CPMI da Petrobras: empresário admite mediação de Youssef

"Pretendia expandir os negócios e me interessei pelos serviços (de Youssef). Ele era conhecido por ter um tráfego bom junto às construtoras", justificou Márcio Bonilho

por Giselly Santos qui, 27/11/2014 - 13:50
Agência Senado Márcio Bonilho é sócio e diretor da Sanko-Sider Produtos Siderúrgicos Agência Senado

O sócio e diretor da Sanko-Sider Produtos Siderúrgicos, Márcio Bonilho, deu explicações nesta quinta-feira (27) aos parlamentares que compõem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras sobre seu relacionamento com o doleiro Alberto Youssef, acusado de operar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. Durante a oitiva, o executivo informou que conheceu Youssef há quatro anos e pagou quase R$ 38 milhões em comissões pela intermediação de negócios da Sanko com outras empresas, inclusive empreiteiras. Ele negou irregularidades nos pagamentos e disse que as comissões variavam de 3% a 15%.

"Pretendia expandir os negócios e me interessei pelos serviços (de Youssef). Ele era conhecido por ter um tráfego bom junto às construtoras", justificou. Ele também admitiu ter conhecido o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, dois anos após o executivo ter deixado a diretoria de Abastecimento da petrolífera.

"Tive um único contrato com a Costa Global Consultoria, que durou quatro meses. Eu estabeleci um contrato de representação com ele, para que apresentasse empresas do exterior e ampliasse o leque de oferta de produtos no Brasil (...) Durou apenas quatro meses. Ele prospectaria empresas. Mas passaram os quatro meses e não teve negócio nenhum", disse. 

Com exceção do deputado Afonso Florence (PT-BA) e do senador Gim (PTB-DF), só participaram da audiência oposicionistas. O deputado Izalci (PSDB-DF) disse que vai apresentar requerimento pedindo uma acareação entre Bonilho e Alberto Youssef.

A próxima reunião da CPI Mista está marcada para a próxima terça-feira (2 de dezembro), para acareação entre os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró. Antes, poderão ser analisados requerimentos.

*Com informações da Agência Senado

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