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A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) teve um ano agitado com mudança da Mesa Diretora e a aprovação de textos importantes. Alguns projetos polêmicos ganharam visibilidade no plenário e, muitas vezes, os debates deixaram a Casa e tomaram as ruas com o posicionamento da população.

O ano começou a criação dos Auxílios-Saúde, Moradia e Alimentação, aprovados em sessão virtual. Os benefícios somados aumentaram os gastos com cada deputado em R$ 12.377,37 a partir de fevereiro.

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Aceito pela maioria, o Auxílio-Moradia equivale a 22% do subsídio dos parlamentares e foi fixado em R$ 6.483,39. Votaram contra os deputados João Paulo (PT), Waldemar Borges (PSB), o coletivo Juntas (PSOL), Clarissa Tercio (PP) e Aluísio Lessa (PSB).

O Auxílio-Saúde foi definido em R$ 2.946,99, correspondente a 10% do salário. Foram contra as deputadas do coletivo Juntas (PSOL), Waldemar Borges (PSB), João Paulo (PT), Dulci Amorim (PT), Teresa Leitão (PT), Clarissa Tercio (PP) e Aluísio Lessa (PSB).

Já o Auxílio-Alimentação também foi estipulado em R$ 2.946,99. Votaram contra João Paulo (PT), Clarissa Tercio (PP), Teresa Leitão (PT), Juntas (PSOL) e Waldemar Borges (PSB).

LeiaJá também: OAB PE repudia criação de auxílios para deputados na Alepe

Após a saída do ex-presidente Eriberto Medeiros (PSB), os parlamentares aprovaram por unanimidade o projeto de lei que antecipou a votação da Mesa Diretora em quase um ano. Originalmente, a convocatória para as eleições só seria possível entre 1º de dezembro de 2024 até 1º fevereiro de 2025, quando acaba o atual mandato do recém-empossado, Álvaro Porto (PSDB).

Com a aprovação, o processo pôde iniciar em 1º de novembro e o atual presidente foi reeleito. Álvaro Porto fica no comando da Casa até o fim de 2026.

Outro destaque do ano da Alepe foi a discussão sobre o reajuste do piso salarial dos professores da rede estadual. O aumento indicado no texto na Câmara dos Deputados atualizava o salário em 14,95%, sendo assegurado o pagamento de R$ 4.420,50 aos docentes que trabalham 200 horas mensais e R$ 3.315,41 àqueles com carga de 150 horas por mês.

A proposta discutida no legislativo estadual estabelecia o congelamento do piso salarial, além de desconsiderar os vencimentos dos profissionais aposentados. O governo do estado chegou a defender o projeto, mas ele foi rejeitado. Em outra tentativa de votação de revisão, não houve quórum suficiente diante da grande mobilização do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe).

Os deputados aprovaram dois projetos do pacote fiscal que alteraram os cálculos de três impostos: ICMS (sobre circulação de mercadorias e alguns serviços), IPVA (sobre veículos automotivos) e ICD (sobre heranças e doações). As mudanças propostas pelo governo através do programa Descomplica PE foram aceitas pela Alepe, que aumentou a alíquota modal de ICMS de 18% para 20,5%, diminuição de alíquota de IPVA de 2,5% para 2,4% para automóveis e isenção para mototaxistas e veículos escolares.

A Assembleia Legislativa também aprovou a proposta do governo do estado que redefiniu o cálculo do repasse anual do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) aos municípios. O texto criou uma compensação entre as prefeituras para garantir que 23 cidades menores tenham em 2024, pelo menos, a mesma receita arrecadada em 2023.

O texto foi questionado por alguns gestores pela perda do acréscimo de arrecadação esperado para o próximo ano. O valor excedente de R$ 14 milhões do ICMS de cidades como Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Recife e Goiana seria destinado para os municípios com menos de 30 mil habitantes.

No mês da Consciência Negra, a Alepe inovou ao promover a 1ª Jornada Antirracista. O evento ocorreu entre os dias 6 e 10 de novembro, com o objetivo de promover debates para avançar na valorização da luta do povo negro.

A ação pioneira contou com a exposição “Cirandar é resistir”, em homenagem à dançarina e cantora Lia de Itamaracá, além de performances de artistas, escritores, cantores, grupos de maracatu e afoxés. A Alepe ainda lançou o “Selo Alepe Antirracista”, rótulo de identidade para várias ações contra o racismo que a Casa se propôs a promover dentro e fora da instituição.

Desde a vitória das urnas, ainda em 2022, as especulações sobre as mudanças de cargos no governo Lula não pararam de crescer. Com a indicação dos nomes para o primeiro escalão do governo, um primeiro quadro se formou, mas ainda não há uma confirmação concreta das equipes de segundo e terceiro escalão. Além disso, o atual governo ainda enfrenta situações de insatisfação por parte de partidos aliados.

Ao LeiaJá, o cientista político e professor Augusto Teixeira analisa dois movimentos que acontecem durante o aguardo nas nomeações, levando em consideração os acordos partidários e o cenário deixado pela antiga gestão. “Primeiro a composição desse grupo, a indicação dos nomes da composição ministerial e dos cargos com status de ministério distribuídos não apenas com o PT, mas com outros partidos relevantes visando a composição de potenciais maiorias nas duas casas do parlamento. E você tem um segundo movimento que é do esvaziamento dos bolsonaristas nos órgãos da administração pública. Seja em cargos ministeriais, mas também em estatais ou autarquias. Então é um processo que vai gerar um esvaziamento importante no preenchimento desses cargos de execução de políticas públicas em toda a República”, lista o professor.

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Para montar as equipes, portanto, é preciso refazer parcerias e criar coalizões, o que faz o processo levar mais tempo, como explica o cientista político Victor Barbosa. “A estrutura burocrática é definida pelo presidente e pelos parceiros da coalizão, o que torna o processo de escolha dos ocupantes desses cargos complexo e demorado. Vários fatores se combinam neste processo, incluindo as preferências do presidente, dos partidos da coalizão e das redes políticas”, comentou.

Teixeira observa que esses cargos, considerados como “a menina dos olhos” dos líderes políticos, são de alta importância para movimentar a máquina pública, e por isso ainda está em constante debate. “Até porque é uma forma de compor um centro gravitacional para fazer com que partidos sigam você nas votações de interesse. Então a forma de tentar gerar convergência entre votações de interesse no parlamento, com a alocação de líderes em cargos de segundo terceiro escalão, que renderão espaço para os seus apadrinhados e recursos políticos e econômicos relevantes a esses grupos, como DNOCS [Departamento Nacional de Obras contra as Secas], entre outras autarquias ou fundações ou departamentos, que são extremamente relevantes e são também importantes do contexto do lobby com importantes setores do setor industrial, agro e também de serviços”, ele analisa.

E por que a tamanha para nomear quem ocupará esses cargos? Teixeira explica dois fatores simples, que se chocam, e que podem causar atritos, se as escolhas não são feitas com estratégia. “É, de um lado, estratégico, para ter uma carta na manga, na barganha, seja com [Arthur] Lira, mas também com líderes partidários relevantes, mas também é uma dificuldade que o governo tem na visualização clara da sua barra partidária e na possibilidade de confiança para locação dos cargos”, ele observa.

'Fogo-amigo'

Diante do quadro que se instala e persiste a cada dia, já é possível ver algumas críticas mais pontuais acerca da falta de decisão. Como explica Victor Barbosa, o chamado 'fogo-amigo' pode ter um impacto significativo na imagem do governo. "Isso porque tais críticas têm o potencial de minar a confiança do público no governo e levantar questões sobre a coesão e a estabilidade da coalizão governamental. A percepção de desunião e conflito dentro do governo pode afetar a capacidade de implementação de políticas e programas, bem como dificultar a negociação com outros setores da sociedade e do Congresso”, explica Barbosa.

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Na luta por atenção do poder público, na manhã desta quinta-feira (13), um ato em defesa dos direitos da pessoa com deficiência reuniu associações de todo o Estado em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Centro do Recife. Sem o devido espaço entre as comissões anunciadas na atual legislatura, mães lideraram a mobilização para cobrar uma Comissão Permanente na Casa. 

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A execução dos direitos garantidos por lei federal voltados ao tratamento adequado e à acessibilidade passa, principalmente, pelo debate no Legislativo estadual. Uma Comissão voltada ao Autismo chegou a ser formada pelos deputados nessa segunda (10), mas as instituições querem mais visibilidade, com o debate ampliado a todo seguimento. 

A presidenta do Instituto João de Tito de Carpina, Adriana Campelo, comentou sobre a necessidade de as leis estaduais passarem a se dedicar aos cuidados com a pessoa com deficiência. 

"A gente tem que se fazer cumprir as políticas públicas para os direitos de toda à pessoa do seguimento, e não só para os autistas. A gente luta por todo o seguimento", afirmou. Uma das carências citada por ela está na falta de cuidadoras na rede de ensino. 

"O índice de crianças nas escolas públicas aumentou bastante porque as particulares não querem contratar uma pessoa capacitada em educação especial. Então, as escolas públicas estão com déficit desse apoio", reclamou Adriana. 

Frustração com o Governo do Estado

A falta de atuação do governo Raquel Lyra (PSDB) também foi apontada pela integrante do Conselho Estadual em Defesa da Pessoa com Deficiência (CONED/PE) e representante da Associação Mães Azuis de Moreno (AMA), Rivânia de Andrade. 

 "No dia 2 [Dia Mundial do Austismo], o que ela fez foi fazer uma festinha com bolo, com guaraná, com salgadinhos, e não é essa a fome que a gente tem. A gente tem fome de direitos cumpridos, de terapia, de acompanhamento multidisciplinar para os nossos filhos", cobrou. 

Segundo ela, o CONED/PE foi abandonado pela atual gestão. “O Conselho é um instrumento voltado para a gente discutir políticas públicas e está totalmente esquecido pelo governo do estado. De acordo com o regimento, desde fevereiro era para ter sido designado os titulares, e ainda não foi. Temos lá praticamente só a sociedade civil”,  complementou.

A  vereadora de Belo Horizonte Flávia Borja (PP), proferiu falas transfóbicas na Câmara de Vereadores ao afirmar que pessoas trans “não são bem-vindas na sociedade”. A parlamentar discursava contrária a um projeto de lei que prevê a aplicação de multa para estabelecimentos que discriminarem pessoas em razão da orientação sexual, na última terça-feira (4). “Deus fez homem e mulher, e o que passa disso não é bem-vindo na sociedade”, disse. 

“Esse é um projeto que vai contra a defesa real das mulheres e também contra a liberdade de crença, de religião. Nós entendemos que Deus fez o homem e a mulher, e o que passar disso não é bem-vindo na sociedade”, declarou. 

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O projeto de lei 162/2021 foi apresentado por Duda Salabert (PDT), quando ainda era vereadora. Ela foi eleita a primeira deputada federal trans da história nas eleições de 2022. A proposição não foi aprovada. 

A vereadora Iza Lourença (PSOL) subiu à tribuna da Câmara após a fala transfóbica para reforçar que a transfobia é crime. “Liberdade religiosa e de expressão não são passe livre para você discriminar as pessoas. Esse projeto não é para enfiar ideologia de gênero pela goela abaixo”, declarou. 

 

Nessas eleições, 11 candidatos ao Legislativo não receberam nenhum voto. Os concorrentes sem apoio até mesmo dos próprios amigos e familiares defendiam as candidaturas pelo PRTB, Democracia Cristã, Pros, Agir, PV e Solidariedade. 

O resultado mostrou que nem os próprios candidatos a deputado estadual e federal votaram em si, no último domingo (2). Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que as regiões Norte e Nordeste foram o reduto dessas campanhas suspeitas. 

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Dos 11 concorrente sem voto, quatro são de Roraima, dois de Pernambuco, dois do Acre, um do Tocantins, um do Maranhão, um de Rondônia e outro do Ceará. Confira a lista dos candidatos que não marcaram pontos nas urnas: 

Denis Dias (PRTB-TO) – deputado estadual;

Karol Miranda (Solidariedade-RR) – deputada estadual;

Klais Policarpo (Solidariedade-RR) – deputado estadual;

Maria Saraiva (Solidariedade-RR) – deputada estadual;

Williams Tomaz (PV-RR) – deputado estadual;

Marnizia (Agir-RO) – deputada estadual;

Suelen Camila (Agir-PE) – deputada estadual; 

Thamires Silva (PRTB-PE) – deputada estadual; 

Gonzales Filho (DC-MA) – deputado estadual;

Ambrozio Moura (Agir-AC) – deputado estadual; 

Dir Silva (Agir-AC) –  deputado estadual;

Eduardo Menezes (Pros-CE) – deputado federal; 

Cobiçado pelo tamanho e poder acumulado no Congresso, o Centrão manteve a força política na Câmara nesta eleição e deve iniciar a próxima legislatura ocupando mais de 240 cadeiras na Casa, ou 47% dela. Com uma bancada de maioria pró-governo, a nova composição indica cenário vantajoso para o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que a atuação deste bloco nos próximos quatro anos pode modular de acordo com o presidente que for eleito.

No governo Bolsonaro, essa frente ganhou ainda mais força ao se tornar não apenas o fiel da balança nas negociações com o Executivo, mas tomar para si o poder decisório sobre o Orçamento Público.

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De 2019 para cá, o grupo passou a atuar de forma mais coesa e se estabilizou principalmente após o embarque de Bolsonaro no PL. A base do núcleo se formou ao redor de PL, Republicanos e PP. Outros partidos também votaram com o governo em diversas ocasiões, como Patriota, PTB, PSC e PSD - todos contabilizados no levantamento feito pelo Estadão e que atuam como um Centrão ampliado.

Em 2018, Bolsonaro havia sido eleito com uma base mais enxuta, de 112 deputados, com discurso contrário a este grupo de parlamentares.

Em um novo governo Bolsonaro, o Centrão pode se tornar mais autofágico e acumular poder a partir da relação que já estabeleceu com o presidente, apontam os especialistas. Além disso, a reeleição "zera as contas" dos conflitos com o União Brasil, legenda que abriga o PSL, de antigos aliados do presidente. Por isso, o diálogo e apoio dessas legendas será decisivo para a governabilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou do atual presidente em um próximo mandato.

No caso de um novo governo petista, o grupo vira um desafio, mas não deve entrar na oposição de forma automática. A federação PT, PCdoB e PV - que atua junto no Congresso - conta com 19 cadeiras a menos que o PL, que agora tem 99. A dificuldade será maior para o petista se a fusão entre o União Brasil e o PP se confirmar, movimento já indicado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP). Isso deixaria o Centrão com 300 cadeiras.

A coligação petista, porém, soma 121 parlamentares eleitos por partidos de sua coligação. Lula tem repetido em sua campanha que quer dialogar com todos os partidos. O PSD, por exemplo, pode desembarcar da proximidade que criou com o bolsonarismo em um eventual governo do PT.

O PT também tenta ampliar alianças dentro do MDB e do próprio União Brasil, além de abrir diálogo com o PSDB e Cidadania. A ideia de Lula é fechar alianças para reverter a hostilidade contra seu nome. A aposta é que a governabilidade não ficaria comprometida se houver embarques no que chama de frente ampla.

DESAFIOS

A cientista política Graziella Testa, professora da Escola de Políticas Públicas e Governo da Fundação Getulio Vargas Questiona se, na eventualidade de Lula ser eleito, o PL vai conseguir uma coesão perfeita entre toda a sua bancada de 100 parlamentares para formar uma oposição.

Já Bolsonaro, por não ter construído uma coalizão com bases partidárias sólidas no atual governo, também pode ter uma governabilidade custosa. "A bancada eleita do PT também foi muito relevante. Ele (Bolsonaro) vai precisar despender mais recursos para manter essa governabilidade, que é uma governabilidade cara, por meio do orçamento secreto", afirma Graziella.

De toda maneira, é de interesse do Centrão manter-se aliado com o governo. "O Centrão quer ser governo, quer estar próximo do recurso e levar o recurso para suas bases, sobretudo", completa.

"Sempre vão existir partidos políticos fisiológicos. Arthur Lira, como presidente da Câmara, teve atuação de aglutinar e aprovar todas as ideias, projetos e arranjos do presidente Bolsonaro em troca de regalias como o orçamento secreto vem nessa linha", diz a cientista política e professora da PUC-SP Vera Chaia.

O Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP), órgão vinculado à Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, divulgou nota técnica sobre o tema “Mulheres em posição de poder nos Parlamentos do Brasil: Câmara Federal, Assembleias Legislativas estaduais e do Distrito Federal”. 

A nota, elaborada pelas pesquisadoras associadas Ermelinda Ireno, da Universidade de Coimbra, e Eneida Desiree Salgado, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ressalta que, no Brasil, desde meados da década de 1990, muitas ações no Legislativo e no Judiciário foram sendo articuladas com vistas a potencializar a participação das mulheres na política formal. 

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Destacam-se as cotas em listas eleitorais iniciadas em 1995, a utilização dos 5% do Fundo Partidário para a formação e promoção da participação feminina na política e a destinação de 30% do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e do tempo de propaganda no rádio e TV para candidaturas femininas. 

Essas iniciativas permitiram ao Brasil avançar em termos de participação feminina na política. No entanto, a nota destaca que “o ritmo e os resultados concretos destas ações ainda continuam distantes da realidade a que se pretende chegar, ou seja, a paridade entre homens e mulheres na política formal brasileira”. 

O estudo sinaliza ainda que as mulheres também enfrentam dificuldades para ocupar postos de destaque durante o exercício dos seus mandatos.  Mulheres na Câmara Na representação atual da Câmara dos Deputados, 85,19% das vagas é ocupada por homens e apenas 14,81%, por mulheres. Na Mesa Diretora, formada por 11 cargos, apenas três são ocupados por deputadas. Quanto à presidência das comissões permanentes, 92% destes cargos são exercidos por deputados, enquanto somente 8% estão com deputadas. 

O estudo conclui que é necessário constituir políticas afirmativas para aumentar a representatividade das mulheres no exercício do poder quando elas estão exercendo seus mandatos parlamentares. E, para tanto, cita iniciativas de sucesso em andamento, como a criação da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, que garantiu a participação de uma representante da bancada feminina no Colégio de Líderes.

  A Secretaria da Mulher é formada pela Coordenadoria Geral dos Direitos da Mulher, atualmente comandada pela deputada Celina Leão (PP-DF), e pela Procuradoria da Mulher, liderada pela deputada Tereza Nelma (PSD-AL). 

Confira a íntegra da nota 

*Da Agência Câmara de Notícias

Espaço de debate e criação de leis estaduais, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) acomoda 49 deputados eleitos. Com pouco mais de um mês para a eleições, 36 parlamentares estão em campanha de reeleição, mas também há os que estão fora dessa disputa para tentar uma vaga no Congresso ou assumir o Palácio do Campo das Princesas. 

Independente de partido, quem hoje está na Alepe não quer sair. Com menos apoio político, sem tanta visibilidade e com menos recursos de campanha, os novos candidatos - muitas vezes desconhecidos da população - tentam focar a atenção do eleitor na bandeira da renovação.

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Para conquistar uma cadeira na Casa, os concorrentes que estão de fora vão precisar encarar os seguintes deputados em campanha de reeleição: 

Adalto Santos (PP) 

Aglailson Victor (PSB)  

Aluísio Lessa (PSB)  

Álvaro Porto (PSDB)   

Antonio Coelho (UB)  

Antonio Fernando (PP)  

Antônio Moraes (PP) 

Claudiano Filho (PP)  

Clóvis Paiva (PP) 

Coronel Alberto Feitosa (PL) 

Delegada Gleide Ângelo (PSB)  

Delegado Lessa (PP)  

Diogo Moraes (PSB) 

Doriel Barros (PT) 

Fabrizio Ferraz (SD) 

Francismar Pontes (PSB)  

Gustavo Gouveia (SD)  

Henrique Queiroz Filho (PP)   

Isaltino Nascimento (PSB)  

Jô das Juntas (PSOL)  

João Paulo (PT) 

João Paulo Costa (PCdoB) 

Joaquim Lira (PV)  

Joel da Harpa (PL) 

Marco Aurélio 'Meu Amigo' (PSB)  

Pastor Cleiton Collins (PP)  

Roberta Arraes (PP)  

Rodrigo Novaes (PSB)  

Romero Albuquerque (UB)  

Romero Sales Filho (UB) 

Simone Santana (PSB) 

Tony Gel (PSB) 

Waldemar Borges (PSB) 

Wanderson Florêncio (SD) 

William Brigido (Republicanos) 

Zé Queiroz (PDT) 

 Por outro lado, também têm os deputados que almejam voos maiores e não estão interessados em mais quatro anos na Alepe. Do quórum total de parlamentares, 10 buscam votos para assumir outros cargos, especialmente em Brasília

A deputa Priscila Krause (Cidadania) compõe a chapa de Raquel Lyra (PSDB) ao Governo de Pernambuco. A vice candidatura também é defendida por Alessandra Vieira (UB) na chapa puro sangue ao lado de Miguel Coelho (UB). 

Para concorrer ao Senado, Teresa Leitão (PT) deixou de lado a chance de continuar no legislativo estadual. Também de olho no Congresso, a disputa pela Câmara vai ser acirrada entre sete representantes da Alepe: 

Clarissa Tércio (PP) 

Clodoaldo Magalhães (PV) 

Dulci Amorim (PT) 

Eriberto Medeiros (PSB) 

Fabíola Cabral (SD) 

Guilherme Uchôa Filho (PSB) 

Lucas Ramos (PSB) 

As Eleições 2022 estão marcadas para o próximo dia 2 de outubro. Neste ano, estão em disputa os seguintes cargos: um de presidente da República, 27 governadores de estado e do Distrito Federal, 27 senadores, 513 deputados federais. No caso dos deputados estaduais e distritais, o número de vagas nas Assembleias Legislativas e na Câmara Legislativa do Distrito Federal depende da representação dos estados na Câmara dos Deputados.

Segundo o artigo 27 da Constituição Federal, o número de deputados para a Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de doze.

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Com base na regra constitucional, seguem dois exemplos:

– O Distrito Federal tem oito cargos de deputado federal e 24 cargos de deputado distrital.

– Minas Gerais tem 53 cargos de deputado federal e 77 de deputado estadual em disputa.

Os 36 primeiros correspondem aos primeiros 12 federais, devido à multiplicação por três. Logo após, deve-se subtrair esses 12 do número total de deputados federais (53). Então, é preciso acrescentar os 41 que sobraram aos 36, para se chegar ao número final de deputados estaduais (77) na Assembleia Legislativa mineira.

NÚMERO DE DEPUTADOS POR ESTADO   

Acre 8

Alagoas 9

Amazonas 8

Amapá 8

Bahia 39

Ceará 22

Distrito Federal 8

Espírito Santo 10

Goiás 17

Maranhão 18

Minas Gerais 53

Mato Grosso do Sul 8

Mato Grosso 8

Pará 17

Paraíba 12

Pernambuco 25

Piauí 10

Paraná 30

Rio de Janeiro 46

Rio Grande do Norte 8

Rondônia 8

Roraima 8

Rio Grande do Sul 31

Santa Catarina 16

Sergipe 8

São Paulo 70

Tocantins 8

O primeiro turno das eleições legislativas francesas indicou o avanço da coalizão de esquerda Nupes e o enfraquecimento do bloco centrista do presidente Emmanuel Macron. Ainda que o número final de deputados não esteja definido até o fim do segundo turno, que ocorrerá na semana que vem, pesquisas de boca de urna indicam que Macron terá entre 270 e 310 deputados e o bloco de esquerda entre 170 e 220. A maioria mínima é de 289 deputados.

Em números porcentuais, as projeções indicam um empate, com 26,2% dos votos para a coalizão de Macron e 25,8% para os aliados do esquerdistas Jean Luc Mélenchon. A divisão de cadeiras, no entanto, não deve acompanhar o número absoluto de votos.

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"Perante este resultado, e a extraordinária oportunidade que nos oferece e o destino da pátria comum, exorto o nosso povo a derrotar a desastrosa política da maioria, de Macron, no próximo domingo", disse Mélenchon aos partidários após a votação.

Macron precisa da maioria no Parlamento para aprovar sua agenda de reformas, incluindo uma reforma previdenciária que ele diz ser essencial para restaurar a ordem nas finanças públicas.

Durante a campanha, o bloco de Mélenchon aproveitou a raiva do eleitorado pelo aumento do custo de vida na esteira do pós pandemia e da guerra da Ucrânia para conquistar votos que não vieram na eleição presidencial.

A abstenção foi uma das marcas da eleição, com um número recorde de abstenções, com mais da metade de todos os eleitores registrados ficando longe das urnas em um dia quente e ensolarado.

Do lado de Macron, ministros do governo adotaram um tom humilde. O próprio Macron optou por manter um perfil discreto durante a campanha.

"As projeções parecem boas, aparentemente, para o Nupes", disse o ministro de Assuntos Europeus, Clement Beaune. "Não nego os resultados, mas não sabemos exatamente quem está à frente." COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Em entrevista à Jovem Pan News nesta terça-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que parlamentares estão sendo "muito bem atendidos" pelo seu governo, por meio das chamadas emendas de relator (RP9), também conhecidas como orçamento secreto, termo com o qual o mandatário discordou por muito tempo. O chefe do Executivo também reconheceu que os valores estimados serão de quase o triplo do orçamento para investimentos da Infraestrutura.

“O parlamentar, além das emendas impositivas, tem uma outra forma de conseguir recurso, que é a RP 9, que teria que ser outro programa de televisão seu (para explicar). Parlamentar está bem atendido. Só em RP 9, os parlamentares têm quase o triplo de recursos do Ministério da Infraestrutura do Tarcísio. Então o Parlamento está muito bem atendido conosco”, disse Bolsonaro. 

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De acordo com uma reportagem do Globo na semana passada, o município de Miracatu (SP), localizado no Vale do Ribeira, a 137 quilômetros da capital paulista, foi beneficiado com o empenho de R$ 35 milhões em verbas da União durante as festividades de fim do ano. A cidade, de 20 mil habitantes, tem como prefeito Vinícius Brandão (PL), cujo chefe de gabinete é Renato Bolsonaro, irmão do presidente da República. 

O Orçamento de 2022 ainda não foi sancionado, mas a previsão é que em torno de R$ 16 bilhões sejam destinados para as emendas de relator. No caso da Infraestrutura, a previsão é que a pasta tenha orçamento total de R$ 18,2 bilhões, sendo R$ 6,7 bilhões para investimentos. Esses valores ainda podem ser alterados. 

 

Requisitada ao Governo de Pernambuco pelo público recifense que prestigiou o lançamento do livro do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, neste domingo (5), a delegada Patrícia (Podemos) frustrou o clamor dos seus admiradores e afirmou ao LeiaJá que vai se candidatar como deputada em 2022. 

Aplaudida ao ser citada por Moro por seus esforços contra crimes de colarinho branco em Pernambuco, a pré-candidata retribuiu a gentileza e classificou o ex-juiz da Lava Jato como "a pessoa com maior propriedade para falar sobre combate à corrupção no país".  

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Ovacionada de pé aos gritos de “minha governadora”, Patrícia confirmou ao LeiaJá: "para 2022, [sou] candidatíssima". 

Porém, destacou que vai aproveitar a experiência positiva da estreia eleitoral em 2019 para apresentar uma campanha focada na carreira Legislativa.

Ainda sem cravar sua intenção de concorrer ao Congresso ou à Câmara Estadual, ela espera uma posição do Podemos, que ainda analisa as circunstâncias com maior chance para a delegada.

Uma das novidades do cenário pernambucano, Patrícia se lançou na disputa à Prefeitura do Recife com discurso anticorrupção. Apesar do bom desempenho, ela não foi ao segundo turno, mas conseguiu arrancar votos de adversários com maior bagagem eleitoral.

Depois de disputar à Presidência nas três últimas eleições (2010, 2014 e 2018), a ex-ministra Marina Silva (Rede) irá disputar uma vaga ao Legislativo como Senadora ou deputada nas eleições de 2022.

Dirigentes da Rede Sustentabilidade, partido criado por Marina, disseram ao Metrópoles que a decisão foi tomada por vontade da própria ex-ministra, que depois de receber apenas 1% dos votos em 2018, não deseja disputar a quarta o Palácio do Planalto pela quarta vez seguida.

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No entanto, a Rede quer que Marina Silva seja uma espécie de "puxadora de votos", para ajudar o partido a vencer a cláusula de barreira. Atualmente, a sigla só conta com a deputada federal Joenia Wapichana e os senadores Randolfe Rodrigues e Fabiano Contarato.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou nesta quarta-feira, 22, o retorno das coligações para eleições para o Legislativo. A volta dessas alianças era parte de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 28/2021, com mudanças em regras eleitorais, aprovada na semana passada na Câmara, por iniciativa do presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL). A PEC, que também trata de outros pontos da legislação das eleições, irá a plenário ainda hoje.

O retorno das coligações é uma reivindicação de partidos pequenos. Para eleger mais parlamentares, essas legendas dependem das alianças. Suas chapas ao Legislativo têm poucos votos, embora alguns candidatos sejam bem votados. Em defesa do fim das coligações proporcionais, argumenta-se que estimulam a proliferação de legendas de aluguel e bancadas pulverizadas. Em consequência, ocorreriam com problemas de governabilidade.

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A proibição de coligações proporcionais vigorou pela primeira vez em 2020. Em consequência, houve proliferação de candidaturas ao Executivo. O objetivo era "puxar" votos para o Legislativo. Alguns partidos se queixaram de dificuldade para financiar suas campanhas. Legendas consideradas ideológicas, como Rede, PC do B e Cidadania, estão entre as ameaçadas de ter menos parlamentares eleitos e, mais adiante, de extinção.

Mudança que beneficia negros e mulheres deve ser mantida

Sem as coligações, os senadores devem aprovar outros itens do pacote eleitoral da Câmara. Entre as mudanças, estão o aumento dos recursos públicos a partidos que tenham mais candidatos negros e mulheres até 2030 e a mudança na data de posse do presidente da República para 5 de janeiro a partir da eleição de 2026. Mas ainda não há acordo para votar a PEC no plenário. Alguns partidos não querem dar aval a mudanças que vigorem já em 2022.

Qualquer alteração precisa ser aprovada e sancionada até início de outubro para entrar em vigor no pleito de 2022. Como é uma PEC, a proposta não passa pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas precisa ser aprovada por 49 senadores, Só assim será promulgada. Até o meio da tarde desta quarta, 22, as legendas fecharam um acordo para aprovar a mudança na distribuição de sobras eleitorais. Esse ponto deve entrar pauta do Senado hoje.

Para evitar que a PEC volte à Câmara, os senadores devem adotar a estratégia de aprovar apenas aquilo que for consensual. O resto - caso da volta das coligações - será eliminado do texto.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), informou que deve se reunir com o Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, juntamente com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), até esta terça-feira (31), para buscar uma solução sobre o pagamento dos precatórios. A declaração foi dada em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (30), após encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes. 

"Há uma possibilidade, desde sempre ventilada, e que agora tem evoluído, considerando que houve uma decisão do Supremo Tribunal Federal relativa a obrigatoriedade do pagamento de R$ 89 milhões de precatórios, no ano de 2022, que se faça uma composição, mediada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidido pelo ministro Luiz Fux. Uma solução que nós reputamos inteligente, possível. O CNJ poderia realmente dar esse encaminhamento", afirmou.

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Antes do encontro com Guedes, Rodrigo Pacheco também esteve reunido com Lira, líderes partidários da Câmara, com o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP). 

O governo alega que o volume de precatórios previsto para o próximo ano cresceu muito além da expectativa — R$ 89,1 bilhões, ante os R$ 56,4 bilhões em 2021. Como a despesa com precatórios faz parte do Orçamento, está dentro do teto de gastos (a Emenda Constitucional 95, de 2016) e é obrigatória, ela pressiona o teto, podendo levar a cortes em outras áreas. O governo chegou a enviar uma Proposta de Emenda a Constituição (PEC 23/2021) para ampliar a possibilidade de parcelamento para outros precatórios (acima de R$ 66 milhões), em dez anos, com a criação de um fundo.  No entanto, o governo vem trabalhando pela via jurídica, com respaldo do Tribunal de Contas da União (TCU) para modular a forma de pagamento. Veja mais aqui

"Nos havíamos tentado uma via legislativa, uma PEC, mas aparentemente há uma solução mais efetiva, mais rápida, e inclusive mais adequada juridicamente. Foi a conclusão dos presidente do Senado e da Câmara, apoiando esse aceno do ministro Luiz Fux. Nós estamos tecnicamente em contato com o pessoal do Supremo e do TCU. A ideia inicial foi do ministro Bruno Dantas, e eu acho que nós vamos chegar a um bom termo nesse sentido de abrir, dentro da Responsabilidade Fiscal, dentro de espaços definidos pelo próprio teto do governo, abrindo espaço para um Bolsa Família", acrescentou Paulo Guedes.

Auxílio Brasil

Pacheco lembrou ainda ser fundamental avançar nessa saída para possibilitar a criação do novo programa social que, segundo ele, é prioridade do Congresso Nacional e do governo federal".  

"A solução da questão dos precatórios acaba por desaguar em outra solução absolutamente fundamental para o Brasil que é o estabelecimento de um programa social incrementado, que substitua o Bolsa Família, que possa atingir o maior número de pessoas, com o valor atualizado para se dar a essas pessoas o poder de compra, especialmente no momento em que se elevam os preços das coisas no geral.

O Ministério da Economia tem defendido a saída para o pagamento dos precatórios como forma de liberar espaço fiscal para bancar o Auxílio Brasil, o programa social que pretende ser uma versão ampliada do Bolsa Família.

Pauta econômica

De acordo com Pacheco, a conversa com o ministro Paulo Guedes teve o objetivo de buscar um “alinhamento importante” para se avançar na pauta econômica defendida pelo governo e em tramitação no Congresso Nacional. Entre os temas passíveis de evolução ele citou as reformas tributária e administrativa, além da proposta de privatização dos Correios.

"A privatização dos Correios, já foi aprovada na Câmara, também tem grande interesse por parte do Ministério da Economia e já estamos dando andamento no Senado Federal, distribuída a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Lá ela terá um relator, será apreciada no decorrer de setembro, e eu espero que o Plenário, tão logo haja esse pronunciamento da Comissão de Assuntos Econômicos, também aprecie esse tema da privatização dos Correios".

As reformas tributária e administrativa ainda estão em discussão na Câmara dos Deputados.

O presidente do Senado ainda garantiu que nesta semana a Casa estará dedicada a discutir e votar a Medida Provisória que altera as regras trabalhistas (MP 1.045/2021).  

"O Senado tem trabalhado no mérito dessa Medida Provisória que pode estabelecer alguns programas de geração de emprego e de trabalhos que são importantes e alguns questionamentos em relação às disposições alteradas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o Senado tem refletindo a respeito também. Busquei também um alinhamento com a Câmara para ter um resultado de apreciação da Medida Provisória, se não na sua inteireza, mas em parte substancial dela: que é a própria preservação da sua origem, um programa de geração de trabalho muito importante pelo momento de pandemia que nós vivemos".

Diálogo

Pacheco voltou a defender o diálogo entre os Poderes para se avançar no enfrentamento da crise econômica e atender as principais demandas da população.

"O que ressai dessa conversa hoje é a tônica que temos que imprimir no Brasil, considerando um momento de dificuldades que nós temos no país, que é a busca desse alinhamento do Congresso Nacional, com o Ministério da Economia na busca daquilo que eu prego, que é a busca de convergência, da identificação das divergências e tentarmos dirimir essas divergências. O que não podemos ver absolutamente acontecer no Brasil é de interromper o diálogo".

*Da Agência Senado

 

 

O Orçamento de 2021 entra em vigor a partir desta sexta-feira (23), depois de cinco meses de atraso e brigas políticas entre o Executivo e o Congresso Nacional. O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021 na quinta-feira (22), último dia do prazo, e com vetos. O rombo nas contas públicas para 2021 deve ser de R$ 247,1 bilhões. 

Foram vetados R$ 11,9 bilhões no valor das emendas parlamentares e de R$ 7,9 bilhões nas despesas não obrigatórias - o que soma um total de R$ 19,8 bilhões. Além disso, o Palácio do Planalto deve bloquear R$ 9 bilhões nas emendas indicadas por senadores e deputados, que podem ser liberadas ao longo do ano, caso haja espaço fiscal. 

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Por meio de sua conta no Twitter, o diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto, analisou que o corte de R$ 19,8 bilhões e o bloqueio de R$ 9 bilhões promovidos pelo Executivo somam R$ 28,8 bilhões, valor que - segundo ele - está abaixo dos R$ 31,9 bilhões necessários para cobrir as despesas obrigatórias do governo federal no corrente ano.

Para Salto, o bloqueio dos R$ 9 bilhões das despesas não obrigatórias deve prejudicar os programas e projetos essenciais, elevando o risco da paralisação da máquina pública, mesmo que o teto de gastos seja preservado.

“As atenções voltam-se do risco de rompimento do teto (ainda presente) para o de paralisação da máquina pública e/ou de serviços essenciais. Minha conta preliminar: a discricionária do Executivo, ficaria em torno de R$ 85 bilhões com o corte potencial de R$ 16,9 bilhões, nível historicamente baixo. O governo escolheu operar no fio da navalha, avaliando recorrentemente eventual necessidade de descontingenciamento”, escreveu Felipe Salto.

Na quarta-feira (21), Bolsonaro sancionou a lei 14.143, que retira do cálculo da meta fiscal as despesas com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronamp), o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) e as ações de saúde para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. 

Para a cientista política Priscila Lapa, o Orçamento é de crise e não vai dar conta de todas as necessidades na área da assistência social, na área da saúde e da educação, por exemplo. “O orçamento é pequeno para as necessidades que sempre existiram e foram acentuadas com a pandemia”, aponta

Mesmo com o veto de R$ 11,9 bilhões no valor das emendas parlamentares, os deputados ainda terão cerca de R$ 14 bilhões disponíveis para destinar aos seus redutos eleitorais. A cientista política analisa que a emenda não é um mal. Para ela, o que não deveria acontecer é o discurso eleitoral em cima disso e a troca do apoio político do Executivo em relação ao Legislativo passar por essa liberação de emenda que é discricionária. 

“Os projetos estruturadores devem refletir uma agenda do governo que foi eleito para isso, enquanto que as emendas parlamentares devem complementar um programa de governo. 

Do jeito que está agora fica muito evidente que é possível flexibilizar a agenda do governo a tal ponto que é possível um destroçamento. Então não tem agenda e aí vira meramente uma coisa eleitoral”, acentua.

Para Priscila, o governo Bolsonaro não tem um projeto estruturador. “Ele tinha bandeiras e na hora de transformar isso em projetos tem muita dificuldade técnica de argumentação, fora o lado político que não foi construído uma relação, que está sendo construída na emergência”, salienta. 

Todos os ministérios terão cortes

Bolsonaro disse através de sua live no Youtube que todos os ministérios devem sofrer cortes em suas despesas, na tentativa de assegurar o respeito ao teto de gastos. 

"A peça orçamentária para os 23 ministérios é bastante pequena e é reduzida ano após ano. Tivemos um problema no Orçamento no corrente ano, então tem um corte previsto bastante grande no meu entender, pelo tamanho do orçamento, para todos os ministérios. Todo mundo vai pagar um pouco a conta disso aí", pontuou.

Crime de responsabilidade

Um estudo divulgado pela Consultoria de Orçamento do Senado exime o presidente Jair Bolsonaro do crime de responsabilidade fiscal, mesmo sancionando a LOA, com vetos, que apresentem problemas como dotações insuficientes para o cumprimento de despesas obrigatórias ou discricionárias. 

Segundo publicado pela Agência Senado, os consultores lembraram que cabe ao Executivo a iniciativa exclusiva para deflagrar o processo orçamentário, mas compete ao Poder Legislativo a prerrogativa de emendá-lo, respeitando as normas cabíveis. 

O estudo aponta que, apesar de eventuais divergências com relação às despesas aprovadas no projeto da Lei Orçamentária Anual, não se identifica conduta tipificada como crime de responsabilidade em razão de sanção, que ocorreu com vetos.

O governador Paulo Câmara (PSB) vetou o aumento do salário e do auxílio-saúde de cargos comissionados da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Ele afirmou que os dois projetos de reajuste solicitados pela mesa diretora são inconstitucionais.

O projeto de lei 1860/21 estipula que comissionados e servidores da Alepe recebessem um aumento de salário a partir de janeiro de 2022. Enquanto o projeto de lei 1859/21 indica o reajuste do auxílio-saúde para 5% da remuneração, que pode chegar a R$ 1845 mensais, e sugere um mês de licença-prêmio como verba indenizatória anual.

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Com a sinalização contrária de Paulo Câmara, as propostas voltam para a Alepe, onde o veto pode ser mantido ou derrubado pelos deputados estaduais. Na visão do gestor, a intenção da Casa é inconstitucional por desobedecer a Lei Complementar Federal 173/20, que institui as diretrizes de enfrentamento à pandemia e proíbe o aumento de gastos com pessoal até o fim de 2021.

Ele ainda considera que ainda não há como afirmar que, até o fim do próximo ano, os impactos da crise econômica potencializada pela pandemia já tenham sido revertidos.

"O fato é que, dada a notória insuficiência de macrogestão da crise sanitária nacional em saúde pública pelo governo federal, não há garantia de que o país terá superado tamanha crise sanitária (e fiscal) até o final do presente ano de 2021, nem tampouco que as causas que motivaram a edição da Lei Complementar Federal 173, de 2020, não esteja mais presentes, de modo que o risco de comprometimento do equilíbrio fiscal é significativo", comunicou em ofício enviado ao presidente da Alepe, o deputado estadual Eriberto Medeiros (PP).

Ao comentar o discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura do ano legislativo, o líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), afirmou que o governo não apresentou medidas para que reduzir o "caos social e o caos na saúde". "O presidente Bolsonaro parece que não enxerga a tristeza que vivemos em nosso País. Não apresentou uma única medida que dê esperança ao povo brasileiro, não tratou de nada importante", lamentou.

Bolsonaro diz que reforma tributária, pacto federativo e independência do BC são prioridades do governo

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Zarattini cobrou a criação de um novo auxílio emergencial para socorrer os mais de 15 milhões de desempregados atingidos pela crise provocada pela pandemia de coronavírus. O líder da Minoria ainda quer a discussão do Plano de Imunização para reduzir o número de mortes e de atingidos pela Covid-19.

O líder também defendeu uma reforma tributária simplificadora, mas progressiva, e criticou a sinalização do governo de que dará prioridade à reforma administrativa e à PEC Emergencial.

"São medidas que vão atingir o pequeno servidor, o professor, o médico. Não mexe em nenhum momento com os altos salários, não resolve o problema da população e prejudica o funcionalismo. O único objetivo é produzir superávit para o mercado financeiro", reclamou.

Harmonia

Já o primeiro-vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), elogiou a presença do presidente Jair Bolsonaro e a retomada da relação harmônica entre os poderes. "O Brasil precisa, neste momento de grave crise, construir convergências para superar os efeitos da pandemia", apontou.

Ramos também apoiou a participação dos comandantes das Forças Armadas na cerimônia. "Não é da tradição, mas as Forças Armadas merecem todo nosso respeito. As Forças Armadas têm compromisso com a democracia e sabem que a democracia deve ser preservada."

Para o líder do DEM, Efraim Filho (PB), a abertura do ano legislativo foi simbólica por reunir os três Poderes, com discursos que "se aproximavam e estreitavam a relação entre eles". "A harmonia dos trabalhos é um alento para o País enfrentar este momento mais crítico", ponderou.

A saúde e a economia serão a prioridade do Congresso para este ano, segundo Efraim Filho. "É preciso salvar vidas e empregos", apontou. Ele também defendeu a reforma tributária e políticas de acesso ao crédito para empreendedores. "Precisamos valorizar quem produz no Brasil, principalmente depois de um período de pandemia em que muitas portas foram fechadas."

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O presidente Jair Bolsonaro faz a leitura de sua mensagem ao Congresso Nacional com as prioridades de seu governo para este ano na sessão solene que abre o 3º ano legislativo da 56ª legislatura.

A lista já foi divulgada pelo Palácio do Planalto e conta com pautas econômicas, como a reforma tributária (PEC 45/19) e a privatização da Eletrobras (PL 5877/19); e pautas mais polêmicas, como a regulamentação de porte de armas (PL 3723/19) e a educação em casa, o homeschooling.

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Na Câmara dos Deputados, o Executivo selecionou 19 projetos que considera mais urgentes para votação em 2021. No Senado, as prioridades somam 15 propostas.

A sessão também terá os discursos dos presidentes das duas Casas e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

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*Da Agência Câmara de Notícias

 

 

 

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