Itália mantém suspensa extradição de Pizzolato
No dia 23 de junho, haverá nova audiência que deve decidir, definitivamente, se Pizzolato será ou não mandado de volta ao Brasil
O Conselho de Estado italiano acolheu o pedido da defesa do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, e suspendeu sua extradição até o dia 23 deste mês. Nesta data haverá nova audiência, marcada para as 9h30 do horário italiano, que deve decidir, definitivamente, se Pizzolato será ou não mandado de volta ao Brasil.
Alessandro Sivelli, advogado de defesa de Pizzolato, argumentou sobre o recurso apresentado pelo Ministério Público brasileiro sobre a inconstitucionalidade da ala de vulneráveis. "A ala de vulneráveis não é definitiva. Se o recurso do MP for aceito, onde Pizzolato será colocado?"
Segundo o defensor do Ministério Italiano Giuseppe Alvenzio, a questão da inconstitucionalidade "está resolvida para a justiça italiana", pois nem a Corte de Cassação, tampouco o tribunal administrativo regional, levaram em consideração essa argumentação da defesa.
Na sexta-feira (12), o Ministério da Justiça italiano suspendeu temporariamente a extradição de Pizzolato. Foi a segunda vez que o processo de extradição foi suspenso desde que o governo italiano autorizou o procedimento, no final de abril.
O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Henrique Pizzolato fugiu para a Itália com os documentos falsos do irmão morto em 1978, e acabou sendo preso em Maranello, em fevereiro de 2014.