“Educação é uma tragédia no Brasil”, dispara Cristovam

O senador, no Recife, disse ao LeiaJá que o país nunca deu importância à educação e que é a área é vista como “água, esgoto e estrada”

por Taciana Carvalho sex, 10/03/2017 - 08:14
Brenda Alcântara/LeiaJáImagens Cristovam Buarque avaliou como “positiva”, ainda que de forma “tímida”, a reforma do Ensino Médio Brenda Alcântara/LeiaJáImagens

O senador Cristovam Buarque (PPS) está no Recife, especificamente, para dois encontros que denominou importantes: a sua participação no Seminário sobre a Revolução Pernambucana de 1817, que aconteceu na noite dessa quinta (9), na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), e o lançamento do seu mais recente livro “Mediterrâneos Invisíveis”, que ocorre nesta sexta (10), às 19h, na Livraria Saraiva, do Shopping Recife.

Na primeira parte da entrevista exclusiva concedida ao LeiaJá, o senador criticou veemente a área educacional no Brasil. “Educação não se avalia em um governo, é um processo longo, mas é uma tragédia no Brasil no governo Temer, no de Lula, no de FHC [Fernando Henrique Cardoso]. Nunca o Brasil deu importância à educação. Educação é vista como água, esgoto e estrada. Não é vista como um instrumento transformador da sociedade”, disparou.

Sem minimizar, o senador declarou que o Brasil está perdido e que a educação é o caminho para o Brasil reencontrar o seu rumo. Ele declarou que dois grandes problemas afetam o país: a falta de uma coesão nacional e a falta de um rumo para onde ir. “Para mim é a educação que é capaz de dar coesão. Se a educação for para todos, é o que vai permitir um rumo”.

“A base é o conhecimento. Não é mais a matéria-prima, nem a terra como foi no começo, quando bastava a terra boa, nem é o operário com a habilidade nas mãos. Agora é o conhecimento. Eu vou continuar trabalhando nisso e é por isso que dou tanta importância à educação. Eu vou continuar nisso”, acrescentou.

Cristovam Buarque avaliou como “positiva”, ainda que de forma “tímida”, a reforma do Ensino Médio. Segundo o parlamentar, não é um salto, mas que significa um passo. Entre os argumentos, ele disse que a educação tem que ser feita "ao gosto" do aluno e que, caso aprovada, dará o direito ao estudante escolher as disciplinas que ele quer estudar. Também falou que o número de escolas no horário integral irão aumentar, já que acredita que existem poucas.

O recifense ainda pontuou que a capital pernambucana tem um significado especial. “É meu lugar. É onde eu vivi, onde eu me formei, onde eu casei”, salientou.

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