FBC não descarta candidatura própria do MDB à Presidência

Segundo o parlamentar a definição de participar ou não da corrida eleitoral não deve ser feita pelo presidente Michel Temer (MDB), a partir do cenário econômico do país

por Giselly Santos sex, 05/01/2018 - 13:46
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

A tese de que o MDB pode encabeçar uma chapa na disputa pelo comando do país nas eleições em outubro, fato que não ocorre desde o pleito de 1994, foi reforçada pelo senador Fernando Bezerra Coelho em entrevista ao LeiaJá. Segundo o parlamentar, a definição de participar da corrida ou não deve ser feita pelo presidente Michel Temer (MDB), a partir do cenário econômico que o governo conquistará para o país até meados de abril.

“O MDB é um partido que está na Presidência e tem 60 deputados, 21 senadores e 7 governadores, evidente que poderá, em havendo esta recuperação da economia como imaginamos, surgir um nome dentro do próprio MDB. Então não afasto a possibilidade no MDB se apresentar para a disputa presidencial”, declarou Bezerra Coelho.

Questionado se já havia alguma opção de nome no partido, ele negou. “Não tem ninguém porque todos vão aguardar a orientação do próprio presidente. A avaliação será feita entre o início de abril e meados de maio”, salientou. O que norteará a definição do MDB será a economia e Fernando Bezerra acredita na recuperação dela durante os próximos meses.

“A única incognita que nós temos aí é a questão da volta do emprego, porque tem muitas coisas que interferem na volta do emprego. No caso do Brasil, em que a crise econômica foi muito profunda, tem espaço sim para você recuperar de forma mais rápida a oferta de emprego. Então, para efeito político, se a gente tiver um primeiro semestre bombado no ponto de vista do emprego vamos ter um ambiente menos radicalizado e aí a população vai querer saber da proposta [eleitoral] que significa a continuidade da retomada do emprego”, argumentou.

A partir da perspectiva de mudança, já que no Brasil segundo dados do IBGE o país encerrou o ano com 12,6 milhões de desempregados, FBC acredita que os eleitores “vão lembrar: olha  teve uma política que veio e destruiu todos os empregos e teve uma política que veio, foi questionada, polemizada, muita gente ficou contra, mas em menos de um ano está produzindo resultado”.

Mesmo assim outro aspecto negativo ainda pesa sobre um possível candidato do MDB, a avaliação do governo de Michel Temer. Pesquisas recentes apontam que ter o presidente no palanque não seria positivo para os postulantes ao comando do Palácio do Planalto. Indagado sobre este assunto, Fernando Bezerra disse que “as pessoas vão reconhecer o esforço que ele fez para recuperar a economia”.

“Já começou a melhorar e vai continuar melhorando, tenho dúvida nenhuma. Não acredito que ele será candidato, mas vai ser uma pessoa essencial para apoiar quem vai representar a continuidade dessas melhorias. Hoje as pesquisas falam que não seria uma boa companhia no palanque, mas quando você ver que a imagem dele está em movimento ascendente. Nós temos que aguardar daqui a três, quatro meses”, observou.

“A aprovação é baixa porque a imagem dele durante aquela campanha desde a delação do Joesley até agora, foi associado a coisa ruim. Geddel, Henrique Eduardo Alves, Joesley. Então isso contaminou a imagem do presidente. De fato, dificultou a população a se aproximar dele e reconhecer o trabalho que ele está fazendo”, acrescentou.

Caso o MDB conclua que não tem fôlego, o senador pontuou os nomes do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD); do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), como possibilidade de alianças para a legenda por, segundo ele, “inspirar confiança e merecer o apoio” do povo.

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