Dilma classifica afirmações de Odebrecht como 'mentirosas'
A ex-presidente negou ter “pedido recursos” a Odebrecht para a manutenção de um caixa irregular para custear a campanha de 2014 e ter “autorizado o pagamento a prestadores de serviço” no exterior
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) emitiu uma nota, nesta quinta-feira (2), refutando as declarações feitas pelo empresário Marcelo Odebrecht em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no processo que apura a existência de um “caixa 2” na campanha presidencial em 2014.
De acordo com o texto assinado pela assessoria de imprensa, “é mentirosa” a informação de que Dilma teria “pedido recursos” a Odebrecht para a manutenção de um caixa irregular para custear a campanha ou “autorizado o pagamento a prestadores de serviço” no exterior.
No depoimento à Justiça Eleitoral, Odebrecht disse que 4/5 de um total de R$ 150 milhões destinados pelo grupo que leva o sobrenome dele para a campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014 foram por meio de caixa 2. Segundo ela, as doações recebidas foram de acordo com a legislação.
“A insistência em impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos”, ressalta a nota.
O documento também afirma que “não é verdade que Dilma Rousseff tenha indicado o ex-ministro Guido Mantega como seu representante junto a qualquer empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas presidenciais”. “Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação”.
A assessoria da ex-presidente ainda refutou o fato de que sejam divulgadas informações “seletivas” sobre o depoimento de Marcelo Odebrecht. “E ocorrem justamente quando vêm à tona novas suspeitas contra os artífices do Golpe de 2016, que resultou no impeachment da ex-presidenta da República”, destaca o texto. “Dilma Rousseff tem a certeza de que a verdade irá prevalecer e o caráter lesivo das acusações infundadas será reparado na própria Justiça”, acrescenta.