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O juiz Marcelo Malucelli, convocado para atuar no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), em Porto Alegre, acaba de derrubar a segunda ordem de prisão preventiva contra o doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato.

A decisão é o capítulo mais recente da queda de braço travada com o também juiz Eduardo Appio, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, responsável pelos processos remanescentes da Lava Jato.

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Malucelli reiterou que o colega não poderia ter expedido o mandado de prisão de ofício, ou seja, sem um pedido do Ministério Público Federal (MPF).

"Inexiste alteração fática ou documento novo juntado que justifique a mudança de entendimento exarada na decisão anterior, que concedeu a liminar", escreveu o magistrado.

O primeiro mandado de prisão do doleiro foi expedido na segunda-feira, 20, pelo juiz Eduardo Appio, com a justificativa de que Youssef não teria quitado débitos com a Receita Federal. Ele foi preso ainda ontem pela Polícia Federal (PF) no litoral de Santa Catarina.

"O acusado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros", justificou o juiz.

A defesa acionou o TRF4 e o juiz Marcelo Malucelli concedeu a primeira liminar para soltar o doleiro, por considerar que o tribunal já havia autorizado o uso de tornozeleira eletrônica, com o aval do MPF.

Um novo mandado de prisão sobreveio. Eduardo Appio fundamentou a decisão no relatório da PF sobre o cumprimento da primeira ordem de prisão. Ele afirmou que o documento traz indícios de que o doleiro tenha 'sonegado das autoridades judiciais e fiscais a verdadeira posse e propriedade dos prédios edificados no município Balneários de Itapoá'.

"Sua alegação de que o irmão mora no local, despida de qualquer documento que demonstre atividade e renda lícita e estável do irmão, está a indiciar que o investigado estaria envolvido em novas práticas delitivas, especialmente crimes contra a ordem tributária, bem como sonegando a existência de bens próprios das autoridades judiciais que acompanham a execução penal", afirmou.

Diante do novo decreto de prisão preventiva expedido por Eduardo Appio, a defesa de Youssef ingressou com outro pedido de habeas corpus junto ao TRF4. O advogado Luiz Gustavo Flores, que defende o doleiro, afirmou ao Estadão que o juiz 'inventou novo e absurdo motivo' para mantê-lo preso.

Mudança de endereço motivou nova ordem de prisão de Appio

Quando policiais federais chegaram na tarde de segunda-feira, 20, na rua Dona Cristina, em Itapoá, no litoral de Santa Catarina, em busca do doleiro Alberto Youssef, foram surpreendidos ao descobrir que ele não reside no endereço informado no mandado de prisão preventiva. Os agentes acabaram encontrando Youssef em outra casa de Itapoá e ali o comunicaram sobre a ordem de prisão expedida pelo juiz Eduardo Appio, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba. O doleiro foi preso por supostamente não quitar débitos com a Receita.

A informação faz parte de relatório detalhado da Polícia Federal (PF) e levou o juiz Eduardo Appio a decretar nova ordem de prisão de Youssef, nesta terça, 21, mesmo depois que o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) acolheu pedido liminar da defesa e mandou soltar o doleiro.

Ele afirmou que o documento traz indícios de que o doleiro tenha 'sonegado das autoridades judiciais e fiscais a verdadeira posse e propriedade dos prédios edificados no município Balneários de Itapoá'.

"Sua alegação de que o irmão mora no local, despida de qualquer documento que demonstre atividade e renda lícita e estável do irmão, está a indiciar que o investigado estaria envolvido em novas práticas delitivas, especialmente crimes contra a ordem tributária, bem como sonegando a existência de bens próprios das autoridades judiciais que acompanham a execução penal", afirmou.

Na segunda, 20, o doleiro foi encontrado em um condomínio de casas à beira-mar, próximo ao endereço inicialmente lançado no mandado de prisão, a casa da rua Dona Cristina.

De acordo com o relato dos policiais, Youssef estava 'bastante inconformado' com o decreto de prisão em seu desfavor.

"Ato continuo ingressou na viatura, no banco traseiro, entre EPF/APF, sem algemas, mantendo-se questionador e inconformado durante todo o trajeto até a SR/PF/PR, porém sem maiores alterações de humor", relataram os agentes.

A confusão de endereços foi o argumento do juiz Eduardo Appio para decretar nova ordem de prisão preventiva contra o doleiro. Essa decisão de Appio foi dada logo após o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), em Porto Alegre, considerar o primeiro mandado ilegal e ordenar a soltura do delator da Lava Jato, no início da tarde desta terça, 21.

Diante do novo decreto de prisão preventiva expedido pelo juiz Eduardo Appio, a defesa de Youssef já havia ingressado com mais um pedido de habeas corpus junto ao TRF4.

O advogado Luiz Gustavo Flores, que defende o doleiro, afirma ao Estadão que o novo endereço do cliente já havia sido informado à Justiça.

"Nos autos de execução o próprio juiz reconheceu isso", diz Flores.

Para a defesa, o juiz da 13.ª Vara de Curitiba 'inventou novo e absurdo motivo' para manter o doleiro preso.

ENTENDA A CRONOLOGIA DO CASO

- Juiz Eduardo Appio, 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, manda prender Alberto Youssef por supostamente não quitar débitos com a Receita Federal;

- Defesa entra com habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região;

- Juiz Marcelo Malucelli, convocado para atuar no TRF4, concede liminar para soltar o doleiro por considerar ordem de prisão ilegal;

- Eduardo Appio expede novo mandado de prisão preventiva após PF relatar que doleiro não foi encontrado em endereço informado à Justiça;

- Defesa volta a acionar o TRF4 e afirma que juiz 'inventou' motivo para prender Youssef;

- Marcelo Malucelli dá nova liminar para soltar o doleiro.

O desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), em Porto Alegre, atendeu nesta terça-feira, 21, a um recurso da defesa e mandou soltar o doleiro Alberto Youssef, preso na segunda, 20, sob acusação de não quitar dívidas com o Fisco.

A decisão do TRF4, no entanto, pode não livrar da prisão o delator da Operação Lava Jato. Ainda nesta terça, 21, o juiz Eduardo Appio, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, expediu novo mandado contra o doleiro, após receber novos documentos no âmbito de outro processo.

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A decisão liminar de Marcelo Malucelli foi dada no início da tarde desta terça e afirma que a primeira ordem de prisão preventiva foi 'ilegal' porque o TRF4 já havia autorizado o uso de tornozeleira eletrônica pelo delator.

"Estabeleceu a 8ª Turma desta Corte as medidas que entendeu pertinentes, e que subsistem, registro, sem qualquer objeção por parte do Ministério Público Federal", escreveu.

A prisão preventiva havia sido decretada de ofício pelo juiz Eduardo Appio no âmbito de uma representação fiscal para fins penais apresentada pela Receita Federal.

"O acusado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros", justificou o juiz.

A nova ordem de prisão contra Youssef cita 'elementos de convicção devidamente fornecidos pela Polícia Federal na manhã de hoje' e vale até 2033. A decisão foi tomada na audiência de custódia realizada mais cedo.

O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, o Tribunal da Lava Jato, manteve decisão do ex-juiz Sérgio Moro e decidiu reduzir de 4 anos e 6 meses para 2 anos e 3 meses a pena de Meire Poza, ex-assessora do doleiro Alberto Youssef - delator da grande operação contra corrupção na Petrobrás -, pela prática do crime de lavagem de dinheiro. Meire vai cumprir regime inicial aberto, terá que pagar multa e prestar serviços comunitários.

Na decisão em 2.ª instância, foi destacado que Meire não apenas confessou os fatos de que foi acusada - o que é reconhecido como atenuante de pena - mas também prestou informações relevantes para o esclarecimento do crime desde a fase investigatória.

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Meire Poza colaborou com as investigações. Ela apontou o elo do esquema de propinas da Petrobrás com o núcleo político, formado por deputados e ex-parlamentares que cobravam propinas para bancar a indicação de diretores em áreas estratégicas da estatal.

Apesar de não ter firmado acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal para compartilhar as informações, Meire colaborou de forma unilateral com a Polícia Federal.

Na ação em que Meire foi condenada, os réus terão que devolver aos cofres públicos o montante de R$ 2.399.850,00, como forma de indenização dos danos decorrentes dos crimes.

O valor deverá ser depositado na Caixa Econômica Federal, descontando a quantia arrecadada com o confisco criminal já realizado.

O TRF-4, em sua decisão, considerou a colaboração e o caráter acessório das condutas de Meire e a responsabilidade dela foi limitada a 4% desse valor, o que corresponderia à comissão recebida na operação de lavagem.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA BERNARDO FENELON, QUE REPRESENTA MEIRE

O advogado criminalista Bernardo Fenelon, sócio da Fenelon Costódio Advocacia, que representou Meire Poza no caso, disse que ela colaborou com as autoridades e "a Justiça foi feita pelo TRF-4".

"Os benefícios legais de redução de pena pela colaboração unilateral que ela prestou estão corretos e são irretocáveis", disse Bernardo Fenelon.

O advogado ressaltou que "aquele que se apresenta, de forma voluntária e regular, e traz efetivo auxílio à investigação, fornecendo novos indícios a autoridade policial ou ministerial, não pode ver seu direito tolhido pela simples inexistência de formalização".

Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a senadora Gleisi Hoffmann (PR) aparece, nesta terça-feira (19), em um vídeo publicado nas redes sociais se defendendo da denúncia de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em crimes investigados pela Lava Jato. O julgamento das acusações que pesam contra a petista começa hoje no Supremo Tribunal Federal (STF). Na gravação, Gleisi diz ser vítima de um acordo entre promotores do Ministério Público e criminosos condenados. 

Em defesa própria, a senadora classifica a denúncia como “absurda” e “falsa”. Além disso, segundo ela, não passa de mais um “capítulo da perseguição do Ministério Público da Lava Jato ao PT”. 

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“Há quatro anos eu e minha família temos que viver sob o peso de acusações falsas produzidas em um acordo entre promotores e criminosos condenados, em troca de benefícios penais e financeiros para os delatores. Para construir a falsa denúncia eles fizeram e refizeram as delações de presos… É uma história sem pé nem cabeça, a acusação nem é contra a minha pessoa, mas contra a minha campanha de 2010”, salientou Gleisi.

De acordo com a denúncia, a presidente nacional do PT é acusada de solicitar e receber R$ 1 milhão oriundos de um esquema de corrupção instalado diretoria de abastecimento da Petrobras que teria favorecido a campanha dela ao Senado em 2010.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), foram feitas quatro entregas de R$ 250 mil cada, que teriam sido utilizados na campanha de Gleisi sem registro. A denúncia é fundamentada nas delações premiadas do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. 

No vídeo, Gleisi reforça, inclusive, que não conhece nem Paulo Roberto nem Alberto Youssef. “Está claro que este processo é totalmente fantasioso, eu me pergunto, que tipo de acordo espúrio e que sorte de benefícios foram dados para forçar os delatores a criarem esse tipo de acordo para me criminalizar? Hoje sou o alvo e tenho certeza que é por ser presidenta do Partido dos Trabalhadores”, observou. 

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Os leilões dos imóveis do doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato, levaram a uma arrecadação de cerca de R$ 9 milhões. O valor será revertido para os cofres públicos, informou a Marangoni Leilões, gestora que faz parte do Canal Judicial.

O pregão, concluído no dia 30 de outubro, vendeu todos os bens - 73 apartamentos em Aparecida (SP) do Hotel San Diego Express e 8 partes ideais do Connect Smart Hotel em Salvador.

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As partes ideais do Hotel San Diego de Aparecida renderam cerca de R$ 8,4 milhões. Já o Connect Smart Hotel conquistou aproximadamente R$ 450 mil.

O doleiro mais famoso da Operação Lava Jato quer eternizar sua história. Alberto Youssef, que revelou, em delação premiada, detalhes do esquema de corrupção instalado na Petrobras, pediu ao juiz Sérgio Moro licença para ir a Londrina (PR), onde nasceu, buscar documentos que, segundo ele, vão ajudar a desenvolver sua biografia.

A defesa de Youssef relatou a Moro que o doleiro já fechou acordo com uma editora e um autor. Inicialmente, o pedido foi negado pelo magistrado.

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Operador

Youssef foi preso na Lava Jato em março de 2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal o acusou de ser o principal operador de propinas no esquema de corrupção na Petrobras. O doleiro passou 2 anos e 8 meses na prisão. Deixou o cárcere em novembro de 2016 e está morando em São Paulo, onde cumpre regime aberto.

Segundo a defesa de Youssef relatou ao magistrado, os contratos do futuro livro "preveem que o autor deverá entregar os originais da obra até 31 de dezembro de 2017", além de tornar disponíveis documentos e colaborar com o biógrafo na elaboração da obra.

Viagem

Youssef queria ficar em sua cidade natal entre o dia 2 deste mês e esta segunda-feira (7). O doleiro pediu autorização a Moro em 28 de julho sob a alegação de "razões pessoais e familiares". O Ministério Público Federal foi favorável ao pedido, mas o juiz não autorizou.

Ao negar a solicitação de Youssef, na terça-feira, o magistrado afirmou que a defesa não havia apresentado "quaisquer esclarecimentos sobre a necessidade da viagem". No dia seguinte, a defesa pediu para o magistrado reconsiderar a decisão, explicando o motivo da viagem. O juiz, porém, ainda não decidiu sobre o novo pedido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A defesa de Taiana de Sousa Camargo, ex-amante do doleiro Alberto Youssef, afirmou em manifestação ao juiz federal Sérgio Moro que ela está "abalada e estarrecida" com seu indiciamento na Operação Lava Jato. A Polícia Federal atribui à Taiana o crime de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores.

Grande operador de propinas no esquema instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, o doleiro é um dos primeiros delatores da Lava Jato. Youssef revelou pagamentos de vantagens ilícitas por empreiteiras a políticos, entre deputados, governadores e senadores.

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A PF afirma o doleiro transferiu diversos bens e patrimônio para Taiana a título de "presentes". Além de quitar despesas cotidianas de Taiana como condomínio e escola de seu filho, Youssef teria dado a ela em 2011 um veículo da marca BMW.

Segundo o advogado Anderson Cosme dos Santos, que defende Taiana, o doleiro se apresentou a ela "como um empresário de sucesso e dono da empresa Marsans Brasil, que atuava no ramo de hotelaria e turismo".

"O apartamento sempre foi da requerente e não de Youssef, todavia, depois que ele fez delação premiada, ela se convenceu de que aquele dinheiro poderia ser de proveniência ilícita e, não de dinheiro lícito que ela pensava que ele possuía por ele demonstrar e ostentar ser dono da empresa Marsans Brasil", observou o criminalista.

Na manifestação, Anderson Cosme dos Santos relata que Taiana, "reconhecendo essa possibilidade de origem ilícita nos recursos empregados pela compra do apartamento", entregou o imóvel à Receita Federal, "mesmo com o coração em frangalhos", após a delação premiada do doleiro.

Ao juiz Moro, a ex-amante de Youssef confirmou que o doleiro "a sustentava, sustentava o filho dela, pagava todas as contas, dava presentes e cuidava de todas as questões burocráticas da vida da requerente e de seu filho".

"A requerente até hoje tem entendimento íntimo de que Youssef fazia tudo aquilo por ela e por seu filho, e não para esconder dinheiro, ressalvando-se os respeitáveis entendimentos em sentido contrário", alega a defesa.

Ainda de acordo com o relatório de indiciamento da PF, Alberto Youssef declarou que a ex-amante recebeu a sociedade do restaurante Aracari "porque ele tinha restrições perante a Receita Federal, constituindo-se, portanto, Taiana, como pessoa interposta (laranja) na sociedade".

O defensor de Taiana nega e afirma que a ex-amante de Youssef "foi proprietária e administrou mesmo o restaurante". "Não era nenhuma 'laranja'", declarou a defesa.

Paradeiro

Ao promover o indiciamento indireto de Taiana, a PF destacou as "inúmeras tentativas" de ouvir a ex-amante de Youssef. O advogado de Taiana informou a Moro que ela "sempre mostrou-se à disposição da Justiça, com a intenção de elucidar todos os pontos controvertidos que porventura existissem".

"Após a viagem realizada, certificada pela autoridade policial, regressou ao País, e, por ter entregue o apartamento que lhe foi dado de presente por Alberto Youssef, seu ex-amante, em meados do ano passado, em busca de fixar residência, foi morar com sua irmã em Indaiatuba (SP)", declarou o defensor.

"Quando estava com Alberto Youssef, todas as suas despesas e despesas com seu filho eram pagas por Youssef. Sem conseguir um emprego, viu-se, então, obrigada a voltar a trabalhar como acompanhante de luxo e foi com esse intuito que viajou ao exterior com um de seus clientes."

A ex-amante de Youssef disse estar "arrasada emocionalmente", em "difícil situação financeira" e pensando em retornar a sua terra natal, Fortaleza, "para o socorro de sua família, caso não consiga se recolocar no mercado em curto prazo, aqui em São Paulo".

"A requerente é formada em marketing, precisa se sustentar e ainda sustentar o seu filho, que também sofre com toda essa situação", disse a defesa.

O filho foi quem avisou Taiana sobre o indiciamento, segundo a defesa. O advogado declarou que a "exposição negativa" provocou problemas a ela.

"A requerente voltou a beber e a tomar remédios de forma descontrolada", anotou a defesa. "Depois de um tempo, já melhor, e devidamente acompanhada de seu irmão, a requerente conseguiu explicar tudo ao subscritor do presente, nessa sexta-feira, dia 17 de março de 2017. No sábado, retornou para Indaiatuba, e diante do seu quadro emergencial, a família decidiu interná-la."

Três anos depois de ser preso pela Operação Lava Jato, Alberto Youssef conseguiu nesta sexta-feira (17) o direito de voltar para as ruas. O doleiro, acusado de ser o principal operador de propinas no bilionário esquema de corrupção na Petrobras, conseguiu a progressão de regime de cumprimento de pena e pode agora deixar seu apartamento, em São Paulo, onde cumpria prisão domiciliar. O benefício decorre do acordo de colaboração premiada que fechou com a força-tarefa do Ministério Público Federal.

O doleiro, no entanto, terá que permanecer com tornozeleira eletrônica e algumas restrições: recolhimento domiciliar noturno, entre as 20h e as 6h do dia seguinte; recolhimento domiciliar integral nos feriados e finais de semana; vigilância eletrônica por tornozeleira nos períodos de recolhimento domiciliar; ­proibição de mudar-­se de endereço ou de viagem ao exterior sem autorização do Juízo; ­proibição de viagens para fora da cidade de seu domicílio sem autorização do Juízo; apresentação de relatórios semestrais por escrito a fim de esclarecer suas atividades.

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A ordem é do juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato, em Curitiba. O criminalista Antonio Figueiredo Basto, defensor de Youssef, vai recorrer da decisão de manutenção da tornozeleira eletrônica. Ele deve apresentar uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Alberto Youssef foi condenado por diversos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Deveria permanecer preso por vários anos considerando sua elevada culpabilidade. Entretanto, forçoso reconhecer que colaborou significativamente com a elucidação de vários casos criminais no âmbito da assim chamada Operação Lavajato e igualmente para outras investigações criminais", escreveu Moro, em decisão , desta sexta, 17.

"Além de confessar a sua culpa, renunciou seus direitos sobre patrimônio considerável conforme descrição contida nas cláusulas 7ª e 8ª do acordo, o que permitiu a recuperação de parte do produto do crime que lhe foi direcionado, espera-­se que tudo, com a indenização da vítima. Assim, natural que, apesar de sua culpabilidade, receba benefícios", escreveu Moro.

Soltura

Youssef deixou a cela de 12 metros quadrados, em que passou 2 anos e 8 meses de sua vida, em 17 de novembro de 2016. Dono da mais complexa e sofisticada lavanderia de dinheiro, a serviço de empreiteiras, partidos, agentes públicos e políticos envolvidos no esquema Petrobras, Youssef cumpriu mais 4 meses de prisão domiciliar.

O direito à liberdade foi o prêmio obtido pelo doleiro, em troca da confissão de culpa nos crimes contra a Petrobras e da entrega de provas de novos delitos, ainda desconhecidos da força-tarefa da Lava Jato. Pelo acordo, fechado em setembro de 2014, sua pena máxima de prisão ficou limitada a 3 anos.

Junto com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, Youssef foi o primeiro delator da Lava Jato. Os dois confessaram à Justiça serem braços do PP no esquema de arrecadação de propinas na Petrobrás.

A partir das confissões de Youssef e Paulo Roberto Costa - que também deixou a cadeia, no último mês -, a Lava Jato tomou nova proporção. São mais de 80 condenados, penas que somadas ultrapassam 1 mil anos de prisão, mais de R$ 6,4 bilhões em propinas e a descoberta que corrupção era a "regra do jogo" em todos os contratos do governo.

Braço direito do deputado federal José Janene (morto em 2010) - o ex-líder do PP que deu origem à Operação Lava Jato -, Youssef foi alvo principal da primeira fase das investigações, deflagrada em 17 de março de 2014, e preso na data.

Saúde

Aos 49 anos, com problemas do coração - chegou a ser internado duas vezes durante o período de cárcere -, Youssef mora atualmente em São Paulo, em um novo apartamento, de pouco mais de 50 metros quadrados. O prédio, no entanto, fica num dos metros quadrados mais caros da cidade, o bairro Vila Nova Conceição. Boa parte de sua fortuna levantada com a vida de crimes, como imóveis, carros e outros bens, foi perdida com a Lava Jato.

Três anos após receber um telefonema do doleiro Alberto Youssef avisando que havia caído na Operação Lava Jato, a modelo Taiana de Souza Camargo entrou na mira da maior investigação contra corrupção no País. Ex-amante do doleiro, Taiana foi indiciada pela Polícia Federal na segunda-feira (13) pelo crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.

Grande operador de propinas no esquema instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, o doleiro é um dos primeiros delatores da Lava Jato. Youssef revelou pagamentos de vantagens ilícitas por empreiteiras a políticos, entre deputados, governadores e senadores.

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Em janeiro de 2015, Taiana foi capa da Playboy. Nas páginas da revista ela exibiu charme e curvas generosas. E também contou que foi a primeira pessoa para quem o doleiro mandou mensagem, já na prisão da Lava Jato, em março de 2014. "Ele nunca mais me ligou depois daquela mensagem. Acho que ele primeiro pensou em se preservar. Fiquei magoada", disse Taiana, na época.

O ex não mais apareceu para Taiana - até porque ficou preso em regime fechado por dois anos e meio -, e ela, por sua vez, não apareceu para a Polícia Federal. Ao promover seu indiciamento indireto, a PF destacou as "inúmeras tentativas" de ouvir a moça.

"Intimada em 3 de março de 2016, não compareceu pedindo para ser ouvida por precatória. Expedida carta precatória, não compareceu às oitivas marcadas para o dia 25 de julho de 2016, apesar da intimação. Em nova intimação para o dia 6 de outubro de 2016, obteve-se a informação que se encontrava no exterior. A carta precatória foi devolvida sem cumprimento. Taiana deixou o País dia 11 de julho de 2016, retornando dia 23 de dezembro de 2016", narra a PF.

Negócios

Relatório da Polícia Federal, subscrito pelo delegado Ivan Ziolkowski, aponta que o doleiro, "a título de doação, transferiu um apartamento em São Paulo e uma sociedade em um restaurante para Taiana de Souza Camargo" para ocultar seu patrimônio.

"Alberto Youssef mantinha um relacionamento com Taiana Camargo e transferiu diversos bens e patrimônio para ela a título de 'presentes'. Além de quitar diversas despesas cotidianas de Taiana como condomínio e escola de seu filho, Youssef pagou para ela em 2011 um veiculo BMW 2007", identificou a PF.

A declaração de Imposto de Renda de Ajuste Anual/Ano 2010 de Taiana aponta recebimento de RS 44.894,00 de Pessoa Física no Exterior. Em 2011, segundo o relatório, foram transferidos R$ 62.991 mil à modelo. "Ainda em 2011, Taiana apontou na sua declaração anual um patrimônio total em 31 de dezembro de 2011 de R$ 98.940,04. Chama a atenção, no entanto, que na declaração de 2012, declarou que seu patrimônio na mesma data de 31 de dezembro de 2011 totalizava R$ 1.098.500,00. Ao que tudo indica introduziu valor injustificado como Saldo em Giro e Domicílio para justificar o apartamento que recebeu de Alberto Youssef em 2012", destaca o delegado.

O relatório destaca que o valor estimado do imóvel, atualmente, é R$ 871.733.66. "Com as oscilações do mercado imobiliário experimentadas nesta década pode-se inferir que o valor declarado em 2012 foi compatível com a realidade", aponta o delegado.

Para a PF, há "prova indiciária de má-fé" ao ocultar a origem do patrimônio. Segundo o relatório, Alberto Youssef declarou que a ex-amante recebeu a sociedade do restaurante Aracari "porque ele tinha restrições perante a Receita Federal, constituindo-se, portanto, Taiana, como pessoa interposta (laranja) na sociedade".

"Evidentemente, Taiana tinha conhecimento das atividades ilícitas de Alberto Youssef, ou ao menos, era presumível que soubesse delas. Desta forma, havendo configuração clara da materialidade e autoria, pelos indícios apresentados, determino o indiciamento indireto de Taiana de Souza Camargo pelo crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores de Alberto Youssef", afirma o delegado.

Na entrevista à Playboy, em 2015, Taiana relatou que, durante o namoro, tomou conhecimento de casos de corrupção envolvendo o doleiro, mas sucumbiu. "Cheguei a confrontá-lo. Mas ele disse que essas acusações eram isso, passado, e que eu estava sendo preconceituosa. Acabou me dobrando", contou.

A reportagem deixou recado no escritório de advocacia ligado à defesa de Taiana de Sousa Camargo. Não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação da defesa da ex-amante de Alberto Youssef.

O doleiro Alberto Youssef, preso há quase três anos por crimes apurados na operação Lava Jato, deixou nesta quinta-feira (17) a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba (PR). No começo da tarde, ele foi levado à sede da Justiça Federal do Paraná (JFPR) para colocar a tornozeleira que lhe permitirá cumprir prisão domiciliar pelos próximos quatro meses.

A progressão da pena de Youssef é consequência do acordo de delação premiada que ele firmou com o Ministério Público Federal. Em troca dos depoimentos que ajudaram a elucidar o esquema criminoso na Petrobras, o doleiro ganhou o direito de cumprir prisão fechada por, no máximo, três anos. Ele já foi condenado em nove processos a penas que chegam a 121 anos e 11 meses de prisão.

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No dia 17 de março do ano que vem, Youssef poderá retirar a tornozeleira e progredir para o regime aberto. Caso cometa qualquer crime dentro dos próximos 10 anos, ele irá responder integralmente por todos os processos que foram abertos contra ele.

Restrições

Nos próximos quatro meses, Alberto Youssef poderá deixar o imóvel onde reside apenas para realizar sessões de fisioterapia, já que é portador de uma doença cardíaca crônica. Em casa, o doleiro poderá receber apenas visitas que estiverem previamente cadastradas junto à Justiça.

A tornozeleira utilizada na prisão domiciliar utiliza um GPS e transmissão de dados pela rede de telefonia celular. A tecnologia permite monitorar em tempo real a localização do apenado para garantir que ele está cumprindo as restrições determinadas pelo juiz.

Dois anos e oito meses depois de ser preso na Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, delator que apontou o envolvimento de empreiteiros e políticos no esquema de corrupção na Petrobras entre 2004 e 2014, poderá ir para casa. Ele foi autorizado pelo juiz Sérgio Moro a cumprir sua pena em regime domiciliar, mas terá de cumprir uma série de medidas.

Youssef vai sair da carceragem da PF no dia 17 de novembro - ele foi condenado em vários processos, mas pelos termos do acordo de colaboração recebeu pena máxima de três anos em regime fechado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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Quatro imóveis do doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Operação Lava Jato, vão novamente a leilão judicial, determinado pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13° Vara Federal de Curitiba, na próxima segunda-feira, 13. No último dia 30 de maio, um imóvel no Rio e três em Salvador haviam terminado o pregão sem lances.

No novo leilão, os imóveis terão redução de 50% do valor inicial avaliado, chegando a cerca de R$ 3 milhões. A venda será realizada exclusivamente por meio da plataforma online de leilões Superbid Judicial.

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Um dos bens de Youssef, no bairro de São Cristóvão, no Rio, é um complexo de cinco imóveis, de área total aproximada de 1.620m². O lance inicial é de R$ 1,5 milhão.

No pregão, estarão ainda nove lotes, em Salvador, sendo oito fatias de 4% e uma de 5,23%, do imóvel comercial Web Hotel Salvador, parte do Condomínio Alfazema, Pituba, com lance inicial de cerca de R$ 167 mil e R$ 220 mil, respectivamente.

De acordo com Afonso Marangoni, leiloeiro oficial da Superbid Judicial e responsável pela condução do pregão, o mecanismo dos leilões judiciais faz com que as vendas sejam mais corriqueiras em segunda praça.

"O comprador experiente, que conhece o procedimento dos leilões judiciais, já sabe que haverá uma porcentagem significativa de redução no valor de avaliação dos ativos. Por isso, sempre temos a maioria das vendas acontecendo em segunda praça, a não ser que as ofertas de primeira praça sejam inúmeras vezes mais atrativas que o valor de mercado do bem", explica.

Terminou sem lances o leilão de imóveis do doleiro Alberto Youssef, determinado pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato em primeira instância. Haverá uma nova tentativa de venda no dia 13 de junho, às 14h, com redução de 50% do valor de avaliação.

Os imóveis, localizados em Salvador (BA) e no Rio de Janeiro (RJ), foram estimados em R$ 6 milhões. É a segunda tentativa de leilão das unidades localizadas na capital baiana, de acordo com informações da plataforma online de leilões Superbid Judicial. A primeira vez foi no ano passado.

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Em Salvador, são nove lotes, sendo oito fatias de 4% e uma de 5,23% do imóvel comercial Connect Smart Hotel (antigo Web Hotel Salvador), localizado no condomínio Alfazema, no bairro de Pituba. As participações de 4% têm lance inicial de R$ 334,5 mil, enquanto a de 5,23% de R$ 437,4 mil.

Já na capital fluminense, foram colocados à venda cinco imóveis que fazem parte de um complexo imobiliário com área total de 1.620 m², no Campo de São Cristovão, na zona norte. O lance inicial é de R$ 3 milhões.

O pregão foi realizado pela internet, por meio do Superbid Judicial. A nova tentativa de venda ocorrerá no mesmo site. É possível agendar uma visita aos bens, por meio de agendamento com o Superbid.

Youssef é personagem central da investigação sobre esquema de corrupção na Petrobras. O doleiro é um dos delatores da Lava Jato.

Seis investigados na Operação Lava Jato serão ouvidos, em Curitiba, pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que investiga representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A autorização para os depoimentos foi confirmada nesta terça-feira (5) pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato. O pedido dos depoimentos foi feito pelo relator do processo no conselho, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), na semana passada. O relator quer ouvir os investigados que, nos depoimentos à força-tarefa da Lava Jato, fizeram acusações contra Cunha. E elencou os seguintes nomes: Alberto Youssef, Julio Camargo, Fernando Baiano, Leonardo Meirelles, Eduardo Musa e João Henriques.

Rogério e o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA) se encontraram com Moro na capital paranaense no final da manhã de hoje e já estão retornando para Brasília. Ainda não foram definidas as datas e forma como serão conduzidas as oitivas. Como a decisão de ouvir os investigados no Paraná foi tomada como medida para otimizar gastos, evitando a transferência dos presos, a expectativa, segundo assessores, é que as oitivas ocorram por videoconferência.

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Esses depoimentos fazem parte do plano de trabalho que será conduzido nos próximos 40 dias úteis. Além desses depoimentos, Rogério pediu informações e dados de processos que correm contra Cunha no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da União (PGR), incluindo o conteúdo de delações premiadas; e no Banco Central (BC), que tratam de crimes de evasão de divisa e lavagem de dinheiro.

Eduardo Cunha responde a processo sob a acusação de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em março do ano passado, quando disse que não tinha contas no exterior. Posteriormente, documentos do Ministério Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a ele naquele país. Cunha nega ser dono das contas, que, segundo ele, são administradas por trustes. O deputado admite, porém, ser o “usufrutuário” dos ativos mantidos no exterior. O processo pode levar à cassação do mandato de Cunha.

A representação contra Cunha foi apresentada pelo PSOL e pela Rede, e acatada pelo conselho, por 11 votos a 10, no dia 2 de março. No último dia de prazo regimental, dia 21, Cunha apresentou sua defesa em mais de 60 páginas e cinco anexos, contendo notas taquigráficas e documentos. 

A decisão da Justiça francesa que condenou pela primeira vez o deputado e ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP) à prisão confirma a ligação do parlamentar com o doleiro Alberto Youssef, hoje famoso pelo seu envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobrás revelado pela Lava Jato.

O nome do doleiro chega a ser citado no acórdão de 58 páginas da 11.ª Câmara do Tribunal Criminal de Paris em referência às investigações do Ministério Público de São Paulo e do Ministério Público Federal em São Paulo que apontaram que o doleiro teria lavado US$ 2,5 bilhões entre 1994 e 2000 - parte desses recursos teriam abastecido empresas de Maluf no exterior.

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O promotor de Justiça da Promotoria de Patrimônio Público e Social do Ministério Público paulista Silvio Marques chegou a ouvir Youssef em 2004, quando ele foi preso por envolvimento no caso Banestado - escândalo de evasão de cerca de US$ 30 bilhões do antigo Banco do Estado do Paraná na década de 1990.

Na ocasião ele também fez delação premiada e, segundo Silvio Marques, admitiu ter movimentado dinheiro de propina que abasteceu as contas do ex-prefeito de São Paulo. A referência ao caso faz parte do esforço dos magistrados franceses de recuperar o extenso mapeamento da movimentação milionária da família Maluf feita pelas autoridades brasileiras, suíças e francesas.

Em várias vezes na decisão os magistrados do país europeu pontuam que o parlamentar utilizava doleiros em seu esquema para lavar dinheiro de corrupção e lavagem de dinheiro das obras do túnel Ayrton Senna e da Avenida Água Espraiada no período em que ele era prefeito de São Paulo (1993-1996).

A Corte francesa condenou o parlamentar devido à lavagem de dinheiro praticada por ele e seus familiares envolvendo contas na França.

Delação

Depois de sua prisão por envolvimento no escândalo Banestado, Youssef foi preso novamente pela Lava Jato em março de 2014. Com a nova prisão, os benefícios de seu primeiro acordo de delação foram cancelados e o juiz federal Sérgio Moro, que homologou a primeira colaboração do doleiro, retomou as ações contra ele decorrentes da investigação do Banestado que haviam sido suspensas como um dos benefícios do acordo.

Diante disso, o Ministério Público Federal e a defesa do doleiro acertaram um novo acordo de delação com condições mais severas para Youssef, incluindo o sequestro de vários de seus bens e a permanência de um período mínimo de cinco anos de prisão, para que ele revelasse mais detalhes de sua atuação como doleiro, desta vez entregando nomes de políticos envolvidos em um esquema de corrupção na Petrobras.

Em nota divulgada nesta quarta-feira (2) a defesa de Paulo Maluf informou que já recorreu da decisão da Justiça francesa e que "todos os valores envolvidos no processo tem origem lícita, foram declarados às autoridades brasileiras e os respectivos impostos foram pagos".

Em março de 2015, ao comentar sobre as investigações contra vários políticos, inclusive de seu partido, acusados de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, Paulo Maluf disse: "nessa operação não tenho nada".

O doleiro Alberto Youssef ganhou do juiz Sérgio Moro, do Tribunal Regional Federal do Paraná, o direito de passar o Natal em casa. O acordo foi firmado entre Youssef e a Procuradoria-Geral da República (PGR) como contrapartida pela delação premiada do doleiro no âmbito da Operação Lava Jato.

O acordo foi homologado na quarta-feira (16) ministro do STF Teori Zavascki, relator dos processos envolvendo o esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Polícia Federal, e inclui a permissão para o delator passar o fim de ano em casa.

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A homologação, feita pelo ministro do Supremo, dá validade jurídica ao acordo, que será executado pelo juiz Moro, da primeira instância, que decretou a prisão do doleiro.

Um dos principais delatores da investigação, Youssef já citou ao menos 195 nomes de forma direta ou indireta em depoimentos à Polícia Federal. Entre os citados estão os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor, além da presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves.

Algumas menções aos políticos citados pelo doleiro não foram consideradas fortes o suficiente para dar origem a investigações por parte da Procuradoria-Geral da República. Em outros casos, o doleiro até negou o envolvimento de parlamentares apontados por outros investigados, como o senador Antonio Anastasia (PSDB).

Ainda assim, o doleiro continua colaborando com as investigações e vem prestando mais depoimentos aos investigadores, mantidos em sigilo.

No caso de Dilma, o procurador-geral da República Rodrigo Janot avaliou que não caberia apurar as citações por elas envolverem episódios antes de ela assumir o mandato presidencial.

O presidente da OAS Engenharia e representante de contas bancárias da Coesa Engenharia, Elmar Juan Passos Varjão Bonfim, e Mário de Queiroz Galvão, membro do Conselho Deliberativo da Galvão Engenharia, estão entre os presos preventivamente da operação Vidas Secas – Sinhá Vitória, que investiga o superfaturamento nas obras da Transposição do Rio São Francisco. Além deles, foram presos o responsável técnico, representante legal, membro do Conselho Deliberativo e representante de contas da Barbosa Mello, Alfredo Moreira Filho, e o responsável técnico, representante legal, membro do Conselho Deliberativo e representante de contas da Galvão Engenharia, Raimundo Maurílio de Freitas.  

Durante a operação, realizada na sexta-feira (11), a Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) também cumpriu quatro mandados de condução coercitiva contra Percival Ignácio da Souza, Eduardo Jorge Miana, Gontran Thiago Tibery Lima Maluf e Márcio Belluomini Moraes, todos ligados às empresas que tinham a função de fiscalização e gerenciamento das obras da transposição. Ainda foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços dos investigados e das empresas para a coleta de provas relativas à prática dos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

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A decisão foi emitida ainda na quarta-feira (9) pelo juiz da 38ª Vara Federal Felipe Mota Pimentel. De acordo com a Justiça Federal, a determinação tomou como base laudos técnicos da PF, Ministério Público Federal (MPF) e Tribunal de Contas da União (TCU), que apontaram, desde 2010, o superfaturamento em dois lotes da obra. 

Na decisão, o juiz coloca que há uma fragilidade do Ministério da Integração Nacional no gerenciamento do empreendimento.”Mesmo com a contratação de empresa Gerenciadora para todo o empreendimento e de Supervisoras para cada lote de obras, verificou-se que essas divergências não foram suficientes e tempestivamente discutidas entre esses envolvidos para a solução desses problemas. Como consequência, foi observada a execução das obras em desacordo com o Projeto Executivo sem a avaliação devida das causas que estariam levando a tal situação”, relata a decisão.

“Ao final a informação policial de nº53/2015, que trouxe à investigação relevantes dados, a começar pela declaração de Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobrás, no sentido de as fraudes envolvendo as grandes empreiteiras não se restringirem à Petrobras, abrangendo grandes obras do país, quer seja ferrovias, hidrovias, portos aeroportos”, destaca.

Segundo a decisão do juiz, os dados levantados demonstraram que os valores depositados pelo ministério, em conta da Coesa Engenharia para a execução da transposição, foram transferidos exatamente para a Empreiteira Rigidez, de fachada; e para o Consórcio Viário São Bernardo, que “em uma triangulação simples, recebeu valores e os transferiu para empresas de fachadas”. 

Sobre a Galvão Engenharia, o juiz Felipe Mota Pimentel aponta: “Segundo informação policial produzida após compartilhamento de provas com o grupo Lava Jato no Paraná, da conta 6166, informada no contrato com o Ministério da Integração para recebimento de recursos, foram transferidos valores no montante de R$ 103.143.796,33 para várias empresas, dentre elas a M.O Consultoria (grupo Youssef); e Legend Engenheiros Associados e SM Terraplanagem (grupo Adir Assad)”.

Quanto à Concremat, responsável pelo gerenciamento e que, junto com a Coesa, faz parte do Consórcio Viário São Bernardo, o juiz afirma que causa estranheza a empresa executora ser sócia da empresa gerenciadora, no endereço de outra executora, e haver entre elas movimentações financeiras expressivas. Tal estranheza, pontua Felipe, ganha relevância penal após a colaboração investigativa da Polícia Federal do Paraná, que coordena a Operação Lava Jato, que enviou o Relatório de Análise do Material Apreendido na Arbor Consultoria e Assessoria Contábil, de responsabilidade da ex-contadora de Youssef, Meire Bonfim da Silva Souza, revelando transações entre o Consórcio Viário São Bernardo e duas empresas de fachada: Empreiteira Rigidez e M.O. Consultoria, ambas do grupo Youssef.

A decisão pela prisões preventivas foi tomada para assegurar a colheita de provas, evitando ocultação, destruição e falsificação das mesmas. O juiz ainda destacou que isso evitará os riscos de coações contra testemunhas e investigados que desejem colaborar com as investigações e discursos fraudulentos entre os investigados, visto que serão ouvidos separadamente, sem que recebam influências indevidas uns dos outros.

As prisões preventivas têm validade de cinco dias. A decisão cabe recurso. 

Operação Vidas Secas – Sinhá Vitória – De acordo com os investigadores da PF-PE, cerca de R$ 200 milhões de um contrato de R$ 680 milhões foram desviadas para empresas fantasmas de Youssef e Assid.

As prisões ocorreram nos Estados do Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Ceará. Já as conduções coercitivas ocorreram no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.  

Esta é considerada apenas a primeira fase da operação. Os investigadores ainda pretendem investigar a participação do núcleo administrativo, ligado ao Ministério da Integração Nacional, e o núcleo político, para descobrir qual era o destino do dinheiro desviado. 

Transposição – A transposição do Rio São Francisco começou a ser planejada em 2006, mas só passou para a fase de execução em 2009. Após atrasos, a data de conclusão da obra está entre o fim de 2016 e o primeiro trimestre de 2017.

Deflagrada nesta sexta-feira (11) pela Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE), a Operação Vidas Secas-Sinhá Vitória aponta a participação do doleiro Alberto Youssef e do lobista Adir Assad em suposto superfaturamento nas obras da transposição do Rio São Francisco. De acordo com os investigadores, cerca de R$ 200 milhões do fundo das obras foram desviados para empresas fantasmas dos dois investigados da Lava-Jato.

As investigações foram iniciadas ainda em 2014, após suspeitas do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU). O juiz Sérgio Moro autorizou à PF-PE a consulta a documentos da Operação Lava-Jato para identificar a participação de Youssef e Assid. Estão sendo cumpridos 32 mandados judiciais, sendo 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva e quatro de prisão nos estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro , Rio Grande do Sul, Bahia e Brasília.

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As prisões ocorreram nos estados do Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Ceará contra diretores e representantes legais das empresas Consórcio OAS, Coesa Engenharia, Barbosa Melo SA e Galvão Engenharia, responsáveis pelas obras. Já as conduções coercitivas, quando os intimados são conduzidos para prestar depoimento, ocorreram no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás contra responsáveis pelo gerenciamento e fiscalização da obra.

Em Pernambuco, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão, como mídias, computadores e documentos. As diligências ocorrem nos municípios de Salgueiro (dois mandados), Custódia (dois mandados), e Recife (três mandados).

A investigação é focada apenas em dois lotes (11 e 12) de 14 da obra de transposição. O trecho investigado tem 82 quilômetros e vai de Custódia, em Pernambuco, a Monteiro, na Paraíba.  De acordo com o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco Marcello Diniz, a operação deve ter novas fases. “Nesta primeira fase focamos em dois núcleos, o econômico e o financeiro. Mas vamos buscar os núcleos administrativo e político”, informa. A segunda fase já está em andamento.

Para o coordenador da operação, o delegado Felipe Leal, todo o contexto, por exemplo a participação de Youssef e Assid, leva a crer que haja uma participação política. De acordo com Leal, tal núcleo ainda não foi identificado. “Embora não haja elemento, o cenário converge para que exista esse núcleo político”, comenta.web

No núcleo administrativo, a Polícia Federal vai tentar identificar possíveis participações de servidores públicos. O Ministério da Integração Nacional, responsável pelo repasse do dinheiro da obra, será investigado. Os contratos para execução dessa parte da obra são da ordem de R$ 680 milhões, mas cerca de R$ 200 milhões foram retirados para as empresas fantasmas já investigadas na Operação Lava-Jato. Há um registro ainda não esclarecido de transferências em torno de R$ 586 mil da Galvão Engenharia para a JD Consultoria e Assessoria, do ex-ministro José Dirceu.

O delegado Felipe Leal ainda destacou que os indícios são suficientes para pedir a prisão preventiva de Alberto Youssef. “Só não pedimos porque ele já está preso”, concluiu.

Transposição – A transposição do Rio São Francisco começou a ser planejada em 2006, mas só passou para a fase de execução em 2009. Após atrasos, a data de conclusão da obra está entre o fim de 2016 e o primeiro trimestre de 2017.

A obra terá dois canais, com total de 477 quilômetros, que irá beneficiar cerca de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O projeto conta com 14 aquedutos, nove estações de bombeamento e 27 reservatórios e túneis para a passagem de água.

Desde que o doleiro Alberto Youssef, um dos pivôs da Operação Lava Jato, afirmou, em delação premiada, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "tinha conhecimento" das irregularidades cometidas na Petrobrás, o PT está em alerta quanto a um suposto uso político das investigações para atingir seu principal líder. Na última semana, os níveis de preocupação atingiram grau máximo com as citações a nomes do entorno de Lula na delação de Fernando Soares, o Fernando Baiano, outra peça-chave da operação.

Fernando Baiano, conforme revelou o Estado, disse que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, avalizou um pagamento de propina ao ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. Ele afirmou ainda que, a pedido do mesmo Bumlai, pagou contas de uma nora do ex-presidente.

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O Estado apurou que Lula está preocupado com o surgimento do nome de Bumlai nas investigações. Segundo um empresário que conversou com o ex-presidente, a proximidade entre ambos, intermediada, no início da relação de amizade, ainda em 2002, pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), é hoje um flanco de vulnerabilidade em relação a Lula e sua família.

O ex-presidente tem três noras. Um dia depois da revelação de Baiano, os advogados de Fábio Luís, o Lulinha, pediram ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, acesso à delação premiada do acusador.

Para tentar tranquilizar o partido, Lula informou ao PT ter determinado a realização de uma espécie de auditoria no patrimônio de toda a sua família, incluindo os cinco filhos e os respectivos cônjuges.

Nos bastidores do PT, o suposto enriquecimento de Luís Cláudio e de Fábio Luís, o Lulinha, filhos do ex-presidente, é um dos pontos centrais do nível de atenção. Em outubro, o Estado revelou que a LFT Marketing Esportivo, pertencente a Luís Cláudio Lula da Silva, recebeu R$ 2,4 milhões da Marcondes & Mautoni Ltda., empresa investigada por supostamente ter pago pela edição de uma medida provisória em favor de montadoras de veículos durante o governo Lula.

Defesa. O Instituto Lula e os advogados de Lulinha negam que qualquer dos filhos do ex-presidente ou suas noras tenham recebido dinheiro do lobista ou de Bumlai. Segundo as informações passadas por Lula ao PT, nenhum de seus filhos tem patrimônio incompatível com a renda ou atividade financeira. O comunicado acalmou o partido, que temia danos à imagem do ex-presidente. Desde o início de agosto o PT detectou o que chama de uma ofensiva contra Lula. O presidente do partido, Rui Falcão, chegou a dizer que se tratava de uma tentativa de atingir o PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão marcou para o próximo dia 20 o depoimento do delator da operação Lava Jato, Alberto Youssef. O presidente da comissão, deputado Efraim Filho (DEM-PB), quer que Youssef esclareça a relação dele com os fundos de pensão. 

"Já se sabe de alguns trechos das suas delações premiadas da relação dele e de empresas com os fundos de pensão especialmente no sentido de captar recursos para alavancar empresas que acabaram sendo doadoras de propina para os partidos políticos e para políticos brasileiros", pontuou o parlamentar.

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A CPI dos Fundos de Pensão investiga se houve manipulação política em investimentos com recursos dos fundos de pensão federais: Petros (da Petrobras), Previ (do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Postalis (dos Correios). As operações causaram prejuízos e levaram os fundos a um déficit de mais de R$ 30 bilhões no ano passado.

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