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A secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (sem partido), deve retornar ao PT para ser vice na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo. Eleita prefeita de São Paulo, em 2000, e senadora, em 2010, pelo partido, ela se desfiliou em 2015, afirmando que a sigla protagonizou "um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou", em referência aos fatos revelados pela Operação Lava Jato.

Marta se filiou ao PT em 1981, um ano após a fundação do partido, e permaneceu nas fileiras da legenda por 33 anos. Pela sigla, foi deputada federal (1995 - 1999); prefeita da capital paulista (2001 - 2005); senadora (2011 - 2015); ministra do Turismo no segundo governo Lula (2007 - 2008) e ministra da Cultura no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2012 - 2014).

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Ao deixar o PT em abril de 2015, entregou uma carta às direções municipal, estadual e nacional do partido, em que afirmou que a sigla era reincidente em casos de desvios éticos.

"É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional", afirmou, referindo-se indiretamente ao mensalão, revelado em 2005, no governo Lula, e ao escândalo de corrupção na Petrobras, desbaratado em 2014, no governo de Dilma.

Após sair do PT, Marta apoiou o impeachment de Dilma Rousseff

Cinco meses após deixar o PT, Marta se filiou ao MDB e defendeu o impeachment de Dilma, de quem foi ministra entre 2012 e 2014. Um dia antes de o Senado votar a cassação do mandato da petista em 2016, a ex-prefeita entregou um buquê de flores para a jurista Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido.

O voto da então senadora foi um dos 55 que determinaram a saída de Dilma do Palácio do Planalto. "Na política, quando você vê a base parlamentar que ela tem, quando você vê a incapacidade de diálogo que ela tem e a situação que o Brasil está com 11 milhões de desempregados, não fica nada difícil constatar que não tem como ficar mais dois anos numa pessoa que não tem mais a condição", afirmou Marta em uma entrevista coletiva no Senado durante o processo de impeachment.

Conforme mostrou o Estadão, a postura de Marta na ocasião faz com que a ala considerada mais radical do PT não veja o retorno da ex-prefeita com bons olhos.

Pelo MDB, ela se candidatou em 2016 para a Prefeitura de São Paulo, ficando em quarto lugar com 587.220 votos (10,14% dos votos válidos). O vencedor daquele pleito foi João Doria, então filiado ao PSDB.

Marta recusou candidatura ao Senado em 2018 e saiu do MDB

Em 2018, Marta foi cotada para disputar a reeleição ao Senado pelo MDB, mas a então parlamentar desistiu de concorrer a cargos públicos e se desfiliou da legenda. Na época, ela afirmou que os partidos políticos não conseguiam dar "respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles".

Entre abril de 2015 e no fim de 2018, Marta protocolou 17 projetos de lei. Nenhuma das propostas no período foi aprovada, e quatro ainda tramitam no Congresso. Duas delas estão sob regime de urgência há quase sete anos: uma pretende mudar o ressarcimento dos planos de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) e outra tipifica o crime de molestamento sexual no Código Penal.

Aliada de Bruno Covas, Marta ganhou Secretaria na Prefeitura

Quando deixou o MDB, Marta declarou que seguiria na vida pública, mas atuando na sociedade civil. Em 2020, mirando ter espaço de vice na chapa do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), ela se filiou ao Solidariedade. Porém, a nova sigla decidiu apoiar Márcio França (PSB), e a ex-senadora saiu do terceiro partido em cinco anos.

No segundo turno das eleições daquele ano, disputado por Covas e Boulos, Marta foi utilizada como um trunfo contra o seu provável companheiro de chapa em outubro deste ano. Oito dias antes do pleito, a ex-prefeita desfilou em uma carreata pela periferia paulistana pedindo votos ao candidato do PSDB.

A boa relação com o tucano rendeu para Marta a chefia da Secretaria de Relações Internacionais na administração de São Paulo, cargo que ocupa desde janeiro de 2021. Ela se manteve na gestão do atual chefe do Executivo paulistano, Ricardo Nunes (MDB), após a morte de Covas.

Nas eleições de 2022, Marta apoiou Lula contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ex-senadora já chamou o ex-presidente de "psicopata" e a sua aversão é um dos motivos para que ela retorne ao PT e se alie a Boulos. Nunes terá o apoio de Bolsonaro no pleito municipal de outubro e Marta não deseja dividir o palanque com ele.

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Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, o deputado federal Washington Luiz Cardoso Siqueira, conhecido como Washington Quaquá, ganhou holofotes nesta semana depois de agredir com um tapa o colega de Parlamento Messias Donato (Republicanos-ES) e chamar Nikolas Ferreira (PL-MG) de "viadinho". Os casos serão levados ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e uma notícia-crime foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR). A meta da oposição é cassar o mandato de Quaquá.

O deputado é atual vice-presidente nacional do PT e enfrenta uma ação penal na Justiça Federal do Rio de Janeiro. Em primeira instância, ele foi condenado a três anos, dois meses e 15 dias de reclusão por "expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea". A pena foi transformada em prestação de serviço à comunidade e pagamento de multa. O caso ainda tramita na segunda instância. O Estadão procurou falar com o parlamentar e aguarda retorno.

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De acordo com os autos, Quaquá impediu pousos ao fechar a pista do aeroporto de Maricá, no Rio de Janeiro, durante seu segundo mandato de prefeito. A medida foi tomada por meio do decreto 171/2013, com posicionamento de viaturas municipais na pista, "de modo a inviabilizar o seu uso para o tráfego aéreo, bem como para bloquear o acesso".

Em 2021, quando a sentença saiu, Quaquá afirmou à Inter TV, filiada da TV Globo, que tirou traficantes do aeroporto e o devolveu para população de Maricá.

"Tenho certeza que as instâncias superiores farão justiça e anularão tal decisão. Antes de meu governo o Aeroporto de Maricá era controlado por traficantes. Foi com coragem e destemor que expulsei os traficantes e devolvi o aeroporto para a cidade e para as atividades lícitas. No curso do processo, forças poderosas e ricas, que movimentavam ilicitamente milhões no aeroporto, tentaram me calar e reverter minha decisão", disse na época.

Para o Ministério Público Federal (MPF), a ação determinada por Quaquá foi responsável por colocar a vida de pilotos em risco. Em 21 de outubro de 2013, a aeronave pilotada por Pablo Nóbrega teve que arremeter por risco de colisão com automóveis parados na pista. Quase um mês antes, em 27 de setembro de 2013, outra aeronave, então comandada pelo piloto e instrutor Pedro Correia Guimarães, foi exposta ao perigo de dano na mesma pista.

Quaquá também era acusado de ser responsável pela morte de um piloto e um juiz que morreram em um acidente próximo da pista. No entanto, o político não foi condenado porque, segundo relato técnico do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ficou provado que o avião não sobrevoou nem tentou pousar no aeródromo de Maricá e que a perícia constatou que as falhas mecânicas da aeronave foram decisivas para a sua queda na lagoa próxima à pista de pouso.

Em segunda instância, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) entendeu ser caso de propor acordo de não persecução penal, que livra os réus de uma condenação. O processo, então, voltou para primeira instância em abril deste ano. No entanto, o MPF alegou que Quaquá nega os fatos e, por isso, não propôs acordo, que ocorre quando réu assume os fatos narrados na inicial da ação.

"Instado sobre a possibilidade de oferecimento do acordo de não persecução penal ao réu Washington Luiz Cardoso Siqueira, o MPF deixou de propor o benefício porque o réu negou os fatos imputados. O órgão alegou que, diante das graves condutas advindas de um gestor público, a pena que lhe foi imposta na sentença, ou se lhe couber maior pena em grau de recurso, deve ser cumprida de forma integral por ser mais adequada e razoável ao delinde dos fatos", despachou o juiz federal substituto Eduardo Aidê Bueno de Camargo. Ao retornar para segunda instância, a ação está conclusa para julgamento desde o dia 16 de novembro deste ano.

Quaquá já foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa

O deputado petista já foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que veda candidaturas de políticos com problemas na Justiça. Em 2013, um ano depois de ser reeleito prefeito de Maricá, cidade fluminense, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou sua inelegibilidade por 8 anos.

"Os magistrados seguiram o voto do relator do processo, desembargador Bernardo Garcez, que declarou também a inelegibilidade de Quaquá por oito anos, contados a partir de 2012, pela prática de abuso do poder político e conduta vedada a agente público" informou o TSE à época do julgamento. Reeleito em 2012, Quaquá foi acusado de utilizar o lançamento do Programa Renda Melhor em Maricá para obter benefícios eleitorais.

Em 2018, o TSE não permitiu a liberação de candidatura de Quaquá. Neste caso, no entanto, por outra condenação.

De acordo com o tribunal, o petista foi barrado da disputa eleitoral por ter sido condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) por "utilizar, quando era prefeito de Maricá, decreto municipal que concedeu, de forma indevida e indiscriminadamente, gratificação de representação de gabinete a mais de cem correligionários e apadrinhados políticos. De acordo com a decisão do TJ-RJ, as gratificações, que aumentaram em 100% os vencimentos básicos, foram distribuídas sem qualquer respeito a critérios legais ou administrativos. Washington Quaquá disputou a eleição amparado por recurso e obteve 74.175 votos para o cargo de deputado federal", citou o TSE em novembro de 2018.

Deputado quer voltar a ser prefeito

Quaquá está de olho nas eleições municipais de 2024, quando pretende se candidatar ao cargo de prefeito de Maricá. A 60 km da capital Rio de Janeiro, a cidade foi governada por Quaquá por dois mandatos - entre 2009 e 2016.

"Estou voltando ano que vem (2024) pra Prefeitura de Maricá, mas o prefeito irmão Fabiano Horta nos presenteia com a ampliação da Renda Básica da Cidadania, para mais de 93 mil pessoas recebendo R$ 230 cada um (sic)", disse em trecho de postagem feita nas redes sociais no dia 2 de novembro deste ano.

Quaquá começou a disputar eleições em 2000, quando candidatou-se a prefeito de Maricá e perdeu. Ele também não conseguiu chegar ao posto almejado na disputa eleitoral de 2004.

Em 2006, tornou-se suplente de deputado estadual no Rio de Janeiro e, dois anos depois, foi eleito prefeito de Maricá com 62,60% dos votos no primeiro turno. Quatro anos depois, Quaquá foi reeleito com 42,48% dos votos válidos.

O que o deputado disse sobre a agressão ao colega parlamentar

O deputado do Rio de Janeiro afirmou que deu tapa em Messias Donato depois de sofrer uma agressão.

De acordo com o petista, a "reação foi desencadeada por uma agressão anterior. O deputado proferia ofensas contra o presidente da República quando liguei a câmera do celular com a intenção de produzir prova para um processo. Foi quando fui empurrado e tive o braço segurado para evitar a filmagem. Nunca utilizo a violência como método, mas não tolero agressões verbais ou físicas da ultra direita e sempre reagirei para me defender. Bateu, levou", afirmou em postagem eu suas redes sociais.

Carioca criada na zona oeste do Rio de Janeiro, a deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), de 63 anos, foi afastada do cargo nesta segunda-feira (18), sob a suspeita de envolvimento com a milícia na operação Batismo, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ). A parlamentar construiu a carreira política com base no voto dos bairros com a maior influência dos grupos paramilitares da capital fluminense - chegou ao posto de vereadora mais votada da cidade em 2008 com o apoio da base eleitoral sob influência territorial da milícia.

A influência política de Lucinha nos bairros da zona oeste do Rio remontam à década de 1980. A parlamentar começou a carreira pública como ativista do Movimento Popular Organizado. A atuação com ações comunitárias logo despertou o interesse em Lucinha pela participação na política tradicional. Foi uma das fundadoras do braço do Partido Democrático Brasileiro (PDT) no Rio.

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Antes de se candidatar a um cargo eletivo, Lucinha foi diretora de Habitação da Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (Famerj) no início dos anos 1990. A liderança comunitária alçou Lucinha em sua primeira eleição para a Câmara de Vereadores do Rio, em 1996. Foi eleita vereadora pela primeira vez pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Reeleita em 2000, presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou a Máfia do IPTU, que resultou na demissão de fiscais de renda e foi presidente da Comissão de Saúde. Para o terceiro mandato, em 2004, foi reeleita como a segunda vereadora mais votada da cidade, com quase 70 mil votos, 60 mil dos quais na Zona Oeste.

Em 2008, ela foi a vereadora mais votada do Rio, com 68.799 votos, a maior votação de um político da zona oeste. Com o cacife político adquirido na Câmara de Vereadores, se elegeu em 2010 como deputada estadual, cargo que exercia atualmente.

O gabinete de Lucinha na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A Operação Batismo investiga suposta articulação política de Lucinha em benefício de uma milícia da Zona Oeste, base eleitoral da parlamentar.

O nome da ofensiva da PF, inclusive, faz referência ao suposto apelido pelo qual a deputada seria conhecida por lideranças da milícia: "Madrinha". Ela foi afastada no cargo por ordem do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).

Lucinha passou boa parte da vida pública no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em 2022, migrou para o Partido Social Democrático (PSD), legenda em que está atualmente.

Sequestro

Em outubro deste ano, a deputada foi sequestrada em um sítio na zona oeste do Rio. A parlamentar foi abordada por homens armados que estavam em fuga e a levaram no carro da Alerj para a comunidade Vila Kennedy.

Segundo reportagem do G1, três homens armados fugiam da comunidade Piegas e entraram no sítio em que a deputada e sua equipe estavam desmontando a organização de festa, que tinha o objetivo de comemorar os 63 anos de Lucinha, mas que foi cancelada por causa da chuva.

Durante a abordagem, os criminosos identificaram um dos seguranças da parlamentar como policial militar, chegando a ameaçá-lo de morte, segundo as investigações. A deputada teria conversado com os bandidos, que exigiram um carro para deixarem o local. Lucinha foi colocada dentro do veículo e acompanhou os bandidos até a Vila Kennedy, onde foi deixada.

Pouco depois do sequestro, a assessoria da deputada informou, pelas redes sociais, que ela foi encontrada. "Informamos a todos que a deputada Lucinha se encontra bem e em segurança. Agradecemos toda a preocupação e carinho de todos!", afirmou a assessoria.

Operação Batismo

A operação Batismo cumpre oito mandados de busca e apreensão nos bairros de Campo de Grande, Santa Cruz e Inhoaíba, na zona oeste do Rio. A ofensiva é um desdobramento da Operação Dinastia, deflagrada pela PF em agosto de 2022, que tem como alvo milícias da capital fluminense.

A investigação da Operação Batismo mira também uma assessora de Lucinha. A PF aponta a participação ativa de ambas na milícia, "especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção".

De acordo com a Polícia Federal, o nome da ofensiva está ligado ao apelido 'Madrinha', usado por lideranças da milícia para se referir à parlamentar investigada. A ofensiva aberta a manhã desta segunda-feira é um desdobramento da Operação Dinastia, aberta em agosto de 2022.

O deputado federal Alexandre Leite (União-SP) reagiu a um assalto e matou a tiros um dos suspeitos na noite do último sábado (16). O incidente ocorreu na Avenida Interlagos, na zona sul de São Paulo. Na Câmara dos Deputados desde 2011, Leite é um defensor das pautas armamentistas e foi relator de um projeto de lei de autoria do governo de Jair Bolsonaro (PL) que buscava ampliar o acesso às armas pela população civil.

Segundo o Boletim de Ocorrência registrado pelo deputado e obtido pelo Estadão, Leite estava com sua mulher, passando pelo local de carro, quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram.

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Leite registrou que teria visto a motocicleta o seguindo e que o passageiro da garupa teria sacado uma arma. Quando os dois homens se aproximaram para fazer o assalto, começou uma troca de tiros. Um dos suspeitos efetuou dois disparos e saiu correndo, já o parlamentar teria revidado três vezes, matando o condutor da moto.

Alexandre Leite tem 34 anos e é filho do presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, Milton Leite (União-SP). O parlamentar está no seu quarto mandato à frente da Câmara dos Deputados. Quando foi eleito pela primeira vez, em 2010, ele tinha apenas 21 anos. Na última recondução para a Câmara no ano passado, ele recebeu 192.806 votos (0,81% dos válidos).

Milton Leite entrou em contato com o Estadão e afirmou que tanto Alexandre quanto a mulher estavam bem "porém muito abalados com o ocorrido". O caso é investigado pelo 80º Distrito Policial, na Vila Joaniza.

Defensor da pauta armamentista

No Legislativo, Alexandre Leite é conhecido como um defensor da pauta armamentista. Em 2019, durante o governo Bolsonaro, ele relatou um projeto na Câmara que pretendia ampliar o acesso dos cidadãos às armas de fogo, com diminuição da idade mínima de posse para 21 anos. De autoria do Poder Executivo, o texto apresenta outros elementos de flexibilização para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs).

A proposta de lei foi aprovada pela Câmara dos Deputados em novembro de 2019 por 283 votos a favor e 140 contra. O projeto, porém, está engavetado no Senado Federal desde então e não possui previsão para ser apreciado pelos senadores.

Neste ano, Leite se posicionou contrário ao decreto que restringe o acesso às armas proposto pelo governo Lula e chegou a colher assinaturas para aprovar urgência de um projeto que sustaria a proposta do presidente.

O Sport apresentou, nesta quinta-feira (30), sua nova composição da direção de futebol para a temporada 2024, através do presidente Yuri Romão. Em coletiva de imprensa, o novo coordenador técnico rubro-negro, Ricardo Drubscky, traçou o perfil do futuro treinador. O Leão está sem comandante desde a demissão de Enderson Moreira, na antepenúltima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

"Treinador não é tão simples assim, é o comandante. Eu, particularmente, defendo muito o papel do treinador, para mim é uma figura importantíssima. No futebol temos um projeto técnico. Tudo o que envolve clube, a paixão, é em decorrência do que se faz em campo", pontuou.

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“No futebol, as coisas são feitas concomitantemente. Tivemos uma reunião de 12, 14 horas. Já vinha falando com Jorge (Andrade, diretor) e o presidente (Yuri Romão), via vídeo, sobre o grupo. Confesso que assisti uns 30 jogos do Sport. Alguns jogadores já trabalharam comigo. Estamos fazendo o planejamento com muitas mãos”, adicionou.

Além de Yuri e Drubscky, estiveram presentes à mesa o executivo Jorge Andrade e os três membros do recém-formado comitê de gestão, Raphael Campos, vice-presidente de planejamento estratégico; João Marcelo Barros, coordenador geral da base e que ficará responsável pela integração dos atletas da base no profissional; e Guilherme Falcão.

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Vagner Love

Durante a entrevista, o coordenador técnico foi perguntado sobre a permanência – ou não – de Vagner Love na Ilha do Retiro. Segundo Drubscky, o clube planeja permanecer com o atacante, mas admitiu que ele terá que se adaptar à realidade salarial do Sport, que não conseguiu acesso à elite em 2024 - terminou a Segundona na sétima posição, somando 63 pontos.

“Love é unânime na diretoria que ele deveria ficar. Estamos trabalhando nisso, mas também sobre a realidade do clube. Não podemos garantir ainda”, destacou.

 

Na próxima quarta-feira, 22, três novos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomam posse na Corte. São eles a advogada Daniela Teixeira e os desembargadores Afrânio Vilela, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e Teodoro Silva Santos, do Tribunal de Justiça do Ceará. A cerimônia está marcada para acontecer no plenário do STJ.

Os três foram indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foram sabatinados no Senado Federal há quase um mês, no dia 25 de outubro. Eles foram questionados pelos parlamentares por quase cinco horas e tiveram seus nomes aprovados por ampla maioria.

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Vilela teve uma abstenção, Santos um voto contrário e Teixeira, cinco. Ela é a única que não veio da carreira da magistratura. A advogada é próxima do alto escalão do PT, membro do grupo Prerrogativas e já havia integrado a lista tríplice para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2019, mas não foi escolhida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Dos 33 magistrados que fazem parte do STJ, apenas cinco são mulheres. A Corte é presidida hoje pela ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura. As indicações de Lula para o Tribunal foram vistas como uma forma de compensar a falta de diversidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Silva Santos, que também toma posse nesta quarta, é o segundo negro a integrar os quadros do STJ.

No Supremo, não há sinais de que a vaga deixada pela aposentadoria da ministra Rosa Weber vá ser preenchida por outra mulher. A Corte volta 23 anos no tempo, tendo a mesma composição, em termos de paridade de gênero, da época de Ellen Gracie, única ministra. Os favoritos hoje para a cadeira vaga no STF são o ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas e o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Veja quem são os ministros do STJ que tomam posse nesta quarta, 22:

Daniela Teixeira

Advogada há 27 anos, Daniela Teixeira é um nome próximo da alta cúpula do PT e da advocacia progressista que cerca o governo Lula. Ela já foi indicada para as Cortes Superiores em 2019, mas Bolsonaro escolheu Carlos Velloso Filho para a vaga aberta no TSE à época. Teixeira bateu boca com o ex-presidente em 2016, na Câmara dos Deputados, durante uma audiência pública sobre cultura do estupro.

Ela é mestre em Direito Penal - área em que advoga - pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), foi membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e vice-presidente da seccional da entidade no Distrito Federal. A indicação dela ao STJ chegou ao presidente pela lista sêxtupla elaborada pela entidade de classe.

Teodoro Silva Santos

O desembargador Teodoro Silva Santos foi promotor de Justiça por 18 anos antes de ir para o Tribunal de Justiça do Ceará, Corte em que atua como desembargador deste 2011. Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (Unifor), ele será o segundo ministro negro a compor o STJ. O primeiro foi Benedito Gonçalves, hoje corregedor eleitoral.

O nome de Silva Santos foi avalizado pelo ministro Raul Araújo, do STJ, e por outros conterrâneos, como o ministro da Educação Camilo Santana e o governador do Ceará Elmano de Freitas (PT).

José Afrânio Vilela

O também desembargador José Afrânio Vilela é, dos três indicados, o que está há mais tempo na magistratura: ele foi aprovado no concurso de juiz do Estado de Minas Gerais em 1989 e está na profissão há mais de 30 anos. No Tribunal de Justiça, como desembargador, ele está desde 2005. O nome dele é apoiado pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Não é a primeira vez que Vilela chega na porta do STJ. Em 2013 e em 2015 ele chegou a fazer parte da lista tríplice avaliada pelo Tribunal, mas não foi indicado.

Recebida por quatro autoridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Luciane Barbosa Farias, de 37 anos, se descreve nas redes sociais como ativista de direitos humanos e estudante de direito. Documentos do Ministério Público do Amazonas (MPAM) apontam, no entanto, que ela tem uma outra função: lavar o dinheiro do Comando Vermelho.

Conhecida como a "dama do tráfico amazonense", Luciane é acusada de ser o braço financeiro da facção. Ela é casada há 11 anos com o traficante Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas.

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Luciane se apresenta como presidente do Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), que, segundo o site da entidade, atua em favor dos direitos humanos e fundamentais de presos. Criada em abril de 2022, a ONG seria financiada pelo crime organizado, de acordo com inquérito sigiloso da Polícia Civil do Amazonas obtido pelo Estadão.

Apesar das relações com o crime organizado, Luciane foi recebida por duas vezes para audiências no Ministério de Flávio Dino, em Brasília. Em março, ela conversou com o secretário de Assuntos Legislativos da Pasta, Elias Vaz. Pouco mais de um mês depois, se reuniu com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen); Paula Cristina da Silva Godoy, da Ouvidoria Nacional de Serviços Penais (Onasp); e Sandro Abel Sousa Barradas, diretor de Inteligência Penitenciária. O nome de Luciane foi omitido das agendas oficiais das autoridades.

O Ministério alega que Luciane estava como "acompanhante" nas reuniões e que era "impossível" o setor de inteligência detectar previamente a presença dela. A advogada responsável por agendar as audiências, segundo o Ministério, seria a ex-deputada estadual do PSOL Janira Rocha. Ela também recebeu pagamentos da facção criminosa, conforme revelou o Estadão nesta terça-feira, 14.

Participação de Luciane Barbosa no Comando Vermelho é 'inquestionável', diz desembargadora

Luciane afirmou em nota que não é "faccionada" de nenhuma organização criminosa e que está sendo criminalizada pelo fato de ser esposa de um detento. Para a desembargadora que assinou a condenação, Vânia Marques Marinho, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), não há dúvidas sobre a participação de Luciane Barbosa no Comando Vermelho.

Ela foi condenada em segunda instância a 10 anos de prisão por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas recorre em liberdade. Na mesma decisão, Clemilson é sentenciado a uma pena de 31 anos e 7 meses de reclusão pelos mesmos crimes.

"Luciane Barbosa Farias era a responsável por acobertar a ilicitude do tráfico, tornando o numerário deste com personificação lícita, ao efetuar compra de veículos, apartamentos e até mesmo abrindo empreendimento. Logo, inquestionável é a participação da Apelada na organização criminosa 'Comando Vermelho'", escreveu Marinho em seu voto.

O Ministério Público do Amazonas descreve ainda Luciane como "comparsa" dos crimes do tráfico e que demonstrava "inteligência financeira". "Ao tempo em que aparecia como esposa exemplar, era o 'braço financeiro' de Tio Patinhas. Exercia papel fundamental também, na ocultação de valores oriundos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando 'empresas laranjas'", diz o Ministério Público na denúncia.

"Com sua postura, demonstrando inteligência financeira, Luciane Barbosa Farias, conquistou confiabilidade da cúpula da Organização Criminosa 'Comando Vermelho', dividindo posto com seu esposo Clemilson, este, por sua vez, provido de ímpeto cruento, enquanto sua esposa agia friamente calculando, ocultando, empregando, e lavando valores oriundos da máquina criminosa do tráfico de drogas perpetrado por ambos", acrescenta a denúncia.

Luciane se casou com Clemilson em 30 de outubro de 2012. Em seguida a mulher abriu um salão de beleza que, segundo a investigação, era usado para lavar o dinheiro do tráfico. O nome do salão era Studio De Beleza Sempre Fina e, segundo depoimento de Luciane, tinha um faturamento de entre R$ 6 mil e R$ 8 mil por mês.

Chamou a atenção dos investigadores, no entanto, o rápido enriquecimento do casal. A declaração de Imposto de Renda de Luciane apresentava bens de R$ 30 mil em dezembro de 2015. Um ano depois, passou para R$ 346 mil, alta de 1.053%. A polícia também identificou que o casal era dono de ao menos três imóveis no Amazonas e em Pernambuco, além de seis veículos (sendo uma moto, três carros e dois caminhões).

"Ou seja, em um lapso temporal de apenas um ano, seus pecúlios multiplicaram-se, misteriosamente, ao décuplo, contrastando, e muito, com a renda auferida naquele exercício, qual seja, de apenas R$ 36,2 mil", afirmou Marinho na condenação.

Luciane negou a acusação e, em depoimento, disse ter comprado seus imóveis e veículos com o dinheiro do salão. Hoje, Luciane e Clemilson são sócios em uma transportadora, conforme documentos da Receita Federal. Além de reuniões com o Ministério da Justiça, a 'dama do tráfico amazonense' esteve no Ministério dos Direitos Humanos (MDH), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na Câmara dos Deputados.

Nas suas redes sociais, ela exibiu fotos tiradas no Salão Verde, área de grande circulação, com os deputados Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Daiana Santos (PC do B-RS). Elas também posou com André Janones (Avante-MG). Além de postar fotos na porta dos gabinetes do ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro (PL), o general Eduardo Pazuello (PL-RJ), e do deputado Júnior Ferrari (PSD-PA).

A Polícia Civil de Roraima tenta prender o ex-senador Telmário Mota na investigação sobre o assassinato da mãe de sua filha, Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos. O ex-parlamentar é suspeito de ser o mandante do crime. Filiado ao Solidariedade, Mota está fora do Senado há dez meses. No ano passado, tentou a recondução ao cargo, mas não foi reeleito.

Mota foi senador entre 2015 e 2022. Nas eleições do ano passado, obteve 19 mil votos e terminou em terceiro lugar na disputa em Roraima, atrás de Hiran Golçalves (PP) e Romero Jucá (MDB).

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A investigação foi aberta para apurar os responsáveis pelo assassinato de Antônia Araújo, mãe de uma filha do ex-senador. A jovem de 17 anos acusou Telmário de estupro no ano passado. A adolescente narrou que ele tentou tirar a roupa dela em um passeio no Dia dos Pais. Antônia ficou ao lado da filha na denúncia. Quando o caso veio a público, ele negou as acusações e disse ser vítima de perseguição de adversários políticos. O Estadão procurou Telmário Mota nesta segunda-feira, 30, mas ainda não obteve retorno até a publicação deste texto.

A ex-mulher de Telmário foi morta com um tiro na cabeça no dia 29 de setembro no bairro Senador Hélio Campos, na zona oeste de Boa Vista (RR), por dois homens em uma moto. Ela foi abordada quando saía de casa para trabalhar. Um deles perguntou seu nome e, ao confirmar a identidade, atirou.

Duas pessoas próximas a Telmário o colocaram no centro das suspeitas da Delegacia Geral de Homicídios. Uma assessora do ex-senador foi vista indo entregar a moto aos assassinos um dia antes do crime. Os investigadores também descobriram que a moto foi comprada pelo sobrinho do ex-senador.

Telmário Mota, de 65 anos, é formado em Economia pela Universidade Católica de Salvador. Atuou como assessor técnico da Corregedoria-Geral do Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE-RR).

O ex-senador iniciou a trajetória na política em movimentos sociais, em 1990. Foi eleito pela primeira vez à Câmara Municipal de Boa Vista, assumindo o cargo de primeiro suplente em 2005. Em 2008, Mota foi o terceiro vereador mais votado da capital roraimense.

Nas eleições de 2010, Mota alcançou 54 mil votos, mas não foi eleito ao Senado. Já em 2014, em mais uma tentativa de chegar ao Legislativo federal por Roraima, foi o mais bem votado da história no Estado, com 96.888 votos e conquistou o posto em Brasília.

Antes de se filiar ao Solidariedade, Telmário esteve nas fileiras de PSDC (1996-2005), PDT (2005-2017), PTB (2017-2019) e PROS (2019-2023). Esteve ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante parte do processo de impeachment, em 2016, quando estava filiado ao PDT. Com o andamento do processo, mudou de posição e votou a favor do impeachment.

Durante as eleições de 2018, o ex-senador, então filiado ao PTB, deixou o partido após a sigla declarar apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno. Em 2022, no entanto, voltou a mudar de posição e declarou ser apoiador do ex-presidente. "Temos trabalhado sempre na base do presidente Jair Bolsonaro. Telmário é Bolsonaro", afirmou em um vídeo divulgado antes do pleito.

"Eu estou ao lado do presidente Jair Bolsonaro, em todos os projetos e ações que venham desenvolver Roraima e o Brasil. Votei com o governo em todos os seus projetos, mas como senador da República, tenho a obrigação de cobrar e fiscalizar seus atos. Isso significa um trabalho independente e harmônico entre os Poderes", disse.

Ex-senador é acusado pela filha

Uma filha adolescente do ex-senador o acusou de assédio sexual e conseguiu uma medida protetiva contra ele na Justiça. O parlamentar nega o crime e diz ser vítima de "perseguição política", além de alegar que a menina tem "distúrbios psicológicos". O caso foi registrado pela polícia como estupro de vulnerável. As informações são do portal G1.

A adolescente afirmou ao portal que o senador encostou em suas partes íntimas e tentou tirar sua roupa durante um passeio no Dia dos Pais. Ela diz que ele sempre foi um pai distante, mas que ambos mantêm contato. Ela não é filha da esposa atual do senador, mas de um relacionamento dele com outra mulher.

Segundo o relato da adolescente, ela combinou um passeio com o pai e estranhou quando o ex-senador sugeriu levá-la à noite para um lago, a princípio, e depois propôs que eles fossem "beber". Ela afirma que o parlamentar estava "claramente bêbado" quando chegou para buscá-la. No carro, segundo ela, ele começou a tentar tirar sua roupa e a tocá-la.

Ao G1, ele disse ser "vítima de uma montagem política que vislumbra atacá-lo no período eleitoral".

Investigado por agressão contra jovem

Telmário é investigado por ter supostamente agredido uma jovem de 19 anos até a perda de consciência da vítima, em 2015. Maria Aparecida Nery de Melo registrou boletim de ocorrência em 31 de dezembro de 2015, no qual acusa Mota, com quem disse manter relacionamento à época, de agredi-la com socos e chutes em sua casa. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo. O exame de corpo de delito constatou lesões pelo corpo da vítima. Ela também relatou ameaças de morte por parte dele para que não houvesse uma denúncia dos episódios de agressão.

Em agosto de 2016, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito contra o ex-senador. O ministro Gilmar Mendes autorizou a abertura de investigação por entender haver "indícios mínimos da existência do crime e de sua autoria - exame de corpo de delito e declarações da suposta vítima".

Sobre a acusação, a assessoria do senador informou, à época da denúncia, que Mota estava "tranquilo" e buscava celeridade na apuração do caso, que classificou como "calúnia".

Investigação sobre dinheiro na cueca

O ex-senador é um dos investigados sobre supostos desvios de recursos destinados ao combate da covid-19. Ele é um dos alvos da apuração que flagrou o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) com dinheiro na cueca. Rodrigues foi proibido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, de manter qualquer tipo de contato com Mota.

A Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira, 25, contra Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Um dos auxiliares do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na estratégia de redes sociais da campanha eleitoral de 2018, Léo Índio é investigado por participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes em mais uma fase da Operação Lesa Pátria.

Léo Índio participou dos protestos golpistas. Ainda nas primeiras horas após os atos de vandalismo em Brasília, ele publicou imagens em uma rede social em cima do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma das postagens, o primo dos Bolsonaro aparece com os olhos vermelhos, segundo ele devido ao gás lacrimogêneo usado pela Polícia Militar.

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Em outro post, após a repercussão e em um ambiente que não parece ser a área central de Brasília, ele escreveu: "Muitos feridos, muitos socorridos. Patriotas não cometem vandalismo".

Léo Índio, que se descreve em suas redes sociais como sobrinho de Bolsonaro, foi candidato pelo PL à Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, mas não foi eleito.

O primo Carlos se tornou uma figura pública em Brasília após virar uma espécie de representante no Palácio do Planalto do vereador da capital fluminense, onde despachava Gustavo Bebianno, então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e que se tornou um desafeto do "02".

Desde que Bolsonaro foi eleito, Léo Índio passou a circular pelos gabinetes do Palácio do Planalto com livre acesso, mesmo sem ter cargo na Presidência.

Ele é filho de uma irmã de Rogéria Nantes, uma das ex-mulheres de Bolsonaro. A proximidade com a família presidencial fez com que transitasse sempre muito próximo do tio, chegando a ser confundido como um dos agentes da escolta de Bolsonaro.

À época do primeiro ano de mandato de Bolsonaro, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou que ele "não ocupava cargo em nenhum órgão da Presidência da República". Apesar disso, ostentava um crachá amarelo da Presidência para livre acesso às dependências do Planalto, em locais de acesso restrito.

Somente nos primeiros 45 dias de governo do tio, Léo Índio foi 58 vezes ao Planalto. Uma frequência maior que a do próprio presidente. No mesmo período, desde que assumiu, Bolsonaro despachou no Planalto por 16 dias, de 1º de janeiro a 14 de fevereiro.

Léo Índio, o 'caçador e comunistas'

Léo Índio era uma espécie de "espião voluntário" do governo. Nos primeiros quatro meses da gestão do tio, ele elaborou dossiês informais de "infiltrados e comunistas" nas estruturas federais nos Estados.

Os relatórios começaram a ser feitos de maneira unilateral, sem nenhum pedido oficial do Palácio do Planalto ou da família Bolsonaro, quase sempre de maneira amadora. Léo Índio cruzou dados abertos da estrutura federal nos Estados com notícias de jornais e de colunas, para tentar identificar a quem servidor comissionado estava ligado.

O primo de Flávio, Carlos e Eduarado viajou a três Estados - Maranhão, Bahia e Minas - nos primeiros meses do governo Bolsonaro catalogando "alvos incompatíveis" com a administração federal. Coincidentemente, três Estados que estão ou estiveram sob comando do PT e do PCdoB. Durante as viagens, ele dedicou parte do seu tempo a reuniões políticas com militantes do PSL, então partido de Bolsonaro, e apoiadores do presidente.

Cargo no Senado

Após vir à tona o trânsito livre de Léo Índio no Planalto, o primo dos filhos do presidente ganhou um cargo de confiança no Senado. Foi nomeado no posto de assessor parlamentar do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), com o salário de R$ 22.943,73. Questionado à época sobre sua atuação no governo, limitou-se a dizer que estava "focado nas missões que o senador (Chico Rodrigues) designou".

O senador que empregou Léo Índio foi flagrado tentando ocultar dinheiro na cueca durante uma operação da Polícia Federal. Rodrigues passou 20 anos consecutivos na Câmara dos Deputados e chegou a assumir o governo de Roraima, tendo seu mandato cassado.

Após o escândalo, Léo Índio foi exonerado do cargo, em agosto de 2020. Ele foi orientado por aliados do governo a deixar a função de assessor de Chico Rodrigues. O movimento fez parte da estratégia de blindar o presidente Bolsonaro no caso.

A interlocutores, Léo demonstrou preocupação com a repercussão do episódio e fez consultas sobre como proceder, se deveria ou não esperar a conclusão da investigação. Foi aconselhado a se antecipar e se desvincular de Chico Rodrigues.

Apenas 19 dias após pedir demissão do gabinete de Chico Rodrigues, flagrado com dinheiro na cueca, ele ganhou um novo cargo no Senado. Foi nomeado assessor parlamentar da Primeira Secretaria da Casa, comandada pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC), aliado do governo, com salário de R$ 17.319,31. O novo cargo foi entregue a Léo a pedido do senador Carlos Viana (PSD-MG). Foi exonerado em junho de 2022.

Rachadinha na Alerj

Léo Índio também foi citado entre os ex-funcionários do gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) alvo de quebra de sigilo bancário por suspeitas de participação no escândalo que ficou conhecido como "rachadinha". Ele foi assessor de Flávio, entre novembro de 2006 e janeiro de 2012.

O Estadão procurou Léo Índio, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

A tarde de pânico na zona oeste do Rio nesta segunda-feira (23), quando ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados, foi uma reação do principal grupo miliciano carioca à morte de Matheus da Silva Resende, conhecido pelos apelidos de Faustão e Teteus, segundo a polícia.

Ele morreu durante confronto com policiais civis ocorrido pela manhã em uma favela dominada por essa milícia na zona oeste do Rio. Resende era sobrinho do chefe da quadrilha e segundo na hierarquia do grupo criminoso.

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Aos 24 anos, Resende era o "senhor da guerra" da milícia liderada por seu tio, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, segundo afirmou nesta segunda-feira o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). "(Resende) Era o responsável pela união entre tráfico e milícia, fazendo as narcomilícias", disse.

Castro declarou também que a polícia "não vai sossegar" enquanto não prender os três maiores milicianos do Rio, conhecidos pelos apelidos de Zinho, Tandera e Abelha.

A milícia de Zinho atua em três bairros da zona oeste (Santa Cruz, Campo Grande e Paciência) e, segundo estimativa da polícia, arrecada de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões por mês, com cobrança por oferecer suposta segurança privada a moradores e comerciantes e vender botijões de gás, sinal de internet e até galões de água.

A Polícia Civil considera que o miliciano estava sendo preparado para substituir o líder da quadrilha, seu tio Zinho - que, por sua vez, assumiu o comando do grupo criminoso em função da morte do irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021. Resende era o responsável pelas ações armadas da milícia. Foragido, era um dos criminosos elencados no Portal dos Procurados, do Disque Denúncia.

Em setembro, Resende foi um dos seis denunciados à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) como responsáveis pelo assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, ocorrido em agosto de 2022 na zona oeste do Rio. Ex-policial civil, Jerominho foi preso em 2007 acusado de fundar a Liga da Justiça, a quadrilha de milicianos hoje comandada por Zinho. Condenado, passou 11 anos detido.

Segundo o Ministério Público do Estado do Rio, Jerominho tinha planos de retomar o comando da milícia e, por isso, foi morto pelos comparsas de Zinho, entre eles o sobrinho morto neste segunda-feira.

Pânico na zona oeste

Depois da morte de Resende, ônibus começaram a ser atacados e incendiados. Segundo o sindicato das empresas de ônibus, esse já é o maior ataque a ônibus da história do Rio. São 20 de linhas municipais, cinco do BRT e dez avulsos, de fretamento.

Pneus também foram incendiados e veículos atravessados em vias expressas da cidade. Pelo menos 32 escolas interromperam as aulas em função dos ataques.

Os 12 homens detidos por suspeita de participação nos ataques aos ônibus na cidade serão mandados para outros Estados, em presídios federais, por praticarem "ações terroristas", segundo o governador.

O senhor de terno, gestos contidos, fala baixa, ocupa a cadeira destinada a ele no programa de entrevistas. Puxa ligeiramente a calça quando se senta - como os homens costumam fazer - e eis que em meio a tanta sobriedade, as meias saltam aos olhos. São muito coloridas, quadriculadas, estampadas. Enfim, poderiam ser usadas por um skatista ou por um jovem da geração Z com toda naturalidade. Mas, não. Vestem os pés do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, 70 anos.

Será que foi o senhor tão tradicional na escolha do traje e dos sapatos fechados que decidiu usá-las para dar um ar mais descontraído ao seu guarda-roupa? Pode ter certeza que não. A ideia e a escolha partiu de sua mulher, Lu Alckmin, paradoxalmente uma das pessoas mais discretas de que se tem notícia no Governo Lula.

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"Lu é uma esfinge", define a jornalista e escritora Claudia Matarazzo, que durante dois anos chefiou o Cerimonial do Palácio dos Bandeirantes e conviveu com a então primeira-dama do Estado. Maria Lúcia Ribeiro Alckmin, 72 anos, nasceu em São Paulo, mas ainda criança foi para Pindamonhangaba, cidade do interior do Estado a 140 quilômetros da capital, onde se formou professora na Escola Normal. Na cidade conheceu o futuro marido, Geraldo, então estudante da Faculdade de Medicina de Taubaté e se casaram em março de 1979.

Alckmin iniciou sua carreira na política e se elegeu prefeito do município. Já ela era dona de uma boutique e toda vez que perguntam a ele como se conheceram, os interlocutores contam que ouvem e terão que rir da mesma piada: "Apaixonei-me pela boutique dela", costuma brincar, meio sem graça o vice-presidente, citando o estribilho do forró "Severina Xique-Xique", de João e Genival Lacerda, que conta a história de uma moça pobre que ninguém queria namorar. Mas quando abriu a tal boutique, começaram a aparecer admiradores que estavam "de olho na boutique dela", um ingênuo trocadilho se comparado com as letras de sexo explícito dos funks de hoje.

Não se trata de ser uma esfinge. Mas Lu é uma mulher reservadíssima num mundo de holofotes e exposição pública constante. Não é que ela não apareça. Ela está ali, ao lado do marido político, quase sempre sorridente, vestida com extrema e correta elegância, o cabelo escuro solto e com uma única exceção na maquiagem sutil que é o batom vermelho. Basta observá-la nas solenidades. Os movimentos são minimalistas, resumidos a um aperto de mão ou um abraço em alguém mais próximo. Mas sua atuação dificilmente passará disso.

Nesses momentos lembra dona Ruth Cardoso (1930-2008) a mulher do então presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2000) que, bem-humorada, falava da exaustão decorrente dessas solenidades. Ela dizia que se passava tantas horas em pé e se apertavam tantas mãos que era preciso deixá-las de molho na salmoura para acalmar o inchaço.

Maria Lúcia e Alckmin tiveram três filhos: Thomaz, Geraldo Jr e Sophia. Thomaz, o caçula, morreu em um acidente de helicóptero. A família, já bastante introvertida, dilacerada pela perda, se uniu e se fechou ainda mais. Lu, já muito religiosa, buscou ainda mais conforto na devoção. Todos os anos, desde 2016 (um ano depois da morte do filho e em homenagem a ele) faz o Caminho da Luz, em que percorre 28 quilômetros, enquanto vai postando mensagens ao longo da rota.

A maior exceção da família sempre foi Sophia, influencer de moda, estilo, que mantém uma legião de seguidores nas mídias sociais e, atualmente, a própria Lu que também registra suas atividades no Instagram. Hoje, são raríssimos os que convivem com a privacidade dos Alckmin. Já era assim em São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo e residência oficial onde eles moraram durante os mandatos do então governador (2001 a 2006 e de 2011 a 2018).

Continuam assim em Brasília, morando no Palácio do Jaburu, à beira do Lago, onde correm as emas, voam corujas e sempre aparecem outros bichos. Um grupo das emas, que agora mora por lá, fugiu do Palácio da Alvorada, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que as perseguia com caixas de cloroquina (o medicamento que ele receitava, mas era inócuo, para curar a Covid-19). E Lu continua admirando suas calopsitas. "Ela está sempre muito à vontade. É aberta, acessível", diz o ex-deputado Silvio Torres, amigo de Alckmin que inclusive saiu do PSDB junto com então pré-candidato a vice na chapa de Lula.

"Ela chegou e logo foi cumprimentando e falando do seu trabalho com o voluntariado", contou Ngunzetala, um dos coordenadores da organização religiosa Associação Vida Inteira. "Ficamos impressionados com a singeleza dela. Ela é cristã e nós sabíamos disso. Mas ficou completamente à vontade aqui", disse ele, referindo-se ao território Tumbo inzo a'na Nzambi Junsara, tradicional afro, comumente chamado de terreiro.

Lu passou a manhã na organização. Tomou café, visitou a cozinha e quis conhecer a todos os que estavam por lá. Contou, segundo os presentes, que quando chegou a Brasília sentiu muita falta do trabalho social que fazia em São Paulo e, por isso, decidiu implantar o projeto das padarias aqui", diz Ngunzetala. Saiu de lá com os nomes de três pessoas que seriam engajadas no projeto e que já começaram o treinamento. "A gente vê que não é proselitismo. É trabalho sério", acrescentou.

O projeto das padarias surgiu no ano de 2000, quando Lu, andando pela periferia da cidade de São Paulo, contam ao Estadão, ouviu a população carente dizendo que quem "tinha fome queria comer pão". Quando Geraldo Alckmin assumiu o governo do Estado, ela começou como voluntária no Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, em 2001, e desenvolveu o projeto da Padaria Artesanal.

Trata-se de um projeto com o objetivo de gerar emprego e renda por meio da formação de agentes multiplicadores que, em suas comunidades, têm o compromisso de transmitir os conhecimentos e habilidades adquiridas a outras pessoas. Os kits da Padaria Artesanal são compostos por itens fundamentais na produção das receitas do projeto, como forno, liquidificador, fôrmas. Durante o curso de um dia de duração, os alunos aprendem a fazer 10 tipos de pães, além de receberem noções de ética, higiene e cidadania. Em São Paulo, mais de 100 mil pessoas já foram capacitadas.

Ao chegar a Brasília, Lu Alckmin procurou Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, e manifestou o seu desejo de implantar o projeto no Distrito Federal. Desde então, ela, com o apoio da Arquidiocese, iniciou a busca de parceiros solidários - que bancassem o projeto sem o uso de verbas federais - para concretizar o Polo da Padaria Artesanal que será instalado numa paróquia da cidade e terá mais de 30 unidades distribuídas em entidades sociais e centros religiosos, visitados por Lu Alckmin em todo o Distrito Federal.

Já esteve duas vezes na Cáritas de São Sebastião (DF) entidade que acolheu indígenas venezuelanos da etnia warao que estavam vivendo na mais absoluta miséria em situação de rua. São 102 pessoas - 42 delas crianças e 56 mulheres. "Ela foi muito solícita, conversou com as mulheres e falou de sua vontade de ser útil na vida. Quando sua assessoria avisou que ela viria, pediu que não preparássemos nada especial e foi assim", contou Paulo Henrique de Morais. Na segunda visita, Lu levou vários sacos e caixas de miçangas para as indígenas fazerem colares, pulseiras e outras bijuterias. "Foi uma alegria e elas também vão fazer parte do projeto das Padarias".

No ano passado, em uma rara entrevista ao site Poder 360, ela contou que apreendeu com os pais a ser solidária e a fazer trabalho social. "E é uma alegria para mim estar ao lado do Geraldo e de ter essa ampla oportunidade de realizar esse trabalho", afirmou. Em São Paulo, ela criou a Padaria Artesanal, Escola de Moda, Escola de Beleza e Escola de Construção Civil. "Para poder fazer isso, é muito importante viajar, estar ao lado da população. Não sou eu que tenho ideias. São essas pessoas que as trazem", prosseguiu.

Na mesma entrevista, ela fala de sua "profunda" admiração pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da alegria por ter passado bastante tempo com ele durante a campanha eleitoral. "É um homem que foi muito pobre e a gente sente isso em cada depoimento que ele dá. Ele entra na alma das pessoas porque foi pobre, sentiu frio, fome. Por isso, ele também sabe que precisamos construir um Brasil onde todos tenham três refeições ao dia, onde todos tenham uma vida digna", afirmou ao site.

"Lú é muito natural em qualquer situação", diz Silvio Torres. Muito mais até do que o marido que perde para a mulher fora das atividades oficiais. Em fotos da família durante uma trilha na serra da Mantiqueira, por exemplo, lá está o vice-presidente de camisa social e calça, quando toda a família Alckmin vestia roupa esportiva, inclusive, Lu.

A segunda-dama também foi procurada pelo Estadão, mas não quis dar entrevista.

Morreu nesta quinta-feira, aos 43 anos, a ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei Walewska Oliveira. Ela foi campeã olímpica nos Jogos de Pequim-2008 e estava aposentada desde a temporada 2021/2022. A ex-atleta estava em São Paulo para participar da gravação de um podcast para contar a sua trajetória no esporte e divulgar o lançamento de seu livro. A causa da morte ainda não foi informada pela família.

Natural de Belo Horizonte, Walewska começou a sua carreira profissional no vôlei em 1995, atuando pelo Minas Tênis Clube, equipe na qual ficou até 1998, quando foi convocada pelo técnico Bernardinho pela primeira vez para a seleção brasileira.

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A jogadora conquistou a medalha de ouro com a seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999. No ano seguinte, a central ajudou o País a ficar com o bronze na Olimpíada de Sydney-2000. Depois de um período longe da seleção, ela voltou a ser convocada por José Roberto Guimarães e fez parte do time que ficou com o quarto lugar nos Jogos de Atenas-2004.

Walewska viveu seu grande momento no esporte no ano de 2008, quando conquistou o tricampeonato do Grand Prix de vôlei (antigo nome da Liga das Nações) e foi um dos destaques da seleção brasileira na campanha da medalha de ouro nos Jogos de Pequim-2008. O lugar mais alto do pódio também marcou a sua despedida da seleção, que voltou a servir em 2013 para a Copa dos Campeões antes da aposentadoria.

Além do Minas Tênis Clube, a jogadora atuou por Rio de Janeiro, São Caetano, Perugia, Murcia, Odintsovo, Vôlei Futuro, Campinas, Praia Clube e Osasco. Ela foi duas vezes campeã da Superliga Brasileira, três vezes da Supercopa e uma vez do Troféu Super Vôlei e do Campeonato Mineiro.

LANÇAMENTO DO LIVRO

Walewska estava em São Paulo para gravar um podcast nesta quinta-feira sobre sua carreira no vôlei e divulgar seu livro, contando sua trajetória na carreira. Durante sua passagem por São Paulo, Walewska esteve no centro de treinamento do Palmeiras e se encontrou com o técnico Abel Ferreira. Na oportunidade, a jogadora e o treinador trocaram seus livros e tiveram um momento de conversa sobre esporte e vida, carreira e gestão.

"Quando me disseram (de sua morte), eu não acreditei. Não vale a pena me chatear com o futebol, vários treinadores me disseram isso. Tem de aprender a desfrutar e dar o seu melhor. A verdade é que estamos na fila. Mesmo sem saber quando é a nossa vez, mas estamos todos na fila. Não vale a pena. Temos que ser gratos e eu sou grato por tudo. Quando recebo uma notícia dessas, te faz pensar sobre o significado da vida. Nestes momentos em que falamos da morte, pensamos e questionamos qual é a missão quanto homem, pessoa, cidadão. É duro. Tive uma oportunidade em particular com ela e foi espetacular. Tivemos uma hora e ela foi espetacular. Ela era capitã da equipe e foi extraordinária", disse Abel Ferreira ao ser questionado sobre o ocorrido em sua coletiva após a derrota para o Grêmio em jogo em Porto Alegre

O treinador do Palmeiras estava visivelmente emocionado. "Perguntei como era a transição de atleta para aposentado e ela reconheceu que era um luto. Há muitas coisas que os atletas ganham, mas todos tem que se preparar para a próxima etapa. Foi uma honra extraordinária e quando me disseram a notícia, eu não quis acreditar. Infelizmente, é preciso. Às vezes temos medo de fazer as coisas em campo, mas comparado a isso? Para mim foi uma notícia muito triste. Dou minhas condolências à família e a sensação que tenho é de que não é verdade".

Nas redes sociais, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) publicou uma nota de pesar lamentando a morte da jogadora. "Waleska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada", disse o presidente da CBV, Radamés Lattari.

O Praia Clube, equipe profissional de vôlei feminino de Uberlândia, Minas Gerais, onde Walewska foi capitã e campeã da Superliga 17/18 e do Sul-Americano 2021, também declarou pesares. "O vôlei brasileiro e a comunidade esportiva perderam uma verdadeira lenda", afirma em nota. "Que sua memória e legado continuem a brilhar como uma fonte de inspiração para as gerações futuras".

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quinta-feira (24), a Operação Nexum, que investiga um grupo suspeito de falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro. Um dos alvos de busca e apreensão da ação foi o filho "'04" do ex-presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro. Investigadores realizaram buscas em dois apartamentos ligados a ele: um em Brasília e outro em Santa Catarina.

Rodeado de familiares políticos, o jovem se filiou a uma sigla apenas após o fim do mandato do pai. Em junho, o PL, liderado Valdemar Costa Neto, acolheu o filho "04" do ex-presidente com uma estratégica política bem definida: lançar o nome de Jair Renan à vaga de vereador em Balneário Camboriú em 2024, o que serviria de trampolim para uma possível disputa a deputado federal em 2026. Assim, o ex-presidente teria filhos com carreiras políticas em três Estados diferentes: Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

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A decisão por Santa Catarina também era estratégica, já que Renan passou a integrar o escritório de apoio do senador Jorge Seif Júnior (PL-SC) em Balneário Camboriú. Nomeado em março deste ano, Jair Renan passou a exercer a função de auxiliar parlamentar pleno. Jorge Seif é uma das principais vozes do ex-presidente no Senado. Durante a gestão Bolsonaro, ele chefiou a secretaria da Pesca e se apresenta como o "06" do então presidente.

Durante o governo Bolsonaro, Jair Renan esteve no centro dos holofotes políticos diversas vezes. Em 2021, o filho do ex-presidente e seu preparador físico, Allan Lucena, se tornaram alvos da PF, suspeitos por crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A investigação apurou que a dupla teria recebido um carro elétrico de representantes de uma empresa e, um mês após a doação, os representantes da marca conseguiram agendar um encontro com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, do qual também participou Renan.

Um ano depois o início da investigação, um relatório da PF concluiu que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) interferiu na apuração. De acordo o jornal O Globo, um integrante da agência admitiu ter recebido a missão de levantar informações sobre o inquérito com o objetivo de "prevenir riscos à imagem" do presidente da República.

À época, Bolsonaro negou ingerência no órgão e disse que seus filhos poderiam ser investigados. "Investigue. Não compare meus filhos com os do Lula. Vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho tem de ser investigado, agora parem de massacrar", afirmou.

Durante o governo do pai, Jair Renan, que é gamer, chegou a se reunir com o então secretário de Cultura, Mário Frias, para tratar do "futuro dos e-Sports". Em seu mandato, Bolsonaro passou reduzir imposto para consoles de videogames e jogos - o IPI foi reduzido três vezes.

O nome de Jair Renan também apareceu ligado ao lobby. Documentos obtidos pela CPI da Covid no Senado Federal mostram uma troca mensagens pelo WhatsApp em que o jovem recorre a ajuda de um lobista para abrir sua empresa privada em Brasília. As mensagens que envolvem Jair Renan foram apreendidas pelo Ministério Público Federal do Pará no celular do lobista Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria.

Jair Renan é fruto da união de Bolsonaro com Ana Cristina Siqueira Valle, segundo matrimônio do ex-presidente. O jovem tem Flávio, Carlos, Eduardo e Laura como meio-irmãos.

A jovem de 27 anos que foi morta pela bala perdida de um policial militar, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, deixou duas filhas pequenas. O corpo da gerente de loja Júlia Ferraz Signoreto foi sepultado, no início da tarde desta terça-feira (15) no Cemitério da Saúde, no bairro Campos Elíseos. Abalados, os familiares mais próximos não quiseram falar com a reportagem.

Uma prima, que falou sob a condição de não ser identificada, descreveu um clima de total comoção. "Ela estava no auge da vida, tinha recebido uma nova proposta de trabalho e estava feliz. Deixou duas filhas pequenas, que o pai delas e a família vão continuar apoiando, como sempre fizeram." Em sua página no Instagram, Julia se identificava como "mãe de Valentina e Vitória".

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Conforme a parente, Júlia perdeu a mãe quando tinha 12 anos e ela e o irmão foram criados pelos tios. O pai da jovem mora em São Paulo, onde tem uma empresa de artefatos de madeira. A prima lamentou a imprudência do policial que teria reagido a uma suposta tentativa de roubo, contestada pelos envolvidos.

"Ele fez dez disparos em plena avenida, com muita gente circulando. Foi muita imprudência. Vi que já foi solto. Não posso falar em nome da família, mas acho muita injustiça."

O crime aconteceu na madrugada desta segunda-feira (14), quando Julia deixou uma casa noturna acompanhada de um amigo. Imagens de câmeras instaladas no local mostram os dois caminhando pela calçada da Avenida Independência, quando surgem duas motos na pista.

Em uma delas estava o soldado da PM Maicon de Oliveira Santos, de 35 anos, e na outra Gustavo Alexandre Scandiuzzi Filho, de 26 anos, que levava na garupa, Arthur de Lucca dos Santos Freitas Lopes, de 18.

Pelas imagens que já estão em posse da polícia, o soldado e os dois rapazes parecem discutir. Em dado momento, a moto com os rapazes se afasta e o policial em sua moto aponta a arma e faz vários disparos.

Outra câmera mostra quando a jovem, que seguia mais adiante pela calçada com o amigo, recebe o tiro e cai. O policial usou o celular para chamar reforço. A vítima foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas a morte foi constatada;

Os dois jovens foram baleados nas pernas e abordados pela polícia quando recebiam atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte. A perícia recolheu dez cápsulas deflagradas no local.

Em depoimento, o soldado disse que estava de folga e ia para uma lanchonete quando foi abordado pela dupla. Um deles teria perguntado se a moto tinha seguro, pois ele ia perdê-la.

Segundo o policial, quando o garupa sacou uma arma, ele fez os disparos. Os dois jovens, no entanto, deram outra versão: disseram que estavam discutindo com o ocupante da moto devido a uma manobra dele e teriam dito apenas que "iriam pegá-lo".

A delegada da Polícia Civil que investiga o caso, Vanessa Matos da Costa, disse que as imagens das câmeras indicam que houve excesso na conduta do policial militar. Segundo ela, ainda que houvesse tentativa de roubo, o que não ficou configurado, o policial começou a atirar depois que os jovens já haviam se afastado dele. Além disso, descarregou a arma em local muito movimentado, colocando em risco a vida de outras pessoas - como a da jovem que acabou atingida e morta.

O soldado foi preso em flagrante pela morte de Júlia, entendida como homicídio doloso na modalidade de dolo eventual, já que ele teria assumido o risco de produzir o resultado morte. O policial também deve responder por duas tentativas de homicídio, por ter baleado os dois jovens. Maicon foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, na capital.

Nesta terça-feira, 15, durante audiência de custódia, a Justiça mandou soltar o PM Santos para que responda ao processo em liberdade. O benefício foi concedido mediante a adoção de medidas cautelares, como se apresentar em juízo mensalmente, fazer prova do endereço e recolhimento domiciliar nos dias de folga, podendo sair de casa apenas para o trabalho.

O advogado do soldado, Gustavo Henrique de Lima e Santos, foi procurado pela reportagem e ainda não deu retorno. A defesa de Arthur, o rapaz que estava na garupa da moto, disse que seu cliente tem 18 anos e nunca teve qualquer passagem pela polícia. Segundo ele, tanto Arthur como Gustavo, o piloto da moto, estavam desarmados. A reportagem não conseguiu contato com o defensor de Gustavo.

Um desconhecido na política argentina até conquistar uma cadeira como deputado em 2021, o libertário Javier Milei ganhou impulso na corrida presidencial neste domingo, 13, ao ser o grande vencedor das PASO, as Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, que são um termômetro para a disputa presidencial da Argentina. O economista que surgiu com uma terceira força política virou o jogo e saiu como protagonista, com mais de 5 milhões de votos.

Com 97% das urnas apuradas, Javier Milei tem 30,4% dos votos. À frente da coalizão de centro-direita Juntos por el Cambio (28,27%) e da coalizão da esquerda que governa o país Unión por la Pátria (27,27%). As prévias definem as chapas que vão concorrer na eleição presidencial de outubro.

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A votação expressiva de Milei foi antecipada pelas próprias campanhas enquanto a apuração avançava e pegou a Argentina de surpresa. Em discurso após a vitória, Milei falou em fazer um esforço nacional para "acabar com o kirchnerismo e a casta política parasitária" que domina o país.

O presidente da coalizão Liberdade Avança capturou uma atenção considerável do eleitorado argentino quando se colocou como "diferente de tudo que está aí". Com seu lema de ser "contra a casta política", Milei enfatiza que não faz parte nem da política peronista nem da oposição macrista. O discurso agradou quem está cansado da enorme crise econômica que passa o país e não foi resolvida no últimos governos de Alberto Fernández e seu antecessor Mauricio Macri.

À insatisfação popular se somou as brigas internas dentro das coalizões de governo e oposição pelas candidaturas presidenciais. A chapa peronista União pela Pátria (antiga Frente de Todos) travou batalhas até os últimos dias para definir um candidato. Enquanto a oposição do Juntos pela Mudança decidiu sair com dois nomes de peso para a disputa, mas não sem antes protagonizar trocas de acusações entre eles e disputas até mesmo pela prefeitura de Buenos Aires.

Um outsider na liderança

Javier Milei é a mais nova expressão dos outsiders que irromperam na política nos anos recentes. O economista de 51 anos, autodenominado anarcocapitalista, disse que iria acabar com a classe dominante, cortar o governo e fechar o banco central, cuja política monetária ruim, segundo ele, "rouba" dinheiro dos argentinos por meio da inflação. .

Estrela do atual ciclo eleitoral da Argentina, Milei tem propostas radicais. Além da dolarização da economia do país, ele propõe o fim da educação gratuita e obrigatória, que substituiria por um sistema de vouchers; uma gradual privatização do sistema de saúde; desregulamentação do mercado de armas; e o fim da educação sexual obrigatória.

Mas uma promessa parece ter causado impacto: se eleito, disse Milei, ele sortearia seu salário mensal. "Para mim, isso é dinheiro sujo", disse ele. "Do meu ponto de vista filosófico, o Estado é uma organização criminosa que se financia com impostos retirados das pessoas à força. Estamos devolvendo o dinheiro que a casta política roubou".

Desde que Milei assumiu o cargo em dezembro, 2,4 milhões de argentinos se inscreveram para ter a chance de ganhar seu contracheque de US$ 3.200 em sorteios transmitidos ao vivo nas redes sociais. De talvez maior consequência: o político anteriormente obscuro, cujas ideias geralmente fogem do mainstream político aqui, é o candidato líder nas primeiras pesquisas para a eleição presidencial do ano que vem, com o apoio de eleitores de todo o espectro.

"Milei articula a raiva das pessoas melhor do que ninguém", disse Lucas Romero, diretor da empresa de consultoria de Buenos Aires Synopsis. "Sua verbosidade contra a liderança política o ajuda a construir apoio baseado em resultados econômicos fracos na última década."

Como presidente, diz Milei, ele cortaria os gastos drasticamente para poder reduzir os impostos. Ele fortaleceria os laços com os Estados Unidos e outras potências ocidentais e atrairia o apoio de aliados que se opõem às ideias da esquerda que estão surgindo na região.

"A América Latina só tem uma saída se abraçar ideias de liberdade mais uma vez", disse Milei ao The Washington Post no ano passado. Ele disse que "cortaria o próprio braço antes de aumentar os impostos".

Milei é talvez o membro mais radical de um grupo de libertários que obteve vitórias nas eleições de meio de mandato de 2021. Foi a primeira vez em décadas que a filosofia de governo limitado atraiu apoio considerável, uma surpresa em um país há muito governado por variantes do peronismo de esquerda.

A ascensão de Milei foi auxiliada por sentimentos generalizados de pessimismo e apatia. O país concluiu um acordo com o Fundo Monetário Internacional para evitar o mais recente de uma série de inadimplências, mas a inflação mensal de 6,7% em março sugere que as pressões sobre os preços estão apenas piorando. Pesquisas indicam que a maioria dos argentinos acredita que a economia estará pior daqui a um ano e espera que seus filhos também estejam piores no futuro.

"Hoje, Milei é um repositório das frustrações das pessoas", disse Mariel Fornoni, diretor da empresa de pesquisas de Buenos Aires Management & Fit. "As expectativas são incrivelmente baixas. Cada líder político que medimos tem uma imagem pública muito ruim, e isso é algo que nunca vi em anos".

Infância difícil e goleiro

Milei foi goleiro do clube de futebol argentino Chacarita Juniors, mas encerrou a carreira no começo dos anos 1990. Nascido no bairro portenho de Palermo, em 22 de outubro de 1970, Milei teve uma infância marcada por polêmicas em família. Ele mesmo reconhece que não se dava bem com a família, apenas com sua irmã, Karina Milei. Ele diz que ela é a pessoa que melhor o conhece e "a grande arquiteta" de seus acontecimentos políticos. Milei disse a diferentes meios de comunicação que, caso se torne presidente, ela desempenhará o papel de primeira-dama.

O jornalista Juan Luis González é um dos pesquisadores da biografia não autorizada do economista, intitulada "El Loco". À CNN, ele declarou que a passagem de Javier Milei pelo Colégio Cardenal Copello, em Villa Devoto, foi marcada por bullying na maior parte da vida.

Hoje Milei vive com cinco Mastiffs ingleses, cada um pesando cerca de 100 quilos, e ele reconhece nesses cachorros sua verdadeira família.

A partir de 2018, a ascensão de Milei começou nos principais meios de comunicação argentinos, com a divulgação de seu discurso "liberal libertário", como costuma chamar. Suas aparições no rádio e na televisão locais geraram polêmica, seja entre seus colegas economistas, jornalistas ou apresentadores.

O grande salto em sua carreira política veio em 2020, quando anunciou sua candidatura à presidência nas eleições de 2023. Esse passo abriu caminho para que seu partido, La Libertad Avanza, conquistasse duas cadeiras na Câmara dos Deputados no ano seguinte, ocupados por ele e por sua candidata à vice-presidência, Victoria Villarruel.

Enquanto a corrida estava indefinida dentro dos partidos tradicionais da Argentina, Milei se beneficiava de ser o único nome certo na disputa para as primárias que ocorrem em agosto e já ocupava espaços na televisão e no rádio para compartilhar suas ideias de governo.

As palavras fortes contra os políticos e a marca registrada do cabelo desordenado - que lhe rendeu comparações com o ex-premiê britânico Boris Johnson - conquistou um público que se viu representado em seu jeito mais próximo "do povo". Mas foi seu diploma de economista que lhe rendeu a confiança de parte da população argentina de que ele saberia resolver o problema da inflação acima dos 110%. Ainda que seus planos fossem vagos ou radicais, como acabar com o Banco Central ou dolarizar a economia - em um cenário de fuga de dólares.

Escândalo

Além das mudanças no xadrez dos adversários, Milei se vê agora prejudicado pelo maior escândalo envolvendo seu nome desde que entrou para a política em 2021. A Justiça Eleitoral argentina abriu uma investigação por denúncias de venda de candidaturas dentro da coalizão Liberdade Avança.

Segundo denunciou ex-aliados do candidato, sua equipe chegou a cobrar mais de US$ 50 mil dólares para indicar nomes às corridas para prefeitos, vereadores e governadores nas eleições provinciais. Áudios divulgados pelo La Nación em que Milei é citado pelo nome reforçaram as denúncias até que a Justiça abriu o inquérito. Milei nega a venda e se diz vítima de difamação.

Além disso, nenhum dos candidatos apoiados por ele conseguiu cargos nas eleições provinciais, que até então veem predominância dos candidatos apoiados pelo governo. No entanto, ainda faltam eleições de províncias importantes e que concentram a maioria do eleitorado, como Buenos Aires e Santa Fé. (Com agências internacionais)

O advogado criminalista Frederick Wassef, alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (11), faz parte do círculo mais íntimo da família Bolsonaro. Ele defendeu o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho mais velho, Flávio, e escondeu o ex-assessor Fabrício Queiroz durante as investigações de um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do "01".

Denominada Lucas 12:2, a operação da PF desta sexta vasculhou quatro endereços em Brasília, São Paulo e Niterói atrás de provas dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A suspeita da corporação é de que Wassef estaria envolvido nesses delitos por meio da venda de joias recebidas como presentes durante agendas oficiais no exterior.

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Wassef recomprou Rolex para entregar ao TCU

O general da reserva do Exército Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, e o tenente Osmar Crivelatti também estão entre os alvos da operação.

A autorização da ordem de busca e apreensão veio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das milícias digitais, que apura um suposto esquema de ofensivas virtuais feitas por apoiadores do ex-presidente contra adversários políticos.

De acordo com as investigações, Wassef recomprou, nos Estados Unidos, o Rolex recebido de presente por Bolsonaro e vendido por Lourena Cid para poder entregar o item ao Tribunal de Contas da União (TCU). O advogado teve de pagar um valor maior do que aquele obtido na venda.

Relação de Wassef com a família Bolsonaro

Conhecido como Fred, o advogado é considerado bolsonarista "raiz". Crítico do que chama de "indústria dos radares", defensor de "ações mais efetivas da polícia" no combate à violência, católico praticante e adversário da esquerda.

O primeiro contato entre o ex-presidente e Wassef foi em 2014. Wassef ganhou de presente um smartphone quando estava internado para tratamento de câncer, clicou no ícone do YouTube e assistiu a um discurso do então deputado federal Jair Bolsonaro sobre controle de natalidade. No dia seguinte Fred telefonou para o gabinete de Bolsonaro na Câmara. Depois de mais de uma hora de conversa, marcaram um encontro pessoal.

A atuação de Wassef ao lado do clã Bolsonaro ultrapassa a relação entre advogado e cliente. Em 2019, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entrou na mira da Polícia Federal suspeito de ter dentro do seu gabinete, quando era deputado pelo Rio, um esquema de "rachadinha". O assessor responsável por movimentações atípicas em contas vinculadas ao parlamentar, Fabrício Queiroz, ficou meses foragido da Justiça.

Em junho de 2020, Queiroz foi encontrado em uma casa de Wassef, no município de Atibaia, quando foi preso pela PF. No dia seguinte, o advogado deixou o caso.

Além disso, Wassef costumava frequentar o Alvorada quando Jair Bolsonaro era presidente. Em novembro de 2022, depois que o ex-presidente foi derrotado nas urnas, o criminalista apoiou os acampamentos feitos por apoiadores do ex-chefe do Executivo perto dos quartéis do Exército em todo o País.

"Gente, isso vai muito além do que simplesmente uma eleição ou um presidente. Isso é uma semente que nasceu, o nosso herói Jair Bolsonaro foi quem começou no Brasil o despertar de uma consciência coletiva política de amor ao Brasil, à pátria, à bandeira", disse Wassef na época.

Nas últimas eleições, o advogado se candidatou a deputado federal pelo PL em São Paulo. Ele obteve 3.628 votos e ficou como suplente. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Wassef declarou um patrimônio de R$ 18 milhões, composto de vários imóveis no Brasil e no exterior.

Preso nesta quarta-feira (9) pela Polícia Federal (PF), Silvinei Vasques é um dos principais alvos da Operação Constituição Cidadã, que investiga o suposto uso da máquina pública para interferir no segundo turno das eleições de 2022. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) já estava sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) em razão da operação do órgão que obstruiu as estradas do Nordeste durante o turno eleitoral.

Paranaense de 48 anos, Silvinei entrou no quadro da PRF em 1995. Nesse período, já foi coordenador-geral de operações e secretário municipal de segurança e defesa social do município de São José (SC), além de ocupar outras posições de gerência, inclusive como superintendente da PRF em Santa Catarina. Antes de se tornar diretor, seu último posto foi como Superintendente da PRF no Rio de Janeiro, entre 2019 e 2021.

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Em abril de 2021, Silvinei assumiu o posto de diretor-geral da PRF quando o então presidente Bolsonaro deu posse a Anderson Torres no Ministério da Justiça. O policial ficou 8 meses na posição e, durante esse tempo, chegou a fazer diversas publicações em sua conta pessoal com fotos com o ex-presidente durante eventos e com legendas em que continham agradecimentos ao governo e ao ex-chefe do Executivo pelos investimentos na instituição.

Silvinei nunca escondeu o apoio ao ex-presidente. Durante as eleições de 2022, o policial usou a conta para defender o voto em Bolsonaro. A publicação em formato de stories mostrava uma foto da bandeira do Brasil e a escrita: "Vote 22, Bolsonaro presidente". A postagem foi apagada horas depois. O apoio político público fez com que o ex-diretor-geral da PRF passasse a ser investigado pela Justiça do Rio de Janeiro por improbidade administrativa.

Durante o segundo turno, sob liderança de Silvinei Vasques, a Polícia Rodoviária Federal realizou mais de 500 operações nas estradas e rodovias. Durante o dia, eleitores denunciaram abordagens irregulares da corporação e a PRF foi acusada pelo PT de atuar para dificultar o voto de eleitores. A justificativa era que seria preciso combater o transporte irregular de eleitores, principalmente no Nordeste, onde o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha mais votos.

Posteriormente, como mostrou o Estadão, o cenário era outro: a estratégia do órgão foi selada em uma reunião no Palácio da Alvorada com coordenadores da campanha do então presidente Bolsonaro. Desde então, Vasques é investigado sobre essa ocorrência.

Após ser exonerado do cargo em dezembro de 2022, e já alvo de investigações, Silvinei se aposentou.

Primeiro interrogado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Silvinei Vasques falou por 12 horas e negou que policiais da instituição tenham sido usados para boicotar ou dificultar o deslocamento de eleitores no dia da votação. O policial aposentado também tentou blindar o ex-presidente das acusações de uso da estrutura da PRF no pleito de 2022.

"Eu nunca utilizei do cargo para benefício eleitoral do presidente, se fosse assim nós teríamos que autorizar metade dos servidores públicos daquela época", afirmou Silvinei em sua defesa. "As fotos que tenho com o presidente Bolsonaro foi porque ele deixou eu tirar e as fotos foram postadas na minha hora de folga", prosseguiu. "Não seria eu que mudaria o resultado da eleição", concluiu durante oitiva.

Após o depoimento, a senadora e relatora do colegiado, Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que vai incluir em seu relatório final a sugestão do PSOL de propor ao Ministério Público a abertura de uma notícia-crime contra Silvinei. O partido acusa o policial aposentado de mentir, durante oitiva à comissão, sobre o número de abordagens em Estados do Nordeste na eleição de 2022.

Três a cada quatro pessoas que realizam uma compra nos shoppings costumam pesquisar, antes, o preço da mercadoria na internet. Essa é uma das descobertas de uma ampla pesquisa sobre o hábito dos consumidores realizada pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

A pesquisa de preço utilizando os canais online não é vista como uma surpresa pela associação que, no estudo, aponta esse novo hábito como uma oportunidade para apoiar a digitalização dos lojistas de pequeno e médio porte, para oferecer mais possibilidades aos clientes deste perfil.

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A pesquisa também mostrou que 43% do total de consumidores que participaram do questionário declaram já ter feito compra em algum canal digital de shopping center, seja ele o site oficial, WhatsApp ou outro meio eletrônico. E 35% possuem algum aplicativo de shopping no celular.

Apesar da concorrência com o comércio eletrônico, o shopping ainda cumpre seu papel como centro de compras, ainda que outras atrações tenham um peso da vez mais relevante. Para 43% dos entrevistados, as compras são a principal razão para uma visita, enquanto outros 31% dizem que vão pelo lazer, 21%, pela alimentação, e 5%, pelos serviços.

Entre outros dados, o levantamento pontua que 24% consideram a localização como o fator mais importante na escolha do shopping e 22% optam pelo empreendimento a partir do mix de lojas.

Já 46% dos consumidores preferem comprar em shopping por considerá-lo um local seguro e 36% o avaliam como um local prático para resolver as necessidades do dia a dia.

Entre os frequentadores, 65% vão ao shopping com veículo próprio e o tempo médio de permanência é de 80 minutos.

"Conhecer mais profundamente os frequentadores e captar seus sentimentos e percepções são atitudes fundamentais para o setor de shopping centers, que foi extremamente resiliente durante a pandemia e que agora está retomando com força total seu papel no cotidiano das pessoas", afirmou, em nota o presidente da Abrasce, Glauco Humai.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), é um dos nomes que está no radar do PL diante da possível inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL). O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciado nesta quinta-feira, 22, acirra os ânimos dos que pretendem ocupar a liderança do ex-presidente no espectro político da direita.

Se o TSE condenar Bolsonaro no caso da reunião de 18 de julho de 2022 com embaixadores, ele ficará inelegível por oito anos, criando um "vácuo" na direita. Outros nomes, como o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), também são cotados para assumir essa liderança. Uma pesquisa da Genial/Quaest mostra Tarcísio como principal opositor de Lula, na perspectiva do eleitorado. No entanto, aliados do chefe do Executivo paulista defendem a conclusão do mandato e a busca da reeleição.

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Em segundo mandato, Zema pertence a uma ala do Novo mais próxima do bolsonarismo, mas não é visto pelo eleitorado como um radical. O "flerte" com o PL não é de hoje. Como mostrou a Coluna do Estadão, o governador mineiro está desde o começo do ano no radar de Valdemar Costa Neto, com vistas à eleição de 2024 - quando o País terá disputas municipais -, e busca distância do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ratificando seu lugar de oposição.

A proximidade de Zema com Bolsonaro e a oposição a Lula mudaram a balança dentro do Novo, que suspendeu um dos seus fundadores, João Amoêdo, por causa da declaração de voto no petista na eleição passada. Diante da pressão dos pares e da declarada insatisfação com os rumos que a sigla tomou, o ex-candidato à Presidência deixou o Novo. Na época, em entrevista ao Estadão durante o período eleitoral, Zema negou o rótulo de bolsonarista.

Outro episódio recente que mostra o protagonismo de Zema no campo da direita foi uma troca de farpas com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na quinta-feira passada. Silveira é próximo de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), possível candidato ao governo mineiro em 2026.

Na eleição de 2022, Zema se reelegeu em primeiro turno com 6.094.136 votos (equivalente a 56,18% do eleitorado mineiro), vencendo o seu opositor, Alexandre Kalil (PSD), vice-prefeito de Belo Horizonte, que recebeu 35% dos votos.

Moderação e disputa

Na avaliação do cientista político e professor do Mackenzie Rodrigo Prando, Zema é palatável para o eleitorado, mas ainda está atrás de outros nomes. "Ele tem a possibilidade de ocupar esse espaço, mas tem que disputá-lo com o governador de São Paulo."

Prando avalia que os dois governadores têm como estratégia a construção da imagem do "gestor técnico", ligado a realizações governamentais, o que conquista o eleitorado de centro. "Bolsonaro sempre teve um carisma voltado à manutenção ideológica da sua base radical. Ele tem um carisma muito singular, que nem Zema nem Tarcísio possuem. Porém, na campanha, apelou para o ataque", afirmou o professor.

Os ataques de 8 de janeiro provocaram um "impacto simbólico" do qual os políticos simpatizantes do ex-presidente têm tentado se desvincular, em busca de sustentação da governabilidade, avalia Prando. O professor pontua: "Bolsonaro discursava para os radicais, mas sempre tinha de tentar apoio junto aos políticos de centro".

Rancho da família

O governador de Minas autorizou um investimento de R$ 41,2 milhões na reforma de um trecho de 107 quilômetros da rodovia MG-428, de acordo com o jornal O Globo.

A pista que terá o asfalto recuperado começa no entroncamento com a BR-262, em Araxá (MG), e termina na divisa de Minas com São Paulo, onde fica o "Rancho Zema", de propriedade da família do governador. Ele divulgou uma nota refutando quaisquer ilegalidades na obra e justificando que escolha do trecho para reforma se baseou em "quesitos técnicos".

A reportagem entrou em contato com o governador Romeu Zema, que, por meio da sua assessoria, negou que uma mudança o PL esteja sendo negociada. A avaliação do governador é que sua gestão vive um bom momento.

Ainda de acordo com a assessoria, Zema não tem ambição de ser presidente, mas defende uma candidatura única da direita. Ele não descarta, contudo, uma negociação futura, caso seu nome se mostre ser o mais competitivo.

Os dois alunos atingidos por disparos de arma de fogo durante o ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, eram namorados e colegas de sala. A informação foi confirmada ao Estadão por fontes oficiais do governo do Estado.

Um ex-aluno, de 21 anos, entrou armado no colégio na manhã desta segunda-feira (19) alegando que solicitaria seu histórico escolar. Ele disparou contra o casal e foi detido por um professor. Em seguida, foi encaminhado para Londrina, cidade vizinha de Cambé. A polícia investiga a motivação do crime.

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Ex-coroinha em uma igreja da cidade, Karoline Verri Alves, de 17 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local. Ela participava do grupo de jovens da Paróquia Santo Antônio de Cambé, onde seus pais são coordenadores. "A jovem era atuante na Igreja", disse a paróquia.

"Neste momento de dor, a Paróquia Santo Antônio de Cambé e a Comunidade Nossa Senhora do Divino Amor transmitem os sentimentos e fazem orações pelos familiares das vítimas e à comunidade escolar psicologicamente abalada", acrescentou, em nota nas redes sociais.

Karoline cursava o 3º ano do ensino médio e era colega de sala do namorado, de 16 anos. O adolescente segue internado em "estado gravíssimo" e os médicos do Hospital Universitário de Londrina tentam estabilizar o quadro de saúde do jovem.

Conforme boletim mais recente, o paciente iniciou infusão de antibioticoterapia, profilaxia (vacina para difteria e tétano), com necessidade de associar medicamento para manutenção dos níveis de pressão arterial e transfusão de sangue, devido aos traumas. Ele respira com ajuda de aparelhos e está na sala de emergência do Pronto Socorro.

"Devido seu quadro de extrema instabilidade, está contra indicado o transporte ao bloco cirúrgico da instituição, por risco de alteração dos parâmetros vitais", afirma o boletim médico.

Ao Estadão, o secretário de Educação do Paraná, Roni Miranda, disse que as informações preliminares apontam que o autor não tinha relação com as vítimas. "É um ex-aluno, que estudou por lá em 2014", disse. Segundo ele, o agressor abandonou os estudos, sem concluir o ensino médio, no ano passado.

Foram apreendidos, junto com o agressor, uma machadinha, carregadores de revólver e a arma utilizada no crime. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que, além desses itens, foi encontrado um caderno com anotações sobre ataques em escolas. Além disso, foi revelado que o agressor é esquizofrênico e estava em tratamento para essa condição, de acordo com informações fornecidas por sua família. No começo da noite, um outro homem, também de 21 anos, foi preso por suspeita de ajudar a organizar o ataque.

O Colégio Estadual Professora Helena Kolody tem cerca de 40 turmas e 634 alunos, segundo a Secretaria da Educação do Paraná. A escola atende turmas de ensino fundamental e médio.

Governador decretou luto de três dias

Por meio das redes sociais, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), lamentou a tragédia. "A violência do brutal ataque em uma escola estadual em Cambé causa indignação e pesar. O assassino foi preso, será julgado e condenado pelo crime bárbaro que cometeu", publicou.

"O professor que imobilizou esse ex-aluno passou por um treinamento recentemente, e as forças policiais chegaram em apenas três minutos ao colégio depois do acionamento, o que evitou uma tragédia ainda maior", disse ele, que decretou luto oficial de três dias no Estado.

Em abril, após atentados em escolas de São Paulo e Blumenau (SC), Ratinho Junior anunciou reforço de 5,6 mil policiais para fazerem rondas nas regiões de escolas estaduais para conter ataques nas instituições de educação.

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