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SALVADOR (BA) – Antes do apito inicial, às 13h, todos torciam para o ponteiro correr mais rápido. Era um domingo de Brasil x Espanha. De final no lendário Maracanã. Quando a bola rolou na Fonte Nova, os 43.382 torcedores presentes na arena esqueceram o duelo no Rio de Janeiro. E por mais de 90 minutos Uruguai e Itália protagonizaram um clássico digno de suas tradições.
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Após o 2x2 no tempo regulamentar, com gols de Astori e Diamanti para a Azzurra, e Cavani empatando duas vezes para a Celeste, aplausos para a prorrogação. Todos queriam mais futebol. O tempo extra não trouxe a emoção esperada. Sem problemas, já que emoção e pênaltis vestem a mesma camisa.
Ainda mais quando um gigante como Buffon veste a camisa 1. O goleiro pegou três cobranças e a Itália venceu o Uruguai por 3x2 nas penalidades.
Um primeiro tempo para deixar Brasil x Espanha de lado
Em todos os jogos da Copa das Confederações a torcida escolheu alguém para torcer. A seleção, quase sempre, era a mais fraca do confronto. Mas a tarde deste domingo (30) era diferente. Antes de a bola rolar, grande parte do público que esteve na Fonte Nova pouco se importava com o duelo entre Uruguai e Itália. Os gritos das arquibancadas ecoavam “Brasil, Brasil”.
Era um esquenta para a final contra Espanha, às 19h, no Maracanã. O verde e amarelo predominava na capital baiana. “Vou sair daqui direto para assistir ao jogo do Brasil”, bradava a maioria absoluta dos torcedores quando questionados sobre a importância desse duelo de terceiro lugar.
Some esse interesse ao calor de quase 30° graus que fazia em Salvador. Ingredientes que, teoricamente, produziriam um jogo fraco. Não com seleções campeões do mundo em campo. Os minutos iniciais já mudavam a postura dos torcedores desinteressados. O grito preferido se tornou o popular “uuuuh”.
Oportunidades aos montes na etapa inicial. Chiellini, de cabeça, e Fórlan, de falta, assustaram antes dos dez minutos. Faltava capricho na hora da finalização. Então, nada como a sorte para ajudar a arrancar outro grito das gargantas. Aos 23, Diamanti tentou cruzar em cobrança de falta, a bola bateu no travessão e voltou nas costas do goleiro Muslera. O zagueirão Astori chegou para completar. Golaço Itália... E da sorte. 1x0.
Cansaço e jogão!
Ainda na etapa inicial, o trio ofensivo uruguaio formado por Fórlan, Suárez e Cavani deu trabalho a Buffon. Pelo menos quatro boas defesas do goleiro da Itália. Ainda na etapa inicial, com o jogo rolando, vários jogadores corriam para a área técnica. O desespero não era para escutar as instruções dos treinadores. Todos queriam simplesmente tomar água. Resultado do desumano horário escolhido pela Fifa para agradar, ironicamente, o mercado europeu.
Era evidente o cansaço maior dos italianos. A desgastante disputa de pênaltis contra a Espanha, em Fortaleza, também com um calor infernal, pesava. Desequilibrava ao ponto de desmontar o forte sistema defensivo. Cavani aproveito uma das falhas aos 12. Após bela troca de passes, Gargano achou o camisa 21 na ponta para, com um toque de categoria, tirar de Buffon e empatar. 1x1.
Fórlan até teve a chance de virar, mas Buffon salvou de forma brilhante dois chutes do camisa 10. Oportunidades desperdiçadas viraram castigo. Aos 28, Diamanti, dessa vez com intenção e direto, fez de falta para Itália. 2x1. Isso porque, logo em seguida, Cavani também marcaria de falta. Um golaço. 2x2 e prorrogação.
Pênaltis e emoção vestem a mesma camisa
A torcida estava sedenta por mais futebol. Não viu durante toda a prorrogação. Para se ter uma ideia, o lance mais emocionante foi a expulsão do italiano Montolivo após falta dura em Luiz Suárez.
Porém, quem disse que pênalti não faz parte do futebol? Os torcedores que estavam posicionados atrás das barras começaram a gritar, desesperadamente, “aqui, aqui, aqui”. Referência ao local das cobranças. A arbitragem escolheu o lado contrário do Dique do Tororó, onde a capacidade é maior.
Logo na primeira cobrança, Buffon pegou o chute de Fórlan. Aquiliani deixou a Itália na frente até a terceira cobrança, quando De Sciglio perdeu e Suárez igualou para a Celetes. Mas aí, em seguida, o gigante Buffon decidiu. Caceres e Gargano pararam nas mãos do lendário goleiro italiano. 3x2 e terceiro lugar para a Azzurra.
Ficha técnica
Uruguai 2 (2)
Muslera; Maxi Pereira (Alvaro Pereira), Lugano, Godín e Cáceres; Gargano, Arevalo (Diego Perez) e Rodríguez (González); Forlán, Suárez e Cavani; Técnico: Óscar Tabárez
Itália 2 (3)
Buffon; Maggio, Chiellini, Astori (Bonucci) e De Sciglio; De Rossi (Aquilani), Montolivo e Candreva; Diamanti (Giaccherini), El Shaarawy e Gilardino; Técnico: Cesare Prandelli
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador-BA
Cartões amarelos: Pereira, Suárez (Uruguai)
Cartão vermelho: Montolivo (Itália)
Gols: Cavani (12min/2ºT e 32min/2ºT) (Uruguai); Astori (23min/1ºT) e Diamanti (23min/2ºT) (Itália)
Público: 43.382
Pênaltis:
Uruguai 2
Fórlan (x), Cavani (o), Suárez (o), Caceres (x) e Gargano (x)
Itália 3
Aquilani (o), El Shaarawy (o), De Sciglio (x), Giaccherini (o)