Carlos Bolsonaro empregou 'laranja' de militar, diz jornal

Cileide Barbosa Mendes teve o nome usado para a abertura de três empresas de telecomunicação de um militar enquanto trabalhava para o filho do presidente

sex, 10/05/2019 - 11:04
CMRJ/Divulgação CMRJ/Divulgação

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), manteve empregada por 18 anos em seu gabinete na Câmara fluminense uma mulher que foi usada como laranja pelo tenente-coronel do Exército, Ivan Ferreira Mendes. A informação é do jornal Folha de São Paulo. De acordo com a reportagem, Cileide Barbosa Mendes teve o nome usado para a abertura de três empresas de telecomunicação de um militar enquanto trabalhava para Carlos.

O tenente-coronel é ex-marido da segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Ana Cristina Valle, e não podia registrar as empresas em seu nome por ser um militar da ativa. Cileide Barbosa foi babá de um dos filhos de Ana Cristina e nomeada em 2001 para o gabinete de Carlos, recém-eleito na época. Entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, contudo, após a eleição de Bolsonaro, Cileide foi exonerada do cargo. Ela recebia uma remuneração de R$ 7.483.

A matéria conta que Cileide foi laranja de Ivan, ex-marido de Ana Cristina, em empresas de telecomunicação até 2007. O militar, porém, disse que não considera o termo adequado. Ele considera que ela “emprestou o nome” para ele, mas não recebia sem trabalhar para o vereador. “Aquele período em que ficou vinculada ao gabinete com o nome na empresa incomodava muito a nós todos”, explicou.

Segundo a reportagem, hoje a ex-babá, que também era considerada uma espécie de ‘faz-tudo’ da família Bolsonaro, mora em uma casa que, até o ano passado, era o escritório político do presidente.

De acordo com o chefe de gabinete de Carlos, Jorge Luiz Fernandes, Cileide trabalhava formalmente para o vereador, mas, na prática, cuidava da casa onde funcionava o escritório de Jair Bolsonaro e entregava correspondências.

Luiz Fernandes também explicou que Cileide foi exonerada porque concluiu sua formação e passou a atuar como instrumentadora cirúrgica. A recomendação para que ela deixasse o gabinete, segundo Fernandes, teria partido do próprio presidente.

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