Pernambuco caminha para o 2º turno entre Paulo e Armando

De acordo com a cientista política Priscila Lapa, os eleitores podem se preparar para uma "disputa emocionante" entre os dois candidatos a governador

por Taciana Carvalho qua, 26/09/2018 - 17:41
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Que na política tudo pode acontecer - como alianças contraditórias e vitórias de nomes improváveis ou desacreditados - a sociedade já sabe, mas as pesquisas de intenções de voto é um importante avaliador de como está a desenvoltura de cada candidato. Em Pernambuco, especificamente, os levantamentos realizados mostram que lideram para a vaga de governador o petebista Armando Monteiro e Paulo Câmara, atual chefe do Executivo estadual, que busca a reeleição. 

A pesquisa da Datafolha, divulgada na última quinta-feira (20), assim como outras, mostra um fato que merece atenção: a possibilidade de Armando ir ao segundo turno. No estudo, Paulo soma 35% das intenções de voto, enquanto o petebista registra 31%. Nesse caso, os dois estão empatados com uma margem de erro de três pontos percentuais. 

Se os números das pesquisas continuarem na mesma média, Armando pode quebrar um ciclo de duas eleições consecutivas do PSB vencendo o pleito no Estado no primeiro turno. Em 2014, o senador perdeu a disputa para Paulo, que saiu vitorioso na disputa de primeira com 68,08% dos votos válidos somando 3 milhões de pessoas que votaram no socialista. Armando ficou em segundo lugar com 31,07%, que totalizaram 1,3 milhão de votos. 

Em 2010, o então governador Eduardo Campos também venceu a eleição no primeiro turno. Na época, ele disputou o Governo de Pernambuco com o candidato Jarbas Vasconcelos e teve uma vitória larga contra o emebebista. Eduardo conseguiu 83,83% dos votos válidos e Jarbas o total de 14,05%. 

Na avaliação da cientista política Priscila Lapa, na medida em que surge essa sequência de pesquisas, se observa uma tendência muito pequena de acontecer uma definição na eleição em Pernambuco no primeiro turno. Segundo Lapa, não existe uma taxa de crescimento alta do atual governador Paulo Câmara (PSB) e nem tampouco do seu principal adversário, o candidato Armando Monteiro (PTB). 

Para a cientista, a pequena movimentação eleitoral de um levantamento para outro mantém a condição atual de que haverá, possivelmente, um segundo turno. “Além disso, os demais candidatos também estão com um percentual estável e também não existe uma diminuição nas tendências de rejeição tanto de Paulo quanto Armando. A promessa é de um segundo turno bem emocionante assim como vai ser provavelmente na esfera nacional”, acredita. 

Segundo turno

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ser eleito não é necessário apenas o candidato obter mais votos do que seus concorrentes. O candidato precisa 50% mais um dos votos válidos. 

No site do órgão é explicado com detalhes que o candidato precisa ir além. “Devendo obter mais da metade dos votos válidos [excluídos os votos em branco e os votos nulos] para ser eleito, em primeiro ou em segundo turno. Por esse sistema, uma vez obtida maioria absoluta dos votos válidos já em primeiro turno, o candidato é considerado eleito desde logo, não se realizando segundo turno”. 

Para Lapa, não há nenhuma tendência de que algum candidato consiga os 50% mais um. “Esse cenário está muito distante não tem nenhuma tendência disso neste momento. Então, o que desenha é isso: haver uma disputa no segundo turno encabeçada pelos dois”. 

Ainda ressaltou que Pernambuco pode esperar um segundo turno com forte influência da eleição nacional. “Até agora a gente vem mantendo essa questão deles definirem quem é a turma de Temer, quem é a turma de Lula e até certo ponto com uma certa tranquilidade, mas a partir de agora começa um desenho de um cenário mais polarizado como está acontecendo no âmbito nacional que tende isso a se reproduzir também nos estados”. 

Tanto Paulo Câmara como Armando Monteiro afirmam que estão preparados para comandar Pernambuco. O governador garante que fez muito e vem ressaltando que os pernambucanos não podem deixar a “turma do Temer” governar Pernambuco. Por sua vez, o senador petebista diz que tem experiência necessária para, segundo ele, dar um novo rumo ao estado. “Paulo Câmara já teve a sua chance”, expôs ao pedir um voto de confiança do eleitor. 

 

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