Dilma deve ampliar diálogo com Legislativo
Com uma base aliada menor, Executivo deverá estreitar relação com parlamentares para conseguir aprovação de projetos
Com uma base menor, a presidente Dilma Rousseff terá que mudar a postura com o Congresso neste segundo mandato e estreitar o diálogo com o governo. A relação tensa do primeiro comando, que gerou um desgaste entre os aliados, deve dar lugar a maior articulação para que projetos do interesse do Executivo sejam priorizados e aprovados pelo Legislativo.
“Ela [Dilma] terá que dar mais atenção aos parlamentares, dialogar mais, recebê-los mais em audiências, levá-los nas visitas a seus estados de origem, para que os parlamentares se sintam prestigiados”, comentou o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz. “Do contrário, haverá muita dificuldade em reunir maioria para aprovar uma agenda de reformas compatíveis com o que as ruas e as urnas pediram nos anos de 2013 e 2014”, completou.
As eleições de 2014 resultaram numa diminuição da bancada governista e crescimento da oposição, embora o PT e aliados ainda sejam a maioria tanto no Senado como na Câmara.
Entre os 513 deputados, 304 são dos partidos que apoiaram a reeleição de Dilma (PT, PMDB, PSD, PP, PR, Pros, PDT, PCdoB e PRB). A base perdeu 36 cadeiras. Já a oposição soma 119 parlamentares na Câmara. Para o analista político, o desafio de Dilma será consolidar também os votos dos partidos independentes que tendem a votar com o governo.
Com mudanças em apenas um terço das cadeiras no Senado, a configuração partidária na Casa não sofreu muitas alterações. O governo tem 52 representantes e a oposição 19. Nove senadores de partidos independentes se dividem entre os dois blocos de acordo com os temas.