PT condena operação contra Wellington Dias e a esposa

Para o partido, ação foi um meio de 'perseguição política'

seg, 27/07/2020 - 13:13
Reprodução/Instagram Casal foi alvo da PF nesta segunda Reprodução/Instagram

O Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu uma nota, nesta segunda-feira (27), classificando como "abuso de autoridade" a operação da Polícia Federal que atingiu, na manhã de hoje, o governador do Piauí, Wellington Dias, e a deputada federal Rejane Dias, esposa do gestor. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do casal e no gabinete da deputada em Brasília. 

Na ótica no PT, a ação foi "mais um desvio em que agentes do Estado e do governo federal são utilizados para perseguição política."

"A invasão das residências do governador e de seus familiares pela Polícia Federal, além da tentativa ilegal de invadir o gabinete da deputada Rejane, é uma notória operação midiática de perseguição e destruição de imagem pública. Os abusos foram cometidos a partir de uma operação que se prolonga há quase três anos e deveria investigar fatos anteriores ao governo Wellington Dias. Nem o governador nem a deputada são acusados de nada que justifique minimamente tais abusos", declarou o partido, na nota assinada pela presidente Gleisi Hoffmann e os líderes na Câmara e no Senado, Ênio Verri e Rogério Carvalho, respectivamente.

A Operação Topique investiga a associação entre agentes públicos e empresários do setor de locação de veículos que teriam desviado pelo menos R$ 50 milhões de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate). A apuração iniciou em 2018. Segundo a PF, entre os crimes que teriam sido praticados estão os de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e crimes de licitação.

Veja o texto na íntegra:

O Partido dos Trabalhadores denuncia o abuso de autoridade cometido nesta segunda-feira (27) contra o governador do Piauí, Wellington Dias, a deputada Rejane Dias (PT-PI) e outros membros do governo estadual. Trata-se de mais um desvio em que agentes do estado e do governo federal são utilizados para perseguição política.

A invasão das residências do governador e de seus familiares pela Polícia Federal, além da tentativa ilegal de invadir o gabinete da deputada Rejane, é uma notória operação midiática de perseguição e destruição de imagem pública. Os abusos foram cometidos a partir de uma operação que se prolonga há quase três anos e deveria investigar fatos anteriores ao governo Wellington Dias.

Nem o governador nem a deputada são acusados de nada que justifique minimamente tais abusos. A Secretaria de Educação sempre se colocou à disposição das autoridades e a própria deputada Rejane, ex-secretária da pasta, procurou em vão as autoridades para colaborar com as investigações, que não envolvem o governo do estado, mas empresas prestadoras de serviços de transporte escolar.

Como sempre declarou o governador Wellington, o governo do Piauí não é suspeito neste caso, mas seria vítima de atos supostamente ocorridos em gestões anteriores.

O governo do PT do Piauí é reconhecido nacional e internacionalmente pelos avanços na Educação em um estado historicamente marcado pela exclusão da maioria. É exatamente neste setor que Bolsonaro e seus aliados tentam atacar o governador. E não por acaso logo depois da votação em que, contra a vontade do governo federal, a Câmara dos Deputados aprovou o novo Fundeb, essencial para os avanços da Educação no Piauí em todo o país.

O Partido dos Trabalhadores, por meio de sua direção nacional e da liderança na Câmara dos Deputados, está solidário com o governador Welington, a deputada Rejane e o povo do Piauí. Tomaremos todas as medidas possíveis para denunciar e cobrar judicialmente os responsáveis por este abuso de autoridade e pela odiosa perseguição política movida por Bolsonaro e seus aliados.

Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT



Ênio Verri, Líder do PT na Câmara dos Deputados



Rogério Carvalho, Líder do PT no Senado Federal

COMENTÁRIOS dos leitores