Votação a favor dos condenados teve diferença de apenas um voto José Cruz/ABr

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a tese de crime de formação de quadrilha, por seis votos a cinco, sustentada pelo presidente da Corte, o ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470, foi bastante comemorada pelos petistas. No entanto, a bancada oposicionista não concordou com a determinação da instituição. Com o resultado, os condenados pelo processo do mensalão, entre eles, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, terão suas penas reduzidas e podem até ser soltos em agosto deste ano.

“Se houve mensalão, e se o Supremo disse que houve, então houve quadrilha, não dá para separar uma coisa da outra. (...) Se foram vários atuando para perpetuar o crime, não há como sustentar a inexistência da quadrilha”, declarou o deputado Mendonça Filho (DEM).

De acordo com o deputado Augusto Coutinho (SDD), independente do resultado do STF, o caso do mensalão ainda vai continuar repercutindo negativamente ao Partido dos Trabalhadores. “No encaminhamento do processo isso é um detalhe. A alta cúpula do partido da presidente da república (Dilma Rousseff – PT) se envolveu em uma relação bastante complicada. Isso não ameniza em nada os desvios que ocorreram”, opinou.

Segundo o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Vicentino (PT-SP), a decisão do STF representa uma “reparação” de parte de um julgamento marcado pela injustiça. 

“Eu sempre espero que haja na justiça duas coisas fundamentais: serenidade e firmeza. Que a justiça seja realmente um espaço para a defesa dos cidadãos, sejam estes culpados ou não. Continuo questionando outras decisões mas, pelo menos neste caso, foi um alívio”, afirmou Vicentinho.