Após pesquisa, PT e PSB trocam farpas

Para Sileno Guedes as dificuldades enfrentadas atualmente por Paulo Câmara “foram criadas pelas políticas equivocadas dos governos do PT”. Já Bruno Ribeiro disse que “com esse tipo de justificativa falsa” a legenda “manipula a história” e “ingressa de vez no terreno da ingratidão”

por Giselly Santos seg, 03/04/2017 - 11:29
LeiaJáImagens/Montagem Presidentes das siglas trocaram acusações por nota LeiaJáImagens/Montagem

O presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, rebateu, nesta segunda-feira (3), a análise do presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, sobre a primeira sondagem do Instituto de Pesquisas Uninassau, divulgada pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, que afere intenções de votos para a disputa pela gestão estadual em 2018 e a avaliação do governo Paulo Câmara (PSB). No texto, Ribeiro ironiza a legenda socialista e diz que Sileno “proferiu ataques desfocados contra tudo e contra todos” após a indicação de “uma enorme rejeição popular” pelos resultados da  amostra. 

Na nota do PSB, divulgada no último sábado (1º), Sileno Guedes diz que as dificuldades enfrentadas atualmente por Paulo Câmara “foram criadas pelas políticas equivocadas dos governos do PT”. Refutando o argumento, Bruno Ribeiro diz que “com esse tipo de justificativa falsa” a legenda “manipula a história” e  “ingressa de vez no terreno da ingratidão”. 

“Como é notório, as políticas e as prioridades dos governos petistas de Lula e Dilma colocaram Pernambuco e o Nordeste em novos patamares sociais e econômicos,  apontando rumos estruturadores para o país e para o seu povo, que ascendeu socialmente e saiu da fome aos milhões. Sob o abrigo das políticas do PT, o nosso Estado afinal concluiu Suape e passou a refinar petróleo, a fabricar automóveis, a construir navios, a ter um novo parque industrial, a transpor águas, a construir a Transnordestina, a enfrentar a maior seca dos últimos 100 anos sem fome, sem saques e sem mortes de pessoas, dentre muitas outras transformações”, enumera o presidente petista.

Bruno Ribeiro também diz que “sob o abrigo do PT”, os pernambucanos reconheceram positivamente a gestão do ex-governador Eduardo Campos, que foi ministro da Ciência e Tecnologia durante o mandato de Lula. E pontua que depois de se afastar do PT em 2013, o PSB “mergulhou na conspiração para desestabilizar o Governo Dilma e para construir um ambiente de respaldo ao golpe parlamentar, desfechado com o apoio de todos os votos dos parlamentares do PSB e lançando a nossa democracia e o nosso país num abismo político e econômico, cujas consequências nefastas ficam visíveis cada vez mais”.

Para o presidente estadual do PT, a “real causa da rejeição popular e do precoce fracasso da gestão do PSB em Pernambuco” é a participação no governo do presidente Michel Temer (PMDB), indicando ministros e votando nas “suas medidas de supressão de direitos e de conquistas de nosso povo”. 

“Envolvido pelas disputas internas de suas lideranças em conflito, geradoras de muitas manchetes desde que a eleição de 2016 se encerrou, o PSB deve se preocupar e responder pelos altos índices de violência do Estado; pela  falência dos programas de segurança pública; pelo sucateamento que promove na saúde; pelo desprezo aos profissionais de educação; pelo acelerado desmonte dos programas sociais que foram conquistas históricas do povo pernambucano e pelas obras inacabadas que o seu governo vem deixando”, argumentou Bruno Ribeiro.

PSB dispara contra a oposição 

No texto divulgado no sábado, Sileno Guedes disse que enquanto os adversários fazem campanha 24 horas por dia, “o governador Paulo Câmara vai continuar trabalhando 24 horas por dia para resolver os problemas dos pernambucanos”.

“Temos a tranquilidade de saber que Pernambuco não quer voltar ao passado. A oposição representa setores ultrapassados que a sociedade já colocou em posição secundária. As dificuldades do presente não podem apagar os grandes avanços que o atual ciclo político conseguiu. O trabalho e a verdade vencerão o oportunismo, a irresponsabilidade e a ganância dos que colocam seus próprios interesses econômicos acima do bem comum”, ressalta. 

O presidente do PSB ainda citicou os resultados apresentados pelo Uninassau. “Lamentamos que se dê guarida a um instituto que nunca acertou nada em Pernambuco. Neste caso, faz barulho em torno de intenção de voto espontânea, conceito que não tem significado especialmente quando ainda falta tanto tempo para eleição”. 

Entretanto, ao contrário do que ele disse, nas últimas eleições (2012, 2014 e 2016) o Intituto foi o que mais se aproximou dos resultados das urnas, inclusive apontando resultados positivos para o PSB. Em 2016, por exemplo, enquanto outros institutos de pesquisas diziam que o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), seria reeleito em primeiro turno o UNINASSAU previa vitória no segundo turno, como veio a acontecer. 

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