Evangélicos criticam criação de secretaria pró-LGBT em PE
O "Executivo deveria se preocupar com temas como educação e saúde”, disparou o deputado pastor Cleiton Collins
A proposta de criação de uma Secretaria Executiva Estadual para tratar dos direitos dos segmentos mais vulneráveis da população, entre eles o LGBT, tem gerado divergência entre os deputados estaduais, principalmente os que são ligados ao segmento evangélico. O líder da bancada evangélica, Pastor Cleiton Collins (PP), disparou contra a iniciativa e pontuou que o Governo do Estado “deveria se preocupar com temas como educação e saúde”.
"Todos os segmentos têm a sua importância para a sociedade e, portanto, devem ser tratados igualmente", disparou, argumentando que os valores das Igrejas devem ser levados em consideração pelo governo. Apesar da nova pasta, que será abrigada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, também discutir o direito dos negros e indígenas, Collins se deteve apenas as questões homossexuais.
"Tentar levar para as escolas que é normal... Não é normal. Tentar combater as igrejas que pregam a bíblia sagrada como a sua constituição religiosa. Vamos discutir políticas públicas normais voltadas para todos e não para a classe LGBT", destacou.
O parlamentar foi corroborado pelos integrantes do colegiado evangélico. Para o deputado André Ferreira (PMDB), a família deveria ser a maior preocupação do estado. Discurso também defendido pelo presbítero Adalto Santos (PSB). “Vamos defender a família tradicional sempre”, arrematou.
Em contrapartida aos evangélicos, a deputada Priscila Krause (DEM) afirmou que o ideal seria se não fosse preciso criar novas pastas para defender especificamente nenhuma causa da minoria. “Infelizmente não é assim. A agressão contra a população LGBT cresceu. Temos que ter cuidado com esses extremismos. Essa questão precisa ser pautada pela tolerância e pelo respeito ao próximo, como tudo na nossa vida”, rebateu.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepe, deputado Edilson Silva (PSOL) também se colocou a favor da discussão sobre as causas LGBTs. “O que nós estamos tratando aqui não é da vida sexual das pessoas e sim da vida civil, de igualdade de direitos. Nós não vivemos apenas entre pessoas que aceitam o que está escrito nas sagradas escrituras. O que é para todo mundo é o artigo 5º da Constituição. O artigo serve para os islâmicos que vivem aqui, para os ateus, para os evangélicos, para todo mundo. É o guarda-chuva que serve para todos”, argumentou.