Ditadura Militar: Jean cobra verdades sobre homossexuais

Parlamentar disse que a memória sobre o tratamento contra os homossexuais da época devem ser reconstruída. Neste sábado (31) completa 54 anos do golpe militar no Brasil

por Giselly Santos sab, 31/03/2018 - 13:45

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) cobrou, neste sábado (31), a reconstrução dos fatos envolvendo homossexuais na época da Ditadura Militar, cujo o golpe completa 54 anos hoje. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar disse que é necessário que “as verdades” sobre a época sejam contadas, sobretudo, por quem sobreviveu às torturas “daquelas páginas infelizes da nossa história”.   

“Até onde se sabe, não existem documentos que reconstruam, por exemplo, a memória do tratamento que os líderes dos movimentos revolucionários deram aos homossexuais (em especial às mulheres lésbicas) seja em seus ‘aparelhos’, seja nas prisões. Sendo assim, na reconstrução dessa memória, devemos trabalhar também a partir da ausência de documentos e do silêncio em torno desse assunto”, disse.

“A verdade – ou verdades - sobre os porões de tortura, voos da morte, assassinatos, sequestros, a desumanidade dos métodos do Estado para conter a resistência é certamente terrível, sobretudo para quem sobreviveu aos fatos. Mas é necessária. Eu tenho direito a ela. Minha geração e as que vieram depois têm direito a ela. Sabemos que não poderemos reconstruir tudo, mas a utopia de tudo saber a respeito daquelas páginas infelizes de nossa história deve servir como um programa, um horizonte e uma advertência para o futuro”, completou o parlamentar.

No texto, antes de questionar a ausência de registros diante da tortura dos homossexuais, Wyllys destrinchou suas memórias do que chamou de “dias mal-ditos". Segundo ele, apesar de ter nascido durante o regime militar pouco se falava sobre a questão na cidade de  Alagoinhas, na Bahia. E quando foi para a escola,  “aprendíamos que, em 31 de março de 1964, aconteceu, no País, uma revolução conduzida pelas Forças Armadas que o livrou o Brasil do mal do comunismo".

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