"Comparar pedaladas com organização criminosa é chocante"

A colocação é da presidente nacional do PCdoB e deputada federal Luciana Santos. Segundo ela, se o impeachment de Dilma Rousseff (PT) era para combater a corrupção, o presidente Michel Temer (PMDB) não deveria estar mais no comando do país

por Giselly Santos seg, 02/10/2017 - 09:24
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Chico Peixoto/LeiaJáImagens

Diante da nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) que está em análise na Câmara dos Deputados, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) questionou, em entrevista ao LeiaJá, os fundamentos que foram usados como base para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ela, se a deposição era para combater a corrupção, Temer não deveria estar mais no comando do país. O peemedebista agora é acusado de obstrução de justiça e organização criminosa. 

“Quem olha para trás e observa que uma presidenta foi afastada por crime de responsabilidade com a acusação de pedaladas fiscais, quando se compara isso [com as denúncias contra Temer] fica chocante. Agora a denúncia é da própria Procuradoria [Geral da República], não veio de outra instituição não. Baseadas em provas cabais. Isso só revela que o impeachment de Dilma nunca teve o combate a corrupção como base, foi só pretexto. Se fosse para combater a corrupção Temer não poderia estar na Presidência”. declarou. 

Sob a ótica da parlamentar, que também é presidente nacional do PCdoB - partido que defendeu ferrenhamente a ex-presidente na época no processo de impeachment, o que se vê hoje no país é um “retrato da ruptura democrática”, com a instabilidade entre as instituições e o desmonte do Estado. Para a deputada pernambucana, a segunda denúncia contra o presidente deve ser arquivada pela Câmara e a saída para a atual crise só será efetuada com as eleições de 2018. 

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Reforma política

A deputada acredita que a semana será de intensas articulações no Congresso Nacional para a aprovação da reforma política. O assunto que segundo ela deve ter um maior esforço é a criação do fundo público para o financiamento de campanhas. Para Luciana, a solução é a redução dos custos de campanha.

“Precisa se reduzir os custos de campanha, são inaceitáveis. Temos que criar mecanismos, já se tentou várias alternativas, mas o dinheiro de propaganda de TV e alguns outros custos permanecem muito altos. Criar um sistema de campanha eleitoral que reduza custos”, ressaltou. “Que se faça um convencimento de ideias, do corpo a corpo, em que se prevaleça as ideias. Nas últimas campanhas o que pesa é quem é mais marketeiro”, acrescentou. 

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