Mulheres na política anseiam por mais espaço e igualdade

No Dia Internacional da Mulher uma reflexão se faz necessária: o espaço na política ainda deixa muito a desejar reforçando uma luta ainda árdua

por Taciana Carvalho qui, 08/03/2018 - 15:01
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O Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quinta-feira (8), é uma data simbólica de comemoração, mas reflete principalmente um momento de reflexão pela extensa estrada que ainda deve ser percorrida para que as mulheres obtenham um espaço de mais igualdade em relação aos homens em diversas áreas.   

Para se ter uma ideia, na política, o cenário é desalentador. Em 2016, apenas 31% do total de candidatos eram mulheres mesmo o voto feminino no país sendo maioria equivalente a 52% dos votantes. Se especificarmos para Pernambuco, o cenário é ainda mais alarmante. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, dos 25 parlamentares que compõe a bancada pernambucana, só há uma mulher: a deputada Luciana Santos (PCdoB). 

Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), dos 49 deputados, cinco são mulheres. Por sua vez, no Recife, dos 39 vereadores eleitos em 2016, apenas há seis mulheres, o que mostra a necessidade do debate acerca do tema. 

Nessa discussão sobre a importância do papel da mulher na sociedade e sobre o empoderamento, uma nova geração na política pede espaço e promete representar e se aprofundar sobre o assunto a iniciar pela vereadora do Recife Marília Arraes (PT). Apesar de não ter galgado outro espaço além da Câmara, ela não pensou duas vezes em alçar um voo mais alto e até hoje não alcançado em Pernambuco: uma mulher ocupando o cargo de governadora do estado. 

A neta de Miguel Arraes, nesta data simbólica, pediu por respeito, oportunidades e salários iguais aos dos homens. “Queremos a mesma liberdade de ir e vir. Hoje, 8 de março, e todos os dias, continuaremos por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres para ser quem queremos ser”, ressaltou a petista. 

Na mesma linha de pensamento, a pré-candidata a governadora Danielle Portela (PSOL) já afirmou que o lugar da mulher é, também, na política. “Foi dito que nós seriamos peças de xadrez nas mãos dos homens do partido, mas estamos aqui para fazer uma verdadeira revolução”, avisou. 

Na eleição deste ano, a chapa majoritária do PSOL será composta por mulheres concorrendo não somente ao Governo do Estado, como também ao Senado. São pré-candidaturas “femininas e feministas”. De acordo com o presidente estadual da legenda, Severino Alves, a decisão foi tomada a partir de que “a opressão de gênero é uma das maiores injustiças que já tivemos”. 

Uma outra nova cara na política é a vereadora do Recife Natália de Menudo (PSB). A parlamentar, em entrevista ao LeiaJá, também destacou a importância do protagonismo da mulher no sentido de reduzir a desigualdade de gênero. “É preciso conscientizar também que as mulheres são aptas ao exercício da política”, ressaltou. 

Menudo também falou que a mulher tem a capacidade de ser o que quiser. “Sabemos que ainda temos uma longa batalha pela frente mostrando a cada dia o nosso real valor. Eu costumo sempre dizer que a mulher pode ser o quiser seja uma dona de casa, uma advogada, uma juíza, uma professora, mas ela pode ser o que ela quiser. Tem capacidade de ser o que quiser, desde que seja um desejo dela, que a faça feliz. A nossa luta não para e vamos continuar buscando mais espaço dentro da sociedade porque a mulher merece”. 

A pré-candidata a presidente Manuela D´ Ávila (PCdoB) também falou sobre a data afirmando que a desigualdade econômica e social no Brasil atinge de forma muito “mais cruel às mulheres”. A presidenciável também pediu que as mulheres se rebelassem contra o machismo. “Não estamos sozinhas na opressão, na vivência cotidiana do machismo. Não precisamos estar sozinhas no enfrentamento radical a ele”, pontuou. 

“O feminismo nos faz ver que todas somos submetidas ao machismo e que apenas juntas teremos forças para enfrentá-lo. O feminismo é o contrário da solidão porque ele nos une, une nossa rebeldia contra as injustiças, nos faz solidárias umas com as outras, nos faz irmãs na luta por nossos direitos e pelos direitos de nossas irmãs”, destacou em seu facebook.

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