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O ex-deputado federal Jean Wyllys foi condenado a pagar R$ 10 mil de indenização ao Movimento Brasil Livre (MBL) após se referir a integrantes do grupo como "defensores do nazismo" e "assediadores de mulheres sob guerra" em publicação feita nas redes sociais. A decisão foi proferida na quarta-feira (4), pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

"Cerco à liberdade de quem? Dos defensores do nazismo? Dos assediadores de mulheres sob guerra? Dos insultadores da memória de Marielle Franco? Dos que fecharam uma exposição com mentiras? Dos difamadores profissionais? Isso é cerco ao fascismo", escreveu Wyllys ao comentar, em maio deste ano, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

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Na decisão, o magistrado Danilo Mansano Barioni afirma que Wyllys disseminou ódio ao imputar, falsamente, crimes ao grupo político e empenhou uma "verdadeira campanha caluniosa e difamatória" contra o MBL.

"No intuito de manifestar-se sobre matéria jornalística que anunciava iniciativa de alguns parlamentares e do grupo organizado denominado Movimento Brasil Livre, o requerido Jean Wyllys não se contentou em exteriorizar opinião crítica à iniciativa da parte autora. Não se contentou em expor, por exemplo, porque não via fundamento em qualquer manifestação que considerasse o momento atual como um "cerco à liberdade", como defendiam aqueles que, anunciava a Folha de S. Paulo, iriam se manifestar", disse.

Barioni afirmou ainda que a publicação do parlamentar teve "alcance relevante". "A repercussão decorrente das milhares de visualizações, efetivamente autoriza concluir que a publicação teve alcance relevante e, assim, capaz de macular a honra objetiva da parte autora e assim caracterizar os alegados danos morais", disse.

Ao Estadão, o MBL afirmou que "esquerda precisa aprender a jogar o jogo da democracia". "Atacar adversários políticos acusando-os de defender uma das maiores atrocidades da história é simplesmente não respeitar o divergente no debate público. Sempre que usarem tais golpes sujos, irão responder na Justiça", disse.

O advogado de Jean afirmou à reportagem que o parlamentar não foi citado no processo. "Se houve condenação, foi à revelia e sem possibilidade de defesa. Vamos buscar tomar conhecimento dos detalhes e, em se confirmando a condenação, apresentaremos o recurso cabível", disse.

Jean Wyllys no governo Lula

Após período vivendo no exterior devido a ameaças que sofreu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Jean Wyllys retornou ao País e foi acolhido pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. A ideia inicial era o ex-parlamentar passar a integrar o governo, na área da comunicação oficial da Presidência, a Secom, coordenada pelo ministro Paulo Pimenta.

Entanto, logo após o início das especulações sobre a integração de Jean ao governo petista, o ex-deputado protagonizou uma discussão com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nas redes sociais, o que colocou a sua nomeação em xeque. A discussão resultou em uma ação criminal movida pelo governador gaúcho contra o ex-deputado, pedindo a condenação por injúria.

O ex-deputado afirmou que a não inserção ao governo se deu por "homofobia", o que acabou lhe sendo um "livramento". "A homofobia contra mim sabotou minha ida para o governo (um livramento ao final!)", escreveu nas redes sociais.

Como mostrou o Estadão, Jean Wyllys tem sido alvo frequente de "fogo amigo" nas redes sociais por parte da militância petista. Além do ex-deputado, outros apoiadores do atual presidente têm reclamado dos ataques virtuais sofridos por correligionários diante de críticas feitas às ações do governo.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou o ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) pelo crime de injúria por ter chamado o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), de "gay com homofobia". O caso está na 2ª Vara Criminal de Porto Alegre. Wyllys não foi ouvido na fase de investigação e disse nas redes sociais que o processo é uma "cortina de fumaça".

A Promotoria atendeu a uma representação do governador, que pediu que o caso fosse investigado criminalmente. A pena do crime de injúria é de um a seis meses de detenção, mais multa. O fato de Jean Wyllys ter feito as declarações nas redes sociais e do alvo ser um governador podem ser agravantes caso ele seja condenado.

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"Ao dirigir sua crítica a atributos pessoais da vítima, relacionados à sua orientação sexual, quando poderia limitar-se a crítica do fato, objeto da inconformidade, o denunciado extrapolou a liberdade de expressão e atingiu deliberadamente e com animus injuriandi (intenção de injuriar), a honra subjetiva da vítima", disse a promotora do caso, Claudia Lenz Rosa, na nota divulgada pelo MP-RS.

Em regra, para os crimes de ação penal privada, como é o caso da injúria, a pessoa precisa entrar com a ação por conta própria. De acordo com a assessoria do Ministério Público, o caso foi abraçado pelo órgão pela vítima (Leite) ser um funcionário público no exercício das funções.

Durante a fase de investigação, o Ministério Público não localizou Wyllys para que ele pudesse dar sua versão sobre os fatos.

Relembre o caso

No dia 14 de julho, pouco tempo depois de voltar ao Brasil e ser acolhido pelo governo Lula, no qual teria um cargo na Secretaria de Comunicação (Secom), Jean Wyllys usou as redes sociais para criticar a decisão de Eduardo Leite de manter as escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul.

"Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay...? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então... Tá feio, 'bee' (gíria para homem homossexual)", escreveu o ex-deputado.

Leite respondeu, chamando a declaração de "deprimente". "Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… E que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Jean Wyllys, eu lamento a sua ignorância", escreveu o governador.

A publicação de Jean Wyllys foi retirada do ar por ordem da Justiça do Rio Grande do Sul, que atendeu a um pedido feito também pelo Ministério Público do Estado.

'Cortina de fumaça'

Wyllys compartilhou nas suas redes sociais a resposta que deu a um jornalista que lhe questionou sobre a denúncia criminal. O ex-deputado disse que não tem interesse em se manifestar e que Leite está usando "essa litigância de má-fé para levantar cortina de fumaça, junto com o MP, para esconder sua incompetência no que diz respeito à proteção dos gaúchos em relação à crise climática".

Ele fala do ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul e deixou 46 mortos e mais de 10 mil pessoas desabrigadas.

"Sem tempo para mau-caratismo! Preocupa-me a desoladora situação dos gaúchos afetados pelo ciclone, cujos assustadores impactos poderiam ter sido mitigados se eles contassem com um governo que se importasse de verdade com os alertas emitidos por cientistas. Toda solidariedade!", disse Wyllys.

Nomeação congelada

O ex-deputado estava fora do Brasil por causa das ameaças de morte que vinha sofrendo de opositores políticos. Ele voltou ao País e foi abraçado pela primeira-dama, Janja Lula da Silva. Jornalista de formação, Wyllys chegou a ser confirmado pelo Planalto como contratado da Secom, para atuar direto com a Presidência.

Dias depois, a polêmica com o governador Eduardo Leite congelaram a nomeação de Wyllys, que já era dada como certa. Como mostrou a Coluna do Estadão, o ex-deputado continua com um bom trânsito no governo.

Nesta quarta-feira (26), a 2ª Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre determinou que o Twitter remova a publicação em que o ex-deputado federal Jean Wyllys ataca o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS).

Jean fez uma publicação no dia 14 de julho, vinculando a decisão recém-anunciada por Leite de manter o programa de escolas cívico-militares no estado a uma "homofobia internalizada" decorrente de "libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes".

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Em 2021, durante uma entrevista ao programa Conversa com Bial, da Rede Globo, Eduardo Leite declarou publicamente que é gay. Sendo assim, quando soube recentemente da postagem feita por Jean Wyllys, encaminhou uma representação contra o ex-deputado ao Ministério Público do estado (MP-RS).

Na decisão de hoje, a juíza de Direito Rosália Huyer afirma que o comentário feito "extrapolou uma crítica ao governo" e que são notórios os ataques contra a sexualidade do governador do Rio Grande do Sul. Em caso de descumprimento, foi fixada uma multa diária de R$ 100 mil.

A solicitação da quebra de sigilo de dados do perfil do ex-deputado também foi acolhida. O Twitter tem até cinco dias para fornecer os dados à Justiça.

Jean Wyllys é investigado por cometer, por meio das redes sociais, "injúria contra funcionário público" e por "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".

Através de suas redes sociais, Eduardo Leite respondeu na mesma data, classificando a manifestação como "deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções", em nada contribuindo "para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância." 

No último dia 21, o pedido de remoção das redes sociais associado à quebra de sigilo foi protocolado pelo promotor de Justiça David Medina da Silva. Segundo ele, apesar das críticas ao governo serem inerentes à democracia, ultrapassou os limites da liberdade de expressão, ofendendo a dignidade e o decoro do gestor gaúcho, principalmente considerando o alcance da publicação.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) solicitou que a Justiça determine a quebra de sigilo de dados do ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) e a remoção da publicação em que o petista chamou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de "gay com homofobia internalizada" das redes sociais.

Em manifestação nesta sexta-feira (21), o promotor de Justiça David Medina da Silva afirmou que a atitude de Wyllys "ultrapassou os limites da liberdade de expressão" e foi "criminosa". Na quinta-feira (20), o tucano acionou o MP contra o ex-deputado por homofobia.

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De acordo com o promotor, "através da manifestação efetuada pelo suspeito, é possível afirmar que, inobstante críticas ao governo sejam inerentes à Democracia, Jean Wyllys ultrapassou os limites da liberdade de expressão, ofendendo a dignidade e o decoro do Governador do Estado, sobretudo considerando o alcance da publicação, que, em 20.07.2023, às 18h, contava com 543 retweets, 297 tweets com comentários e 5.218 curtidas, além de mais de um milhão de visualizações". "O suspeito manifestou-se, em seu perfil do Twitter, de forma criminosa", disse.

Cabe à Justiça acolher ou não o pedido do Ministério Público. Caso haja uma determinação judicial, o promotor solicita a fixação de multa diária no valor de R$ 100 mil por descumprimento da medida.

Em publicação no dia 14 de julho, Wyllys criticou Leite por manter as escolas cívico-militares no Estado, após decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de revogar o programa em nível federal. "Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay...? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então... Tá feio, bee (gíria para homem homossexual)", escreveu o ex-deputado.

O comentário foi rebatido pelo governador. "Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Jean Wyllys, eu lamento a sua ignorância", disse.

Em um vídeo postado nas redes sociais nesta quinta-feira, Eduardo Leite afirmou que, assim como fez quando foi alvo de comentários considerados preconceituosos por parte do ex-deputado Roberto Jefferson e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decidiu apresentar uma representação contra Wyllys.

"Agora, quando Jean Wyllys dispara também ataques a uma decisão que eu tomei como governador, que ele pode não concordar, ter outra visão, mas tenta associar essa decisão à minha orientação sexual e até a preferências sexuais, eu devo também entrar com uma representação contra ele. (...) Representando para que seja apurado pelo Ministério Público essa conduta, por um ato de preconceito, de discriminação, de homofobia", afirmou Leite.

O MP investiga Jean Wyllys por injúria contra funcionário público e por praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

A assessoria do ex-deputado foi procurada pela reportagem, mas não retornou.

Em busca do apoio dos parlamentares evangélicos, o governo Lula está assumindo o compromisso de evitar pautas polêmicas - aborto, drogas e costumes. A sinalização tem sido dada aos líderes dos grupos religiosos, como o coordenador da bancada evangélica no Senado, Carlos Viana (PSD-MG), que, segundo disse ao Estadão, considera o gesto um sinal de pacificação e respeito. "Desde que nossas pautas não sejam afetadas, o governo terá o nosso apoio em todas as matérias que forem importantes para o Brasil", afirmou Viana.

Nesse clima de entendimento com o Planalto, Viana comentou a suposta indicação do ex-deputado Jean Wyllys, que ele considera um personagem muito polêmico, para uma função na Secretaria de Comunicação (Secom). Segundo Viana, se Wyllys não tiver nenhuma influência nas decisões do governo, naturalmente que essa será apenas uma questão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.

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No entanto, se Wyllys insistir em assuntos que não contam com o apoio dos parlamentares evangélicos, haverá reação. "Se ele trouxer novamente os assuntos que durante o governo de Dilma Rousseff levaram a um embate e até mesmo a um levante na política brasileira, naturalmente vamos nos manifestar contrários por que entendemos que ele não tem respeito pelos cristãos em nosso Brasil".

Desde a posse de Lula, integrantes da gestão petista e lideranças evangélicas refratárias a ainda manter a imagem colada na do ex-presidente Jair Bolsonaro têm buscado caminhos que resultem num diálogo e numa aproximação. Dessa forma começaram a ser promovidas reuniões e encontros, além de um trabalho de identificação de quem seriam os interlocutores de ambos os lados.

Segundo explicou um desses interlocutores, essas pessoas que fariam a ponte entre os evangélicos e governo seriam aquelas que "comungam das mesmas ideias". Para abrir diálogo com o segmento religioso, de acordo com essa visão, é necessário "saber ouvir e conhecer suas reais demandas".

Pelo lado do governo, esse diálogo tem sido liderado, entre outros, pelos ministros da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias; das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Secom, Paulo Pimenta que, apresentou aos demais ministros - Messias não conseguiu estar presente - uma pesquisa sobre a influência das igrejas evangélicas no voto dos fiéis.

Segundo esse grupo, existe uma preocupação do governo e de Lula com esse diálogo. O presidente considera que, passado o período eleitoral em que o apoio à candidatura de Bolsonaro foi mais intenso e superadas as marcas que ficaram, estava mais do que na hora de conversar.

O governo quer também identificar os parlamentares e as igrejas abertas a esse diálogo. No PL, por exemplo, a receptividade a essa abertura é pequena. O atual coordenador da bancada evangélica na Câmara, Eli Borges (PL-TO) não quer nem ouvir falar no assunto. Entretanto, seu sucessor já escolhido, Silas Câmara (PSD-AM), pastor evangélico da Assembleia de Deus, já se mostrou disposto a acolher as conversas com o governo.

O deputado André Janones (Avante-MG) evangélico e membro da Igreja Batista da Lagoinha, do pastor André Valadão - fundamentalista e crítico ferrenho dos grupos LGBTQI+ - também rejeitou o diálogo nesses termos. Janones, que cuidou das redes sociais durante a campanha de Lula - disse que o presidente sempre foi contra instrumentalizar a fé. "Ele (Lula) é chefe de Estado, não líder religioso", afirmou.

O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), também pastor da Assembleia de Deus, avaliou que o diálogo tem avançado por que o governo identificou que o Congresso é conservador e "inteligentemente" focou nas bancadas evangélicas. "Não sendo a pauta ideológica, nós estamos abertos para atender e sabemos que temos a responsabilidade de construir e dialogar", disse Madureira.

Questionado se a posição de parlamentares como Borges, contra o diálogo, não poderia atrapalhar, ele respondeu que "estar contra não descredencia ninguém". "O deputado Eli Borges é um grande líder da minha Igreja e sua opinião deve ser respeitada", observou.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), acionou o Ministério Público contra o ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) por supostas falas homofóbicas do petista. Em vídeo publicado nesta quinta-feira (20) no Twitter, Leite afirmou ter sido vítima de "homofobia, preconceito e discriminação" por parte de Wyllys, que o chamou de “gay com homofobia internalizada", além de ter insinuado que o governador é fetichista e tem orientações autoritárias. 

“Quando Roberto Jefferson [presidente afastado do PTB] disparou ofensas homofóbicas contra mim, entrei com uma representação no Ministério Público contra ele. Quando [Jair] Bolsonaro, enquanto presidente, veio ao Rio Grande do Sul e fez uma piada com insinuações de mau gosto, eu fiz uma interpelação judicial. Por isso, agora quando Jean Wyllys dispara ataques a uma decisão que tomei como governador e que ele pode não concordar, pode ter outra visão, mas tenta associar à minha orientação sexual e até a preferências sexuais, eu devo também entrar com uma representação contra ele. Fiz essa representação”, disse Eduardo Leite. 

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“Não interessa se é da direita ou da esquerda, o que importa é que homofobia, preconceito, discriminação não podem ser tolerados. Venha do lado que vier, não pode ser tolerado”, complementou Leite. 

A denúncia foi feita na quarta-feira (19) após um bate-boca entre os dois no Twitter. Wyllys criticou a decisão do governo gaúcho de manter as escolas cívico-militares e disse que "gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes". 

 

De volta ao Brasil, o ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) vai ter que apagar publicações contra o senador Marcos do Val (Podemos) e o empresário Otávio Fakhoury. Na decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o juiz Valentino Aparecido Andrade menciona o risco de potenciais danos a imagem, honra e dignidade dos citados. 

Em setembro de 2021, durante a CPI da Covid, o ex-parlamentar comentou sobre a discussão entre Fakhoury e o senador Fabiano Contarato (PT), que expôs ataques homofóbicos que sofreu do empresário. Marcos do Val chegou a defender Contarato, mas foi criticado por Jean. 

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Em uma das postagens, ele disse que o apoio de Marcos do Val foi "espantoso", pois o senador "estava ao lado" de Fakhoury "na disseminação de fake news" sobre o atentado ao ex-presidente Bolsonaro em 2018. 

"Marcos do Val e Otávio Fakhoury são ambos peças da engrenagem bolsonarista de fabricação e disseminação de mentiras, fake news e outras fraudes em favor do governo", escreveu Jean Wyllys. 

O atentado sofrido por Bolsonaro já tinha causado um embate judicial entre o ex-deputado, o empresário e Do Val. Wyllys chegou a entrar com uma ação contra os dois por associarem seu nome ao responsável pela facada. Em agosto do ano passado, Jean foi condenado a indenizar Fakhoury por danos morais em R$ 5 mil e se retratar nas redes sociais. 

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) e o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) discutiram pelas redes sociais por causa das escolas cívico-militares, modelo educacional encerrado pelo governo Lula esta semana. Wyllys chamou Leite de "gay com homofobia internalizada" e o governador rebateu "manifestação deprimente. Lamento sua ignorância".

O confronto aconteceu na noite desta sexta-feira (14) e começou com Wyllys compartilhando nas suas próprias redes sociais o anúncio de Leite de que manteria as escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul, contrariando o que decidiu o Ministério da Educação.

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"Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay...? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então... Tá feio, 'bee' (gíria para homem homossexual)", escreveu o ex-deputado.

O comentário foi rebatido pelo governador. "Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Jean Wyllys, eu lamento a sua ignorância", respondeu Leite.

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No começo de julho, o ex-deputado voltou ao Brasil. Ele passou quatro anos morando no exterior por causa de ameaças de morte que sofreu no País. Embora tenha sido reeleito para o seu terceiro mandato, em janeiro de 2019, nas primeiras semanas do governo de Jair Bolsonaro (PL), ele desistiu de tomar posse e foi para o exterior.

Acolhido pela primeira-dama Janja Lula da Silva, o ex-deputado, que é jornalista de formação, ganhou um cargo na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência. Ele será assessor no planejamento de comunicação do governo e trabalhará diretamente com o ministro da pasta, Paulo Pimenta.

A primeira-dama Janja da Silva anunciou, em publicação nas redes sociais, que o ex-deputado federal Jena Wyllys (PT) está voltando ao Brasil. O anúncio da esposa do presidente Lula acontece no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve encerrar o julgamento do processo que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos. 

Janja não dá detalhes sobre o retorno de Jean, mas em março, durante entrevista ao UOL, o próprio ex-deputado disse que estaria retornando entre o fim de junho e início de julho para contribuir com o governo Lula. 

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“Nos exilamos durante o governo Bolsonaro por causa da violência. Começamos a articular a volta e conversamos com Silvio Almeida [ministro de Direitos Humanos], que está organizando nosso retorno. A expectativa é de que no final de junho, início de julho, eu esteja de volta”, disse Jean, em março.

Jean Wyllys está exilado desde 2019, quando renunciou ao cargo de deputado federal após receber ameaças de morte.

 

 

 

Fora do Brasil desde 2019, quando abandonou o mandato de deputado federal após sofrer ameaças de morte, Jean Wyllys espera que o atual governo reconheça medida cautelar de proteção à sua vida para voltar ao país. Em entrevista ao Globo, ele falou que é o momento de combater a extrema-direita através da responsabilização dos crimes cometidos. 

"Sei que quero voltar e vou voltar", afirmou. Hoje na Espanha, Jean usa a perspectiva de vítima de fake news para escrever tese de doutorado sobre o tema pela Universidade de Barcelona. Enquanto o pedido de proteção feito à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA não é atendido pelo governo brasileiro, ele também tem as artes plásticas como hobby.  

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Mesmo filiado ao PT, o ex-parlamentar contou que não foi convidado a atuar no atual governo, mas se mostrou disposto a contribuir caso seja chamado. "Hoje, não quero fazer campanha eleitoral. Já dei minha contribuição, cumpri dois mandatos de vanguarda, abri caminho para muita gente bacana. Posso contribuir com o governo Lula pensando políticas públicas nas áreas em que transito, devolver o que acumulei de experiência no exílio", indicou. 

Para Jean, o atual momento do Brasil pode ser a oportunidade para começar a extinguir o bolsonarismo. “A desbolsonarização e o combate ao antipetismo são ações que devem ser feitas em conjunto. Se não as fizermos, o que nos restará será puxar a cadeira, sentar e esperar a história se repetir. Enfrentar a extrema-direita e sua ideologia em todos os níveis, inclusive no plano das políticas econômicas, não é revanche política: é justiça. Sem responsabilização dos culpados, não pode haver reconciliação nem aprendizado para o futuro”, complementou. 

A campanha de Lula (PT) negou que o ex-deputado federal Jean Wyllys foi convidado para ser Ministro da Educação em caso de eleição do petista. Nos últimos dias, eleitores de Jair Bolsonaro (PL) compartilharam uma matéria falsa sobre a escolha para assumir a pasta. 

O conteúdo manipulou a identidade visual de uma notícia do G1 e aponta que Wyllys estaria garantido para comandar o MEC. A imagem e a veículação da matéria falsa intitulada "Lula bate o martelo e garante Jean Wyllys para o Ministério da Educação" também foram taxados como fake news pelo próprio G1.

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O juiz Juarez Fernandes Cardoso, do 5º Juizado Especial Cível do Rio, em Copacabana, homologou decisão que condenou o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 20 mil ao ex-deputado Jean Wyllys. A Justiça considerou que Wassef caluniou Jean Wyllys ao tentar ligar o ex-parlamentar ao atentado sofrido pelo presidente Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018.

"No caso em tela, o réu não se limitou à crítica política e, nem mesmo, demonstrou a veracidade de suas acusações. Verifica-se que o réu deu uma entrevista com o intuito de caluniar o Autor, sugerindo estar ele associado ao crime de tentativa de homicídio do Presidente da República, utilizaram o ardil de, supostamente haver investigação da Polícia Federal, tendo como única intenção causar danos ao autor", registrou a sentença condenatória.

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A decisão homologada na segunda-feira (25), ainda determina que o advogado da família Bolsonaro a fazer uma retratação pública, sob pena de multa única. Segundo o despacho, tal retratação deve se dar 'no mesmo canal' em que foi proferida a declaração que motivou o ajuizamento do processo - uma entrevista concedida à CNN Brasil em abril de 2020.

A avaliação do Juizado Especial Cível do Rio foi a de que as declarações de Wassef 'exorbitaram o limite de mera opinião pessoal, sendo capazes de ferir a honra, e, até mesmo, colocar em risco a segurança' de Jean Wyllys.

"É possível verificar que foram divulgadas informações, tentando vincular à imagem do Autor à prática de crime de tentativa de homicídio contra o atual Presidente da República, e, ainda que, sem lastro probatório ou indícios suficientes de autoria, vem também a incitar outras pessoas a compartilharem tais informações, difundindo o ódio em relação ao Autor", diz a sentença.

O documento diz que 'não há dúvidas de que Wassef extrapolou seu direito ao caluniar Jean Wyllys, sem qualquer base verossímil, de ter participado da tentativa de homicídio do Presidente da República'. Segundo a decisão, a conduta do advogado da família Bolsonaro 'não tem intuito de informação, nem de debater politicamente, apenas extrapola o limite e ofende a honra, a dignidade e a imagem' do ex-parlamentar.

Após três anos fora do Brasil, o ex-deputado federal Jean Wyllys sinalizou, em entrevista à revista Carta Capital, que poderá retornar ao Brasil, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença a eleição de outubro deste ano. Antes psolista, mas atualmente filiado ao Partido dos Trabalhadores, o ex-parlamentar abriu mão do seu terceiro mandato como deputado federal, para se exilar em Barcelona, na Espanha, após uma série de ameaças de morte por parte de opositores da extrema-direita. 

“O Lula vencendo, eu volto porque eu vou fazer parte da reconstrução. O Lula vai precisar de muitos braços, inclusive no Parlamento. Eu espero que sejam eleitos muitas deputadas e muitos deputados de esquerda, centro-esquerda e da direita civilizada. Então, pelo amor de Deus, figuras do naipe de Arthur Lira não podem ser reeleitas, sobretudo depois do papel que ele desempenhou nessa ruína. O Lula vai precisar de pessoas como eu e de gente que está disposta a reconstruir o País, cada um no seu papel”, revelou em entrevista. 

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Diferente de diversas figuras da esquerda, Wyllys acredita que, diante de uma derrota, o presidente Jair Bolsonaro (PT) não terá força suficiente para dar um golpe. Para ele, internacionalmente, não há ambiente para uma ruptura democrática no Brasil. “Eles podem até fazer porque são estúpidos, mas não vai durar muito tempo”, declarou. 

“Eu não diria que ele não tem força porque uma parte das Forças Armadas está com ele. Ele conta também com as milícias. Os generais palacianos estão todos com ele por dois motivos e, não por acaso, muitos são candidatos. Tanto eles quanto o Bolsonaro estão medo de serem responsabilizados pelos crimes que cometeram ao longo desses quatro anos. Os sigilos impostos têm uma função de blindar esses sujeitos que sabem que cometeram crimes”, disse o petista. 

E acrescentou, ainda no assunto: “Internacionalmente não há ambiente para esse golpe. O país que poderia apoiar o golpe, os Estados Unidos, não tem interesse. A América Latina também não apoia, principalmente depois da eleição do [Gabriel] Boric [no Chile], de [Gustavo] Petro [na Colômbia] e do Alberto Fernandes na Argentina. A União Europeia muito menos. O Brasil é um continente que abriga a maior floresta tropical do planeta. O destino do clima no mundo depende do Brasil. Para nossa sorte, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil”. 

No entanto, mesmo com o País de volta à normalidade com o revés do atual presidente, Wyllys pontua que o bolsonarismo continuará vivo na sociedade brasileira. “Como diz o Umberto Eco, esse fascismo é eterno”. 

“O fato das estruturas públicas saírem das mãos dessa quadrilha e irem para as mãos de pessoas comprometidas com a diversidade política e cultural já permite que a gente vá reconstruindo sobre a ruína, entre outras coisas, o cordão sanitário em torno do bolsonarismo. Mas ele não vai desaparecer”, concluiu. 

“Sou um governador gay e não um gay governador”, foi o que disse o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao se assumir gay durante uma entrevista com Pedro Bial na madrugada desta sexta-feira (2). A declaração sobre a própria sexualidade chamou atenção de muitos espectadores, inclusive do ex-deputado federal Jean Wyllys (PT), auto-exilado em Barcelona após ameaças de morte.

Para o ex-parlamentar, o discurso se tratou de uma “peça de propaganda política” feita pela “imprensa comercial de direita” e que o histórico conservador de Leite o coloca em uma posição amarga diante das lutas da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. Wyllys compartilhou um longo fio no Twitter, expressando o que vê como “problema” na negação da identidade por trás dos discursos da direita.

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“Enquanto o gay recém-saído do armário não expressar por ATOS e novas palavras que se arrepende de ter apoiado alegre e explicitamente um homofóbico racista que se revelou genocida, sua saída do armário não será, para mim, fonte de alegria acrítica. Não adianta", tuitou o doutorando em ciência política.

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E continua: “Vejam como a imprensa comercial de direita gosta de destacar frases de efeito que, embora aparentemente afirmativas, no fundo são negativas e  reforçam o estigma e a negação da identidade. Como não ver com crítica  essa saída do armário? E essa comparação com Obama?”. Ao fazer a revelação, Eduardo Leite se comparou ao ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que foi o primeiro homem negro presidente da nação norteamericana. “Obama não foi um negro presidente, foi um presidente negro”, disse.

O petista ressaltou o fato de que Bial, em nenhum momento, indagou Leite sobre o apoio a Jair Bolsonaro, “um racista homofóbico”, nas eleições de 2018.

“Não se questiona esse sujeito em nenhum momento por que ele apoiou explícita e alegremente um racista homofóbico que atua contra a comunidade. Apenas se elogia o sujeito”, continuou.

O ex-psolista mencionou ainda que outras figuras políticas da comunidade, atuantes pelas causas LGBTQIA+, não receberiam o mesmo destaque da imprensa, apesar da “coerência” entre a identidade e as necessidades dessas minorias.

“Que destaque foi dado por essa mesma imprensa ao fato de Fátima Bezerra (PT-RN), governadora do RN e aliada desde sempre da comunidade LGBTQ, ser lésbica? Nenhum. Mas decidem fazer uma festa com o outing tardio do governador, feito sob medida num programa da TV Globo”, criticou.

Confira a sequência de Jean Wyllys:

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Ex-deputado federal e militante no Partido Socialismo e Liberdade há quase onze anos, Jean Wyllys decidiu se filiar ao Partido dos Trabalhadores (PT). A mudança deve acontecer em uma cerimônia virtual na próxima segunda-feira (24) e contará com a presença de personalidades políticas importantes, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ex-presidenta Dilma Rousseff, da deputada Marisa Matias, do Parlamento Europeu, e Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. As informações foram divulgadas por Wyllys durante entrevista à revista Veja.

Vivendo na capital da Espanha, onde é estudante do doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de Barcelona, custeado pela fundação Open Society, o ativista dos Direitos Humanos e jornalista explica que a mudança faz parte de uma mobilização em busca da derrota de Jair Bolsonaro (sem partido) nas urnas em 2022. “As pesquisas mostram que Lula é o único capaz de tirar Bolsonaro do poder. Agora é hora formar uma frente democrática, não fragmentá-la”, disse.

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Durante a entrevista, Wyllys ainda afirmou que não pretende se candidatar a um novo cargo eletivo, mas sim ajudar a desenvolver um programa de governo comprometido com a agenda econômica sustentável, a defesa dos Direitos Humanos e o combate à disseminação de notícias falsas. “Da política ampla não vou sair nunca, até porque sou um estudioso que analisa o que vem acontecendo no Brasil, mas não tenho o desejo de voltar a concorrer. Hoje, o que quero é ajudar a reconstruir o Brasil e abraçar a minha mãe”, desabafou.

Exilado na Europa há mais de dois anos, o futuro petista voltou a explicar as motivações da sua saída do Brasil: “Fui obrigado a deixar o país porque a Marielle, minha amiga e companheira de partido que vivia na mesma cidade que eu, foi executada sem receber uma ameaça de morte sequer e eu tinha várias delas. O exílio tirou de mim o convívio com os amigos e a família”.

Em sua conta do Twitter, a deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, expressou alegria pela filiação de Wyllys.

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O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) e o empresário Otávio Fakhoury, ambos bolsonaristas, foram condenados a pagar R$ 41,8 mil de indenização cada por publicações contra o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL) nas redes sociais. Além da multa, eles devem promover retratação pública nos mesmos perfis em que compartilharam ataques e associaram Wyllys a Adélio Bispo, autor do atentado contra o presidente na campanha eleitoral de 2018.

As decisões da juíza Mônica de Paula Baptista, do 5º Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro, foram proferidas na última segunda, 27, e sexta-feira, 31.

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No caso de Bibo Nunes, as publicações foram feitas no Twitter e Facebook e classificadas pela magistrada como ataques à dignidade do adversário político.

"A liberdade de expressão política dos parlamentares, ainda que vigorosa, deve se manter nos limites da civilidade, eis que ninguém pode se escudar na inviolabilidade parlamentar para, sem vinculação com a função, agredir a dignidade alheia ou difundir discursos de ódio, violência e discriminação", escreveu a magistrada.

As postagens do empresário Otavio Fakhoury, que é investigado no inquérito das fake news e foi banido das redes sociais por determinação do ministro Alexandre de Moraes, foram feitas no Twitter e condenadas pela ausência de provas e promoção de discurso de ódio.

"É possível verificar que foram publicadas informações, tentando vincular à imagem da parte autora à prática de crime de tentativa de homicídio contra o atual Presidente da República, e, ainda que, sem lastro probatório ou indícios suficientes de autoria, vem também a incitar outras pessoas a compartilharem tais informações, difundindo o ódio em relação ao autor", afirma a magistrada.

A sentença diz ainda que as publicações do empresário podem atingir um número incalculável de pessoas e ultrapassaram o ‘limite de mera opinião pessoal, sendo capazes de ferir a honra, e, até mesmo, colocar em risco a segurança do autor’.

No início de junho, o juiz Diogo Barros Boechat, também do 5º Juizado Especial Cível do Rio, determinou que os filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), excluíssem publicações semelhantes.

As postagens republicavam acusações feitas pelo ativista Luciano Carvalho de Sá, conhecido como Luciano Mergulhador, que disse que o ex-deputado do PSOL foi mencionado por Adélio em uma conversa durante a greve dos caminhoneiros, em 2017, quando posou para uma foto com o esfaqueador em Florianópolis. Procurado pela PF, Mergulhador não manteve a versão. Na verdade, o ativista indicou que não teve nenhum tipo de conversa com Adélio no momento da foto, conforme depoimento obtido pela reportagem do Estadão.

Além do ativista ter voltado atrás nas declarações, posteriormente os dois inquéritos da Polícia Federal sobre o caso Adélio concluíram que o esfaqueador agiu sozinho em um crime sem mandantes.

COM A PALAVRA, AS DEFESAS

A reportagem busca contato com Bibo Nunes e Otavio Fakhoury. O espaço está aberto para manifestações

O PSOL apresentou à Justiça do Rio de Janeiro uma queixa-crime por difamação contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). Segundo o partido, a denúncia foi apresentada nessa terça-feira (28).

A queixa tem como base uma publicação feita por Carlos no Twitter em que relaciona a sigla e o ex-deputado Jean Wyllys com o atentado que o presidente Jair Bolsonaro sofreu durante a campanha para as eleições de 2018, praticado por Adélio Bispo. 

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“Com base em notícia mentirosa feita pelo site renews.com.br, o vereador difama e ofende a honra do partido e do ex-deputado, tentando desmoralizá-los perante a sociedade. A ação pede liminarmente a imediata retirada da postagem do Twitter e que Carlos Bolsonaro seja condenado por difamação, conforme prevê o Artigo 139 do Código Penal, o que pode implicar detenção de três meses a um ano, e multa”, explica o PSOL.

A Justiça de Brasília aceitou o pedido feito pela defesa do ex-deputado Jean Wyllys e agora o deputado federal Alexandre Frota (PSDB) terá R$ 6,6 mil do seu salário penhorado mensalmente para pagar os honorários advocatícios da defesa de Wyllys. A condenação refere-se ao caso em que Jean acusou Frota de promover uma série de fake news na internet - uma dessas informações falsas apontava que o ex-deputado apoiava a pedofilia.

Segundo publicado na coluna de Ancelmo Gois, no 'O Globo', mesmo com o ganho de causa, Jean Wyllys ainda não recebeu os R$ 32 mil de dano moral de Alexandre Frota. No entanto, o advogado do ex-deputado já deve começar a receber os seus honorários, pagos com o salário de Frota, já no próximo mês de maio.

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O ex-deputado Jean Wyllys disparou contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por ter publicado uma imagem falsa da ativista ambiental, Greta Thunberg, nas redes sociais. Para Wyllys, a família do presidente Jair Bolsonaro (PSL) age como “uma máfia” e um a “organização criminosa que usa mentiras” como arma para destruir quem se opõe aos objetivos deles. 

“Eduardo Bolsonaro está fazendo contra Greta Thunberg o que sempre fez contra adversários na Câmara: MENTIR [sic] e falsificar. Estranha é a impunidade dele!”, escreveu Jean, em publicação no Twitter. 

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Eduardo Bolsonaro postou uma imagem em que Greta aparece confortável e em uma mesa farta dentro de um trem, enquanto crianças pobres a observam da janela. A imagem real foi retirada do Instagram de Thunberg, em um post feito em janeiro. Nela, a ativista aparece comendo em um trem, mas a janela reflete apenas árvores e não as crianças.

Greta fez parte de um grupo de 16 adolescentes que foi até a Cúpula do Clima na Organização das Nações Unidas, em Nova York, para denunciar o Brasil e outros países por não fazerem o suficiente para impedir o aquecimento global.

Na ótica de Wyllys, “a família Bolsonaro e o PSL agem como uma máfia, uma organização criminosa que usa mentiras, fake news, calúnias, falsificações e teorias conspiratórias como armas de destruição dos que contrariam seus objetivos”. 

Falsificação de vídeo

Ao falar da postura do filho do presidente sobre Greta, Jean relatou que Eduardo, em 2016, teria adulterado “criminosamente” um vídeo para mover um processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. 

“Processo que os demais canalhas aliados dele acataram! Havia, na origem daquele processo contra mim, não só UM CRIME [sic] comprovado pela polícia, mas algo kafkiano: como escroques e desonestos poderiam levar, para ser julgado ao Conselho de Ética, alguém que era ético e estava sendo acusado num processo fraudulento? O processo seguiu por um ano”, contou, reclamando também da atuação da imprensa.

“A homofobia social também esteve por trás da maneira como deputados e jornalistas silenciaram sobre (e pactuaram com) a violência que era aquele processo fraudulento contra mim no Conselho de Ética da Câmara, processo movido e acatado por conhecidos escroques da política”, salientou.

Morando fora do Brasil desde janeiro, quando decidiu desistir do seu mandato de deputado federal, Jean Wyllys (PSOL) vai fazer uma residência em Harvard, nos Estados Unidos, nos próximos meses.

O ex-parlamentar, que é professor da área de direitos humanos, vai aprofundar os estudos com uma pesquisa voltada para a relação das notícias falsas com os discursos de ódio contra minorias.

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A residência acontecerá no Instituto de Pesquisa Afro-Latinoamericanos vai durar um semestre. Neste período, Wyllys ainda poderá ministrar aulas em Harvard sobre o assunto, porque já entende-se que ele tem a capacidade para tal.

Em seu perfil no Instagram, Wyllys anunciou a novidade com um texto do poeta brasileiro Jorge Portugal: “Quanto mais a gente ensina mais aprende o que ensinou! (...) Pois trocar vida com vida é somar na dividida, multiplicando o amor, pra que o sonho dessa gente não seja mais afluente do medo em que desaguou”.

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