"Racista, homofóbico e faz apologia ao estupro"

Deputada estadual Teresa Leitão (PT) disparou contra a proposta de Joel da Harpa (Podemos) de conceder título de cidadão pernambucano a Jair Bolsonaro

por Taciana Carvalho sab, 14/10/2017 - 11:24
Reprodução/Facebook/Teresa Leitão Reprodução/Facebook/Teresa Leitão

“Meu voto é não. Bolsonaro é um personagem que depõe contra a história libertária de Pernambuco”, declarou a deputada estadual Teresa Leitão (PT) questionada sobre o que acha da proposta que será apresentada pelo deputado Joel da Harpa (Podemos) para conceder o título de cidadão pernambucano ao pré-candidato a presidente da República. Em entrevista ao LeiaJá, neste sábado (14), a petista disse que entregar esse título a um político racista e homofóbico é algo “totalmente desconectado”. 

“Pernambuco está comemorando este ano o bicentenário da Revolução de 1817, conhecida como a Revolução Republicana, que lutou contra as desigualdades, inclusive. Então como é que você vai no ano do bicentenário da revolução conceder um título de cidadão a um político que é racista, é homofóbico e que faz apologia ao estupro? É uma coisa totalmente desconectada”, criticou.

Além disso, Teresa falou que Bolsonaro não atende aos critérios fixados que determina a concessão da referida honraria. “Ele não tem moradia aqui no estado de Pernambuco há mais de cinco anos e ele não tem serviços prestados ao estado de Pernambuco. Objetivamente, você já tem esse complicador. Eu sei que os deputados são livres para apresentar projetos, mas eu particularmente não voto e acho que essa é uma polemica desnecessária”.

A deputada também falou sobre as chances de Bolsonaro ganhar a eleição do próximo ano. Apesar das críticas ao deputado federal, ela confessou que ele tem chances. “Só Lula ganha dele, por enquanto”, mas ponderou: “Não vejo ele como possível vitorioso não. Eu vejo ele como um possível candidato. Vitorioso é outra história”. 

Leitão ainda falou que o crescimento de Bolsonaro está ligado a “um tempo de muito obscurantismo” que o Brasil passa. “E isso foi um acréscimo que o golpe trouxe para as relações políticas e sociais. É a censura sendo retomada, a maioridade penal querendo ser reduzida, uma influência nas políticas públicas por parte de segmentos da sociedade muito conservadores. De muito retrocesso, conservadorismo e aí é um campo fértil para políticos como Bolsonaro, mas eu tenho fé na luta que ele não vai se sustentar”, enfatizou. 

 

 

 

 

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