FBC lança pré-candidatura e Henry o chama de 'cínico'
No fim de semana, o senador afirmou que estava no páreo para a disputa e iria 'derrotar esse governo [de Paulo Câmara] por muitos votos', o que gerou uma reação negativa do presidente do PMDB em Pernambuco
O imbróglio no PMDB de Pernambuco ganhou um novo capítulo com o anúncio da pré-candidatura do senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) ao comando do Palácio do Campo das Princesas. No fim de semana, o parlamentar afirmou que estava no páreo para a disputa e iria “derrotar esse governo [de Paulo Câmara] por muitos votos”. A fala gerou uma reação negativa da direção estadual da legenda, aliada de primeira hora do governador Paulo Câmara (PSB) que buscará a reeleição.
Para justificar o anúncio da pré-candidatura, Fernando Bezerra Coelho disse que a atual gestão “não tem correspondido às expectativas da população” e coloca o seu nome “à disposição para o debate que se faz necessário”.
Presidente da sigla em Pernambuco, o vice-governador Raul Henry classificou a postura de Fernando Bezerra Coelho como “cínica” e ponderou que ele “não tem autoridade” para falar pelo partido.
“O senador Fernando Bezerra Coelho já consolidou aqui em Pernambuco duas marcas da sua trajetória: a da traição e do oportunismo; que estão se somando a do cinismo. Ele não tem nenhuma autoridade para falar em nome do PMDB de Pernambuco, que tem um diretório eleito e não há nenhum motivo para intervenção ou dissolução”, disparou Raul Henry.
O vice-governador lembrou também já ter ganho duas vezes na Justiça para a manutenção do diretório constituído em eleição estadual, antes da filiação de Bezerra ao partido. Além disso, salientou que o PMDB tem uma “aliança sólida” com o PSB para 2018.
Desejo reprimido desde 2014
O desejo de Fernando Bezerra Coelho de disputar o governo não é de hoje, mas se arrasta de forma sutil desde a eleição de 2014, quando foi preterido pelo ex-governador Eduardo Campos que preferiu indicar Paulo Câmara para disputar o cargo. Como não teria espaço para participar da corrida em 2018, com a reeleição de Câmara, o senador deixou o PSB e se filiou ao PMDB no dia 6 de setembro.
Na ocasião, ele recebeu 'carta branca' do presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá, para encerrar a aliança da legenda com os pessebsitas e participar da disputa. Na ocasião, Jucá chegou a dizer que FBC ingressava no PMDB "para cumprir uma finalidade que é a preparação para disputar o Governo de Pernambuco. O PMDB está se reestruturando e vamos ter excelentes candidatos aos governos dos estados". O que, claro, não foi bem recebido pela direção estadual.
Logo depois da filiação, FBC entrou com uma ação pedindo a dissolução da Executiva da legenda e destituindo o poder político do deputado Jarbas Vasconcelos. O que ainda segue em tramitação no Conselho de Ética nacional do PMDB.