Caso Marielle: Viúva e vereador vão à OEA pedir justiça

Mônica Benício e David Miranda (PSOL) levaram um manifesto com mais de 20 mil assinaturas. Angela Davis, Noam Chomsky e Chimamanda Ngozi Adichie são algumas das personalidades que assinaram o documento

por Mellyna Reis ter, 08/05/2018 - 12:20
Facebook/reprodução Mônica Benício e David Miranda embarcaram para a República Dominicana na segunda-feira (7) Facebook/reprodução

RIO DE JANEIRO - A arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL) viajou na noite de segunda-feira (7) para a República Dominicana, onde tem um compromisso na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). 

Mônica embarcou com o vereador e amigo de Marielle, David Miranda (PSOL), e levaram um manifesto com mais de 20 mil assinaturas, intitulado "Nós exigimos Justiça para Marielle", elaborado a partir de uma campanha mobilizada na internet.

O documento também foi assinado por diversas personalidades, que se destacam na luta por direitos humanos, como as escritoras feministas Angela Davis e Chimamanda Ngozi Adichie, o teórico político Noam Chomsky, Naomi Campbell, Danny Glover, a cantora Janelle Monáe, Eduardo Snowden e muitos outros.    

"Foram mais de 20 mil assinaturas entre membros da sociedade civil e nomes de peso na luta pelos direitos humanos e por uma sociedade mais justa e democrática. Não vamos descansar. Marielle era uma lutadora da liberdade e seu assassinato foi um crime político. Nós queremos saber quem mandou matar Marielle e por quê", escreveu David Miranda, em seu perfil no Facebook.

Investigação

Os deputados Jean Wyllys (PSOL) e Alessandro Molon (Rede) se reuniram com delegado que investiga o caso. Foto: Facebook/reproduçãoNesta terça-feira (8), os deputados federais Alessandro Molon (Rede-RJ) e Jean Wyllys (Psol-RJ), integrantes da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações do caso, se reuniram com o delegado Fábio Cardoso, titular da Divisão de Homicídios da Capital.

Os parlamentares questionaram a polícia sobre o que consideram ter sido "uma série de erros nas investigações", entre os quais, a demora na identificação da arma usada no crime e o tempo que o carro das vítimas ficou exposto fora da delegacia, antes de ser levado para o Instituto Carlos Éboli.

Os questionamentos foram embasados em informações divulgadas em reportagens, como a que foi exibida no programa Domingo Espetacular da Record TV, no dia 6. Os órgãos de segurança do Estado seguem mantendo sigilo sobre as linhas de investigação, mas as suspeitas recaem sobre grupos de milícia. 

Na próxima quinta (10), será realizada a reconstituição da cena do crime, no bairro do Estácio. O horário ainda não foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (Seseg). No dia 14 de maio, o assasinato de Marielle e Anderson completa dois meses.

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