CPMF é mais um tijolo para o impeachment, avalia tucano
Para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB), com a proposta da CPMF a presidente não conquista nem o voto da maioria absoluta da Casa
A recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) proposta pela presidente Dilma Rousseff (PT) como uma das medidas para reequilibrar a economia nacional deve ser o foco de discussão no Congresso Nacional nos próximos meses. Apesar de todas as articulações da petista para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reativa o imposto, sob a ótica do deputado federal Daniel Coelho (PSDB) o texto não passará pelo crivo dos deputados na Câmara Federal, pois “grande parte da base do governo afirma já que em nenhuma hipótese vão votar a CPMF”.
“Não vejo a possibilidade da CPMF ser aprovada. Não só a oposição, que conta com aproximadamente 1/3 da Casa. Ela, neste momento e formato, é uma agressão a toda a população. Não acredito que alguém tenha sido eleito dizendo que ia aumentar o imposto do contribuinte. (...) Ninguém vai querer bancar isso não. Não vejo nenhum tipo de movimentação que possa salvar esta tentativa da presidente de aumentar impostos”, analisou, ao participar da posse da vereadora Isabella de Roldão no comando do PDT no Recife, nesta sexta-feira (18).
Para o tucano, a medida é “extremamente popular” e segue a linha de avaliação do governo da presidente. “Ela precisaria de 308 votos porque é uma PEC, mas acho que não consegue nem maioria simples. A proposta não só não passa como vai ter uma votação vergonhosa”, projetou, citando o PSD, partido da base governista, que o líder chegou a sugerir que o ministro Nelson Barbosa tirasse férias porque estava “destruindo o Brasil”. “No ponto de vista partidário só vejo PCdoB e PT dando apoio”, acrescentou.
Na avaliação de Daniel Coelho, o primeiro passo da presidente para amenizar os estragos deveria ter sido a reforma administrativa. “O governo pratica a má gestão, atos de corrupção, joga fora o dinheiro do contribuinte e agora quer aumentar imposto para cobrir o rombo dele sem fazer absolutamente nenhum esforço. O PT quando chegou ao governo herdou um pouco mais de 8 mil cargos comissionados, aumentou este número para mais de 22 mil e mais de 15 ministérios. Precisa no mínimo cortar mais de 20 mil comissionados e 20 ministérios para depois ir falar no esforço da população. Não dá para antes de cortar ir para cima do cidadão”, observou.
O posicionamento da petista, para o parlamentar, tem fortalecido ainda mais a tese do impeachment. “Ela (Dilma Rousseff) age de forma desastrada. Esse pacote é mais um tijolo que ela contraí para o seu impeachment. Lula perdeu uma votação no Congresso para tentar manter a CPMF quando ele estava coma popularidade em alta”, disse. “Ela não dialoga com os partidos, nem com o próprio governo. Nós vemos que os ministros não concordam com medidas que ela vem tomando. Isso mostra que ela está completamente perdida, pois vir com a CPMF neste momento, com a baixa popularidade que ela está, é uma falta de sensibilidade e mostra que Dilma não tem a mínima condição de governar o país”, completou.