Integrantes do MST ocupam fazenda de Pedro Corrêa em PE

Informações de bastidores dão conta de que a invasão é uma resposta às declarações de Corrêa contra o ex-presidente Lula (PT) na Lava Jato. O MST nega a retaliação

por Giselly Santos seg, 28/09/2015 - 15:20
Divulgação/MST Cerca de 100 famílias ocuparam a propriedade Divulgação/MST

Cerca de 100 famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a fazenda do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP), em Brejo da Madre de Deus, a 200 km do Recife. A ocupação aconteceu nesse domingo (27), um dia após a revista Veja divulgar que o pernambucano teria confirmado a participação do ex-presidente Lula (PT) no início do petrolão e de que o acordo para a delação premiada dele ao processo da Lava Jato está em fase de finalização.

Nos bastidores, conta-se que a invasão é uma resposta às declarações de Corrêa. No entanto, de acordo com o dirigente do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, a “ocupação é porque a fazenda é improdutiva”. “É uma grande propriedade e os trabalhadores já estão há meses sinalizando para ocupar a Fazenda Esperança. Apesar de discordamos do fato de ele ter aceitado a delação premiada. Todo delator é um traidor. E o país não pode ficar submisso a um traidor. Mas na ocupação não tem nada a ver", disse em entrevista a uma rádio local, nesta segunda-feira (28).

A direção nacional do movimento pontuou que a ocupação é para “chamar atenção à situação da Reforma Agrária no país”. “Pensamos essa ocupação para chamar atenção das autoridades e pressionar os órgãos responsáveis para paralisação da Reforma Agrária em todo o país. Essa é uma área emblemática, improdutiva e que pertence a uma família que sempre usou o latifúndio como forma de fazer política”, justificou Francisco Terto. A família do ex-deputado informou que já está providenciando o pedido de reintegração de posse da propriedade. 

Condenado pelo Mensalão, Pedro Corrêa foi preso pela 11ª fase da Operação Lava Jato, em abril deste ano. Na época ele cumpria pena do Mensalão no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho. Transferido para Curitiba, onde permanece até hoje, ele responde pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. 

De acordo com as investigações da Lava Jato, Corrêa teve o nome citado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, como recebedor de propina de R$ 5,3 milhões. Além disso, ele é indicado como o principal articulador do PP no esquema. 

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