“Talvez seja o pior governador da história", diz Daniel

O deputado federal Daniel Coelho (PSDB), neste sábado (7), criticou Paulo Câmara (PSB) e disse que é pouco provável o pessebista ser reeleito

por Taciana Carvalho sab, 07/10/2017 - 10:24
Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens/Arquivo Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens/Arquivo

O deputado pernambucano Daniel Coelho (PSDB) declarou, neste sábado (7), em entrevista ao LeiaJá, que acha pouco provável que o governador Paulo Câmara (PSB) consiga sair vitorioso na disputa pela reeleição no pleito de 2018. Ele disparou contra o pessebista. “A gente tem, talvez, o pior governador da história de Pernambuco. Eu acho que a tendência é da oposição ganhar a eleição. É pouco provável que um governador tão mal avaliado seja reeleito. Normalmente, quando se chega em período de eleição com a avaliação muito baixa, é difícil a reeleição”, acredita. 

O tucano falou que existe uma situação “grave” no Estado e também citou a questão da violência. “Há um caos na saúde e, principalmente, na área da segurança que é onde o governador precisa exercer uma liderança e precisa ter um diálogo com a polícia. É algo muito ruim, há uma piora grande. Os números, inclusive, de investimento público estão em queda. Não teve praticamente investimento nesse período. Talvez apenas na educação que a gente possa falar que não houve piora ao longo desses últimos três anos”. 

Daniel Coelho acredita que a piora está diretamente ligada “com a falta de liderança” de Paulo Câmara. “A segurança pública é uma área onde o governador precisa exercer uma liderança e precisa ter um diálogo com a polícia”. 

O parlamentar não poupou nem o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) e disse que também existe um sentimento de fracasso completo na política de segurança pública do município. “A gestão do Recife é uma gestão que corre atrás dos problemas. Ela não tem um planejamento para a cidade de médio e longo prazo. Você vem do quinto ano de governo onde não há nenhuma obra marcante e nada que tenha, de ponto de visa estrutural, mudado a cidade do Recife”. 

“A segurança pública, em suas duas campanhas, foi uma pauta na qual houve o compromisso do prefeito em ter ação de secretaria e de investimentos na área, mas a situação só tem piorado na cidade do Recife”, continuou a criticar. 

Daniel citou o protesto que houve dos rodoviários sobre os três mil assaltos a ônibus durante o ano de 2017. “Os assaltos a ônibus é um problema que recai mais sobre o município do que sobre o estado e só fazem aumentar, inclusive com o protesto que houve nesta semana. Então, realmente a gestão ficou aquém da expectativa, principalmente em não ter nesse período feito absolutamente nada de estruturante”.

O deputado pontuou que “a cidade ficou restrita à tentativa de fazer manutenção, o que a gente sabe que só ocorre nos bairros nobres porque quando a gente anda na periferia o sentimento é de total abandono”, lamentou.

Sobre assaltos a ônibus, em julho passado, o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, falou sobre o assunto. Na ocasião, apesar de defender que "não deveria haver assalto nenhum a ônibus", Stefanni amenizou o número de incidentes no transporte público. "Cem assaltos por mês representam uma quantidade mínima frente às 25 mil viagens que são feitas por dia. Então, não podemos instalar um clima de pânico no estado porque em Pernambuco tem polícia", afirmou durante solenidade realizada no Palácio do Campo das Princesas.

Na última quinta (5), uma declaração do vereador Rinaldo Júnior (PRB) causou bastante repercussão. Ele participou do protesto dos rodoviários que clamavam por segurança. “Andar de ônibus no Recife e sair ileso é quase como ganhar um prêmio na loteria. Infelizmente, os usuários e trabalhadores do transporte coletivo vivem o medo e a insegurança de não saberem se voltarão para seus lares e familiares”, ironizou.

Por sua vez, Paulo Câmara tem se defendindo. Ele garantiu, nesta semana, que seu governo fez a maior contratação de policias da história de Pernambuco. “Nas ruas, já se pode notar a diferença. As pessoas já sentem a presença efetiva das forças de segurança. Serão 4500 novos policiais até o próximo ano, fazendo o policiamento de todo o Estado e protegendo os cidadãos”.

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