Renda Cidadã: Bolsonaro nega desejar reeleição

Presidente afirmou que o governo e líderes partidários estão "abertos a sugestões" sobre o tema

ter, 29/09/2020 - 10:59
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Depois da reação negativa à proposta apresentada pelo governo para financiar o Renda Cidadã, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, nesta terça-feira (29), para rebater críticas sobre seu interesse na reeleição. O chefe do Executivo negou estar preocupado com a eleições de 2022 e afirmou que o governo e líderes partidários estão "abertos a sugestões".

"Ao longo da minha vida parlamentar nunca me preocupei com reeleição. Sempre exerci meu trabalho na convicção de que o voto era consequência dele", escreveu. Bolsonaro destacou que o seu recente aumento de popularidade - induzido, principalmente, pelo auxílio emergencial - incomoda adversários, que rotulam suas ações como "eleitoreiras".

"Minha crescente popularidade importuna adversários e grande parte da imprensa, que rotulam qualquer ação minha como eleitoreira. Se nada faço, sou omisso. Se faço, estou pensando em 2022", disse o presidente.

O governo apresentou na segunda-feira proposta para bancar o Renda Cidadã, programa que deverá substituir o Bolsa Família. O financiamento da iniciativa se dará com o dinheiro de precatórios e recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que pela lei ficam fora do teto de gastos. A proposta não foi bem recebida pelo mercado e foi alvo de críticas de parlamentares.

"A responsabilidade fiscal e o respeito ao teto são os trilhos da Economia. Estamos abertos a sugestões juntamente com os líderes partidários", disse. "O auxílio emergencial, infelizmente, para os demagogos e comunistas, não pode ser para sempre", afirmou Bolsonaro.

O presidente ressaltou que suas ações buscam soluções para a economia em 2021 e voltou a criticar a política de isolamento adotada no combate à pandemia da Covid-19. "Estou pensando é em 2021, pois temos milhões de brasileiros que perderam seus empregos ou rendas e deixarão de receber o auxílio emergencial a partir de janeiro de 2021."

O presidente criticou, novamente, a imprensa por não apresentar opções de como "atender milhões de desassistidos" pela pandemia. "Os responsáveis pela destruição de milhões de empregos agora se calam", disse, em seguida, sem detalhar a quem se referia. "O meu governo busca se antecipar aos graves problemas sociais que podem surgir em 2021, caso nada se faça para atender a essa massa que tudo, ou quase tudo, perdeu", finalizou o mandatário.

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