Megaleilão do pré-sal agradou o governo, reforça Bolsonaro
Na ótica do presidente, 'arrecadou menos porque metade das áreas não teve oferta'
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a afirmar nesta quinta-feira (7) que o megaleilão do pré-sal agradou o governo. Bolsonaro disse ainda que tende a diminuir a matriz energética "que vem do fundo da terra".
"Arrecadou menos porque metade das áreas não teve oferta. Segundo a nossa equipe, ministro das Minas e Energia, o próprio Paulo Guedes (da Economia), foi o maior leilão do mundo até o momento", disse Bolsonaro. "Vocês devem estar sabendo da mídia. Essa matriz que vem do fundo da terra, a tendência é ir diminuindo, porque outras fontes de energia vão aparecendo", declarou o presidente.
Esperado como um trunfo para fechar as contas do governo, o megaleilão do pré-sal, realizado na quarta-feira, 6, frustrou as expectativas da equipe econômica de arrecadar R$ 106,5 bilhões. A Petrobras, com as chinesas CNOOC e CNODC, arrematou duas das quatro áreas oferecidas, pagando R$ 69,96 bilhões.
As grandes petroleiras ficaram de fora da disputa e as outros dois campos não tiveram oferta. "Não adianta você ter petróleo embaixo da terra e não ter como explorá-lo", disse Bolsonaro.
O presidente desconversou sobre rever regras para os próximos leilões. "Tem que conversar com Bento (ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque)."
Bolsonaro afirmou que não pode comentar o assunto com base em informações superficiais. "Tenho informações por vezes superficiais e se eu falar aqui vocês publicam depois, dá um escândalo no Brasil, cai a bolsa, sobe o dólar, não posso agir dessa maneira. Sou humano igual a vocês", disse.
Questionado se o resultado do leilão foi bom para a Petrobras, Bolsonaro disse: "Não vou entrar em detalhes."
Reforma administrativa
Bolsonaro disse que o Executivo deve enviar a reforma administrativa na próxima terça-feira, 12, ao Congresso Nacional. "Até porque você tem que mandar para lá com menor quantidade possível de arestas", afirmou o presidente.
"A política tem de estar casada. Não sou dono de uma empresa. Estou no comando de um país, que tem que ver a questão social, na economia, tem que ver um montão de coisa", disse Bolsonaro.
As declarações de Bolsonaro foram feitas sob forte chuva em frente ao Palácio da Alvorada, onde o presidente costuma tirar selfies com apoiadores e conversar com a imprensa. Uma das respostas de Bolsonaro aos jornalistas foi interrompida pelo barulho de um trovão. "Deus abençoando, presidente", disse um fã. "Peço para tirar a mão da grade aqui, dá uma zebra num raio, tira a mão da grade, pessoal", disse Bolsonaro, que encerrou a entrevista quando a chuva ficou mais intensa.