Augusto César afirmou que não trará problemas para o governo João Bita/Alepe

Com a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) de suspender o quinto mandato de presidente da Assembleia Legislativa (Alepe) do deputado Guilherme Uchoa (PDT), quem passará a comandar o legislativo estadual é o deputado Augusto César (PTB), atual vice-presidente da Casa. O petebista é integrante da bancada de oposição ao governo e deve ficar no cargo até a decisão final da justiça. 

“Assumo o cargo naturalmente com a ausência de Uchoa. Vou cumprir aquilo que determina a constituição e o regimento. Não sei ainda por quanto tempo, se for definitivo vou cumprir as normas da Casa”, afirmou Augusto César ao Portal LeiaJá.

Nos bastidores, fala-se da possibilidade da decisão do TJPE ser um tipo de retaliação ao governo, por cortar verbas ao judiciário estadual, no entanto o petebista afirmou que comandará o Legislativo com responsabilidade. “Acredito que não há interesse de jogar um poder contra o outro. Enquanto estiver no comando, vou cuidar muito bem dos interesses da Casa. Ser oposição não representa uma questão pessoal com o governo. Vou continuar fazendo tudo com responsabilidade”, garantiu. 

Rodrigo e Edilson comemoram a decisão

Adversário de Uchoa na disputa pelo comando da Alepe, o deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD) comemorou a decisão da Justiça. “O poder judiciário compreende a tese que sempre defendemos, de que ele não podia ir para o quinto mandato por vedação constitucional”, disse. “Acho lamentável a Assembleia se submeter a isso, mas foi necessário. Reafirmo a minha confiança na independência do poder judiciário e tenho certeza que será mantida, mesmo com os recursos”, acrescentou o socialdemocrata. 

Quem também chegou a disputar o pleito para a Mesa Diretora foi o deputado Edilson Silva (PSOL). Para ele ainda existe a possibilidade de Uchoa voltar a presidir a Casa, pois a Emenda Constitucional que proíbe a reeleição de um parlamentar ao mesmo cargo três vezes seguidas “foi muito mal escrita, não reflete fielmente a intenção dos legisladores à época e abre espaços para que prospere a hipótese de que não só o atual mandato de Uchoa seja considerado legal, mas também possa se recandidatar para um sexto mandato consecutivo, em 2017”. “O quinto mandato do atual presidente da Alepe é imoral, não há dúvidas, e já denunciamos isto fartamente”, cravou o psolista.