobre elas. Mas eu estou bastante tranquilo.

Recém-contratado como sócio-diretor da consultoria de gestão de empresas Alvarez & Marsal, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou que sua migração para a iniciativa privada não o afasta da agenda anticorrupção. "As empresas não precisam esperar o Congresso ou o governo para dizer o que precisa ser feito. A minha ida para uma empresa como a Alvarez & Marsal segue a linha do que eu sempre defendi, que é importante nós adotarmos políticas de integridade e anticorrupção. Não há nenhum demérito em relação a se trabalhar por esses objetivos no setor público", disse Moro ao Estadão.

Responsável pela área que vai alocar o ex-ministro da Justiça, o executivo da M&A Marcos Ganut afirmou que as negociações com Moro levaram cerca de cinco semanas e envolveram rodadas de conversas com equipes no Brasil e no exterior. Segundo ele, não é novidade na empresa a contratação de egressos do setor público.

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"Nós temos pessoas que vieram do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, com um background também de ter vivido de um ângulo diferente este processo de investigação", disse o executivo à reportagem. "Não é uma novidade para a empresa. Claro que a gente está falando de uma figura que tem uma expressão ainda maior para o nosso mercado."

Na A&M, Moro vai atuar na área de "Disputas e Investigações". O foco do trabalho será ajudar empresas no desenvolvimento de políticas antifraude e anticorrupção, governança de integridade e conformidade e políticas de compliance. "A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Tem de trabalhar dos dois lados", disse Moro.

O anúncio da contratação do ex-juiz da Lava Jato - feito no domingo passado - levantou a discussão sobre um possível conflito de interesses. Isso porque o rol de clientes atendidos pela consultoria inclui empresas investigadas na Lava Jato. A A&M foi designada, por exemplo, como agente de recuperação judicial da Odebrecht - empreiteira que fechou acordo de leniência com a força-tarefa de Curitiba e teve dezenas de executivos que fizeram delação premiada, entre eles Marcelo Odebrecht, que foi condenado por Moro. A consultoria também trabalha na reestruturação da Queiroz Galvão e atende, ainda, a OAS e a Sete Brasil.

Cláusula

Moro e Ganut afirmaram que essa questão foi pensada antes da assinatura do contrato e, para evitar questionamentos, foi incluída uma cláusula que proíbe expressamente a atuação do novo sócio em qualquer caso que envolva empresas cujos processos tenham passado por ele nos tempos de magistratura.

"Tanto eu quanto a A&M concordamos expressamente com essa cláusula. Nós estamos aqui para fazer a coisa correta, não o contrário. E o setor que atende essas empresas da Lava Jato é outro setor que não aquele em que eu vou trabalhar", disse o ex-ministro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue a possibilidade de crime de corrupção na contratação do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro pela empresa norte-americana de consultoria Alvarez & Marsal.

Segundo o requerimento feito pelo deputado, a lógica da própria Lava Jato justificaria a investigação já que a Alvarez & Marsal é responsável por administrar a recuperação da Odebrecht e Moro, na condição de juiz, autorizou o acordos de leniência e delações premiadas que beneficiaram a empresa, seus sócios e executivos.

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"Não há dúvida de que, segundo a lógica que inspirou os trabalhos da Operação Lava Jato, hoje assumidamente liderados pelo então juiz Sérgio Moro, situações dessa natureza seriam em tese caracterizadas como justa causa para investigação criminal pelo delito de corrupção, justificando-se a busca de elementos informativos sobre as vantagens ou promessa de vantagens supostamente solicitadas, recebidas ou aceitas em troca de atos praticados na condição de funcionário público", argumenta o deputado.

Em ofício à PGR, Teixeira pede que sejam apurados "valores e condições" tanto da contratação da Alvarez & Marsal pela Odebrecht quanto de Moro pela consultoria norte-americana.

"Diante desse cenário, é urgente que se apure as relações, as condições e os valores envolvidos nos contratos celebrados entre o Grupo Odebrecht, a consultoria norte-americana Alvarez & Marsal e, agora, o sr. Sergio Fernando Moro. As decisões proferidas pelo então juiz Sérgio Moro provocaram significativos impactos políticos, sociais e econômicos ao país. Sua atuação foi decisiva para que fossem celebrados acordos e concedidos benefícios ao Grupo Odebrecht, seus sócios e executivos. O mínimo que se espera é que os desdobramentos dessa operação sejam trazidos às claras e que haja transparência na conduta dos envolvidos", diz o ofício.

O deputado argumenta ainda que, na condição de juiz, Moro teve acesso a documentos da investigação contra a Odebrecht que ainda não vieram à tona, podem ser motivo de novas investigações e ser utilizados a favor da empresa.

"Além disso, é evidente que, durante o exercício do cargo de juiz federal da 13ª Vara Federal de Curitiba, o Sr. Sergio Fernando Moro teve amplo acesso a documentos e elementos de prova referentes ao Grupo Odebrecht, muitos dos quais ainda permanecem em sigilo e podem ensejar novas medidas investigativas, fato que poderá ser utilizado em benefício da atual administração", diz o documento.

Procurados, a Alvarez & Marsal e o ex-ministro responderam que não vão comentar o pedido do deputado.

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro se manifestou, nesta segunda-feira (30), sobre a admissão como sócio-diretor da consultoria americana de gestão de empresas Alvarez & Marsal sete meses após deixar o governo Bolsonaro. Nas redes sociais, confirmou a contratação, que havia sido anunciada pela empresa no domingo (29), e negou conflito de interesses no novo cargo.

"Ingresso nos quadros da renomada empresa de consultoria internacional Alvarez&Marsal para ajudar as empresas a fazer coisa certa, com políticas de integridade e anticorrupção. Não é advocacia, nem atuarei em casos de potencial conflito de interesses", escreveu em sua conta no Twitter.

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O novo endereço comercial do ex-juiz da Lava Jato, que fez fama como linha dura contra a corrupção ao condenar empreiteiros, doleiros, lobistas e políticos de diversos partidos, incluindo o ex-presidente Lula na ação do triplex do Guarujá, afasta por agora especulações sobre uma possível incursão no campo eleitoral para concorrer à presidência em 2022.

Na A&M, Moro vai atuar na área de 'Disputas e Investigações' da empresa em nível global, com base na sede da empresa em São Paulo. O foco do trabalho será o desenvolvimento de políticas antifraude e corrupção, governanças de integridade e conformidade e políticas de compliance.

Com mais de cinco mil funcionários em quatro continentes e escritório no Brasil em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a A&M fornece serviços de consultoria, aprimoramento de desempenho de negócios e gestão de recuperação. A consultoria atua, por exemplo, no processo de recuperação da Odebrecht - empreiteira que fechou acordo de leniência com a Lava Jato e viu 77 de seus executivos fecharam delação premiada, inclusive o patriarca Emílio Odebrecht e seu filho Marcelo Odebrecht, que foi condenado por Moro em diferentes ações penais.

As negociações para levar Moro ao Alvarez & Marsal tiveram início nos Estados Unidos, onde a companhia foi criada. "Estamos muito felizes com a vinda do dr. Sérgio Moro como sócio diretor do Alvarez & Marsal. É um profissional com mais de 20 anos de experiência em investigação", disse Adriano Ponciano, sócio da empresa.

Em nota divulgada à imprensa, a consultoria informou que a contratação de Moro está alinhada com o 'compromisso estratégico da A&M em desenvolver soluções para as complexas questões de disputas e investigações, oferecendo aos clientes da consultoria e seus próprios consultores a expertise de um ex-funcionário do governo brasileiro'.

A Le Fil, empresa especializada em marketing digital e consultoria, realizará três encontros sobre marketing estratégico para empresas, com o objetivo de fazer com que empresários de todos os níveis compreendam quais estratégias seus negócios podem aderir para estar um passo à frente dos concorrentes, conquistar e fidelizar clientes. Os encontros on-line, que são gratuitos, serão realizados nos dias 6, 13 e 20 de agosto, das 19h às 20h. As inscrições devem ser feitas pela internet

O primeiro encontro aborda o tema “Como aumentar vendas a partir do digital”, com a diretora de negócios da Le Fil, Socorro Macedo, que explicará como atrair o cliente por meio de inbound marketing e vender de maneira mais personalizada.

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O tema da segunda aula é “Como estruturar o relacionamento com o cliente?”, com a diretora de operações da Le Fil, Rosário de Pompéia, que abordará que um bom relacionamento com o cliente pode ser o diferencial entre a empresa e as concorrentes na hora da decisão e que a proximidade com o público é o melhor caminho para fidelizá-lo.

O terceiro encontro será sobre “Como construir a jornada do seu cliente?”, com Rosário de Pompéia e Cézar Cavalcanti, da Orbe, Laboratório de Inovação, que abordarão jornadas, quais os seus tipos e utilidades. Segundo a assessoria da Le Fil, todos os assuntos que serão tratados nos encontros estão ligados “com as estratégias de marketing que podem ser usadas por empreendedores de vários segmentos como varejo, educação, saúde, e-commerce, alimentação, construção civil, energia, comunicação e governamental”. Outras informações sobre as masterclass podem ser obtidas no site da Le Fil ou em seu perfil no Instagram.

A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes iniciou, nesta sexta-feira (24), inscrições gratuitas para consultoria on-line nas áreas de alimentação, beleza e estética e moda. As candidaturas podem ser realizadas até a próxima terça-feira (28), por meio da internet. Ao total, são ofertadas 150 vagas para autônomos e quem já possui empresas.

O intuito da consultoria é orientar os empresários sobre como eles podem otimizar e inovar seus empreendimentos, principalmente, neste período de retomada das atividades econômicas. Os autônomos também receberão instrução para se formalizar, pois assim eles poderão ter acesso a linhas de créditos bancários e outras vantagens.

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São oferecidas 50 vagas para cada segmento e as formações – que serão realizadas por videoconferência, por meio do link que será liberado após a confirmação do participante - terão carga horária de oito horas.

Os encontros tratarão de temas como e-commerce, mídias sociais, entrega em domicílio, EPIs, protocolos de segurança, medidas preventivas, entre outros. Para se inscrever é preciso morar no município de Jaboatão dos Guararapes, no caso dos profissionais que trabalhem de forma autônoma. Já quem possui empresa precisa que o CNPJ seja registrado na cidade.

"Empresários e trabalhadores foram afetados economicamente pela pandemia da Covid-19 e é difícil retomar um negócio depois de tantos meses de portas fechadas e pouca movimentação de caixa. Por isso, a Prefeitura do Jaboatão pensou em uma forma de orientar essas pessoas para que possam se reorganizar financeiramente", conta o prefeito Anderson Ferreira, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes.

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Planilhas com movimentações bancárias, livros sobre gastos pessoais e vídeos sobre administração têm sido os principais passatempos do artilheiro do Palmeiras em 2020 durante a pandemia do novo coronavírus. Quando não está atarefado com o futebol, o atacante Willian tem aproveitado a pausa no calendário para se dedicar a um outro projeto paralelo. O jogador é o dono de uma empresa de consultoria financeira, atividade cada vez mais procurada por atletas profissionais.

O autor de oito gols na temporada criou a empresa WLJC no ano passado, junto com uma sócia. O empreendimento conta atualmente com dez clientes, metade deles jogadores de futebol amigos de Willian. Os demais são médico, advogado, professor e empresários. O serviço consiste na orientação financeira e na montagem de planos individuais de metas para se economizar e guardar dinheiro, algo fundamental em tempos de crise econômica. O futebol continua como prioridade para ele, mas o projeto na área de finanças caiu no gosto do atacante.

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Willian, de 33 anos, teve a ideia de abrir o negócio ao presenciar no futebol o desperdício de dinheiro de vários colegas. "O futebol te dá a condição de atingir vários objetivos, mas se você não tiver uma estrutura para consolidar esse esforço, vai desperdiçar. Já vi muitos jogadores que depois de terminarem a carreira, foram à falência porque não guardaram dinheiro", disse ao Estadão.

A agenda mais tranquila durante a pandemia permitiu a Willian se dedicar aos estudos sobre finanças. Livros e cursos online são as ferramentas favoritas dele. O palmeirense aposta que em breve o número de atletas interessados em ter serviços de consultoria financeira vai aumentar. As reduções salariais feitas pelos clubes e o momento delicado da economia mundial vão deixar os jogadores mais em alerta.

O próprio Willian admite que a preocupação dele com as finanças aumentou com o decorrer da carreira, ao ver que ao contrário das outras profissões, no futebol um profissional costuma se aposentar bem jovem, em média com menos de 40 anos de idade. "Um jogador precisa entender que tem uma carreira curta e é essencial ter orientação para se entender o quanto ganha e o quanto gasta. O nosso trabalho é complicado porque você começa ganhando pouco e logo depois você muda de time, tem um aumento, se empolga e começa a gastar sem controle", explicou.

O atacante do Palmeiras ainda não pensa em ter o empreendimento como uma opção de carreira no futuro. Willian prefere pensar no momento na carreira como jogador e no retorno das competições. Mas enquanto a rotina não volta ao normal, o atacante troca temporariamente os campeonatos pela companhia dos três filhos e pelo acompanhamento mais frequente sobre como está o trabalho da empresa.

SÓCIA - Quem atende diretamente os clientes é a sócia dele, a administradora Camila Biasi. Com experiência de 15 anos no mercado financeiro, ela trabalha com o monitoramento da conta corrente, organização de planilhas e criação de metas para que os atendidos pela empresa de Willian consigam diminuir gastos e montar pouco a pouco uma reserva financeira. Ao procurar a empresa, o atleta precisa até revelar o quanto distribui mensalmente para sustentar família e amigos.

"O Willian cuida muito da captação dos clientes e quando consegue conciliar agenda para participar de reuniões. O futebol é um meio difícil de você acessar, porque os jogadores são muito cautelosos. Então é importante que seja um outro jogador envolvido na empresa, para dar credibilidade", disse Camila. Os clientes pagam um valor fixo por mês pela consultoria e podem pedir também para a empresa se encarregar de outros serviços, como o pagamento de contas e transferências bancárias.

Recentemente a sócia de Willian orientou um cliente a não gastar com um carro novo. Às vésperas da pandemia, um jogador telefonou para Camila e perguntou se deveria comprar um veículo de cerca de R$ 300 mil. "Eu falei para meu cliente que não era para comprar, até porque ele tinha um carro novo e bom. Ainda bem que ele me ouviu, porque logo depois a crise econômica veio de vez", contou.

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), bolsonarista que quebrou uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, pagou R$ 110 mil por 11 serviços da consultoria Samuel Maciel Sociedade Individual de Advocacia, que ainda não existia legalmente. Apenas um dia depois dos pagamentos, a empresa foi oficialmente aberta, com sede em Petrópolis (RJ), cidade do político. As informações são da revista Época.

Embora tenha utilizado dinheiro do contribuinte para fazer o pagamento, Silveira poderia ter recorrido, sem gastos aos cofres públicos, a uma consultoria legislativa à disposição dos deputados, especializada em 22 áreas. Além disso, o bolsonarista não apresenta documentos que comprovam que o trabalho foi executado. No primeiro contrato de Silveira com a empresa consta que os serviços de "consultoria e assessoria jurídica" duraram de 24 de abril a 23 de maio de 2019.

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A data de abertura oficial da empresa, segundo registra a Receita Federal, é de 25 de abril. As notas fiscais emitidas pela empresa seguintes ao primeiro pagamento seriam quase todas do deputado, um dos pouquíssimos clientes a contratar seus serviços, se não o único, durante um ano. Tanto Silveira quanto o escritório se recusaram a comentar o caso.

Com o objetivo de ajudar as Micro e Pequenas Empresas (MPE) de Pernambuco no atual cenário de crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) fizeram uma parceria para simplificar o acesso a créditos das MPEs e do Micro e Pequeno Empreendedor Individual (MEI), Com esta ação, os empreendedores contarão com condições especiais de prioridade no atendimento às análises dos pedidos de empréstimos nas linhas feitas para simplificar o acesso aos recursos no atual cenário de crise.

O Sebrae oferta consultoria de crédito totalmente grátis para os pequenos empreendimentos do Estado. A parceria com o BNB dá prioridade a atendimentos vindos do Sebrae para agilizar o procedimento de avaliação. Cada empresa recebe duas horas de consultoria, de segunda a sábado, das 9h às 17h, tendo a possibilidade, que será avaliada, de atendimento nos dias de domingo.

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“Vai ser disponibilizado atendimento para dois produtos do BNB. A linha de crédito especial para o MEI operada pelo Banco é o Crediamigo - o primeiro produto - com juros de 0,99 até 2,4% ao mês em valores de R$ 100 até R$ 21 mil. Isso com a finalidade de capital de giro ou investimento, prazo de até sete meses e carência de 60  dias para pagamento da primeira parcela. Concessão de crédito poderá ser solidário em grupos (sem garantia) ou crédito individual (garantia de avalista); Para MPE: são duas linhas de crédito MPE Giro: a '1' não requer comprovação de uso do crédito, com taxa de juros a partir de 0,58% ao mês, carência de seis meses para começar a pagar e até 48 meses de prazo total. A '2' requer comprovação de uso do crédito, com taxa de juros a partir de 0,38% ao mês, carência de três meses para começar a pagar e até 36 meses de prazo total”, informa o Sebrae.

Ainda de acordo com o Sebrae, as garantias requeridas serão as habituais que o BNB já determina e que podem ser, por exemplo, aval dos sócios com capacidade financeira, aval de terceiros, hipoteca, alienação fiduciária, entre outros, dependendo de cada situação. A linha de crédito especial tem validade somente durante o período de pandemia do novo coronavírus e as garantias serão cumulativas.

Para mais informações sobre como funcionará o acesso ao crédito, acesse o site do BNB, clicando na opção “empresas” e em seguida, na opção “seja nosso cliente”. O atendimento será de graça e apenas pela plataforma nacional a seguir: Fale com o Sebrae.

Com a aproximação do ano novo, muitas pessoas desejam realizar mudanças em suas vidas e planejar a realização de antigos sonhos, como por exemplo o de transformar suas vidas profissionais. Desejo de muitos brasileiros, o empreendedorismo costuma ser muito lembrado nessa época, especialmente em tempos de economia retraída e desemprego. Entretanto, o caminho não é assim tão fácil: muitas pessoas nutrem o sonho de abrir seu negócio mas não sabem como dar o primeiro passo. 

De acordo com o Ecio Costa, Sócio Fundador da CEDES Consultoria e Planejamento, antes de responder qual é o primeiro passo, se faz necessário saber se a pessoa que deseja empreender já sabe que negócio quer ter. Ele explica que o ideal é buscar algo com que o futuro empreendedor gosta, se identifica, tenha alguma experiência prévia, aptidão ou já estudou em algum momento da vida, por exemplo. 

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Uma vez decidida a área do empreendimento, Ecio explica que a primeira coisa a fazer é planejar tudo através da criação de um plano de negócio. O especialista conta que é comum os empreendedores, por falta de planejamento e expertise com projeções de mercado, cometerem erros que acabam custando muito dinheiro e, por vezes, comprometerem a saúde financeira da nova empresa. 

“Muitas vezes acontece de achar que vai fazer um investimento de x e o gasto efetivo ficar maior. Você pode acabar pegando dinheiro que seria do capital de giro e usando para fazer a implantação do negócio. É um erro muito comum e muitas empresas acabam fechando, não conseguem sobreviver a um período inicial de faturamento abaixo do esperado”, explicou ele. 

A contratação de um consultor profissional que possa ajudar a fazer análises, projeções e orientar o futuro empresário, é uma dica apresentada pelo especialista para dar mais segurança a quem deseja abrir um negócio. “A gente analisa qual seria a projeção de faturamento desse negócio, quais são os custos fixos, variáveis, impostos e o lucro final. É melhor ter a despesa da contratação de um consultor que te mostra sob que condições vai dar certo ou não do que realizar um investimento em um negócio que que depois de um certo tempo vai se mostrar inviável”, disse o consultor. 

Já o contador e analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Pernambuco, Luiz Nogueira, também destaca a importância dos empreendedores conhecerem as possíveis legislações envolvidas na atividade empresarial escolhida, além de se atentar à formalização da empresa. “Caso o negócio tenha faturamento de até R$ 81 mil ao ano, tenha no máximo um empregado, o empreendedor não tenha sócio nem seja sócio de outra empresa e a atividade seja permitida ao MEI, a formalização e simplificada feita exclusivamente pela internet no Portal do Empreendedor de forma rápida e gratuita. Caso não preencha os requisitos, o processo se inicia no portal da junta comercial”, explicou ele. 

Confira, a seguir, uma lista elaborada por Nogueira com os primeiros passos que os futuros empreendedores devem seguir para planejar bem o início de seu negócios e evitar erros comuns: 

1 - Identificar atividades que goste e saiba fazer;

2 - Verificar, no mercado onde irá desenvolver sua atividade, qual a maior demanda;

3 - Levantar junto aos potenciais clientes como, quanto e em que periodicidade eles consomem o produto ou serviço que se pretende ofertar, qual anseio deles ainda não é atendido;

4 - Avaliar a estrutura de que os concorrentes dispõem, que condições oferecem e os preços praticados por eles;

5 - Verificar junto aos fornecedores quais as regras estabelecidas, se vendem à vista ou a prazo, se entregam (e como), preços praticados e se existe há redução de preço para grandes compras;

6 - Observar se a atividade está subordinada a alguma legislação específica e que exigências devem ser atendidas.

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Mais conhecida pelo trabalho em estratégia de negócios, tecnologia e de marketing, a consultoria Accenture pretende dobrar seu centro de inovação, no Recife, em dois anos. Desta forma, a equipe passará a ter 5 mil funcionários, em relação aos atuais 2,5 mil.

Como a ampliação vai ser feita aos poucos, a empresa está indo a campo para captar mão de obra. O foco principal são as universidades. A consultoria está rodando o País com um caminhão no qual se apresenta.

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De acordo com Flavia Picolo, diretora executiva da Accenture Technology, a empresa pretende aplicar diversas disciplinas de tecnologia na resolução de problemas. Entre as áreas estão computação quântica, inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, plataformas inteligentes e design de serviços. O centro de inovação do Recife, instalado dentro do "hub" de negócios de tecnologia Porto Digital, trabalha em parceria com outros 15 grupos semelhantes espalhados pelo mundo.

Mercado quente. A forte expansão do centro de inovação da Accenture - criado em 2010, com 28 funcionários "pioneiros", expandindo-se mais fortemente a partir de 2015 - é mais um exemplo da demanda por profissionais de tecnologia em um momento de mercado de trabalho deprimido no Brasil. O País fechou o primeiro trimestre com 13,4 milhões de desempregados e uma taxa de desocupação de 12,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Brasscom - entidade que reúne as grandes empresas do setor de tecnologia - afirma que o setor poderia gerar até 420 mil vagas nos próximos seis anos, caso houvesse mão de obra. Além da demanda vinda de grandes companhias, as startups também têm apetite para contratar: o total de empresas nascentes no País deve chegar a 15 mil ao fim do ano, um crescimento de 50% sobre 2018, segundo a Abstartups.

Segundo Flavia, uma das tarefas do centro de tecnologia é criar um produto mínimo viável para que o cliente possa desenvolver a ideia internamente e avaliar se vale à pena lançá-la no mercado. "Entregamos para o cliente, em um prazo de quatro semanas, um protótipo funcional e escalável no qual ele consegue perceber o valor de negócio da solução", diz.

Cerca de cem desses projetos foram desenvolvidos nos últimos anos. Flavia diz que o centro de inovação "é parte fundamental" do crescimento da Accenture no País. "As organizações brasileiras, em todos os setores, estão buscando acelerar a transformação de seus negócios, o que passa pela transformação digital", afirma.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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