Câmara do Recife desiste de comprar prédio de R$ 12 mi

Primeiro-secretário da Casa, o vereador Marco Aurélio (PRTB) disse que foi enganado e que acionará a Justiça por dolo, má fé e indução ao erro

por Giselly Santos ter, 15/05/2018 - 12:18

A compra do novo prédio da Câmara Municipal do Recife foi cancelada. A informação foi anunciada pelo primeiro-secretário da Casa, vereador Marco Aurélio (PRTB), nesta terça-feira (15). O antigo Hotel São Domingos, localizado no bairro da Boa Vista, serviria para abrigar os gabinetes para os 39 vereadores e salas de comissões. O imóvel seria comprado no valor de  R$ 12 milhões, com a dispensa da licitação.

Segundo Marco Aurélio, a Câmara precisou recuar da aquisição por causa de um imbróglio na propriedade do prédio - que é de Kerignaldo Magalhães de Bastos e Marília Coimbra de Bastos. O vereador contou ao LeiaJá que um procurador dos donos, Onofre Lacerda, estava tratando das negociações com a Casa, mas na semana na última terça-feira (8) o advogado Ary Santa Cruz, representando Kerginaldo, procurou a Câmara para dizer que seu cliente desconhecia a negociação e, no momento, veio à tona que Onofre também seria dono do prédio.

“Gerou uma confusão, não podemos, diante de um problema desse mal resolvido, comprar o prédio. Não podemos comprar um prédio diante desta dúvida de quem é o dono, tenho que proteger a Casa, não posso expor meus pares a isso. Agora me sinto frustrado com isso e como secretário da Câmara vou acionar a Procuradoria para que Onofre seja processado por dolo, má fé e indução ao erro”, declarou Marco Aurélio.

Indagado se já tinha algum outro imóvel à vista para comprar, Marco Aurélio disse que não. “Não temos mais tempo. Passamos 14 meses empenhados nesse prédio, entendi que seria um local muito bom para gente, mas não certo. Durante os últimos meses fizemos uma economia que aumentou em 60% o fundo da Câmara justamente para adquirir um novo prédio, tínhamos R$ 7 milhões a agora já chegamos a R$ 11,8 milhões. Isso tudo foi feito para investir na Casa, o atual prédio não está a altura de ser uma Câmara”, observou o primeiro-secretário.

Já sobre as críticas direcionadas para  Câmara quando a notícia da compra do antigo hotel, por R$ 12 milhões, sem licitação, veio à tona, Marco Aurélio disse que o fato não tinha ligação com o recuo. “A compra não seria sem licitação, mas com a dispensa dela. Foram adotadas todas as medidas legais e fizemos um chamamento público, para dizer que queríamos comprar um prédio, o único que apareceu foi justamente esse. Não tinha nada errado, não tenho nenhuma dúvida que a compra seria extraordinária”, concluiu. 

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