Não damos chances para influências, garante delegado da PF
Responsável pela Lava Jato, delegado Luciano Flores de Lima rebateu as declarações do ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), prometendo “estancar essa sangria” representada pela operação
Durante a coletiva que detalhou a 29ª fase da Operação Lava Jato, o delegado da Polícia Federal (PF) Luciano Flores de Lima, responsável pelo caso no Paraná, rebateu as declarações de um áudio vazado, nesta segunda-feira (23), em que o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), promete “estancar essa sangria” representada pela operação.
Segundo Lima, a Lava Jato já atingiu um patamar republicano que não sofre influências políticas. “Não bastam intenções, de qualquer governo que seja, para frear esta investigação. A Lava Jato sempre age a partir de provas contundentes para que o poder judiciário possa julgar com abundância de provas. Este motivo, talvez, seja a razão de termos o apoio popular e a legitimidade para sermos cada vez mais fortes e termos uma autonomia necessária para continuarmos investigando de maneira imparcial”, observou. “Não damos chance para sofrer este tipo de influência”, acrescentou o delegado.
Ditos “pegos de surpresa” com as declarações de Jucá, os membros da Polícia Federal que participaram da coletiva negaram qualquer indício de “estancar” o andamento das investigações. O superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, disse, inclusive, que recentemente a instituição recebeu novos recursos para prosseguir com as fases da Lava Jato. “Não temos qualquer tipo de aviso sobre a possibilidade de que nós tenhamos qualquer intervenção na Lava Jato. Temos tido o total apoio”, cravou.
Ainda não há expectativa da Polícia Federal ouvir o ministro Romero Jucá sobre o áudio vazado hoje. “Caberá o procurador geral da República deliberar sobre esses fatos”, acrescentou o superintendente.