CPI da Petrobras ouve empresários e policiais federais
Oitiva dos policiais pretende apurar detalhes sobre um aparelho de escuta encontrado na cela onde o doleiro Alberto Youssef está preso em Curitiba
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis irregularidades nos contratos da Petrobras ouve, na tarde desta terça-feira (29), empresários e policiais federais. Os convocados são os delegados Mário Fanton e Rivaldo Venâncio, o agente José Eraldo de Araújo e os empresários David e Daniel Feffer, ex-controladores da empresa Suzano Petroquímica, comprada pela Petrobras em 2007.
Os policiais estão envolvidos em um caso investigado sob sigilo pela Polícia Federal: a descoberta de um aparelho de escuta na cela do doleiro Alberto Youssef em Curitiba, no Paraná. O delegado Fanton aponta irregularidades nas escutas obtidas pela Polícia Federal, que teriam sido instaladas pelo agente Dalmey Werlang, ouvido em julho pela CPI da Petrobras, junto com outro delegado, José Alberto Iegas. Os depoimentos deles são sigilosos.
Werlang e o delegado Fanton foram denunciados por calúnia pelo Ministério Público, acusados de divulgar a informação de que o grampo era ilegal para tentar anular as provas obtidas pela Operação Lava Jato.
Superfaturamento - Já os empresários foram convocados a pedido do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) para explicarem como aconteceu a compra da Suzao Petroquímica. Segundo investigações da Operação Lava Jato, a empresa foi adquirida por duas vezes o valor de mercado da empresa.
David e Daniel Feffer comparecem à CPI amparados por um habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que dá a eles o direito de não responder as perguntas.
Em depoimento à CPI, o empresário Auro Gorentzvaig disse que a compra da Suzano pela Petrobras foi feita para beneficiar a Odebrecht, controladora da Braskem, uma empresa que tinha como sócia minoritária a própria Petrobras.
*Com informações da Agência Câmara