TCE identifica 1.547 obras paralisadas em Pernambuco
Os empreendimentos totalizam contratos no valor de R$ 6,2 bilhões. De acordo com o órgão, o número é baseado em dados fornecidos em 2016
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) divulgou, nesta quinta-feira (7), um relatório afirmando que foram identificadas 1.547 obras paralisadas ou inacabadas em Pernambuco. De acordo com o órgão, o número é baseado em dados fornecidos em 2016. Os empreendimentos totalizam contratos no valor de R$ 6,2 bilhões, dos quais cerca de R$ 2 bilhões já foram pagos às empresas que venceram as licitações.
Presidente do TCE, o conselheiro Carlos Porto citou como exemplo típico de “desperdício de dinheiro público” a ponte ligando os bairros do Monteiro a Iputinga, de responsabilidade da prefeitura do Recife.
De acordo com o TCE, a obra foi iniciada em maio de 2012, na gestão do então prefeito João da Costa (PT), com valor estimado em R$ 53,4 milhões. Foram gastos na obra R$ 16 milhões e não há previsão de conclusão. “Isso é fruto da falta de planejamento, com graves consequências para o povo do Recife”, disse o presidente do TCE.
O Tribunal listou as oito maiores obras que se enquadram no perfil e, segundo o estudo, elas são de responsabilidade do Governo do Estado ou da Prefeitura do Recife: Dragagem do canal de acesso ao Porto de Suape (R$ 279 milhões), Canal do Fragoso e Via Metropolitana Norte (R$ 206 milhões), Implantação do BRT na BR-101 (R$ 216 milhões), Corredor Norte-Sul (R$ 187 milhões), Corredor Leste-Oeste (R$ 168 milhões), Ramal Cidade da Copa (R$ 163 milhões), Saneamento integrado do bairro do Cordeiro (R$ 122 milhões), Reforço da Adutora do Oeste (R$ 114 milhões) e implantação da Hidrovia do rio Capibaribe (R$ 101 milhões).
Outras obras que também se encontram inacabadas são a Ponte do Monteiro (R$ 53,4 milhões), o Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (R$ 43 milhões), Urbanização do Cais do Porto do Recife (R$ 50 milhões), Dragagem do rio Capibaribe (R$ 44 milhões) e Reforma do Hospital Barão de Lucena (R$ 36 milhões).
O estudo divulgado nesta quinta se refere a 2016, mas o levantamento é feito pelo TCE anualmente, desde 2014. O TCE registrou um aumento de 749% de obras paralisadas.