Vereador quer registro de casamento para animais
Apesar de um número grande de proposições já apresentadas, o vereador não consegue emplacar a aprovação das matérias
Um “mero instrumento dos animais”. É assim que se autoclassifica o vereador de Porto Alegre, Rodrigo Maroni (Podemos), que tem chamado a atenção pelos projetos de lei inusitados em defesa da causa que tramitam na Câmara Municipal da cidade. Entre as propostas dele, estão a que obriga o registro público de certidões de nascimento, óbito e casamento de animais em cartórios e a que determina prefeito, vice e vereadores a levarem seus animais de estimação ao local de trabalho, ao menos um dia por semana.
A motivação animal, segundo Maroni, "é de vida" e não apenas para basear o mandato. Nas redes sociais dele, inclusive, chama a atenção o número de fotos que o parlamentar aparece ao lado de cachorros e gatos.
Apesar de um número grande de proposições já apresentadas, o vereador não consegue emplacar a aprovação das matérias no plenário da Câmara. “Temos dificuldade enorme em aprovar as propostas porque animal não dá dinheiro, só dá custo, não é obra, não é lixo, não é transporte, nem asfalto”, reclamou, em entrevista ao LeiaJá.
Para o vereador, os animais deveriam "ter mais direitos na sociedade”. “Para um país ser reconhecido como país teria que ter a causa animal como prioridade. A falta disso demonstra ignorância a cultura e falta de compreensão de quanto os animais são seres com sentimento, sofrimento, sede, frio, calor”, ressaltou Maroni. "São seres que não têm como se defender, reagir e dar testemunho ao seu favor", completou.
Rodrigo Maroni também disse receber diariamente centenas de pedidos de todo o país para intervenções. Recentemente, inclusive, no Facebook recebeu um pedido para agir no Zoológico do Recife, onde, segundo ele, a denúncia dizia que os animais estavam morrendo. Questionado se chegou a contactar alguém na capital pernambucana, ele disse que “tem poucos parceiros pelo país”.
“Recebo diariamente centenas de pedidos de todos o país e sempre intervenho da forma a denunciar ao Ministério Público, a polícia e quando é fora do a país através das embaixadas. Temos poucos parceiros no Brasil, nossa causa é profundamente esquecida pela política”, salientou. Apesar do chamado esquecimento, o parlamentar diz que já atendeu cerca de 600 animais e utiliza 60% do seu salário para a causa.