Políticos recebem apelidos em planilhas da Odebrecht
Dos pernambucanos, o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), é chamado de “drácula” nas planilhas e o deputado federal Raul Jungmann (PPS) de “bruto”
Uma série de documentos da Odebrecht apreendidos pela Polícia Federal (PF) apontam o repasse de verbas da empreiteira para mais de 200 políticos. Entre as planilhas, apreendidas na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, algumas chamam mais atenção pelos codinomes dados aos citados. É importante mencionar, no entanto, que os citados não necessariamente estariam envolvidos com irregularidades.
Na listagem aparecem tanto aliados ao governo quanto opositores. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aparece como “atleta”; o senador Lindbergh Farias (PT) é citado como “Lindinho”; o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), por “nervosinho”; o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de “caranguejo”; e a deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) é conhecida por “Avião”.
Políticos pernambucanos também aparecem com apelidos nos documentos da Odebrecht. São eles: o deputado federal Raul Jungmann (PPS), chamado de “bruto”; o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), de “drácula”; e o filho do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), Jarbas Vasconcelos Filho (PMDB) citado pelo codinome de “viagra”.
As planilhas foram apreendidas pela Polícia Federal na 23ª fase da Lava Jato, a Operação Acarajé. A etapa teve como alvo o casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura que atuaram nas campanhas de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014) e também Benedicto Barbosa Silva Junior, apontado pelos investigadores como canal de Marcelo Odebrecht para tratar de doações eleitorais e repasses ilícitos a políticos. São repasses de 2012 e 2014.
Outros pernambucanos também aparecem nos documentos da Odebrecht, como o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB); o governador Paulo Câmara (PSB); os deputados federais Bruno Araújo (PSDB) e Daniel Coelho (PSDB); o ex-governador Eduardo Campos, falecido em 2014. Além do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), e do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, Armando Monteiro Neto (PTB).