Humberto ataca pauta ‘conservadora e medieval’ da Câmara
A avaliação do senador diz respeito a aprovação de projetos como o que estabelece o Estatuto da Família, o que criminaliza a indução ao aborto e a revogação do Estatuto do Desarmamento
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, avaliou como “medieval e obscurantista” a pauta elencada como prioridade da Câmara dos Deputados. A avaliação do senador diz respeito a aprovação de projetos como o que estabelece o Estatuto da Família, o que criminaliza a indução ao aborto e a revogação do Estatuto do Desarmamento. Para o pernambucano, as “medidas absurdas” estão sendo “patrocinadas de forma escancarada” pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"É preciso romper esse cerco conversador e colocar a cabeça para fora desse pseudo-turbilhão a fim de enxergar o que realmente está em marcha nesse terreno cultivado por incendiários de plantão", avisou, em discurso no Senado. Para o senador, as bancadas do boi, da bíblia e da bala, a chamada BBB, aliadas de Cunha e de movimentos de extrema direita das ruas, não devem prevalecer sobre avanços sociais históricos conquistados depois de muita luta no país.
“Pois é essa a pauta que está avançando para impor novas regras à nossa sociedade enquanto alguns insistem em criar uma crise política neste país. Então, a quem interessa fomentar uma crise?”, questionou. “O tumulto criado por alguns setores não tem outro fim que não o de encobrir a supressão de direitos. É este o Brasil que queremos? Venda do pré-sal, trabalhadores sem direitos, humilhação a mulheres violentadas, famílias discriminadas por não seguirem um padrão, índios e negros expulsos de suas terras, jovens de armas na mão?”, acrescentou, indagando.
De acordo com o líder do PT, esses "entusiastas do retrocesso" – ao mesmo tempo em que querem jogar o Brasil no imobilismo e agem deliberadamente contra as instituições – têm aberto às portas da sociedade e do Congresso para esses temas aterradores.
“Inicialmente, deram azo a que grupelhos de lunáticos fossem às ruas defender de golpe militar à intervenção internacional armada no Brasil. Depois, esse movimento obscurantista preparou um terreno fértil para que, especialmente na Câmara, proliferassem os projetos mais absurdos”, concluiu.