Grazziotin diz que o impeachment 'tem o carimbo do PSDB'
"Infelizmente esse processo também teve ajuda do Tribunal de Contas da União (TCU)”, disse a senadora
Uma das principais aliadas de Dilma Rousseff (PCdoB), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez um discurso acalorado e que foi acompanhado de algumas manifestações no plenário do Senado, na tarde desta segunda-feira (29). Isto porque a senadora atribuiu ao PSDB a formulação do processo de impeachment de Dilma. “Esse processo tem o carimbo do PSDB, que o encomendou a Janaina Paschoal por R$ 45 mil. Infelizmente esse processo também teve ajuda do Tribunal de Contas da União (TCU)”. Além de afirmar que se trata de uma “trama” tucana, ela afirmou que o processo não passa de um “golpe” contra a presidente eleita.
“Ouvimos várias vezes que ela cometeu estelionato, isto não é verdade. Ai quando falo a verdade, vocês não querem ouvir”, acrescentou, após retomar a fala interrompida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, na tentativa de acalmar os ânimos dos que estavam no plenário.
Ao disparar contra os tucanos alguns parlamentares favoráveis ao afastamento permanente de Dilma e do PSDB, houveram reclamações que foram interpeladas pelo dirigente da sessão, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. O ministro alegou que todos os parlamentares que falaram antes de Vanessa tiveram toda a liberdade de discursar sem interrupções e que todos deveriam se conter para a fala da senadora ser concluída.
Ao ter a palavra concedida, Dilma foi concisa e não polemizou em relação a autoria do processo ao qual está respondendo. Mas fez questão de frisar mais uma vez sua inocência e disse o que pretende fazer se retornar à Presidência da República. “Um pacto seja possível por cima [apenas com os políticos], mas tecido pela população”. “Que ela seja chamada a se posicionar tanto sobre as eleições diretas e quanto a reforma política”, salientou. “Quero dizer que acredito, sinceramente, em havendo uma decisão que autorize o impeachment sem crime de responsabilidade não só estaremos diante de um golpe, mas sobretudo diante de uma verdadeira eleição indireta, um retrocesso as práticas que supera os depois da resistência democrática e do fim da ditadura militar”, acrescentou.
*Com Giselly Santos