"O que precisava era anular a eleição de 2014", diz Veras
O presidente da CUT-PE disse que empresas corruptas financiaram as campanhas de 2014 em geral
O presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), Carlos Veras (PT), em entrevista concedida ao LeiaJá, nesta sexta-feira (16), declarou que uma das formas de minimizar os problemas trazidos pela crise política é a anulação das eleições de 2014. "Tanto para deputados federal e estadual, como senador, governo do estado e presidente. Está tudo errado", cravou.
O argumento utilizado pelo dirigente é de que as campanhas eleitorais do ano citado foram feitas com financiamento privado de empresas. Veras também denunciou o Poder Judiciário. "Tem ministro do Supremo Tribunal Federal que foram eleitos com votos dos deputados financiados pela JBS e financiados por essas grandes empresas que estão envolvidas neste processo de corrupção e que tem o interesse de reduzir os direitos dos trabalhadores", disse.
O presidente da CUT-PE também contou que já esperava que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fosse absolver a chapa Dilma-Temer. "Sinceramente, eu não esperava que o presidente Temer fosse cassado pelo TSE até porque esse julgamento não era do Temer, era da chapa Dilma-Temer de 2014, que é um problema grave de Caixa 2, que precisa ser resolvido neste país e isso só com reforma política. O TSE julgou de acordo com as conveniências dele de momento, mas o que todo mundo já sabia, mas que a verdade veio à tona, é que Temer tem crimes suficientes para ser cassado tanto pelo Supremo como pelo Congresso".
Todo esse contexto, segundo Veras, agrava a situação do país porque "não tem democracia plena no país com um judiciário parcial". "O judiciário, principalmente, o supremo está votando muito de acordo com as convicções, o que interessa a eles no momento. O grande problema hoje do país é a democracia afetada da forma que está", continuou alfinetando.
Ele ainda falou que só antecipando as eleições para 2017 é possível restabelecer a ordem democrática do Brasil e que é preciso uma reforma política, mas que não pode ser feita "por estes que são responsáveis pelos desmandos políticos que está acontecendo".