Douglas Cintra quer deixar sua marca no Senado

O petebista assumiu a vaga de Armando Monteiro em julho

dom, 24/08/2014 - 10:06
Monicky Mel Araújo/LeiajáImagens Douglas divide o trabalho como senador em metas práticas usadas por administradores, os seus projetos têm curta, média ou longa duração para implantação Monicky Mel Araújo/LeiajáImagens

A primeira impressão que o empresário Douglas Maurício Ramos Cintra (PTB) passa para quem chega ao seu escritório é de tranquilidade. Com uma sala de espera cheia, além do constante vai e vem de pessoas, o senador que ocupa a vaga de Armando Monteiro Neto (PTB) - desde julho, quando o correligionário se afastou do Senado para sair em campanha-, atende pacientemente cada pedido e solicitação.

Nascido em 16 de março de 1966, em Caruaru, o senador é um homem reservado e que fala pouco sobre a família. “Sou casado com Adriana e tenho duas filhas”, diz fazendo um pequeno resumo da biografia da mulher e ponderando as palavras para enfatizar que gosta “de voltar para casa, de ter paz em casa, de ter relacionamento com os amigos e que tem tempo para passear com as filhas, curtir a família e aproveitar o tempo da melhor forma possível que é valorizando aquilo que a gente tem de bom ao nosso lado”, define-se Cintra.

Empresário e graduado em Administração de Empresas pela Faculdade das Ciências de Administração de Pernambuco, localizada no Recife, o petebista faz questão de ressaltar a importância que a sua família sempre deu a educação.

“Meu avô é da zona rural da cidade de São Bento, no Agreste, e meu pai morava lá. Aos 16 anos meu pai saiu da zona rural e veio morar em Caruaru para estudar. Na região dele não havia sequer o segundo grau. Então o meu pai veio para fazer o segundo grau e trabalhar em Caruaru. Começou como protético, com pequenos trabalhos e depois comprou uma pequena merceariazinha com o apoio do meu avô e daí comprou uma padaria, a padaria se transformou em supermercado e a empresa foi crescendo, se transformou”, conta com entusiasmo.

Douglas Cintra hoje é um dos sócios do grupo Bonanza, que além da rede de supermercados possui duas empresas de atacado, uma delas o Balcão, onde tem seu escritório e concede essa entrevista. “Cheguei à empresa com meu irmão e minha irmã e aí pudemos construir o que hoje empregamos 3.800 funcionários. Eu acho que essa historia de valorizar a educação, do meu avô, do meu pai, que permitiu, estimulou que eu e meu irmão fossemos estudar no Recife e fazer um curso que naquela época não havia em Caruaru, de administração de empresas”, diz sorrindo e falando sobre a importância de valorizar a educação e “pensar para que em médio e longo prazo a gente possa ter resultados mais consistentes”.

Do exemplo de avô e pai empreendedores, o senador Douglas Cintra levou para a política algumas características do lado empresário. Pensar em metas e formas de concluir obras que sejam melhorias efetivas, sem deixar de lado o que é só política. Como mostra ao revelar que é militante ambiental e presidente da Organização Não Governamental (ONG) “Sabiá da Mata” com sede no município de Bonito, também no Agreste do Estado.

Douglas divide o trabalho como senador em metas práticas usadas por administradores, os seus projetos têm curta, média ou longa duração para implantação. “Nós temos algumas ideias que para elas se concretizarem precisam de mais prazo, como o seguinte: nós estamos fazendo um trabalho para que a gente reviva o rio Ipojuca, que é um rio importante para cidades do Agreste, principalmente para Caruaru. E aqui em Caruaru o rio é praticamente um esgoto a céu aberto. É um trabalho que não se faz em quatro meses, nem se faz com ações isoladas”, diz, sobre o que considera o seu maior projeto até o momento.

O empresário também demonstra preocupação com o pequeno produtor, especialmente o do Polo de Confecções do Agreste. “Temos algumas ações mais imediatas que já estão sendo trabalhadas. Uma é com relação ao Polo de Confecções do Agreste, para que a gente possa fazer uma audiência pública e entender quais são os principais desafios que esse polo enfrenta, pensando não apenas no hoje. A gente precisa entender melhor a cadeira produtiva como um todo. A tributação principalmente do tecido, a repercussão que se tem com o pequeno produtor, aquele que faz na garagem, no seu quintal algo de confecção. Isso é um ponto que é muito importante para a nossa região”, enfatiza.

Questionado sobre o seu futuro e ambições políticas, Douglas defende o seu candidato para o governo do estado, fala sobre a importância de melhorar o Brasil e que pretende ser senador pelos quatro anos de mandato que poderá ter e não é específico sobre uma possível candidatura para prefeito de Caruaru, já que o atual gestor, José Queiroz, termina o mandato em dois anos sem um sucessor definido.

 

“Alguns amigos brincam que já comecei por uma posição bem interessante que é o Senado. Até brincam que eu comecei por onde muitos terminam. Não me preocupo com futuros cargos, tenho a esperança que nesses quatro anos eu possa contribuir da melhor forma possível para que nosso Pernambuco se desenvolva. Eu acho que o meu compromisso é esse e eu espero cumpri-lo da melhor forma possível nesses quatro anos. Não tenho isso (a gestão municipal) como um pensamento agora. É lógico que politicamente pra agente é importante que nosso grupo possa estar à frente da Prefeitura de Caruaru, mas eu tendo quatro anos de mandato de senador, a princípio, eu vou cumprir, mais pra frente a gente vê como fica”, frisou.

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