Okamoto lê carta de Lula reafirmando que provará inocência
No texto lido pelo presidente do Instituto Lula, ex-presidente preso por corrupção se queixa da Justiça que o teria proibido de comparecer ao velório e sepultamento de seu irmão, Frei Chico, morto em janeiro
Em carta enviada ontem à noite ao seminário "Lula Livre", que ocorre em São Paulo, o ex-presidente diz que não descansará enquanto não provar sua inocência e que os "verdadeiros ladrões" são os que o condenaram. A carta foi lida há pouco pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, para uma plateia de mais de mil pessoas reunidas no auditório do Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Na carta, Lula voltou a afirmar que sua prisão foi motivada pelo fato de que, se estivesse livre, seria eleito presidente da República pela maioria da população brasileira. Lula está preso na superintendência da Policia Federal, em Curitiba, desde o início de abril do ano passado.
No texto lido por Okamoto Lula se queixa da Justiça que o teria proibido de comparecer ao velório e sepultamento de seu irmão, Frei Chico, morto em janeiro. Lula lamentou também as "perseguições" que seu neto Arthur Araújo Lula da Silva, morto em 2 de março, sofrera na escola por ser seu parente. "Prometi ao Arthur que não descansarei enquanto não provar que os verdadeiros ladrões são os que me condenaram", escreveu Lula, reforçando que não é e nunca foi proprietário do apartamento, o triplex, do Guarujá, nem do sítio de Atibaia.
O seminário Lula Livre reúne lideres de partidos políticos, de centrais sindicais e movimentos sociais de esquerda. O seminário marca o relançamento do Movimento Lula Livre. Segundo Paulo Okamoto, o objetivo do seminário é dar as diretrizes para a criação de comitês nos Estados para apoiar a campanha Lula Livre. "Precisamos nos organizar; todos as forças progressistas para primeiro tirarmos Lula desta prisão injusta, encontrar os mandantes do assassinato de Marielle e derrubar essa reforma da Previdência", disse o presidente do Instituto Lula.