Campos chama governo de medíocre e sem resultados

O presidenciável disse que pretende oferecer ao país uma visão que preserve a compreensão das últimas décadas

por Élida Maria ter, 25/03/2014 - 15:35
Augusto Cataldi/LeiaJáImagens/Arquivo O governador foi o último palestrante de uma conferência em São Paulo, nesta terça (25) Augusto Cataldi/LeiaJáImagens/Arquivo

Dono da última fala que fechou a Conferência de Cidades da América Latina, em São Paulo, nesta segunda-feira (25), o governador Eduardo Campos (PSB) deu sinais de como deve atuar no período eleitoral deste ano. Durante discurso o socialista contextualizou a situação do Brasil desde as ‘Diretas Já’ até o momento, mas também focou principalmente, em criticar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), chamando-o inclusive, de ‘medíocre’ em alguns momentos. 

Com voz postada e tom firme, o presidenciável começou a palestra pontuando as conquistas que o Brasil obteve durante todos esses anos. “O Brasil soube avançar em ciclos importantes, isso aconteceu com forte movimentação social que expressa o pacto político e o esgotamento do regime autoritário. Depois dos ciclos, a campanha das ‘Diretas Já’ e na sequencia a assembleia nacional constituinte”, relembrou.

Seguindo a conversa, ele frisou os avanços na estrutura de políticas públicas como a inserção de crianças nas escolas e posteriormente descreveu vários pontos que necessitam melhorar. “Entra na agenda nacional a questão da desigualdade, a necessidade de o Brasil ter um mercado interno mai amplo. O debate de 2010 vira um debate de nós e ele, descamba para um debate que não consiste sobre a produtividade, qualidade de educação, consistência das políticas macro econômica, ou seja, o que é enfretamento a crise é uma ação tática, mas deveria ser uma ação estratégica”, alfinetou. 

Elevando o tom de críticas a gestão petista, Eduardo Campos impetrou um discurso mais duro do meio de sua fala por diante. “A principio havia uma esperança que a presidente pudesse inaugurar um novo pacto político com a existência do segundo turno, porque os grandes centros votaram numa candidata que tinha um minuto de televisão. Ela (Marina Silva) foi à expressão da população que tínhamos que mudar. No primeiro momento se imaginava que essa leitura estava sendo feita pelo governo, mas se o governo leu fez um o movimento ao contrário e esse movimento frustrou a nação”, citou relembrando as últimas eleições presidenciais. 

“Vivermos um 2012 medíocre de frustração com gestos que não corresponderam à realidade e com o conjunto de mudanças que resultaram um resultado muito baixo (...). Existe no Brasil uma crise de expectativas e de confiança e pode se traduzir numa crise política. A dificuldade do Brasil interagir com empresários, sociedade e as instituições. Há uma dificuldade de ver qual a narrativa tomar”, acrescentou. 

Proposta como candidato - Aproveitando o espaço oferecido, o socialista usou parte de sua palestra para lembrar dos protestos de rua e se colocar como candidato. “O nosso desejo é oferecer ao país uma visão que preserve a compreensão dessas últimas décadas. As conquistas relevantes, repactuar o país num programa que preste a crença de que o Brasil tem de ir muito longe. Sair da crise que entrou e ser um exemplo para outros países. Para isso, acabamos de divulgar as diretrizes para um programa de governo que queremos apresentar a população ate junho próximo. As conquistas de ontem, melhoram a democracia”, completou.

Ao término da palestra do líder nacional do PSB ele foi sabatinado pelos participantes da conferência e entre os assuntos tratou de reforma ministerial como principal medida se for presidente, política externa, desigualdade, setor energético, entre outras coisas. 

COMENTÁRIOS dos leitores