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A Comissão Executiva Nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) publicou uma nota de solidariedade à governadora Raquel Lyra (PSDB), pelos “comentários agressivos” do deputado estadual Álvaro Porto sobre seu discurso na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quinta-feira (1). O partido se colocou à disposição da gestora estadual caso ela queira tomar medidas jurídicas contra o parlamentar, e afirmou que o Conselho Nacional de Ética e Disciplina deverá “avaliar eventuais medidas disciplinares contra o deputado”. 

“Nosso partido luta incessantemente para que as mulheres sejam protagonistas de verdade na política e em todos os espaços de poder. Nós, tucanos, temos muito orgulho de termos eleito uma jovem e competente mulher como governadora de Pernambuco e não podemos tolerar manifestações agressivas contra ela venha de quem vier. Muito menos de um deputado do próprio PSDB”, diz a nota (veja a íntegra abaixo). 

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Governadora reforça necessidade de diálogo e respeito 

Após sua saída da Alepe, a governadora publicou em seu perfil oficial no Instagram um trecho do discurso que fez aos parlamentares. Ela reforçou a necessidade de “diálogo e respeito entre os poderes”. 

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Diretório estadual também se manifesta 

O diretório estadual do PSDB também divulgou uma nota para se manifestar contra as “recentes demonstrações de desrespeito” do presidente da Alepe contra sua correligionária. O grupo reiterou que os preceitos democráticos devem ser conduzidos conforme a Constituição Federal, defendendo que a harmonia entre os poderes da República. 

“O PSDB entende também que ataques como este ultrapassam a já reprovável ofensa à esfera pessoal, atingindo igualmente a independência dos poderes e os mais valiosos princípios democráticos, responsáveis por alçar de forma inédita uma mulher ao mais alto posto do Poder Executivo estadual”, afirmou. 

Álvaro Porto de pronunciou sobre o ocorrido

O deputado Álvaro Porto, enviou, ao final do dia, uma nota de esclarecimento sobre o ocorrido. Ele afirma "que usou uma expressão não condizente com o contexto e local ao avaliar o discurso da governadora Raquel Lyra após a sessão de abertura dos trabalhos legislativos de 2024".

Apesar de admitir o erro, o parlamentar reforça a opinião proferida, ao considerar que o discurso da governadora foi desconectado da realidade do estado. Além disso, ele acrescentou "que sua reação é fruto de indignação em relação à falta de resultados do governo em questões sérias como saúde e segurança, por exemplo".

Entenda 

Na manhã desta quinta-feira (1), a governadora Raquel Lyra (PSDB) esteve presente na Alepe para receber os deputados no retorno às atividades legislativas no estado. Os poderes Executivo e Legislativo passam atualmente por maus bocados, após Lyra ter entrado com uma ação contra a Casa devido a trechos controversos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que foi aprovada. 

Confira as notas na íntegra:

Comissão Executiva Nacional do PSDB

A Comissão Executiva Nacional do PSDB manifesta sua integral solidariedade à governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, pelos comentários agressivos contra ela emitidos pelo presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto. 

Nosso partido luta incessantemente para que as mulheres sejam protagonistas de verdade na política e em todos os espaços de poder. Nós, tucanos, temos muito orgulho de termos eleito uma jovem e competente mulher como governadora de Pernambuco e não podemos tolerar manifestações agressivas contra ela venha de quem vier. Muito menos de um deputado do próprio PSDB. 

O Conselho Nacional de Ética e Disciplina do PSDB está pronto para avaliar eventuais medidas disciplinares contra o deputado Álvaro Porto e o PSDB está à disposição da governadora Raquel Lyra também para apoiá-la em eventuais medidas jurídicas que se fizerem necessárias. 

Comissão Executiva Nacional do PSDB  

Diretório estadual do PSDB

O diretório estadual do PSDB-Partido da Social Democracia Brasileira, vem a público manifestar seu descontentamento com as recentes demonstrações de desrespeito ao cargo e à pessoa da Governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra.  

A convivência democrática estabelecida em nossa Constituição Federal exige o respeito à independência e à harmonia entre os poderes da República; ao passo que o senso comum de urbanidade preza pela deferência às instituições de Estado e às pessoas que as representam.  

Ressaltamos que os pontos acima são aspectos mandatórios de quem opta pela vida pública; e, a quem divide a mesma agremiação partidária, denotam aspectos claros de civilidade.  

O PSDB entende também que ataques como este ultrapassam a já reprovável ofensa à esfera pessoal, atingindo igualmente a independência dos poderes e os mais valiosos princípios democráticos, responsáveis por alçar de forma inédita uma mulher ao mais alto posto do Poder Executivo estadual.  

Renovamos a cada dia nossa confiança na liderança da Governadora Raquel Lyra, sendo certo que Pernambuco seguirá avançando no combate a discriminação e na defesa da igualdade de gênero.  

Recife-PE, 01 de fevereiro de 2024 

 

A decisão de apoiar ou não o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na eleição municipal de outubro, agravou a crise no PSDB paulistano. A maior parte do diretório municipal defende o embarque no projeto de reeleição de Nunes. O diretório nacional, por outro lado, quer lançar candidato próprio. Entre as duas alternativas, há, ainda, a possibilidade de apoiar a deputada Tabata Amaral (PSB).

Ações de dois tucanos no fim semana reforçaram a divisão da sigla. Orlando Faria, então presidente do diretório municipal, renunciou ao mandato. Crítico de Nunes, ele estava insatisfeito com as movimentações do partido em São Paulo para apoiar a reeleição do prefeito.

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Já o vereador João Jorge, vice-presidente da Câmara Municipal, é entusiasta da campanha de Nunes. Descontente com a indefinição dos tucanos sobre a eleição na capital, Jorge afirmou que vai deixar a sigla em que esteve nos últimos 32 anos.

'Sobrevivência'

Ao Estadão, Orlando Faria disse que a saída do comando do diretório municipal foi de natureza pessoal e profissional. Afirmou ser defensor de uma candidatura tucana à Prefeitura por "questão de sobrevivência". "Tem que ter uma candidatura para pautar o debate", declarou ele. No entanto, sem candidato próprio, por questões programáticas, tinha na pré-candidatura do PSB uma via para o partido. "Para mim, era uma possibilidade", disse Faria sobre as tratativas com Tabata Amaral, com quem se encontrou em novembro passado.

Orlando Faria chegou ao comando do PSDB paulistano em meio ao "fogo amigo" entre as alas do partido ligadas a Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul e ex-presidente nacional da legenda, e a João Doria, ex-governador de São Paulo. Leite determinou a troca de comando no diretório da capital paulista em outubro de 2023, substituindo o dirigente eleito Fernando Alfredo, aliado de Bruno Covas e Doria. Orlando Faria, Leite e o deputado Aécio Neves (MG), influente na Executiva nacional, são adeptos de uma candidatura própria.

Diante do impasse surgiu até uma sondagem a um egresso do partido. Segundo a Coluna do Estadão, Andrea Matarazzo informou o presidente do PSD, Gilberto Kassab, de uma sondagem feita pelos tucanos para disputar a Prefeitura por sua antiga sigla. Matarazzo saiu do PSDB em 2016.

"Eu saio com o coração partido", disse João Jorge ao Estadão sobre a desfiliação da sigla que o abrigou por mais de três décadas. O anúncio antecede a janela partidária, período em que os políticos podem mudar de agremiação sem perder os mandatos eletivos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) delimitou o período de 7 de março a 5 de abril para essas movimentações.

'Puxando a fila'

Há o risco de que João Jorge, tucano histórico, seja o primeiro de uma leva a deixar a sigla na janela - ele mesmo, aliás, fala em estar "puxando a fila" numa bancada que é, por enquanto, a maior da Câmara Municipal de São Paulo. "Eu converso com os oito (vereadores) e estamos muito preocupados. Pode levar mesmo a uma debandada grande da bancada. O PSDB deixou de ser uma legenda atraente, mais repele do que atrai o eleitor", afirmou.

Segundo Jorge, os vereadores tucanos querem honrar os acordos selados por uma gestão iniciada pelo próprio PSDB. "A bancada toda, de maneira unânime, quer apoiar o Ricardo Nunes, muito por conta do projeto iniciado com Bruno Covas. Temos um compromisso com essa administração", disse o vereador.

Nunes era o vice e assumiu com a morte de Covas. Os tucanos não deverão compor a chapa que disputará a reeleição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A decisão de apoiar ou não o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na eleição municipal de outubro agravou a crise no PSDB paulistano. A maior parte do Diretório Municipal defende embarcar no projeto de reeleição de Nunes. O Diretório Nacional, por outro lado, quer lançar candidato próprio. Entre as duas alternativas, há ainda a possibilidade de apoiar Tabata Amaral, pré-candidata pelo PSB.

Ações de dois tucanos neste fim semana reforçaram a divisão da sigla. Orlando Faria, então presidente do Diretório Municipal, renunciou ao mandato. Crítico de Nunes, ele estava insatisfeito com as movimentações do partido em São Paulo para apoiar a reeleição do mandatário.

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Já o vereador João Jorge, vice-presidente da Câmara Municipal, por outro lado, é entusiasta da campanha de Nunes. Insatisfeito com as indefinição dos tucanos sobre a eleição na capital em 2024, ele afirmou que vai deixar a sigla em que esteve nos últimos 32 anos.

Ao Estadão, Orlando Faria afirma que a saída do Diretório Municipal foi de natureza pessoal e profissional. Diz ainda que era adepto de um candidato tucano à Prefeitura por "questão de sobrevivência". "Tem que ter uma candidatura para pautar o debate", disse Faria. No entanto, sem candidato próprio, por questões programáticas, tinha na pré-candidatura do PSB uma via para o partido. "Para mim, era uma possibilidade", diz Orlando Faria sobre as tratativas com Tabata Amaral, com quem se encontrou em novembro do ano passado.

Faria chegou ao comando do PSDB paulistano em meio ao "fogo amigo" entre as alas do partido ligadas a Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional da legenda, e a João Doria, ex-governador de São Paulo. Leite determinou a troca de comando no diretório da capital paulista em outubro de 2023, substituindo o dirigente eleito Fernando Alfredo, aliado de Bruno Covas e Doria. Orlando Faria, Leite e o deputado federal Aécio Neves (MG), ligado à Executiva nacional, eram adeptos de uma candidatura própria.

Em meio ao impasse entre candidato próprio, apoio a Nunes ou a Tabata Amaral, surgiu até sondagem a um egresso do partido. A Coluna do Estadão mostrou que Andrea Matarazzo informou ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, sobre uma sondagem dos tucanos para disputar a Prefeitura de São Paulo por sua antiga sigla. Ele saiu dos quadros tucanos em 2016.

Debandada na janela partidária

"Eu saio com o coração partido", diz João Jorge ao Estadão sobre a desfiliação da sigla que o abrigou por mais de três décadas. O anúncio antecede a janela partidária, período em que os políticos podem mudar de agremiação sem perderem os mandatos eletivos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) delimitou o período de 7 de março a 5 de abril para essas movimentações.

Há o risco que João Jorge, tucano histórico, seja o primeiro de uma leva a deixar a sigla na janela - ele mesmo, aliás, fala em estar "puxando a fila" numa bancada que é, por enquanto, a maior da Câmara Municipal de São Paulo. "Eu converso com os oito (vereadores) e estamos muito preocupados. Pode levar mesmo a uma debandada grande da bancada. O PSDB deixou de ser uma legenda atraente, mais repele do que atrai o eleitor", afirma João Jorge.

Segundo Jorge, os vereadores tucanos querem honrar os acordos selados por uma gestão iniciada pelo próprio PSDB "A bancada toda, de maneira unânime, quer apoiar o Ricardo Nunes, muito por conta do projeto iniciado com Bruno Covas. Temos um compromisso com essa administração", diz o vereador.

Ricardo Nunes era o vice de Covas, mas, em busca da reeleição, é esperado que os tucanos não angariem nem mesmo a composição de chapa. "O PSDB tem manifestado, desde o começo, que quer fazer a indicação do vice, mas temos que entender o partido perdeu força", diz João Jorge. "Me parece muito que caminha para o governador Tarcísio e o ex-presidente Jair Bolsonaro fazerem a indicação. Todos os partidos gostariam de indicar o vice, mas vamos apoiar o que mais agregar eleitoralmente", completa o vereador.

A esse imbróglio quanto, soma-se o impasse que, por enquanto, deixa os correligionários sem direção. "Acho que o pior cenário é a indefinição", diz Orlando Faria sobre a possível debandada. A falta de uma diretriz definida, para o ex-dirigente na capital, causa instabilidade em eventual acordo com os vereadores.

Crise no Estado assola o partido

O partido também está próximo de uma convenção que irá definir o comando da sigla no Estado de São Paulo, a principal base tucana. A Coluna do Estadão teve acesso a um documento que escancara a "lavação de roupa suja" entre os dirigentes. Paulo Serra, prefeito de Santo André e presidente da Comissão Provisória Estadual, argumenta que o partido não tem estrutura administrativa para realizar o pleito.

Além da questão burocrática, Paulo Serra alegou que a indefinição na eleição paulistana deveria ser pavimentada antes da convenção. "Não é possível estabelecer representação estadual sem antes definir o que será feito politicamente na capital", analisou o prefeito no documento.

Os impasses na capital e no Estado assolam as principais bases do PSDB e tornam ainda mais delicada a situação do partido, que já foi o principal grupo de oposição aos governos do PT. Em 2022, numa composição inédita desde a redemocratização, os tucanos não tiveram candidato à Presidência da República - a senadora Mara Gabrilli compôs chapa com Simone Tebet. Além disso, num golpe sobretudo simbólico, o PSDB perdeu a eleição para o governo do Estado de São Paulo, que estava há 28 anos sob o comando do grupo, sem sequer levar Rodrigo Garcia ao segundo turno do pleito.

Se 2023 ficou marcado na história da política nacional como um ano em que vários partidos fizeram acordos para, assim, comandar ministérios do terceiro mandato do presidente Lula (PT), também conseguiu ficar conhecido por ter sido um ano em que as importantes lideranças políticas traçaram suas estratégias para a tão aguardada eleição municipal de 2024. Em Pernambuco, por exemplo, a direita caminhou por todo o território do Estado, com o objetivo de firmar alianças, alcançar protagonismos e resolver os problemas referentes a sua popularidade.

Partidos como Progressistas e Podemos ampliaram seus números de prefeituras. No mês de maio, ao alegarem que buscavam alinhamento de suas ideias com as propostas da sigla, os gestores da cidade do Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém, e do município de Moreno, Edmilson Cupertino, abandonaram seus antigos partidos - PL e PSB, respectivamente - e logo apareceram em fotografias ao lado do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), atual presidente estadual do Progressistas. Outra desfiliação que foi também muito comentada na atmosfera política pernambucana foi a do prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, que deixou o PSD e formalizou a sua filiação no Podemos em março.

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Em entrevista ao LeiaJá, o cientista político Arthur Leandro definiu essas estratégias dos partidos como “inteligentes”, pois ao mesmo tempo em que as siglas se “potencializam eleitoralmente”, também conseguem “aumentar o comando de espaços tanto no território como no orçamento”. O estudioso também acredita que essas movimentações dos partidos “são naturais” e correspondem ao protagonismo que conseguiram durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Progressistas, por exemplo, não só está criando estratégias para as reeleições dos prefeitos recém-filiados, mas também vem tentando inserir na próxima disputa municipal, nomes que já são conhecidos entre os pernambucanos, como é o caso da deputada bolsonarista Clarissa Tércio (PP), que entrará na corrida pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. A parlamentar, que tem um papel importante para a manutenção do bolsonarismo no estado, já se mostrava interessada pelos assuntos ligados a Jaboatão antes mesmo que seu partido a indicasse como pré-candidata em setembro. Por defender pautas conservadoras, Clarissa solicitou, no início do ano, reforço policial na Marcha da Maconha do município. Na época, a deputada afirmou que a ação policial seria para apurar “eventuais condutas criminosas e uso ou tráfico de entorpecentes”.

No entanto, diferente da Clarissa, que ainda defende fortemente a reputação do bolsonarismo, outras figuras políticas da direita pernambucana logo se viram na necessidade de se adaptarem ao atual cenário político após a saída de Jair Bolsonaro do Palácio do Planalto.

Um dos partidos que passou a integrar a gestão Lula foi o Republicanos, que mesmo dividido entre apoiar o líder petista, para conseguir alguma visibilidade no governo, e manter a sua fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguiu emplacar o nome do pernambucano Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no Ministério dos Portos e Aeroportos.

O cientista político Arthur Leandro pontua que a ida do filho do ex-deputado federal Silvio Costa, ferrenho defensor de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), reforça a governabilidade do presidente e dá visibilidade ao pernambucano.

“O Silvio Costa Filho procura evidência e controle político. E a condição de ministro assegura controle sobre uma fatia do orçamento, de articulação junto ao Governo Federal, não só na sua pasta, mas nas outras também. Então o ministro e o presidente da República têm clareza dos interesses que os unem nessa relação. É uma relação pragmática e que não deve alterar, digamos assim, a natureza, seja da visão que o presidente e seu núcleo de articulação política percebe acerca das forças do país, nem alterar a orientação de partidos como Republicanos”, disse.

Os desafios do PL estadual

Outro assunto abordado por Arthur Leandro foi as manobras feitas pelo Partido Liberal, em 2023, para driblar dificuldades e “se estabelecer na região Nordeste como uma alternativa ao histórico predomínio das esquerdas”. “A estratégia dos partidos de direita é de negociação com as lideranças regionais”.

As negociações, citadas por Arthur, fazem com que outros partidos ou lideranças políticas, que tentam pensar de forma independente e vão de encontro às decisões das suas siglas, apoiem as pré-candidaturas do partido de Bolsonaro. Com esse cenário, nomes já estão sendo lançados para a disputa de 2024. Como por exemplo, o da presidente estadual do PL Mulher, Izabel Urquiza (PL), para a corrida eleitoral da cidade de Olinda. 

Izabel foi candidata a vice-governadora na chapa encabeçada pelo presidente estadual da sigla, Anderson Ferreira (PL), nas eleições de 2022. Os dois terminaram as eleições em terceiro lugar, atrás da adversária Marília Arraes (Solidariedade), e da atual governadora, Raquel Lyra (PSDB). No município de Olinda, a chapa obteve 26,61% dos votos, sendo a mais votada no primeiro turno. Devido a esse resultado expressivo entre os eleitores do município, Izabel passou a ter seu nome credenciado para a próxima eleição.

Conflitos de ideias no União Brasil 

Se partidos como Progressistas, PL, Republicanos e Podemos, se organizam para 2024 sem apresentarem conflitos internos relevantes, outros ainda tentam cumprir o dever de unir as ideias dos seus políticos e assim ter êxitos, como é o caso do União Brasil, que surgiu da junção dos antigos DEM e PSL.

No campo político nacional, crises entre o presidente do partido, Luciano Bivar (UB-PE), e o secretário-geral, ACM Neto (UB-BA), já foram noticiadas, assim como também desfiliações de parlamentares. Para Arthur Leandro, esses conflitos também se reproduzem em Pernambuco.

“O PSL e o DEM são partidos muito diferentes, então o tipo de dificuldade que aconteceu no nível nacional, ele se reproduz em Pernambuco pelo fato de que os partidos têm funcionamentos internos que são diferentes. Não estou falando apenas de spoiler de liderança política de cada um das forças, mas basicamente do jeito de operar. O Democratas, aqui a gente tem a liderança do Mendonça Filho, que é diferente da liderança do PSL com o Luciano Bivar. Então quando a gente olha sobre essa união em termos de distribuição no território nacional, há locais em que o PSL era mais forte e há locais em que o Democratas era mais forte. Aqui em Pernambuco a liderança de Mendonça Filho era mais relevante e mais tradicional do que a liderança de Luciano Bivar, que foi uma liderança de circunstância, por ter sido o cara que abrigou o ex-presidente Bolsonaro. Então isso deu uma vitaminada, digamos assim, no PSL aqui em Pernambuco”, explicou.

O estudioso afirmou que “em Pernambuco o Democratas era um partido mais robusto do ponto de vista das suas lideranças, enquanto o PSL era um partido que foi catapultado, e que foi vitaminado, digamos assim, pela candidatura de Bolsonaro e pelo fenômeno das eleições de 2018”.

Gestão Raquel Lyra

Sobre a gestão Raquel Lyra (PSDB), que já foi apontada como um governo bolsonarista pelos seus adversários, o cientista político acredita que, em 2023, ela gerou “descontentamentos” tanto na esquerda, como na direita.

Para o estudioso, os acenos da líder tucana ao governo Lula, trouxe “desconforto” a base parlamentar e as lideranças bolsonaristas do estado. Entretanto, Arthur também apontou que o fato da governadora “ter abrigado pessoas claramente bolsonaristas no seu secretariado, como por exemplo a sua secretária de educação, que era secretária de Anderson Ferreira, em Jaboatão, gerou descontentamento na área tão sensível ao campo da esquerda, como a área de educação”. 

Mesmo com essas observações, o estudioso acredita que Raquel se posicionou de maneira “equilibrada” em relação à distribuição de forças no espectro nacional. 

“Ela não reproduziu a clivagem que há no país e ela soube buscar e apresentar o presidente Lula como parceiro, como aliado. Raquel se mostrou como alguém capaz de trazer esse apoio, trazer essa parceria para desenvolver o estado. Então o posicionamento, a postura de Raquel, em relação ao governo Lula, foi inteligente, foi estratégico e não deve mudar no ano que vem”, completou.

 “Direita consistente”

Questionado sobre como a direita exerceu o seu dever em 2023, Arthur Leandro fez questão de afirmar que “a direita se posicionou de maneira consistente” e que ela “não teve enfraquecimento das bases locais” da última eleição municipal para o cenário político desse ano.

“A direita está presente, está potencializada. Se a gente comparar, por exemplo, o ano de 2024 com o cenário que a gente tinha, por exemplo, em 2010, a gente vê que é outro mundo, né? A gente tem a direita viva, acesa, tanto do ponto de vista do lançamento de candidaturas, tipicamente a direita, e eu diria até uma direita com influência, com inspiração bolsonarista, como no campo da centro-direita, do apoio, junto a lideranças locais, nos bairros”, explicou.

Disputas internas pelo comando do PSDB da capital paulista deixaram a sede municipal do partido vazia nesta semana, literalmente. O ex-presidente do diretório de São Paulo Fernando Alfredo levou com ele computadores, cadeira, mesa e todo restado do mobiliário, além de documentos, após ser destituído do cargo. Quando chegou para tomar posse, Orlando Faria, o sucessor, encontrou o espaço sem absolutamente nada.

Ao Estadão, Alfredo confirmou que "limpou a casa" antes de sair. "Nós dissemos assim: podem vir para a sede do partido, mas com aquilo que o partido tem: nada".

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Em setembro, o PSDB estadual suspendeu a convenção municipal que havia reeleito Alfredo para a liderança do diretório no mês anterior. Fez isso após denúncias de dois filiados de que o candidato suspendeu quem não o apoiava e promoveu uma filiação em massa para conseguir renovar o mandato. Uma comissão provisória escolheu Orlando Faria para comandar a sigla por 180 dias.

Há menos de um ano das eleições municipais, os tucanos estão divididos sobre quais rumos devem seguir. A ala de Alfredo defende o apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), enquanto que a nova gestão fala publicamente em uma candidatura própria, mas se reuniu recentemente com a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que mantém conversas com os tucanos.

Apesar da decisão que impediu a sua reeleição, Alfredo continuou despachando na sede do PSDB paulistano, um prédio na Vila Buarque. Diante disso, Orlando acionou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ´-SP) para pedir reintegração de posse do local. Na semana passada, a juíza Ana Laura Corrêa Rodrigues determinou a troca.

Quando recebeu a intimação na última sexta-feira, 1º, Fernando decidiu levar consigo os móveis, computadores e documentos que estavam na sede municipal. Em entrevista ao Estadão, o ex-presidente do PSDB paulistano disse que os itens não são de propriedade do partido, e sim doados por apoiadores ou comprados por ele próprio.

Segundo o ex-presidente, algumas mesas só foram deixadas porque não poderiam ser reaproveitadas caso fossem desmontadas. Os computadores e documentos estão com Alfredo, enquanto que cadeiras e outros móveis foram, segundo ele, devolvidos "a quem deu para o partido".

Orlando disse que o novo comando do diretório percebeu o vazio na sede da Vila Buarque na segunda-feira, 4. Ao Estadão, ele disse que irá solicitar a Fernando informações sobre onde estão localizados os itens que foram levados da sala.

Antecessor levou bustos e livros de Mário e Bruno Covas

O presidente interino disse que seu colega de partido também levou memórias dos ex-prefeitos Bruno Covas e Mário Covas, como bustos e livros. Fernando confirmou que está com os objetos.

"O partido é sustentado por dinheiro público, e tem que prestar contas todos os anos. O patrimônio que lá existir não é de pertence de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, tem que estar ali. Nós, que somos administradores, vamos ter que prestar contas disso no futuro, e se não está ali, nós devemos registrar", afirmou.

Fernando defende que a sua saída da direção municipal foi "monocrática" e por meio de uma "canetada", e afirmou que não reconhece a convenção que colocou Orlando na presidência tucana. Segundo ele, a sede está aberta, mas o andar está vazio porque o PSDB paulistano "não tem patrimônio".

"Quando eu assumi a única coisa que o partido tinha era dívidas. Não tinha uma cadeira. Tudo que foi colocado era emprestado e alugado e todos esses bens foram devolvidos. É óbvio que eles queriam pegar o negócio montado e organizado como estava durante o nosso comando. Até o ar-condicionado que ficou lá é emprestado", afirmou. Em tempo: o ar-condicionado ele deixou na sala.

Fernando ainda tem esperança de reassumir a presidência da sigla. A decisão cabe à executiva tucana, que é comandada pelo ex-governador de Goiás Marconi Perillo.

O Estadão procurou o ex-governador e presidente nacional do PSDB, mas não obteve retorno.

O PSDB elegeu, nesta quinta-feira (30), o ex-governador de Goiás Marconi Perillo como seu novo presidente, após uma eleição da Executiva Nacional que expôs novo racha no partido. A sigla, que vem acumulando uma série de reveses políticos nos últimos anos, tenta se unir com foco nas disputas municipais do ano que vem e na campanha presidencial de 2026.

O novo presidente chega ao comando do partido apoiado pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG), que recuperou influência no partido após ser absolvido de uma acusação de corrupção passiva que o havia afastado dos holofotes. O consenso em torno de Perillo foi alcançado apenas nesta quinta-feira. O ex-senador José Aníbal (PSDB-SP) chegou a concorrer ao posto, como contraponto ao grupo de Aécio.

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"Eu não acho que disputa divide. O Mário Covas se irritava com isso. Disputa unifica. Terminou a disputa, está todo mundo junto. O que nós não podemos é ficar fazendo de conta que a nossa unidade é sólida. Estamos unidos, olha essa vitória, mas é uma unidade que não tem uma âncora política sólida. O PSDB está um pouco perdido no panorama que temos hoje da política brasileira", disse Aníbal, na convenção.

O ex-senador disse que o PSDB não pode se confundir com a "oposição odienta" e elogiou o ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad. "Eu até quero admitir que o atual ministro da Fazenda tem uma sensibilidade para esses temas", disse, ao falar da importância da transição energética. "Mas o Congresso Nacional dificulta muito o trabalho dele, é uma tarefa árdua", emendou.

O deputado Beto Pereira (PSDB-MS) disse ao Estadão/Broadcast que os atores políticos do partido tiveram maturidade para convergir. "Essa manifestação hoje, consensuada, demonstra maturidade", afirmou.

Como mostrou a Coluna do Estadão nesta quarta-feira, 29, um grupo de deputados federais cogitou lançar o líder do partido na Câmara, Adolfo Viana (BA), para a presidência da sigla. "Houve um movimento que foi capitaneado pelo Adolfo dentro da bancada que era, justamente, para que tivéssemos espaço e representatividade dentro da Executiva, de busca de espaço", afirmou Pereira.

Perillo assume a sigla no lugar do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que decidiu deixar o cargo com a justificativa oficial de que precisa se dedicar ao governo estadual. Ele, contudo, também acumulou atritos ao promover intervenções nos diretórios da legenda na capital paulista e no Estado. A expectativa é que Leite seja candidato à Presidência da República em 2026 pelo partido.

"Não somos candidatos a mito, nem a super-heróis e nem a salvadores da pátria", declarou Leite, na convenção, após reconhecer as disputas internas no PSDB. "Somos humanos", justificou.

Antes de Aníbal anunciar que disputaria a presidência do partido contra Perillo, Leite também tentou construir uma chapa liderada pelo ex-senador Tasso Jereissati para a presidência do PSDB, mas não conseguiu. Motivo: Tasso e Aécio são desafetos e não houve acordo.

Prévias causaram trauma nas fileiras tucanas

No ano passado, o PSDB sofreu mais uma derrota ao perder o governo de São Paulo, Estado que administrava há quase três décadas. Após uma debandada de tucanos históricos, como Geraldo Alckmin - hoje vice-presidente da República - e a saída do ex-governador João Doria, o partido acabou sem candidato próprio ao Palácio do Planalto e suas alas entraram em guerra.

Nas prévias realizadas pelo PSDB para a escolha do candidato à Presidência, há exatos dois anos, Aécio apoiou Leite, em um movimento que tinha como objetivo derrotar Doria. Mesmo assim, Doria venceu a eleição interna. Pressionado pelo próprio partido, no entanto, o ex-governador renunciou à candidatura e, onze meses depois, pediu desfiliação. O PSDB fez aliança com o MDB, que lançou Simone Tebet, hoje ministra do Planejamento.

Além da expectativa de lançamento da candidatura de Leite ao Palácio do Planalto em 2026, Aécio também se prepara para disputar o governo de Minas, Estado que já governou. O agora deputado era senador e presidente do PSDB quando, em 2017, foi acusado de pedir propina de R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS, em troca de favores no Congresso. Em julho deste ano, o Tribunal Regional da 3.ª Região (TRF-3) manteve sua absolvição por unanimidade.

Perillo, por sua vez, chegou a ser preso em 2018. Foi acusado de corrupção passiva e organização criminosa em caso envolvendo suspeita de pagamentos da empreiteira Odebrecht.

No ano passado, porém, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes anulou medidas da investigação contra Perillo, tornando inviável o processo contra ele. O ex-governador ainda tentou se eleger para uma cadeira no Senado, mas foi derrotado.

O empresário Fred Loyo foi empossado presidente estadual do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em Pernambuco por decisão unânime. A nomeação aconteceu durante a convenção estadual do partido, nesta quarta-feira (29), no Recife, e contou com a presença de nomes como a governadora em exercício, Priscila Krause (Cidadania) e os secretários Túlio Vilaça (Casa Civil), Daniel Coelho (Turismo) e Fernando Holanda (Secretário-Chefe da Assessoria Especial à Governadora).

Pautado no diálogo e na busca e valorização de convergências, Loyo tem como objetivo o crescimento e a consolidação do partido em Pernambuco, buscando ampliar a representatividade do PSDB para as eleições de 2024 no Estado e fortalecer o governo Raquel Lyra. “Quero contribuir com o PSDB na busca de novos nomes e alianças partidárias. A partir de agora, nos reuniremos para traçar estratégias e conversar para fazer com que o PSDB aumente sua presença nas prefeituras do Estado. Nosso intuito é que o partido tenha candidato próprio nas principais cidades pernambucanas”, comentou Fred.

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Além de comandar o governo de Pernambuco, o PSDB tem representação de três deputados estaduais, sendo um deles (Álvaro Porto) presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e oito prefeitos. Fred, aliado de primeira hora, apoiou a candidatura de Raquel Lyra em 2022, participou ativamente de sua campanha e colaborou para a elaboração do plano de governo. “Acredito na visão de futuro da governadora Raquel Lyra para o nosso Estado e, por isso, junto com ela, aceitei a missão com o desafio de construirmos um Pernambuco melhor para todos”, finalizou o presidente.  A governadora em exercício Priscila Krause destacou a importância e os desafios que Fred Loyo terá à frente da presidência do PSDB. “O estado inteiro está representado por Fred, que certamente cumprirá um papel que um dia foi de Antônio Moraes, de Bruno Araújo, de Armando Monteiro e da própria Governadora Raquel Lyra, e fará, certamente, um trabalho brilhante, de construção com vistas às eleições de 2024”, enfatizou.

A deputada estadual e agora vice-presidente do PSDB, Débora Almeida, também destacou o papel fundamental que o novo presidente irá exercer à frente da legenda. “Vamos construir agora em cada um dos municípios a política de base, para que no próximo ano tenhamos representatividade em nossas candidaturas nas próximas eleições”, pontuou.   

Após o evento, Fred Loyo seguiu para Brasília, onde participará da convenção nacional do PSDB nesta quinta-feira (30).  Além de Débora Almeida, estiveram presentes representando o partido o deputado estadual  Izaías Régis, os prefeitos Rodrigo Pinheiro (Caruaru), Duguinha (São Joaquim do Monte), Judite Botafogo (Lagoa do Carro), e o vereador líder da oposição no Recife, Alcides Cardoso, representando todos os parlamentares municipais. 

Também prestigiaram evento diversas lideranças políticas, como o ex-senador Armando Monteiro (Podemos), o ex-prefeito de Petrolina, Guilherme Coelho (PSDB), o deputado estadual Romero Sales Filho (UB), a prefeita do Ipojuca, Célia Sales (PP), o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL), o presidente do Podemos-PE, Ricardo Teobaldo, o presidente do Cidadania-PE, João Freire e diversos prefeitos, prefeitas, vereadores e vereadores de todas as regiões do Estado. 

*Da assessoria 

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, terá que se afastar da presidência do PSDB, que exercia desde fevereiro, por decisão da Justiça. A juíza Thaís Araújo Correia, da 13ª Vara Cível de Brasília, determinou ainda a anulação de todas as decisões tomadas por ele desde o dia seis de julho de 2022, quando ele prorrogou o próprio mandato de forma considerada irregular. Procurada, a sigla afirmou que vai aguardar a notificação para recorrer da decisão.

Com isso, a atual Comissão Executiva, que havia sido formada em fevereiro deste ano, será dissolvida. Os outros dois governadores tucanos, Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, exerciam cargos de vice-presidentes no colegiado e também terão de deixar seus postos. Leite terá 30 dias para convocar uma convenção para eleger uma nova Executiva.

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Autor da ação, o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, alegou que Eduardo Leite deveria ter deixado o posto no dia 31 de maio, data estabelecida para o fim do mandato na ata da reunião da Comissão Executiva que o elegeu.

Ao defender-se na ação, o comando do PSDB argumentou que a decisaõ que prorrogou do atual órgão executivo se deu por unanimidade e que o próprio Orlando Morando anuiu com a votação e foi beneficiado com a prorrogação de mandato. A Justiça, porém, rechaçou o argumento. Segundo a Justiça Eleitoral, Eduardo Leite ficaria como presidente do PSDB até novembro, não fosse a decisão desta segunda-feira, 11.

O ex-senador por Pernambuco e ex-ministro Armando Monteiro enviou, nesta quarta-feira (6), o pedido de desfiliação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). A carta foi endereçada à presidente da Executiva Estadual do partido, a governadora Raquel Lyra (PSDB). 

No documento, Monteiro agradeceu aos quadros do PSDB, especialmente ao ex-deputado federal Bruno Araújo, que ocupava o cargo de presidente nacional do partido à época de sua filiação, em março de 2021. Ele ainda expressa a expectativa de que as relações e compromissos políticos com Raquel Lyra possam “transcender aos estreitos limites partidários”. 

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Confira a carta de desfiliação na íntegra: 

“À GOVERNADORA RAQUEL LYRA 

MD PRESIDENTE DA EXECUTIVA ESTADUAL DO PSDB 

Assunto: Requerimento de Desfiliação Partidária 

Prezada Presidente, 

Venho através do presente solicitar a minha desfiliação do Partido da Social Democracia Brasileira. 

Quero nesta oportunidade registrar o meu profundo agradecimento a tantos e tão valorosos companheiros e companheiras que estiveram conosco ao longo dessa jornada, aos quais homenageio na figura do nosso amigo e sempre Presidente Bruno Araújo. 

Ao tempo em que encareço a adoção das providências necessárias à efetivação deste pedido, manifesto a minha expectativa de que as nossas relações e compromissos políticos possam transcender aos estreitos limites partidários.”

Com a anunciada mudança da presidência da Agência Municipal de Meio Ambiente da Vitória de Santo Antão (Amavisa), feita essa semana pelo prefeito Paulo Roberto (MDB), o gestor demonstra seu respeito e confiança no principal partido de aliança com a sua gestão, que é o PSDB, atualmente presidido pelo vice-prefeito professor Edmo Neves, que também integra a executiva estadual da legenda.

O Vereador Gold do Pneu, que foi eleito pelo grupo político do professor Edmo, vai se licenciar do cargo para assumir a presidência da Amavisa. Ele encara a mudança para a atuar na Amavisa como um desafio natural, diante das bandeiras que têm levantado na casa de Diogo de Braga. “A gente trabalha na questão de biodiversidade, que inclui arborização, inclui a causa animal, e aí a gente tem a oportunidade hoje de ampliar essas ações”, disse Gold.

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Com isso o primeiro suplente, Roberto Bezerra Junior, que também faz parte do mesmo grupo do professor Esmo, assumi uma cadeira na Câmara Municipal.

“É inegável o respeito e a confiança que o prefeito Paulo Roberto deposita no grupo político que montei ao longo dos meus 30 anos de vida pública e que com nossa aliança para as eleições passada se fundiu em um único grupo. MDB e PSDB governam junto Vitória, e isso só vem a somar para o nosso município”, comentou o Vice-Prefeito.  Agora além da vaga na casa Diogo de Braga, o partido do professor Edmo segue com pessoas em pontos estratégicos da gestão municipal.

O vereador Gold do Pneu vai frente da presidência da Amavisa;  na secretaria-executiva da mulher, com a advogada Thaís Xavier; da secretaria-executiva de imprensa, com Luís Boaventura; e da direção escolas municipais.

“Todas são indicações técnicas e altamente qualificadas para as atividades que exercem em suas funções. Tenho certeza que Roberto Bezerra Júnior também será um grande representante do povo na casa Diogo de Braga” disse professor Edmo.

*Da assessoria 

O PSDB reagiu às críticas de Aloysio Nunes Ferreira com uma nota sem assinatura. "Agradecemos ao ex-ministro, ex-senador e ex-militante do PSDB Aloysio Nunes Ferreira pelas contribuições em relação ao partido. Vamos levar em conta suas opiniões no processo de reconstrução no qual estamos empenhados", diz o texto.

O presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, que é governador do Rio Grande do Sul, foi procurado pelo Estadão e preferiu não se manifestar. Ele não assinou o texto divulgado pela assessoria do partido.

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'Teóricos desatualizados'

Presidente da federação PSDB-Cidadania em São Paulo, o prefeito de Santo André, Paulo Serra, foi ainda mais contundente na declaração.

"Precisamos menos de teóricos desatualizados escrevendo sobre os nossos já conhecidos defeitos e mais de ação prática com disposição verdadeira para ajudar na reconstrução!", disse Paulo Serra.

O prefeito de Santo André, que também e tesoureiro nacional do PSDB, fez questão de ressaltar que falava em nome da federação. Ele assumiu o comando do grupo na semana passada, com a missão de tocar as articulações para as eleições municipais de 2024 em São Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Primeiro tucano a defender o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva na eleição, o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira diz ver com tristeza a "agonia" do PSDB, que governou o País duas vezes, com Fernando Henrique Cardoso, e completou 35 anos no mês passado. O ex-chanceler acha que o presidente cometeu "grave erro político" ao afagar o venezuelano Nicolás Maduro. "Na Venezuela, a imprensa não é livre, as eleições não são livres, a oposição é reprimida, o Judiciário é controlado. Se isso não é ditadura, o que é?", questionou. leia a seguir os principais trechos da entrevista.

O PSDB completou 35 anos, em sua maior crise. Perdeu o governo de São Paulo, tem sua menor representação no Congresso e enfrenta debandada de prefeitos. Por que o PSDB faliu?

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Essa crise não aconteceu de repente: foi preparada por quatro anos de ausência absoluta de oposição que um partido social democrata teria o dever de fazer a um governo que foi autoritário, reacionário e regressivo do ponto de vista social e ambiental. O PSDB não só não fez oposição como em muitos momentos apoiou algumas das medidas mais nefastas do governo Bolsonaro.

Como o sr. define o PSDB hoje: é um partido de centro ou de direita?

É um partido de direita. Está na mesma confusão entre vazio político, clientelismo e distanciamento da base social, assim como outros partidos que povoam esse campo da direita. Com um agravante: o que os líderes do PSDB falam não é ouvido.

Qual é o impacto da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o cenário político?

Bolsonaro vai continuar sendo um abscesso de fixação do que há de mais reacionário na política brasileira. Seu afastamento do processo eleitoral poderá dar margem ao surgimento de uma direita republicana, um partido que possa representar o pensamento conservador, mas respeitoso da Constituição. Na esquerda, já temos o PT, o PDT, o PSB... Temos até o que na França se chama "La Gauche Mignone", a esquerda bonitinha, que é o PSOL. Quem sabe reapareça no horizonte o PFL. Era um partido conservador, mas que tinha uma formulação programática e líderes respeitados.

Virou hoje o União Brasil, que é a fusão do DEM, antigo PFL, com o PSD.

Dá um banho de loja no União Brasil que pode ser (risos). Infelizmente, o PFL se fragmentou e também foi tragado pela extrema-direita.

Qual é a sua avaliação sobre os primeiros seis meses do governo Lula?

Começou um pouco confuso, enfrentou uma tentativa de golpe em 8 de janeiro, mas agora encontrou seu caminho. Retomou programas sociais importantes, como o Minha Casa, Minha Vida, e também a política externa, sobretudo em matérias nas quais somos valorizados, como meio ambiente e direitos humanos. Além disso, está reconstruindo o Ministério da Saúde, que havia sido destruído, e a área da cultura.

Mas o governo é refém do Centrão, que quer controlar o Ministério da Saúde. Como sair dessa armadilha de distribuição de emendas e cargos em troca de apoio?

A saída é o convencimento político: recorrer à opinião pública, propor com clareza os passos a seguir. Eu fui um dos poucos parlamentares a votar contra a obrigatoriedade de execução das emendas individuais. (A proposta) foi aprovada porque, à época, o governo Dilma era fraco. Depois, num governo mais fraco ainda, o do Bolsonaro, o Congresso prosseguiu tomando o freio entre os dentes. Agora, houve um início de reequilíbrio, com a atenuação do orçamento secreto.

O problema é que essas emendas foram desvirtuadas. Há envio de dinheiro para parentes, sócios, laranjas, obras superfaturadas...

Virou, muitas vezes, um mensalão disfarçado. Mas a maioria dos deputados não está atrás de mensalão. Deputado quer é ser reeleito, ter uma boa imagem e, para isso, o atendimento de suas bases é fundamental. Pode chamar de paroquialismo, mas é realidade não só do Brasil, mas do mundo.

Quando era chanceler, o sr. definiu a Venezuela como uma ditadura. Como vê agora os afagos do presidente Lula a Nicolás Maduro?

Eu lamento. É um grave erro político porque afasta muita gente que tem sincero apreço à democracia e pode ficar desconfiada de que esse apreço não seja compartilhado pelo Lula. Contraria, inclusive, os compromissos afirmados e reafirmados por ele, na prática, nos seus governos. A cassação da candidatura de María Corina Machado, à frente nas pesquisas eleitorais, por um Judiciário submisso a Maduro é prova incontestável de que não há democracia na Venezuela.

O presidente Lula disse que o conceito de democracia é relativo.

Democracia tem de ser um valor absoluto. Na Venezuela, a imprensa não é livre, as eleições não são livres, a oposição é reprimida, o Judiciário é controlado. Se isso não é ditadura, o que é? A situação se degradou depois de Hugo Chávez, inclusive. Chávez falava frequentemente com o presidente Fernando Henrique ao telefone. Chegou até a recomendar a ele o livro A Democracia na América, de Tocqueville. Lula faz bem em ter relações diplomáticas com a Venezuela. Agora, dar a Maduro um destaque especial, quando havia outros dez chefes de Estado sul-americanos aqui, foi um erro político. E foi um erro de avaliação classificar as críticas à situação política da Venezuela como "narrativa".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB-PE), disse na última segunda-feira (26) que “é lamentável” que um ex-presidente da República se torne inelegível. A declaração feita no programa Roda Viva, da TV Cultura, em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi criticada pela ex-deputada federal Marília Arraes (SD-PE)  Lyra disse lamentar o fato de que "um ex-presidente da República esteja sendo julgado e possa se tornar inelegível".

Ela ainda afirmou que não é contra o julgamento, porém é "muito ruim que alguém que ocupou a Presidência da República esteja respondendo por isso no Brasil, uma democracia tão incipiente”. 

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A líder tucana, eleita no ano passado e que evitou se posicionar no segundo turno, justificou que entende que o ex-mandatário precisa ser responsabilizado por seus atos, caso o Judiciário considere que ele cometeu ilegalidades, mas defendeu que a democracia do país precisa ter estabilidade.

  “Quero um Brasil em que a gente consiga ter estabilidade na democracia e que haja cumprimento às normas e valores de um Estado Democrático de Direito, respeitando a sua Constituição. De toda forma, acho lamentável e se ele [Bolsonaro] tiver que responder com a inelegibilidade, é resultado de seus atos”, pontuou.

A gestora pernambucana negou, no entanto, que ela e sua sigla vejam com bons olhos uma eventual inelegibilidade de Jair Bolsonaro para obter benefícios eleitorais na disputa presidencial de 2026.

Segundo Raquel Lyra, discutir a inelegibilidade não é parte do “exercício de fortalecimento" do PSDB e não integra um esforço para viabilizar uma nova figura política nas próximas eleições gerais.

Diante das declarações da gestora, a ex-deputada federal Marília Arraes, através de suas redes sociais disse que Lyra costuma se definir como "neutra" porém tem peculiaridades com o bolsonarismo.

  "Se diz neutra. Não dialoga, massacra trabalhadores, desvaloriza servidores, caos na saúde e educação, cheio de bolsonaristas no governo e agora vem com essa pérola", escreveu Marília. 

O ex-presidente Jair Bolsonaro responde a um processo na Justiça Eleitoral por ter reunido no Palácio do Planalto no ano passado, um grupo de embaixadores em um evento oficial de governo transmitido pela TV Brasil para criticar o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas. O julgamento pode deixá-lo inelegível por 8 anos.

Em mais um ataque ao PSDB em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) filiou ao PL no fim de semana o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado, além de outras lideranças da região. Na disputa aberta por filiações, o ninho dos tucanos tem sido o principal alvo. Prefeitos da sigla têm sido atraídos ainda pelo governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e PSD. O partido chegou a ter 245 prefeitos no Estado; 30 já deixaram a sigla.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o partido calcula que irá perder metade dos prefeitos em São Paulo na próxima eleição.

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O ato em Jundiaí ocorreu dias antes de julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode tornar Bolsonaro inelegível. Ele é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação para atacar o processo eleitoral.

Bolsonaro foi acompanhado de Tarcísio de Freitas, do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, do senador Marcos Pontes (PL-SP) e do deputado estadual André do Prado (PL-SP), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O ato culminou na filiação de sete prefeitos e quatro ex-prefeitos ao PL. Nove deles faziam parte do PSDB, enfraquecendo a sigla tucana.

Luiz Fernando Machado diz que mudou de partido com o objetivo de "contribuir com um projeto de País" em "oposição ao PT", algo que, para ele, não era mais viável no PSDB. "Para atender os interesses de Jundiaí, eu necessito de um partido que tenha força e projeção nacional sob a ótica de Congresso Nacional e sob a ótica de estrutura partidária", afirmou, em entrevista ao Estadão.

Divergências

Para Machado, o PSDB foi, por muito tempo, capaz de "administrar" o eleitor mais conservador que, segundo ele, é predominante no estado de São Paulo. Mas "a sociedade brasileira mudou e o PSDB não acompanhou essas transformações", afirmou.

Durante a pandemia, o prefeito de Jundiaí atuou a favor de medidas sanitárias no combate à pandemia, divergindo da postura assumida à época pelo agora companheiro de partido, o ex-presidente Bolsonaro.

No próprio evento de sábado, Bolsonaro disseminou mais fake news acerca da vacinação, alegando que ela teria grafeno em sua composição e que atacaria ovários e testículos. No domingo, voltou atrás e pediu desculpas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta terça-feira (23), o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE), deputado Álvaro Porto (PSDB) comemorou a eleição do deputado estadual Rodrigo Novaes (PSB) para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), além disso, o tucano e disparou duras críticas as tentativas de interferência do Palácio do Campo das Princesas no processo.

Álvaro Porto apontou que "forças ocultas" tentaram influenciar na escolha do nome para o cargo no TCE. Nos bastidores, a governadora Raquel Lyra (PSDB) trabalhou pela eleição do deputado estadual Joaquim Lira (PV) contra o psbista. O movimento foi considerado por alguns legisladores como "uma tentativa de passar o rolo compressor" na Alepe.

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''Nós tivemos essa votação sem precisarmos oferecer nada em troca, sem querer passar por cima de deputados, achando que estava 'num balcão de bodega' para comprar deputados, mas isso não aconteceu'', disparou o presidente da Alepe, que é do mesmo partido de Raquel.

Nos últimos dias, o Palácio do Campo das Princesas tentou mudar a escolha dos deputados da Casa e lideranças políticas em prol do nome de Joaquim Lira. Porém, a votação foi finalizada com 18 votos favoráveis para o candidato de Raquel, contra 30 votos para Rodrigo Novaes, e um voto nulo.

 

O deputado estadual Rogério Nogueira (PSDB) virou réu em uma ação penal por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) abriu o processo contra o deputado e outras 25 pessoas, incluindo assessores e ex-servidores do gabinete.

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A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O órgão afirma que o tucano teria desviado R$ 4,1 milhões entre 2009 e 2019.

Nogueira teria nomeado funcionários fantasmas e se apropriado de parte dos salários. O suposto esquema, segundo a denúncia, era operado por meio de repasses em contas de terceiros, pagamento de despesas pessoais do deputado e saques na boca do caixa.

"Deputado Rogério N., maior beneficiário do esquema delituoso, chefiava a organização criminosa, ocupando posição de comando, uma vez que definia quem seria indicado para nomeação, dimensionava o quanto da remuneração lhe seria repassado, elegia a destinação dos valores desviados e determinava quando o nomeado deixaria a organização criminosa, definindo o momento de sua exoneração", diz um trecho da denúncia.

Outro braço dos supostos desvios seria a contratação de empresas que não prestavam serviços e emitiam notas frias para reembolso da Assembleia Legislativa.

O desembargador Roberto Caruso Costabile e Solimene, relator do caso, considerou que havia indícios suficientes para a abertura da ação penal.

"Por ocasião do recebimento da denúncia, não se exige cognição e avaliação exaustiva das provas ou a apreciação exauriente dos argumentos das partes, bastando tão apenas o exame da validade formal da peça e a verificação da presença de indícios suficientes de autoria e de materialidade", defendeu no voto seguido pelos colegas do Órgão Especial do TJ.

Em sua defesa prévia, o deputado disse que as acusações são absurdas e são ‘verdadeira perseguição’.

"É um absurdo pretender chamar de integrantes de organização criminosa, trabalhadores, servidores da sociedade, que por anos arduamente se doaram ao labor desempenhado, sendo inadmissível criminalizar uma vez que é incontroverso que o trabalho por parte deles foi executado, ou seja, não se conjecturaem ter ocorrido funcionário fantasma", alega a defesa.

Ele também depositou judicialmente o valor questionado pelo MP. "Os depósitos judiciais efetivados pelo Peticionário comprovam sua boa-fé, probidade e idoneidade", dizem os advogados.

Mesmo tendo sido vaiada todas as vezes que teve o nome mencionado e, ainda mais, no decorrer de todos os cinco minutos de discurso ininterruptos durante a visita do presidente Lula (PT) ao Recife, no Geraldão, nesta quarta-feira (22), a governadora Raquel Lyra (PSDB) se manteve firme na fala em exaltação à democracia, o que sobrepôs as vaias que recebia. Além das vaias, os contrários a governadora também deram as costas enquanto ela falava. 

Ao lado de Lula, a chefe do Executivo estadual proclamou, com o braço direito levantado, nomes de referência política em Pernambuco, como Fernando Lyra, Eduardo Campos, Miguel Arraes e “tanta gente que veio antes de nós para garantir que momentos como esse pudessem acontecer neste dia de hoje”. 

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Lula acompanhou a governadora quando foi chamada para discursar e já iniciaram as vaias. Uma a uma, as mulheres que estavam presentes também foram para o lado da tucana demonstrar apoio à fala de Raquel Lyra, que não se deixou ser interrompida pelas vaias. 

“Quando a gente tem uma mulher exercendo um espaço de poder, todas as mulheres estão no poder. Nós não vivemos um momento fácil em Pernambuco. Estamos há 82 dias de governo e temos muita coisa a ser feita. Mas a principal delas tem a ver com debater a desigualdade, a fome em Pernambuco, e essa fome tem um rosto, é o rosto de uma mulher negra que está na Zona Rural dos nossos municípios, nos morros da Região Metropolitana do Recife. E é por vocês que nós estamos aqui”, disse a gestora. 

Raquel classificou as vaias como “atos justificáveis pela democracia”, e ressaltou que, independente delas, ela estará “em cada recanto do nosso Estado”. “Eu, diante de todos os atos justificáveis pela democracia que a gente vive, venho dizer ao povo de Pernambuco que: eu estarei em cada recanto do nosso Estado. Vamos enfrentar as desigualdades, não com vaias, mas com muito amor. Vamos enfrentar a fome, não com vaias, mas com muito trabalho. E é junto com vocês, com diálogo, construção coletiva, que a gente vai fazer esse Estado mudar e voltar a ser líder do Nordeste brasileiro. Eu trabalharei até para aqueles que manifestam a sua vontade, o seu desejo, e estão de costas. Eu trabalharei para vocês”, finalizou a governadora Raquel Lyra. 

Contrários à governadora Raquel Lyra (PSDB) deram as costas enquanto ela discursava - Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Em defesa da tucana, o presidente Lula deu uma lição a seus apoiadores diante da história já vivida e das assinaturas que a sua vinda ao Recife proporcionou. Ele enalteceu a importância de ter aprendido a conviver com os adversários. “Se tem uma coisa que eu aprendi na vida, foi a de conviver e compreender as angústias das pessoas. Eu acho que, quando vocês estavam vaiando a governadora, vocês estavam me vaiando. Ela não está aqui porque quer, ela está aqui porque foi convidada por nós. Precisamos aprender a conviver até com os adversários. O que não podemos é aprender a conviver com os inimigos. Um adversário eu sento e debato com ele. Os inimigos, não”, defendeu. 

“A governadora pode ser a nossa adversária política, mas é governadora do Estado. Foi eleita. E eu vou respeitar ela como governadora do estado aqui, e virei o quanto for necessário para cuidar dos interesses do povo de Pernambuco, seja pelas mãos dela, pelas mãos do João [Campos], ou dos outros prefeitos, porque é assim que rege o espírito e tudo o que construí”, complementou.

 

A governadora Raquel Lyra (PSDB) publicou uma foto nesta quinta-feira (2), com o marido Fernando Lucena, e disse que o “dia começou com saudade”. A governadora exaltou os 30 anos que passou ao lado de Fernando, e que o “combinado era ficarmos juntos até estarmos bem velhinhos, mas a vida também é marcada pelo imponderável”. 

“Sigo firme aqui com nossos planos, cuidando dos nossos filhos tão queridos e trabalhando pelos nossos sonhos. Simbora, Nego”, expôs Raquel. 

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O empresário Fernando Lucena, marido de Raquel Lyra, faleceu no dia 2 de outubro do ano passado, no dia do primeiro turno das eleições, a qual Raquel Lyra venceu a então candidata Marília Arraes (SD) no segundo turno, no dia 30 do mesmo mês. 

A gestão da governadora de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB) decretou sigilo de cinco anos com relação às informações sobre o efetivo da Polícia Militar de Pernambuco. O termo de classificação entrou em vigor no último dia 10.

O grau de sigilo consta como “reservado”, segundo a Coluna Segurança do JC Online e, desta forma, a população não terá, durante os próximos cinco anos, acesso às informações sobre a quantidade de policiais militares distribuídos por batalhão ou por órgão público vinculado à Secretaria de Defesa Social. 

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Segundo o texto da delegada Natália Barbosa, o acesso ou a divulgação indiscriminada das informações sobre o efetivo “pode atentar contra a segurança da população, prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos de órgãos de segurança pública do Estado, prejudicar ou causar risco a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico estadual, pôr em risco a segurança de instituições estaduais, além de comprometer atividades de inteligência”. 

A Secretaria de Defesa Social informou que a PM está “com o menor efetivo dos seus 197 anos de história” com, atualmente, cerca de 16 mil policiais na ativa. O ideal seria pelo menos 27 mil agentes. 

O esperado é que a tucana autorize, nas próximas semanas, a abertura de editais para concursos públicos na área da segurança. 

 

O deputado estadual Álvaro Porto (PSDB) foi eleito o novo presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco nesta quarta-feira (1º), para o biênio 2023-2025. O parlamentar foi o único candidato que concorreu à cadeira da presidência, após desistência do deputado estadual Antônio Moraes (PP). Eles eram os únicos nomes na disputa pela cadeira.

Além de Porto, foram eleitos por maioria simples para compor a Mesa o deputado Aglailson Victor (PSB) à 1ª vice-presidência; Doriel Barros (PT) à 2ª vice-presidência; Gustavo Gouveia (Solidariedade) à 1ª Secretaria; Cleiton Collins (PP) à 2ª Secretaria; Socorro Pimentel (UB) à 3ª Secretaria; e Joel da Harpa (PL) à 4ª Secretaria.

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Houve um empate entre a candidata Simone Santana (PSB) e Aglailson Victor, ambos com 24 votos, sendo necessário haver um segundo turno para desempate, que deu a cadeira de primeiro vice-presidente a Aglailson, com 28 a 18 votos.

A bancada do PP anunciou, ainda no domingo (29), apoio à candidatura de Porto. A decisão foi tomada em conjunto entre os deputados reeleitos: Adalto Santos, Antônio Moraes, Claudiano Martins Filho, Henrique Queiroz Filho e Pastor Cleiton Collins. Além dos eleitos Jeferson Timóteo, Kaio Maniçoba e Pastor Júnior Tércio, todos do Partido Progressista.

 

Composição da Mesa Diretora 

Presidente – Álvaro Porto (PSDB) 

Primeira Vice-presidente – Aglailson Victor (PSB)

Segundo Vice-presidente – Doriel Barros (Federação)

Primeiro secretário – Gustavo Gouveia (Solidariedade)

Segundo secretário – Cleiton Collins (PP)

Terceira secretária – Socorro Pimentel (União Brasil)

Quarto secretário – Joel da Harpa (PL)

Primeiro suplente – Rodrigo Farias (PSB)

Segundo suplente – Henrique Queiroz Filho (PP)

Terceiro suplente – Gilmar Júnior (Federação)

Quarto suplente - Alberto Feitosa (PL)

Quinto suplente - William Brígido (Republicanos) 

Sexto suplente – Joãozinho Tenório (Patriotas)

Sétimo suplente – France Hacker (PSB)

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