Corrupção não causou o prejuízo de R$ 88 bi
Ex-presidente da estatal explicou que valor está relacionado com perdas devido a uma série de ineficiências. Ela deu depoimento nesta quinta na CPI da Petrobras
A ex-presidente da Petrobras Graça Foster disse, nesta quinta-feira (26), em depoimento a CPI da Petrobras, que o prejuízo de R$ 88 bilhões no balanço contábil da estatal não está relacionado com perdas devido à corrupção. “Esses R$ 88 bilhões representam o valor justo por conta de uma série de ineficiências, até mesmo por causa de chuva e outros, não são o número da corrupção”, frisou.
Para ela, não há como saber os valores exatos da corrupção na estatal, embora ela tenha deixado na companhia, antes de deixar a presidência, um mecanismo de mapeamento da corrupção baseado nos depoimentos da operação Lava Jato. Foster também negou que a presidente Dilma Rousseff tenha pedido a não divulgação do prejuízo de R$ 88 bilhões.
Ela voltou a dizer que a compra da refinaria de Pasadena representava “um bom negócio” de acordo com a realidade do mercado na época da aquisição, em 2008. "Eu esperava que desse um resultado melhor em 2014. Não deu porque o preço do petróleo caiu no mundo inteiro e as boas margens não aconteceram", explicou. No ano passado, também na Câmara dos Deputados, ela confirmou que a compra da refinaria norte-americana representou um "mau negócio", considerando o "atual conjunto de análises". http://www.leiaja.com/politica/2014/04/30/foster-reitera-que-compra-de-pasadena-foi-um-mau-negocio/
Sobre a confissão de Pedro Barusco, ex-diretor da estatal, de ter se envolvido no esquema de corrupção, Foster disse ter dificuldade de aceitar o fato de ele ter participado das negociações para desvio de dinheiro. “Barusco sempre foi um engenheiro naval admirável no mercado, um grande quadro técnico da Petrobras”, lamentou ela, que também explicou ser “inimaginável” o recebimento de propina por parte dele.
Em relação as denúncias de irregularidades feitas pela ex-gerente Venina Velosa da Fonseca, Graça fez questionamentos. "Não sei como a Venina tinha informações por tanto tempo e não passou para mim. Só fez quando foi criada a comissão interna", disse. Para Foster, o fato não combina com Venina, uma servidora que considera competente.