Lula pede que petistas usem vermelho para defender legado

Segundo o ex-presidente, a legenda deve ter "orgulho" do que fez pelo país e por ter dado "exemplo de governança". Lula ainda defendeu a classe política

por Giselly Santos qui, 15/09/2016 - 16:10
Ricardo Stuckert Lula e o prefeito de São Paulo Fernando Haddad, do lado de fora do hotel Jaraguá Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, nesta quinta-feira (15), que os petistas saíam às ruas vestidos de vermelhos para defender o partido. Segundo ele, o partido precisa ter “orgulho do que fez pelo país”. Apesar dos últimos 13 anos de governo, a legenda é apontada pela Polícia Federal como a mais envolvida no pior escândalo de corrupção já operado no Brasil, que é o Petrolão. 

"Como em time de futebol eu vou beijar [a camiseta do PT] e quero dizer a quem não gosta do PT, a quem odeia o PT, que daqui para frente, cada petista nesse país tem que começar a andar de camisa vermelha", disse, ao conceder um pronunciamento para se defender da denúncia de que seria o “comandante máximo” do esquema do Petrolão, investigado pela Lava Jato. “Este partido tem que ter orgulho, porque ninguém nunca fez mais do que nós fizemos. Ninguém nunca deu exemplo de boa governança”, acrescentou.

O pedido lembrou o fato de que em 1992, Fernando Collor de Mello, então alvo de uma CPI no Congresso Nacional convocou a população a sair às ruas trajando verde e amarelo, para lutar contra o impeachment dele. Entretanto, o que Collor conseguiu foi justamente o contrário, a  população em massa saiu ruas vestida de preto.

Antes disso, Lula ainda saiu em defesa da classe política. “De vez em quando falo que as pessoas achincalham muito a política. A profissão mais honesta é o político. Porque todo ano ele tem que ir para rua pedir voto. O concursado não. O político é chamado de ladrão, filho da mãe, filho do pai e está lá pedindo de novo o seu emprego. E muitas vezes consegue”, destacou, pontuando se sentir perseguido.

Nessa quarta (14), Lula, sua esposa Marisa Letícia e outras seis pessoas foram acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz Sérgio Moro irá decidir se o ex-presidente se tornará réu e passará a responder criminalmente pelas suspeitas apontadas pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

 

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